sexta-feira, 17 de maio de 2013

Golpe 2014 – EU VOU!


POR FELIPE SILVEIRA

Antes de mais nada quero dizer que estarei presente neste evento: Golpe Comunista 2014 no Brasil! (clique no link para confirmar presença também). É, certamente, a melhor coisa que pode acontecer para o Brasil e nós estaremos lá para fazer a nossa parte na construção de uma sociedade decente.

Para quem ainda não sabe, o evento foi criado após mais uma ridícula e hilária tirada dessa galera mais maluca de direita. Segundo eles, os 6 mil médicos cubanos que o Brasil quer contratar para trabalhar em regiões do interior (onde nossos médicos playboys não querem trabalhar) são guerrilheiros que vão dar um golpe comunista no Brasil. Acho que nem Woody Allen pensaria num roteiro melhor.

Mas vou dizer por que eu acho que esse golpe é a melhor coisa que pode acontecer pra gente. Além de já ter uma orientação de esquerda há alguns anos, eu li este texto do meu amigo Eliton Felipe de Souza, do blog Deglutindo Pensamentos, que fala sobre o sistema de saúde cubano (recomendo a leitura depois que você acabar de ler este texto). Aí o meu raciocínio foi o seguinte:

Um dos principais problemas do Brasil é a falta de estrutura – física e pessoal – do nosso sistema de saúde (do qual eu sou fã, diga-se de passagem). Tanto é que políticos se elegem com a promessa de priorizar a saúde. Então, como Cuba teve de fato um golpe comunista e a saúde foi de fato priorizada, acho que nada melhor do que um golpe comunista no Brasil para finalmente priorizarmos a saúde por aqui.

Enquanto isso não acontece, porém, a gente tem que seguir trabalhando devagarinho. Apoiar a greve dos trabalhadores, lutar por um transporte público gratuito e de qualidade, reivindicar uma política de transporte que respeite a vida do ciclista e do pedestre e não privilegie o transporte individual e motorizado, apoiar a luta dos estudantes por uma educação pública de qualidade.

Todas as questões citadas acima foram temas de passeatas, manifestações e debates nos últimos meses em Joinville. Os servidores estão nas ruas, os estudantes foram as ruas, o movimento social trabalha as bases constantemente. Mesmo assim, é comum ver o discurso de que “os jovens não se interessam”. De fato, há uma grande parcela que está preocupada com essas questões, mas elas estão aí sendo discutidas por quem se interessa. E são essas pessoas que fazem as coisas acontecer.

Todo mundo pode fazer a diferença em algum lugar, seja na escola, no bairro, na Câmara de Vereadores ou até mesmo na internet, afinal, o ativismo de sofá também é ativismo. Mas quem não quiser fazer nada, não precisa se preocupar. Logo chega 2014 e o golpe comunista já está marcado.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

The Walking Greve


Os vereadores estão solidários com os grevistas? Diminuam os próprios salários!

POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Tem vereador levantando bandeira no Twitter à favor dos grevistas porque, claro, pensa na qualidade de vida dos funcionários públicos joinvilenses. Não existe nenhum interesse obscuro nesse apoio. É uma solidariedade genuína. Muito nobre.

Mas vindo de uma pessoa que recebe mais de 10 mil reais por mês de dinheiro dos nossos impostos para manter seu alto padrão de vida. Dinheiro este que deveria estar indo para a saúde, educação, cultura etc.  Lamento, isso não é justo.

Vereadores joinvilenses recebem demais sim! Sabe que parcela da população recebe mais de 10 mil reais por mês? Uma minúscula minoria. Nem professores universitários que estudam e pesquisam a vida toda recebem perto disso. Esses são os bem intencionados que se puseram a serviço da população? Que deveriam estar trabalhando para o bom uso do dinheiro público?


Eu não tenho absolutamente nada contra a greve. Considero uma forma legítima de conquista de direitos, muitas vezes necessária. Claro que deve-se levar em conta que as formas de negociações pacíficas já foram esgotadas e não existe mais possibilidade de diálogo. Assim, naturalmente, parte-se para a pressão.

É triste, é.
Prejudica os usuários? Prejudica. Mas não é motivo para colocar a população contra os grevistas. Eles têm o direito de lutar pelo que acham certo, e a população deveria cobrar de quem pode resolver e ajudá-los a mudar esse quadro.

Se o prefeito pegou o caixa quebrado, o que não é novidade na nossa cidade, e se 60% da arrecadação vai para folha de pagamento, que resolvam os vereadores e seus assessores. Vamos cortar.

É justo que alguns funcionários fixos ganhem aproximadamente 2 mil reais e vereadores que estarão na câmara por apenas 4 anos (oi?) ganhem 5x mais?

Não é.

Impostos servem para garantir a qualidade de vida do morador da cidade, a longo prazo, nada mais.

O Udo doou o seu salário. Se os vereadores estão tão preocupados com Joinville, que façam o mesmo, diminuam seus custos.

Na Suécia os vereadores não recebem salário e não tem nenhum benefício.
Nem carro, nem diárias, nem celulares ou assessores como fazem os ricos vereadores de Joinville. E olha que as cidades aqui estão muito melhor cuidadas e organizadas.

Os vereadores suecos uma vez eleitos, saem de licença dos seus trabalhos e continuam recebendo o mesmo valor de suas funções anteriores, mas agora pagos pelo governo. Isso faz com que eles tenham realmente uma carreira profissional fora da vida pública. E é óbvio, o governo não gasta horrores porque os salários, claro, não são altos. As pessoas que se candidatam, de forma geral, querem realmente trabalhar pela cidade e não garantir o pé de meia.

Então, queridos vereadores, não fiquem de hipocrisia, fazendo de conta que estão apoiando o reajuste da inflação para os funcionários, quando o seu já está garantido. Nos últimos 10 anos seus salários dobraram, e não acredito que isto tenha sido só a inflação. De acordo com essa reportagem a maioria está muito satisfeita com o valor. Shame on you!

A Seleção foi convocada e o que você achou?

POR GABRIELA SCHIEWE

Inevitável comentar a convocação da Seleção Brasileira para a Copa das Confederações. Pela tônica da convocação, ficou muito claro que se trata de um trabalho a longo prazo, visando à Copa do Mundo.

Bom, como sempre a Seleção é um caso à parte, pois várias convocações se mostraram totalmente desnecessárias no que tange à tônica acima. Então, vamos começar falando dos que não foram convocados. É sempre mais bacana falar disso, porque criticar negativamente é muito melhor, não?

Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Ramires e Alexandre Pato ficaram de fora. E agora? Agora que não entendi mais nada. Será que o Felipão pode explicar o porquê de ter convocado esses jogadores se a sua tônica era outra?

O Kaká não vem jogando no Real Madrid não é de hoje. No entanto, teve uma participação bem ativa quando foi convocado, demonstrando qualidade e vontade em campo.

Alexandre Pato vinha sendo convocado, fez boas atuações e ficou de fora. Como assim?

Já o Ramires, corre à boca pequena, que o seu atraso custou a convocação. Pelo amor, não acredito que a qualidade de um jogador foi colocada de lado devido um atraso. Não aguenta???? Bebe leite. Gente, para que serve todo aquele staff da seleção e aplicação de multa? Nada disso é suficiente para colocar um jogador nos trilhos.

E por fim ele. Sim o aclamado Ronaldinho Gaúcho. Tudo bem, ele não fez nenhuma apresentação na seleção que chegasse aos pés do que vem fazendo pelo Atlético, mas esse papo também já virou chavão.

Até porque, como um jogador, nas poucas vezes que se apresenta (e em cada uma delas com peças diferentes) conseguirá apresentar o mesmo futebol que apresenta pelo seu clube, onde joga sempre com os mesmos companheiros, treina a semana inteira? Não precisa ser nenhum phD em física para chegar a esta conclusão.

Ah, mas o Bernard foi convocado. Sim, ele foi. Mas então porque não jogou mais pelos amistosos da Seleção? Hummm, coisa esquisita.

Ok, vou falar sobre a lista de convocados e confesso que, no geral, gostei. Sim, gostei. Divergência de nomes sempre haverá, visto que existe muito jogador brasileiro bom e por isso nunca haverá consenso na convocação.

Pelo menos, na sua grande maioria, todos que foram convocados se apresentaram bem na seleção quando requisitados. Uns menos, outros mais, mas agradaram.

Agora tem uma convocação que sou totalmente contrária, Júlio Cesar. Não dá mais para encarar ele como goleiro titular do Brasil. Já teve uma fase fantástica, mas já não se encontra nela faz tempo. Suas falhas, e das piores, são constantes. Na última Copa do Mundo já foi assim. Tem sido o mesmo no clube inglês em que vem atuando (veja a classificação no Campeonato Inglês, diz alguma coisa), nas vezes que atuou nos amistosos. Não da pra engolir, não é Zagallo?

Mas agora foi e o negócio vai ser torcer - e muito - para que saia alguma coisa boa disso aí.

Molhados, o que vocês acharam da convocação? Alguém que deveria ter sido convocado? Concordaram? Acharam um fiasco? Diz aí!

terça-feira, 14 de maio de 2013

O seu dinheiro jogado na rua

POR JORDI CASTAN

Há uma queixa, principalmente dos técnicos do IPPUJ, de pessoas que se consideram injustiçadas pelo pouco reconhecimento e até pelas críticas ao trabalho que desenvolvem. Chegam a posar de perseguidos, frente ao que não é mais que uma simples comprovação estatística  É importante que esse trabalho seja reconhecido e é a isso que nos propomos  neste texto.

Acompanhem as imagens (o primeiro conjunto de fotos se refere a obra realizada há poucos dias na Rua Padre Antônio Vieira). É evidente que a obra foi mal planejada, a rampa não atende à legislação sobre acessibilidade, o material é reaproveitado, a execução é péssima e o acabamento não deveria ser aceito se houvesse algum tipo de fiscalização. O pior é o perigo que representa o obstáculo criado, para os veículos que trafegam pela citada rua.



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O segundo conjunto de imagens, tomadas menos de uma semana depois de inaugurada a obra-mestre da nossa engenharia de tráfego, mostra que mais de um veículo já bateu nela, passou por cima do canteiro, quebrou o meio fio e que precisará ser refeita ou reformada. Alguém será responsabilizado? O mais provável é que não e que a obra seja reformada frequentemente.

Enquanto os contribuintes continuarem pagando a preço de ouro por obras de pessima qualidade e sustentando a incompetência que tem se instalado no país, seguiremos presenciando este tipo de obras mal feitas, um dreno de recursos públicos que, por mal usados, acabam sendo sempre escassos.

O prefeito Udo Dohler terá muito trabalho, com a equipe que tem se quiser mesmo cumprir o que veementemente afirmou no seu discurso de posse, quando afirmou: "Não permitiremos o desperdício de um único centavo do dinheiro público".



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A melhor parte da obra é o toque que proporciona o canteiro de flores de amor perfeito. Alguém imaginar que um canteiro de flor possa prosperar com 10 cm de barro sobre o asfalto mostra o nível de ignorância e incompetência que por aqui viceja e não acaba. É a cereja do bolo. 


O DINHEIRO DO CONTRIBUINTE - Há, entre a maioria da população, a percepção que as obras públicas projetadas e executadas em Joinville estão longe do ideal, tanto no que se refere à qualidade do projeto, quanto na contratação, fiscalização e execução.

É importante entender cada um dos passos. O projeto define o que será feito, onde será feito e de que forma será executado. Os projetos das obras públicas, em Joinville, são responsabilidade do IPPUJ. Depois do projeto pronto, a contratação compete à Secretaria de Administração, ao Ittran. Ou pode também ser responsabilidade da Fundema ou da Fundação Cultural, entre outros órgãos da administração pública que elaboram os processos licitatórios para contratar a empresa ou as empresas que executarão a obra ou serviço.

A fiscalização pode ser própria, da Prefeitura, ou contratada a terceiros. É responsabilidade da fiscalização garantir que a obra seja executada de acordo com o que foi projetado, verificando a quantidade e a qualidade dos materiais e acabamentos, para que o resultado final seja exatamente o projetado. Cabe à empresa contratada executar a obra de acordo com o projeto, nos prazos estabelecidos no contrato e pelo preço contratado.

Numa leitura rápida, fica claro que há uma boa possibilidade que o processo não funcione como o previsto e assim o resultado da maioria das obras públicas - não só em Joinville, mas em praticamente todas as cidades brasileiras - pode ser classificado entre ruim e péssimo. O maior problema, além de todos os incômodos que ocasionam estas obras mal projetadas, mal contratadas, pouco fiscalizadas e pior executadas é o desperdiço de recursos públicos. Dinheiro seu, meu, nosso, que corre pelo ralo. E além de gerar aditivos e sobrepreços exagerados na fase de construção, ainda exigem reformas e retrabalhos antes de ser inauguradas, e revitalizações ou reformas estruturais pouco tempo depois de entrar em uso.

Se nos concentrarmos em Joinville, não há uma obra pública de porte executada nos últimos 10 ou 15 anos que fique a salvo desta análise. Seja o Centreventos Cau Hansen, a Arena, a Passarela Charlot, o Megacentro Wittich Freitag na Expoville, qualquer um dos Parques do Fonplata ou das obras maiores de pavimentação e drenagem. A nível nacional a quantidade de obras que entrariam na lista é logicamente maior e os volumes envolvidos são quantiosos, desde a transposição do Rio São Francisco, passando pelas obras dos Jogos Panamericanos, sem esquecer as duplicação da BR 101 e tantas outras que com certeza estão ainda na memoria do leitor mais atento. A lista é, lamentavelmente inesgotável.

Se imaginava que a nova administração mudaria o cenário e que Joinville entraria numa fase em que a qualidade e a correta aplicação dos recursos públicos seria prioritária, então é bom tirar o cavalinho da chuva, porque a tônica é a mesma que em governos anteriores ou pior.