sábado, 28 de abril de 2012

Dando a volta por cima



                                            POR RAQUEL S. THIAGO*

A despeito das desigualdades, dos privilégios, da violência, dos desgovernos, a despeito de tanta coisa que inferniza a vida do brasileiro comum... esse povo  não deixa de seguidamente mostrar ao mundo sua enorme vocação para a felicidade.

Quando o presidente Lula foi eleito, em 2002,  proclamou que a "esperança venceu o medo”, ficamos todos maravilhados... De lá para cá muita água passou por baixo da ponte, levando consigo acontecimentos que hão de engrossar os volumes dos livros de História do Brasil. Tanta coisa, tanta contradição, tanto bem, tanto mal aconteceram.

Estamos às vésperas de novas eleições e, embora tenhamos  passado  por momentos de desesperança e o medo espreite de soslaio,  nossa  capacidade incrível de superação,  de virar a página, de começar tudo de novo parece reforçar-se a cada decepção: levanta/sacode a poeira/dá a volta por cima... reza a cartilha do velho samba.

Este jeito de ser, e nossa teimosia em acreditar, a nossa natural alegria  nem sempre são aprovados  pelos analistas políticos e intelectuais, que argumentam: somos alegres porque somos ignorantes. Pode ser, em parte, que a ignorância possa ofuscar a tristeza, na medida em que não deixa conhecer a realidade... Não acredito, no entanto, que sejamos um povo “bobo alegre”. Porque aprendemos a cada desilusão e, embora caminhemos  lentamente em direção ao voto consciente, sempre é bom lembrar que este é  nosso único recurso para participarmos do processo de desenvolvimento .

Torna-se cada vez mais importante a nossa ação, a ação do povo, de um povo que nasceu com vocação para a felicidade e a cada pequeno estímulo oferecido pelo governo responde com rapidez e inteligência, apesar de tudo.

*Historiadora

2 comentários:

  1. Professora Raquel, nos apresenta um texto cheio de motivação para continuarmos confiantes.Infelizmente essa alegria que ergue, após cada decepção, a auto estima do brasileiro, não o acompanha à idade avançada. Vemos nossos velhos/idosos, cada vez mais deprimidos, por terem passado a vida lutando sem alcançar uma vida de conforto e segurança,, sendo as maiores testemunhas da falta de moral de nossos governantes.

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  2. Que bom voltar a ler os textos da prof. Raquel. Saudades da mulher que lembrou ao ex-governador LHS que o esperneio é livre.

    Maikon

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