sábado, 21 de abril de 2012

Vejaman, o herói brazuca que viaja na maionese*

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

- É um pássaro?
- É um avião?

- Não. É o Vejaman.

O Brasil já tem o seu super-herói. É o Vejaman. E como todos os outros heróis gringos, ele também tem superpoderes.
O Super-homem vem de Krypton, o que o torna invulnerável.
O Lanterna Verde tem um anel energético que dá poder infinito.
O Batman é inteligentíssimo e tem grana para fabricar loucas engenhocas tecnológicas.

Vejaman, o herói brazuca, tira a energia da leitura da revistona semanal e tem o poder de espalhar a confusão (e de se autoconfundir).
 Ao contrário dos outros heróis, ele não tem uma identidade secreta: basta abrir a boca e todo mundo reconhece. O Vejaman não é uma só pessoa. O personagem pode ser assumido por qualquer um, desde que tenha alguma lentidão mental.

Para vestir a capa deste herói basta ser mediano, sem imaginação e com total ausência de idéias próprias.
 Umas vezes é homem; outras, mulher. Tem o dom da onipresença e pode estar em qualquer lugar... até mesmo aí perto de você. Pode ser aquele “jornalista” reaça que fala no seu rádio ou na sua televisão. Até mesmo aquela socialite perua (perdoem o pleonasmo) que não diz coisa com coisa. Também aquele político que acha que ética a gente compra em salões de estética. Ou aquele cara que acorda cedinho para, antes de ir trabalhar, entrar nas redes sociais malhar tudo o que cheire a povo.

E como em toda história de super-heróis, o Vejaman também aliados e inimigos. Sempre que está em apuros, usa a parceria de outros super-heróis, a Tia Azevedo ou o SuperEgo Mainardi. Também teve um parceiro chamado Boimate, o homem-vegetal, que morreu numa estrondosa barrigada.

Do lado dos mauzões, o Vejaman tem uma regra: se cheirar a povo é marginal.  Os principais inimigos são o maléfico Dr. Presidente Operário e a sua fiel escudeira Presidenta Terrorista. O problema é que ele também tem pontos fracos, como todos os super-heróis.
O Super-homem tem a kryptonita.
O Lanterna Verde não resiste à cor amarela.
O Batman tem dilemas e não pode matar os inimigos.
O Vejaman cega frente às idéias inteligentes.

Mas todos sabemos que herói cego é o Demolidor. Só que o Vejaman veste essa pele de demolidor e adora quando uma boa reputação é demolida injustamente. E, caso seja reposta a verdade, não se importa com a retratação. Por ser cego, o Demolidor melhora os outros sentidos ao limite. Já o Vejaman é o contrário: fica cego como um morcego e tende a ficar ainda mais obtuso.

Os seus poderes já ajudaram a eleger governos. O seu maior sucesso foi o apoio para a eleição de Collor. E o maior fracasso foi não conseguir derrubar o seu inimigo número um, o vilão Dr. Presidente Operário, com quem ainda hoje está em guerra. Também luta para defender o planeta da Liga Populista, que tem o Coronel Hugo e o Índio Morales como nomes mais perigosos.

Como outros heróis (o Homem-Aranha, por exemplo) também tem problemas com a imagem. Uns acham que ele é herói, outros que é bandido (então, é o #vejamanbandido). Mas só uma coisa é certa sobre este herói genuinamente brasileiro. É a sua incapacidade de tratar qualquer assunto com profundidade. Se houver uma discussão séria e sem distorções, o herói brazuca entra em parafuso.





*Adaptação do texto publicado no Jornal A Notícia em 2006.

53 comentários:

  1. Eu conheço um Vejaman típico que vez ou outra frequenta o blog. Ele acha a revistona indispensável e chama Reinaldo Azevedo de mestre. De quebra, acredita que o Olavo de Carvalho é referência para alguma coisa e compartilha textos do Rodrigo Constantino no Facebook.

    Como todo Vejaman que se preze, é arrogante, obtuso, pensa pequeno e vê o mundo com as lentes da guerra fria, o que significa mais ou menos achar que todo mundo de esquerda é uma ameaça terrorista ambulante, na melhor das hipóteses; um stalinista pronto para tomar o poder e transformar o Brasil em um imenso gulag, na pior.

    Às vezes ele assina como Anônimo; em outras, não tem vergonha de dar o nome, especialmente quando é para elogiar a ditadura e os ditadores e bancar o Azevedo ilhéu, achando que faz graça quando é simplesmente patético.

    Enfim, texto bacana, Baço. Bom saber que alguém ainda consegue levar com humor esse assunto. Eu, faz tempo que desisti. Sou nerd, mas não vejo graça nenhuma no Vejaman.

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    1. O Clóvis chamar alguém de arrogante é muita cara de pau.

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    2. Concordo Anônimo das 05:01 Só pela leitura que se tem do cara aqui, dá pra ver o baita arrogante que é. Não o conheço, muito menos faço questão e é bem bom mesmo que fique longe daqui. Sinceramente, de arrogante e abestados já estamos cheios por aqui.

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  2. Só faltou dizer que o Vejaman não perde uma entrevista do jô Soares. Aquele q qdo no SBT reclamava que a Globo não liberava seus artistas, e hj não reclama da globo vetar outros artistas...

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    1. As pessoas mudam... para o bem ou para o mal, elas mudam.

      E que bom que mudam!

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  3. Me parece que o Vejaman vai tomar um tranco se as investigações do Cachoeira, amissíssimo do Demóstenes, for a fundo mesmo. Sabemos que toda CPI cheira a pizza; mas como falaste, o Vejaman não resiste a pessoas inteligentes, e se forem honestas ainda aí sua máscara é capaz de cair e revelar o anti-herói que é.

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    1. Tão insuportável como o Vejaman é o esquerdinha que, tão cegamente quanto, crê que tal "título" lhe dá alguma condição intelectual privilegiada.

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    2. Mas diz quem é o "esquerdinha"!

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  4. #VejaBandida.Mentiras que a Revista Veja conta para leitores desavisados! Não compre, não leia e Não Veja! A Veja mentiu. Simples assim. Ela criou um roteiro e procurou os atores para encená-lo.
    Veja aderiu ao Pacto do Millenium. Segundo este pacto, novamente é preciso mandar às favas os escrúpulos de consciência e impedir que o governo concorra. Se concorrer, que não ganhe; se ganhar, que não assuma; se assumir, que não governe. A história se repete como farsa.

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  5. Gostei do texto.

    Também gostei da afirmação de que o Mainardi tem um "SuperEgo".

    Só que, convenhamos, talvez o do Baço seja ainda maior.

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    1. ....kkkkkkkkkkk
      Boa essa.
      E, meu caro Baço, não fique magoado não. Aceite que nessa voce exagerou. Nada contra tua posição política, que respeito, mas chamar todo leitor de Veja de burro, cego ou obtuso foi um pouco demais.
      Nem o Felipe Silveira, nos seus melhores dias, chegou a tanto.

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    2. Só para esclarecer, Nelson. Eu não chamei ninguém de burro por ler a revista. Até porque eu também leio e estaria dar um tiro nos cascos. A minha crítica é para os que formam opinião (rasa) a partir das leituras de uma revista que tem um projeto editorial no mínimo questionável. Não gosto da linha editorial da revista como não gosto do jornalismo da Fox, por exemplo. Mas isso não interessa. É um produto e desde que tenha mercado, não serei eu a questionar. Não compro, claro (vejo os arquivos na net). O que me chateia é ter que discutir com intelocutores cujas referências intelectuais não vão além de um Reinaldo Azevedo. Aí é jogo duro...

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    3. Valeu Baço. Obrigado pelo post atencioso. E perdoe o atraso, pois estive fora desde segunda feira e só agora estou colocando a leitura do chuva em dia.

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  6. Até bula de remédio é válida. "Veja", "Caros Amigos", ou mesmo a apostila do PT que ensina o povo a escrever errado, também o é.

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    1. Até o livro de Geografia de SP que tinha dois Paraguais? Um era falsificado, kkkkkkkkkk

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  7. Da Veja, eu só gosto da coluna Gente!

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    1. Justiça seja feita, é a melhor revista do Brasil para ver anúncios.

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    2. Concordo contigo Zé! Nunca vi tanta propaganda numa revista só!

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  8. Quando virou crime comprar e ler revistas?

    Vou rapidinho sintonizar na TV Brasil para que a DitaLula não descubra que eu tenho opinião própria.

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    1. Quem compra a Veja, financia o crime organizado!

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    2. Caramba. Sou assinante da Veja, e não sabia que estava financiando o crime organizado.
      Acho que vou reinvindicar minha parte do "mensalão" antes que o Supremo mande arquivar tudo...

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    3. hehehehe... boa Nelson.

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  9. Faltou colocarem a música favorita do Vejaman

    http://www.youtube.com/watch?v=d8O0Zk5N-e8

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    1. Eu acho que outra boa sugestão para ser o melô do Vejaman é o outrora 'hit' do Ronnie Von: "Teu amor é cachoeira".

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  10. Existindo ou não este "Vejaman", Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi são uma ótima leitura, assim como, em geral, este blog.

    Já o presidente operário não sabe escrever, então, fica mais difícil adquirirmos conhecimento do sujeito. Alias, dentro do que escreveu o Baço, imaginem então a "incapacidade de tratar qualquer assunto com profundidade" do presidente operário, que nada lê. Este não entra em parafuso, pois já é um.

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  11. Estando o Autor certo... percebo então que vivemos em um País de idiotas. Vivemos em um País dominado por Super-Heróis.

    Qual a porcentagem da população que lê Veja? Qual a porcentagem da população que lê alguma coisa? Facebook e site de putaria não contam.

    5 por cento?

    E os outros 95 por cento?

    Meu taxista de costume é arrogante como este super herói (e como o Clóvis) e acha que sabe tudo... contudo parece-me que se encaixa perfeitamente no texto acima. Muitos outros que conheço (senão todos) assim o são neste universo restante de 95 por cento. A humanidade, oras, o ego humano.

    De todo modo e estando o autor certo, deduzo que ele, por eliminação, faz parte de pequeníssimo grupo de pensadores.

    Parabéns Baço!!! Dentro de seu próprio pensamento e de suas próprias conclusões, você é a nata da nata, o "crème de la crème"

    Continue assim...

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    1. Pô, Anônimo, eu até iria entender como um elogio. Mas não sei se é legal ser "nata da nata". Há muita intolerância à lactose por aí...

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    2. hehehe....

      Minha nova alcunha para você: Baço "o profundo".

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  12. Se a Veja e mais alguns outros veículos fosses "extirpados" do país nao levaria uma década para nos transformarmos numa aldeia venezuelana.

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    1. Não somos uma aldeia venezuelana, mas viramos uma banca de jogo do bicho. Tá ótimo.

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    2. Nao somos uma aldeia venezuelana porque nossa instituições ainda resistem. Mas o ataque é constante.

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    3. Quem é o dono da banca ?

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  13. Descobri que sou um Vejaman. Só que sem poderes. Pena. Se os tivesse teria impedido por exemplo, que a Ideli torrasse uma montanha nosso dinheiro comprando lanchas para deixar paradas.

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  14. Que texto infantil.Pra mim não passa do machinho da esquerda tentando conquistar a posição de alfa do machinho da direita.
    Coisa de homem tolo.

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  15. Existe ainda outro super herói.É o MEENGANAQUEEUGOSTOMAN. Sua função é uma das mais difíceis e frustantes que há. Ele é a base de uma pirâmide que tem no topo uma turma, outrora autodenominada supra sumo da ética, que acha que pode fazer todo tipo de pilantragem para alcançar seus objetivos.
    Quando alguma coisa escapa do controle, quando algo vem a tona, chamem o MEENGANAQUEEUGOSTOMAN. E lá vai ele, faca na boca, defender o indefensável, afrontar o bom senso, tapar o sol com peneira. Ato contínuo, a imprensa é taxada como golpista.
    Convenhamos,para apostar toda sua reputaçao trombeteando algo em que voce mesmo nao acretita, só sendo muito herói.

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    1. hehehehe... muito boa "Anônimo".

      Dizem que em uma guerra atos heroicos são, simplesmente, burrice.

      Mas sempre há de ter alguém para faze-los...

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    2. Pô, Anônimo 08:11 e Anônimo 10:45. Dois contra um é sacanagem. Assim não brinco mais...

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    3. Ah, Anônimo das 10:45. Concordo e amplio. Sou burro... e teimoso. Porque se ter deres ao trabalho de ler o significado do asterisco do título vais ver, lá no final: adaptação do texto publicado no Jornal A Notícia em 2006. E não foi a primeira coisa que escrevi sobre o tema. Como podes ver, na arte de ser burro eu tenho um know-how de longos anos.

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    4. Sim, eu havia lido. Em 2006 o cenário era o mesmo.

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  16. Uhau!!! Quanta testosterona... Alfa? Beta? nain,nain. Enquanto isso a dita cuja agradece toda a publicidade que tanto se faz a ela. Mas... Veja Bem... hahaha

    AnônimA, mas nem tanto!

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    1. Ro Ro Ro... não é a "Beta" não...

      É a "Gama".

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  17. Creio que o Anônimo das "Apr 24, 2012 08:11 AM" disse bem.

    Talvez este mesmo anônimo já tenha estado do lado de lá da mesa, perto do poder.

    Mas acontece que, hoje, mesmo sendo o Baço um peão, é ele que esta (talvez apenas "ideologicamente")do lado do poder.

    E, lá estando, faz exatamente igual ao que se fazia quando era a direita que governava. Defende o indefensável.

    Se a veja também o fisese, se defendesse as ladroagens da esquerda, ele não faria este artigo, pois quem o faria seria alguém do grupo do anônimo ai de cima...

    No fundo, só muda o saco.

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    1. Peão? Pô, tomei um xeque-mate. E eu a pensar que poderia ser um bispo ou uma torre.

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    2. Que tal um cavalo?

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    3. Anonimo 8:11 responde: nunca estive do lado do poder. Ao contrário sou somente cidadao. Pertenço ao grupo que acha que nao se pode fazer o que der na telha ao arrepio da lei. Estas coisas a Veja anda denunciando e por isso certa turma fica ouriçada.

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    4. Cavalo? Um puro sangue lusitano? Claro.

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  18. Mandou muito Bem Baço esta turminha de Anonimos Trollando o Blog poderia,pelo menos da o Nome,gentinha covarde......

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  19. Bem vindo ao nosso grupo, "nair56".

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