quarta-feira, 21 de agosto de 2013

É pedir demais?



POR FERNANDA M. POMPERMAIER

As questões de gênero se apresentam de diversas formas e é preciso estar atento para reconhecer, refletir e mudar atitudes se realmente desejamos uma sociedade igualitária.

É preciso estar em contato com os grupos minoritários e discriminados para compreender suas lutas, modificar o discurso e aprender o respeito.

Para tanto alguns conceitos precisam ser levados em consideração. 

1. A identidade de gênero: 
A identidade de gênero se refere à forma como o indivíduo reconhece-se a si mesmo. Existem os cisgêneros - pessoas que se identificam com seu sexo biológico e o seu "definido" papel social (se é que pode-se dizer assim). E transgêneros:  pessoas que se identificam com o sexo oposto ao seu sexo biológico. Não tem ligação direta com a homossexualidade. Depende é da forma como a pessoa vê a si mesma e como se apresenta ao mundo. Não tem bem a ver com orientação sexual, próximo tema.

2. A orientação sexual: é a quem o desejo sexual da pessoa se orienta. Esse pode ser bissexual, heterossexual ou homossexual. 

Pessoas transsexuais se vestem e se apresentam da forma como querem que o mundo as veja. Se está vestida de mulher, é respeitoso referir-se à pessoa como mulher, e assim por diante: a transsexual.

Se o desejo sexual de um homem se dirige à outro homem e eles se reconhecem no mundo como homens, não existe nenhum motivo para achar que eles sejam mulheres ou algo parecido. 2 homens que se amam são apenas 2 homens que se amam, nada além disso. Essa é a única explicação que toda a sociedade, inclusive crianças, precisam receber.

Informação é o caminho para o fim do preconceito. E infelizmente o preconceito ainda é muito grande.

A violência contra transexuais é gigantesca no Brasil e suas vidas são extremamente influenciadas por esses preconceitos. Tanto que a grande maioria dos transsexuais se prostitue, não os resta muito além dessa opção profissional. E é por isso que sou à favor da regulamentação da profissão de prostituta(o) no Brasil. Para que fazer de conta que esse grupo não existe quando o mesmo movimenta uma economia conhecida mundialmente. Que se garantem direitos trabalhistas básicos à esse grupo de trabalhadoras(es).

A foto que ilustra o post é forte. Michelle, de apenas 22 anos, assassinada enquanto fazia programa na Paraíba dia 16 de agosto deste ano. Morta pelo preconceito. Como ela inúmeras sofrem com violência todos os dias. 

Eu fico imaginando o que se passa na cabeça dos seus inquisidores. Pessoas que se dizem defensoras da moral e dos bons costumes, que repudiam qualquer comportamento diferente dos seus. Baseiam seus julgamentos no ódio, na ignorância e no preconceito. Pessoas que não contratam homossexuais, que não contratam travestis, que não os desejam na sua vizinhança ou na sua igreja. Como podem se dizer religiosos se, segundo a bíblia, Jesus mesmo acolheu a prostituta e repetiu que devemos amar à todos acima de tudo. Que amor é esse que tem cor de pele, orientação sexual ou profissão, específicos para serem exigidos. Isso não é amor, é hipocrisia, é burrice. 

Imagine o absurdo do meu texto, vir aqui falar de respeito para transsexuais quando no texto do Felipe da semana passada, muitos leitores comentaram desrespeitando uma mulher pelo seu estilo musical, suas roupas ou sua maneira de dançar. Estamos longe da civilização.

Respeitar:
Apesar das roupas,
apesar do número de parceiros sexuais,
apesar da forma de dançar,
apesar da orientação sexual,
apesar da identificação de gênero,
apesar da profissão, (nesse caso as prostitutas).
É pedir demais?

Gay na Rússia vai ter que ser muito macho!

Atletas russas se beijando quando receberam medalhe de ouro
 no Mundial de Atletismo em Moscou
POR GABRIELA SCHIEWE

No final da semana passada, mais precisamente na quinta-feira, a atleta russa Yelena Isinbayeva, em entrevista coletiva no Mundial de Atletismo, que ocorreu em Moscou prestou declarações em apoio a Lei Anti-Gay russa que proíbe  a propagação de relações sexuais não-tradicionais e impõe multas a quem promover passeatas de orgulho gay.

No dia seguinte, diante da proporção que suas declarações tomaram de forma negativa, a atleta tentou se retratar, com justificativa pífia de não dominar a língua inglesa e ter sido mal interpretada e que apenas quis dizer que os atletas, nos Jogos de Inverno que ocorrerão no começo do ano que vem, devem respeitar as leis do país que se encontram.

O Ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, também se pronunciou, visto que já correm boatos de boicote aos Jogos de Sochi, como segue:

"Queremos proteger nossa geração mais jovem, que ainda não está fisicamente formada. É uma lei que protege os direitos das crianças, e não tem a intenção de impedir ninguém de fazer nada na sua vida privada."

No meu entendimento as declarações do Ministro Russo foram mais ofensivas e discriminatórias que a própria lei, pois quando diz que a lei é para proteger a formação das crianças e que ninguém é impedido de fazer o que bem entende dentro de quatro paredes ele está relegando os homessexuais ao limbo, devem se contentar com o ostracismo, ficarem escondidos já que a sua preferência sexual poderá atingir até a constituição física de crianças.

Quer dizer então que uma pessoa gay faz mal a formação do ser humano??????

Gay não é gente igual a gente????????

Começo a pensar que Marcos Feliciano tem razão e ser homessexual se trata de uma doença e, contagiosa, pelo que vejo.

Faz alguns meses, escrevi a respeito aqui no blog, essa questão de atletas homossexuais serem discriminados, assim como eram até pouco tempo os negros. Não que estes não sejam mais, no entanto como hoje atletas de grandes expressão são negros a aceitação já é bem mais positiva.

Aí eu pergunto, aonde está o respeito ao ser humano, da sua liberdade de escolha? Ninguém é obrigado a gostar de negros, gays, judeus, mas respeitar as opções sexuais, religiosas e as etnias que, nesta caso não se trata de opção mas do estado natural da pessoa, caso ela não seja um Michael Jackson.

O jogador Sheik postou uma foto dando uma "bitoquinha" em outro homem em apoio a todos atletas homossexuais.

A sua atitude foi louvável, no entanto todos sabem da orientação sexual do Sheik e por isso foi aplaudido, agora quero ver aplaudir um atleta assumidamente homossexual e apoiarem irrestritamente e mais, que esse atleta continue com salários, patrocínios e destaque como tinha até então.

Que venha Sochi 2014 com toda a sua machesa robustecida nos gays que, espero, invadam a gélida Rússia.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O menos mal não é o melhor

POR JORDI CASTAN

Em tempo de poucas opções, ganha corpo a ideia de que escolher o menos ruim é a melhor opção. É um erro supor que o menos ruim seja o melhor. O menos ruim continua sendo uma péssima escolha.

Vivemos esta situação na eleição municipal passada, aqui em Joinville, frente a uma coligação que foi denominada de KCT por congregar, num mesmo grupo, o candidato Kennedy Nunes, com o apoio prefeito Carlito Merss e pelo ex-prefeito Marco Tebaldi. 

Esse engendro político reunia antigos inimigos declarados e, nesse momento, tinha um único objetivo: a volta ao poder, no caso do Tebaldi, a chegada ao poder, no caso do Kennedy, ou simplesmente a permanência nele, no caso do Carlito. É evidente que os maiores interessados, além dos próprios lideres do processo, foram os assessores, cabos eleitorais e apaniguados que corriam um serio risco de perder os cargos e teriam que voltar a trabalhar, alguns provavelmente por primeira vez na vida.

Frente a esta coligação estava a candidatura liderada pelo candidato Udo Dohler, que se apresentava como a menos ruim. Pouca gente que o conhecesse e tivesse acompanhado a sua vida pública fora da empresa tinha a certeza que era a melhor opção para Joinville. Mas representava a opção menos ruim. Eu mesmo votei nele no segundo turno. Se por um lado tinha a certeza, hoje confirmada, de que o seu governo não seria brilhante, por outro sabia que tinha - e tem - experiência administrativa e não deveria cometer erros crassos, inaceitáveis para um administrador público.

Joinville enfrentou naquele momento uma situação que corremos o risco de viver de novo em 2014, tanto no nível estadual, como no nível nacional, o dilema de ter que escolher o menos ruim, porque não há no horizonte nenhuma opção viável que possa ser considerada boa ou que seja claramente melhor.

E teremos que, de novo, fazer escolhas, sabendo que nenhum resultado será bom. Há os que defendem que não se deve praticar o voto útil. Que votar no menos ruim continua sendo uma péssima opção. Anular o voto ou exercer o voto de protesto é uma alternativa, inócua, mas que ganha corpo, entre uma parcela do eleitorado frente a falta de outras opções. O eleitor enfrentará, cada vez com maior frequência, o desafio de ter que escolher entre péssimas opções. E terá que fazer a sua escolha.


Pessoalmente, tenho cada vez menos certeza que votar no menos ruim seja uma boa opção, mas não consigo identificar uma alternativa melhor. Convivo diariamente com o resultado da minha escolha e fico dividido entre acreditar que fiz o melhor possível ou que contribuiu para ter em Joinville um mal menor e a duvida me martela cada dia. Qual será a melhor opção? Qual é a escolha correta? Alguém autoritário, que sabe ler um balanço e que ouve, mas não escuta. Ou alguém que paquera a demagogia sem experiência administrativa, mas que está mais sensível a outras parcelas da sociedade? Difícil escolha. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O JEC precisa da politicagem para sobreviver?

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Se há alguma coisa horrível no futebol, e que permeia praticamente todos os grandes clubes brasileiros, é a influência da política (a política suja, aquela da troca de favores, geralmente praticada pela maioria dos partidos políticos) nas mais diversas ações que envolvem a administração de uma equipe. Algumas destas relações podem ajudar, ou simplesmente arruinar com um planejamento e a imagem perante os torcedores.

O Joinville Esporte Clube sabe muito bem como a política é prejudicial. A torcida sabe mais ainda. Após as seguidas crises provocadas pelo rebaixamento em 2004, o então prefeito Marco Tebaldi, na ânsia de "ajudar", virou presidente do Conselho, começou a contratar técnicos em seu gabinete e participar de forma ativa nas dinâmicas do clube. O resultado foi uma queda maior ainda. O time ficou sem divisão e com o nome manchado após tentativas de comprar vagas em uma competição nacional.

Agora, mais recentemente, o presidente do JEC, Nereu Martinelli, envolve o prefeito Udo Dohler em negociações com a Caixa Econômica Federal para trazer um patrocínio da estatal ao clube, visando sanar as dívidas e ter dinheiro em caixa para contratar mais jogadores. Acontece que, para receber o patrocínio, a Caixa precisa receber a conta dos funcionários de algum órgão público. Por isso o prefeito foi chamado. A politicagem novamente ronda a Rua Inácio Bastos.

A manobra recentemente virou manchete nacional, através da ESPN Brasil, que corretamente questiona a dependência de nossos clubes para patrocínios de estatais (não é atitude exclusiva do JEC). Além do mais, é sabido que a família Martinelli é uma grande doadora da campanha de Udo, e faz pressão no prefeito para que ele participe das negociações, dando o aval fundamental para que o JEC receba o valor da Caixa. É o clássico problema das doações privadas para campanhas eleitorais: o apoio aparece, ao mesmo passo que espera uma retribuição depois da eleição.

O fato é que o JEC é muito maior que isso tudo. O clube está em uma cidade que tem torcedores fanáticos, parque industrial poderoso, e uma economia dinâmica, pouco vista no Brasil. Parece piada saber que depende de migalhas que a Caixa Econômica faz para se promover em cima de prefeituras e governos Brasil afora, lucrando com as contas de funcionários públicos, em uma vinculação no mínimo imoral. Achar que esta manobra política é solução para o clube é recair no mesmo erro de anos atrás, o que coloca em xeque a grande ascendência que o Joinville Esporte Clube conquistou após uma gestão séria assumir, dando fim a uma sequência que quase o fez chegar ao fundo do poço.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Recalque e ódio de classe batem e voltam em forma de vidas frustradas e ridículas

Fala na cara, quero ver!
FELIPE SILVEIRA

Olá, virgens, frígidos, frustrados, recalcados e hipócritas que habitam essas bandas chamada internet.

Não, não estou falando de você, caro leitor que não usa o facebook para chamar mulher de puta ou lixo, como vi hoje nos comentários (no facebook) da matéria do Notícias do Dia sobre o show da cantora Anitta em Joinville na noite de quinta-feira (15). Estou falando do tipo abundante de imbecil que faz isso.

É inacreditável ver coisas como essa hoje em dia, mas esse inacreditável está cada vez mais comum. E não é só na internet. Nas rodas de conversa por aí é comum ouvir coisas como “dança igual uma puta” ao se referir a funkeira sensação de 2013.

A explicação que eu mais gosto pra esse tipo de comportamento atende pela alcunha de inveja. Assim que começa o show das poderosas já dá pra ver lá no canto obscuro o bonde das invejosas - e dos invejosos.

Mas a gente também sabe que uma explicação só é muito pouco para qualquer coisa. Tem coisa aí, e essa coisa se chama ódio de classe.

Esse ódio é a gasolina que abastece o coraçãozinho desse povo recalcado e frustrado que é doido pra ter um rebolation e um bronzeado à Anitta, mas que, como não pode, taca pedra em quem tem qualquer tipo de destaque.

E incomoda mais quando esse destaque vem do funk, do rap, da poesia da periferia. Incomoda quando vem do pobre, nesse país de Cacos Antibes (personagem que gosto porque o entendo como uma crítica à imbecilidade da classe média).

E, nesse momento, cabe uma ressalva. A própria Anitta, apesar da adorável simplicidade, é uma figura controversa dentro da própria cultura do funk. Há críticas a respeito da glamourização que a artista leva ao funk (mais como peça da engrenagem do que cérebro por trás dela). No entanto, aposto que os babacas comentaristas de facebook passam longe dessa discussão. O raciocínio deles é que “se é funkeira, é puta”.

Eu, particularmente, não gosto de funk carioca (há exceções). Nunca curti a melodia e acho uma bizarrice que gostem das letras do MC Catra e outros do mesmo naipe. No entanto, minha crítica é para quem ouve Catra e o vê como sensacional enquanto chama a menina lá de vagabunda. É o machismo borbulhando nessas almas, pra dizer o mínimo.

E no passinho do volante vamos voltando à Idade Média. Já estamos pertinho, mas agora tem internet.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ouvir ou escutar?


O PT aprendeu com a última eleição?



POR CLÓVIS GRUNER

Os temas políticos pautaram o Chuva Ácida ao longo da semana. Um bom sinal, pois mostra que o blog está a cumprir seu papel, consolidando-se como um espaço alternativo de informação e discussão em uma cidade onde o debate de ideias sempre foi irritantemente frágil e a circulação de notícias está praticamente monopolizada por um único grupo empresarial. O texto do presidente do PT, Írio Correa, comprova isso. Houve choros e ranger de dentes, comme d'habitude. Bobagem: o Chuva nasceu plural e aberto, princípio claramente descrito no post que o inaugurou. Além disso, as ressalvas a Udo Döhler são justificadas e necessárias, embora não cheguem a me surpreender: não aprendemos ainda que um sobrenome alemão e uma carreira como empresário não fazem necessariamente um bom prefeito. 

Dos mais de 50 comentários contabilizados, o da Maria Elisa Máximo – ex-colaboradora do Chuva – se destaca. Lúcida, ela cobra do presidente petista – e, por extensão, do partido – aquilo que o título prometeu, mas não entregou: autocrítica. Além de apontar a necessidade de uma avaliação crítica do governo Carlito ainda a ser feita pelos petistas, lista alguns dos muitos equívocos cometidos ao longo dos últimos quatro anos. Subscrevo todos. O que ela cobra provavelmente já foi feito internamente, e quem já militou no PT – como eu – sabe que as tais “autocríticas” podem ser tensas e mesmo traumáticas. Mas o momento é outro, e uma discussão interna, por exaustiva que tenha sido, não basta.

Desta vez o PT não está a tratar apenas de mais uma derrota eleitoral. No pleito de 2012 perderam-se quatro anos de governo certamente por conta de inúmeros fatores externos – que vão da falta de uma maioria sólida no legislativo à oposição hostil de boa parte dos meios de comunicação. Mas uma avaliação séria e madura não poderia deixar de levar em conta os equívocos do próprio governo e de sua base aliada. O PT tinha a obrigação de dialogar com a sociedade e especialmente com seus eleitores, e o presidente do partido perdeu uma ótima oportunidade de começar a fazê-lo.

ASSUMIR OS ERROS – Sei que não é usual políticos criticarem a si e suas gestões. Se fosse, não teríamos o senador Luiz Henrique ocupando há anos um espaço privilegiado nas edições dominicais de A Notícia apenas e tão somente para desfilar seu monumental ego. Mas não é demais lembrar que no caso do PT joinvilense e de Carlito foram mais de duas décadas de oposição, pleiteando a oportunidade de governar a cidade. Responsabilizar a oposição e os meios de comunicação pelo fracasso não é o suficiente – aliás, o partido esperava o que por parte de uma oposição orquestrada pelo maior inimigo político do ex-prefeito? E dos comunicadores e veículos locais, historicamente hostis ao partido? Condescendência e simpatia?

A dificuldade em assumir a cota de responsabilidade já aparecia na entrevista que Carlito concedeu no final do ano passado. Segundo ele, seu único erro foi não ter obtido maioria na Câmara de Vereadores. E chega a responsabilizar Adilson Mariano pela rejeição ao governo. Mas há de se perguntar: os vereadores da oposição, os meios de comunicação ou Adilson Marino podem ser responsabilizados pela falta de transparência e pela dificuldade de diálogo com os movimentos sociais? As estratégicas equivocadas de comunicação, confiando uma área estratégica do governo, em especial a de um governo hostilizado pelas mídias e comunicadores, a um grupo despreparado e – como bem observou a Maria Elisa – muitas vezes covarde, foram escolhas de quem? E pelas alianças espúrias, o troca-troca partidário, as nomeações tecnicamente duvidosas, quem se responsabiliza? E pelo apoio a Kennedy Nunes no segundo turno, quando seria muito mais digno e coerente com a história do partido declarar-se neutro e liberar os votos de militantes e demais eleitores?

Eu trabalhei na assessoria de imprensa da campanha de 1996, e lembro como o monopólio do transporte público era um tema fundamental. Foram quatro anos e absolutamente nada, além do aumento nos preços das passagens, mudou. A gestão petista foi subserviente aos interesses monopolistas exatamente como foram as anteriores e continuarão a ser a de agora e as que vierem depois, e o transporte público em Joinville segue caro e ineficiente. Igualmente fundamental era o discurso de valorização e diálogo com os funcionários públicos, e não foi o que se viu na greve de 2011, quando o tratamento dispensado ao sindicato e aos servidores foi, mais que arrogante, autoritário.

É ingenuidade achar que o PT um dia voltará a ser o que era. Ninguém é governo impunemente. Mas o partido precisa decidir o que ele pretende ser – por exemplo, não dá para se dizer oposição ao governo mas autorizar que seus vereadores se declarem independentes em relação a esse mesmo governo. Avaliar e aprender com os erros são bons exercícios; eles ajudam a ponderar e planejar as possibilidades de futuro. Mas, antes, é preciso admiti-los.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ninguém é Marcos Queiroz por acaso

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há coisas que eu gostaria de saber sobre esse Marcos Queiroz, o empresário que teria engabelado um montão de gente em Joinville. Mais do que saber onde ele está – isso é trabalho da polícia – eu gostaria de saber é como ele conseguiu galgar degraus na cidade, ao ponto de ser visto por muitos como um empresário respeitável.

Se ainda estivesse no jornalismo diário, gostaria de fazer uma matéria reconstitutiva. Ver o percurso do homem desde que chegou à cidade e entender a rede de conexões que tornou possível a sua ascensão. Ninguém é Marcos Queiroz por acaso. Para chegar onde chegou, ele deve ter contado com conivências, silêncios e omissões.

O marketing pessoal é a parte mais previsível. Numa cidade como Joinville, onde muita gente pensa viver pela meritocracia (por mérito entendam “ganhar dinheiro”), é fácil passar a ideia de sucesso. É só exibir carrões, participar de churrascadas com alguns pretensos big shots ou postar passeios de helicóptero na internet. É mel na chupeta.

Mas qual era a relação desse senhor com o meio empresarial, a comunicação social, os políticos, a comunidade etc? Eis uma primeira coisa a saber: Marcos Queiroz foi convidado por um partido para ser candidato a vereador em 2012? Será? Se houve convite é porque havia chances de eleger o homem. Virgi.

Também tenho curiosidade em saber quais foram as relações que ele estabeleceu no meio empresarial. É claro que, pelo seu perfil, ele tende a atrair a arraia miúda do empresariado e também essa gente que está sempre disposta a tirar uma lasquinha do “sucesso” dos outros. Um aldrabilhas precisa passar a imagem de bem sucedido e isso atrai os bajuladores.

E por falar em bajulação, parece que o homem caiu nas graças de uma certa comunicação social. Mas teve gente que tomou um chapéu, porque não viu a cor da grana. Só que ninguém veio reclamar em praça pública. Coisa de malandro agulha: leva no buraco e não perde a linha.


Em tempo: hoje o jornalista Roelton Maciel publicou uma matéria no AN a mostrar um pouco mais da vida do sujeito. É uma história e tanto. Até de pastor evangélico ele já posou.

Fernando Krelling e a defesa do Plano de Governo do Prefeito Udo!

POR GABRIELA SCHIEWE

No meu último post falei e cobrei o Plano de Governo do Prefeito Udo, no que diz respeito ao esporte, inclusive destaquei-o.

Como o Chuva Ácida é um blog coletivo, aberto ao debate e todo o tipo de opinião, hoje trago aqui uma rápida conversa com o Presidente da FELEJ, Fernando Krelling.





Fernando Krelling, presidente da Fundação de Municipal de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville,
formado em Educação Física e pós graduado em Treinamento Desportivo. Militante na política, com raízes bem fortes na sua família, filiado ao PMDB e candidato à vereador na eleição última.






Gabriela Schiewe - No que diz respeito ao Plano de Governo para o esporte, não estamos vendo sua executoriedade, o que o Senhor tem a dizer?

Fernando Krelling - Em 7 meses de Governo, estamos trabalhando em etapas e ele está sendo executado e será totalmente atendido, dentro das possibilidades estruturais e financeiras da Fundação na totalidade dos 4 anos de mandato. Não vejo como o Plano ñão esteja sendo realizado, pois já estamos fazendo muita coisa, trabalhando dia a dia, como o desporto educacional, promovendo o esporte nas escolas, o desporto comunitário, melhorias na Arena, a reforma do Abel Schulz.

GS - Então a tão sonhada reforma do Abel Schulz enfim sairá do papel e ganhará formas concretas?

FK - O Abel estava interditado a praticamente 2,5 anos, totalmente abandonado. Já quando assumi a FELEJ, realizamos uma limpeza pois o lixo tomava conta do espaço. Agora, com os recursos em mãos, R$ 413.000,00, teremos 120 dias para finalizarmos as obras que está prevista a colocação de um piso mais adequado, assim como um sistema de drenagem devido aos problemas recorrentes de enchentes e, com isso, evitaremos que o ginásio torne a ser interditado.

GS - E o Ivan Rodrigues?

FK - Essa é uma situação mais delicada, visto que o orçamento para a reforma do Ivan Rodrigues gira na casa de três milhões, o que dificulta bastante a sua execução e, ainda por não haver projeto, a gestão anterior não o fez, então tivemos que fazer o trabalho do zero. O projeto já foi cadastrado a nivel Estadual e Federal e, no final deste ano será encaminhada a Emenda Parlamentar que, com a ajuda dos políticos de Joinville, esperamos que seja aprovada para então termos a verba necessária para iniciarmos as obras.

GS - Você acha que a decisão de cancelar os Jogos Abertos em Joiville foi acertada? E, temos condições de competir pelos primeiros lugares?

FK - A decisão foi correta pois não tinhamos condicões de realizar os Jogos Abertos integralmente em Joinville, teríamos que deslocar algumas competições para outras regiões o que entendemos que não cabe a uma cidade como a nossa realizar um evento de maneira fracionada e, se for possível, até o final da gestão, tentaremos, com toda a certeza, trazer, novamente os Jogos Abertos para Joinville. Joinville precisa de um evento bem feito, do tamanho que a cidade merece.
Já, a respeito de competir pelos primeiros lugares, estamos preparando nossos atletas para isso, mas nós utilizamos as bases para as nossas disputas, diferente de Blumenau, Florianópolis que buscam atletas de ponta de outros Estados para essa competição, ficando, muitas vezes, inviável a conquista do primeiro lugar.

GS - A desistência do basquete da disputa do NBB, como isso foi conduzido pela FELEJ?

FK - A FELEJ (poder público) deu apoio naquilo que lhe cabia e até onde era viável, oferecendo a parte de logística e contribuindo com o bolsa atleta. No entanto, o basquete tem uma despesa mensal de R$ 200.000,00 que teria que ser arcado pela iniciativa privada, da onde não houve a contrapartida. o nosso relacionamento o Leonardo Roesler é ótimo e vamos continuar tentando fazer o basquete uma referência para nossa cidade, como foi nestes últimos anos.

GS - Quais as perspectivas para a continuidade do seu trabalho frente a FELEJ?

FK - Em primeiro lugar zerar o caixa, pois ainda estamos pagando muitas contas da gestão passada. Após quitar todas as contas, começar 2014 com saldo positivo no caixa da FELEJ e assim dar andamento a todos os projetos, executar o Plano de Governo, se possível na sua totalidade e acrescentar aquilo que for melhor para o desporto joinvilense.



"Em primeiro lugar zerar o caixa, pois ainda estamos pagando muitas contas da gestão passada."



Na segunda-feira, quem foi ao Centreventos Cau Hansen sentiu fortes emoções, não foi nenhum capítulo final de novela das 9, mas foi de arrepiar e também não era BBB, mas teve um eliminado.

Krona 5 x 4 Florianópolis, com o gol da vitória marcado no seus últimos instantes, Vander Carioca, só para variar, arrepiando a galera, marcou três gols e até pediu música. Hummm foi praticamente a sucursal da Rede Globo então!

E, para finalizar, tivemos o coadjuvante que roubou a cena, o pequenino Deives, que diante de tamanha rapidez, agilidade e técnica apurada tem a capacidade de ocupar espaço que deveria ser ocupado por dois e ainda sacode seus companheiros, chama a torcida, ataca, defende, pula no meio da quadra, da saltos como se tivesse molas nos pés, mas as molas estão no seu espírito que o eleva a alturas não alcançadas por nenhum outro e isso se chama; vontade de vencer!