quarta-feira, 27 de maio de 2015

Planejar e investir em cidades médias pode ser uma solução?

Bilbao, na Espanha, tem cerca de 350 mil habitantes
Olhando assim, até que se parece com Joinville

POR FELIPE SILVEIRA

Talvez seja desconhecimento, mas nunca vi ninguém propor ou defender que uma das maneiras de resolver os problemas das cidades grandes é justamente diminui-las. Não sei o que geógrafos, sociólogos e urbanistas dizem, mas gostaria de saber, e também não vi a proposta no campo da esquerda, até porque ela bate de frente com outra.

Cidades com milhões de pessoas não fazem sentido. Muito menos quando estes números chegam a 6 ou 12 milhões, como Rio de Janeiro e São Paulo. Algumas comunidades nessas cidades têm 100 mil pessoas, muito mais populosas que milhares de cidades do país.

O que imagino como ideal é o investimento em cidades menores/médias de modo que possam atrair a população sem gerar um grande impacto. Imagino que o aumento moderado e planejado de certas cidades possa gerar um aumento do número de empregos principalmente nos setores do comércio e de serviços. Cidades médias precisam ou comportam mais jornais, restaurantes, lojas, médicos, advogados etc.

Cidades com 100, 200 ou até 500 mil pessoas são possíveis (não fáceis) de administrar e de planejar. Não vou dizer manter a ordem (vade retro), mas vocês entendem o que quero dizer. É claro que não se pode deixar de investir nas comunidades super-populosas que não contam com nenhum investimento do Estado que não seja tiro, porrada e bomba. Mas também é preciso pensar em outras maneiras de evitar e resolver o problema.

Pode ser que a conta não feche, que a premissa esteja errada, que eu tenha falado uma bobagem. Mas tenho pensado há algum tempinho nisso e não tive nenhum motivo ainda para "despensar". Alguém tem um?

2 comentários:

  1. São cidades médias com um bom nível de infraestrutura. Administradas por gente competente, com políticas de planejamento a médio e longo prazo, mas, acima de tudo, com um povo empreendedor que conhece e se beneficia das leis de incentivo e da baixa burocracia. É assim na UE, nos EUA, Canadá, Japão, Coréia, Austrália e Nova Zelândia.

    Vejamos as cidades brasileiras de um modo geral:

    Burocracia: aqui demora meses para abrir uma empresa e até um ano para fechar, minando qualquer interesse de se aventurar num negócio próprio;

    Impostos: custa caro empregar alguém no Brasil;

    Transporte público: quando existente, é deficitário ou corrupto;

    Infraestrutura: são raras as cidades com um centro de ensino superior e hospital, no NE algumas cidades com mais de 200 mil, sequer hospital tem.

    Leis: Pensa-se a curto e médio prazo, depois é obrigado a mudar ou alterá-las quando percebem que uma indústria ou estabelecimento comercial (que empregará milhares) pretende se instalar na cidade (deem uma olhada nas cidades médias europeias, praticamente todas têm uma zona específica com galpões onde concentra as indústrias e logística de comércio).

    Política: administradores corruptos, governança cara e leniente;

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  2. O nome da cidade é Bilbo.

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