sábado, 18 de agosto de 2012

Vander Carioca e a volta da Nação Tricolor esfuziante.

POR GABRIELA SCHIEWE
PROFISSIONAIS? - Eu não sei se todos vocês sabem, mas antes de escrever sobre esporte, sou advogada. Nestes últimos dois dias estive participando de um Seminário de Direito Desportivo, na cidade de Curitiba e, mais uma vez, um assunto foi trazido à guisa, no que tange a profissionalização do atleta. 

Pode até parecer absurdo o que vou escrever agora, mas, apesar de ser um dos atletas de maior expressão desta década, em todos os esportes, Falcão não é um atleta profissional perante a lei. É muito difícil de aceitar tal fato, mas é a realidade do esporte brasileiro, em que o único atleta profissional é o jogador de futebol profissional.

VANDER CARIOCA - E, nesse contexto, após a partida esplendorosa, na noite de quinta-feira, pela Krona Futsal, seria uma atrocidade sagaz eu dizer que Vander Carioca não é profissional. Pode não o ser juridicamente falando mas, hoje, com 36 anos, o que ele realizou na vitória por 4 x 1 contra o Botafogo foi simplesmente magnânimo. A sua destreza, vontade, espírito de luta, vigor físico, desprendimento e entrega total aquilo que se propôs nesta noite, simplesmente o melhor que poderia doar ao seu time e companheiros.

Um atleta que já atingiu a sua notoriedade, foi vitorioso pelos clubes onde passou (e a seleção brasileira), não tem qualquer necessidade de provar alguma coisa. Mas ele resgatou no torcedor joinvilense de futsal o que havia ficado lá trás, fazendo a nação tricolor flamar suas vozes, reverberar suas emoções e corações palpitantes, numa só batida, Krona Futsal.

O esporte e, em particular o futsal joinvilense, pedia  um atleta desse esplendor, que não apenas executa suas funções no time, mas verdadeiramente veste a camisa e, sempre que for necessário, irá suá-la.

Vander Carioca você mostrou ao joinvilense que vale a pena torcer de forma apaixonante pelo futsal, assim como pelo JEC. A sua paixão vibrante a cada toque na bola, a cada tropeço do adversário que tenta freá-lo. Você discorre pela quadra e, inevitavelmente, atinge aquilo que é apenas questão de algum tempo: o gol.

E, mais que der repente, do homem atleta "profissional" se desvincula de toda essa capa que lhe reveste e tão bem lhe serve e, como um moleque (na sua melhor forma de conteúdo) comemora. Corre tresloucadamente pela quadra em participação com seus colegas, mostrando que, além de profissional, é nobre.

A você, Vander Carioca, eu teço os mais sinceros elogios e a mais prestosa homenagem e lhe reverencio. E só me restou, naquela noite inebriante, em que até as luzes se ofuscaram diante de seu brilho, lhe aplaudir. Parabéns! E não deixando de parabenizar o supervisor da Krona Futsal, por ter percebido este grandioso atleta e convidá-lo para se juntar às demais estrelas que aqui ja estavam, assim como ao diretor da equipe que o bancou.

NO CHUVEIRINHO - O JEC jogou na noite de ontem, fora de casa e, após 5 vitórias consecutivas, foi derrotado pelo Vitória, por 2 x 1.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Eleições 2012


Mistérios eleitorais


POR JORDI CASTAN

As declarações patrimoniais dos candidatos são verdadeiras caixas de surpresas. Eleitores atentos acham autênticas pérolas, não só no caso das declarações dos candidatos a prefeito, mas também entre os mais de 300 candidatos a vereador. Há algumas declarações que põem em dúvida a credibilidade que estas declarações deveriam ter e a transparência que proporcionam para que o eleitor possa fiscalizar os candidatos.




Um exemplo interessante é o do candidato Chico Zermiani, que em 2008 declarou como único bem um telefone celular no valor de R$ 600.



Nesta eleição ou seu patrimônio mudou e, como resultado do seu trabalho e esforço, acrescentou outros bens, como um barco adquirido em 2009 e a sua participação como sócio na Empreiteira Zermiani, avaliada em R$ 15.000. Até aí nada para desconfiar, mas a informação que segue:  SOCIO DA EMPREITEIRA ZERMIANI LTDA INSC. NO CNPJ 03.627.184/0001-02 ADMITIDO NA SOCIEDADE EM 07/10/2002 INATIVA"alertou os olheiros do Chuva Ácida.

Se ele é sócio desde 2002, por que a participação acionária que ele tinha da empreiteira Zermiani não apareceu na declaração de 2008?


O futuro de Joinville passa pela privatização?

POR GUILHERME GASSENFERTH


Com o pacote de concessões lançado pelo governo Dilma, reacenderam-se as discussões sobre privatização. Os fantasmas de Vale e das teles foram invocados pelos que odeiam a privatização, acompanhados de um discurso nada educado sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eu saúdo a presidente Dilma pela decisão que considero acertada e que espero ver estendida a aeroportos e portos, por exemplo.

Em Joinville, tivemos um recente exemplo de privatização que é motivo de aplauso. Embora o nome cause arrepios numa gestão petista, que tenta a todo custo afastar o rótulo “privatização” (esforçam-se para “desvilanizar” um inocente), é o que foi feito – entregar às mãos da iniciativa privada após reconhecimento da incapacidade. Felizmente.

Anuncia-se aos quatro cantos que Joinville é a cidade do turismo de eventos e negócios. Dá a impressão de que somos a Meca dos congressos, quando na verdade o que passamos é vergonha. Não foram um nem dois casos de organizações que após sediarem aqui seu evento disseram: Joinville, nunca mais.

Os camarins do Centreventos, a grande arena multiuso construída sem nenhum esmero técnico, são vergonhosos. Ano retrasado, ao participar da comissão organizadora de um evento da cidade, tive que ficar na porta do banheiro vigiando pra ninguém entrar enquanto um empresário de renome internacional defecava. Deu pra imaginar o constrangimento pra cidade? É só uma fechadurazinha de merda, gente. Literalmente. E aí temos acústica, logística, climatização e outros problemas bem maiores.

O teatro Juarez Machado é uma piada de mau gosto com Joinville. O Expocentro, em dias de chuva, não deixa os visitantes esquecerem da fama da cidade: goteiras por todos os cantos. E em dias de sol, o calor senegalês toma conta da atmosfera do pavilhão. E o que são as salas do “centro de convenções” Alfredo Salfer? Este é um equipamento de turismo de eventos, ainda nas mãos do governo – incapaz de reinvestir 1% do faturamento dos eventos ali sediados. Então, por que não repassar a uma empresa que consiga arrumar tudo isto?

Agora, volto a reconhecer o mérito da concessão da Expoville à iniciativa privada. Parabéns à Promotur e à Prefeitura. Em troca do direito de exploração por 25 anos, a empresa vencedora do edital terá que investir mais de 30 milhões de reais na construção de um centro de convenções decente (com auditório de 2.106 lugares, mais 8 salas para 204 lugares cada e ainda 6 salas de reunião com 12 lugares), ampliação do espaço para feiras (que será o maior do Sul do Brasil), readequação de todo o espaço e criação de um parque público utilizando a boa área verde existente por lá.

E talvez você se questione: e o que a Prefeitura e Joinville ganham com isto? Tudo! Com o modelo que foi proposto, a empresa deverá pagar uma comissão de 5% sobre o faturamento dos eventos (além dos tributos devidos) e devolver o equipamento (com todas as benfeitorias) após 25 anos. Por si, isto já seria motivo suficiente para ser um bom negócio. É importante ressaltar também que a Prefeitura não teria recursos para arcar com a obra, o que atrasaria ainda mais a superação desta demanda tão importante pra cidade.

Mas indo mais além, a expectativa é de triplicar o número de eventos atraídos à cidade, além de qualificar os que já existem por aqui. Isto significa que, numa conta rasteira, triplicaremos o ISS proveniente da prestação de serviços de eventos. Também os restaurantes, bares, taxistas, lojas, hotéis e prestadores de serviços ganharão mais e precisarão gerar empregos para dar conta da demanda. E se fizermos a lição de casa e mostrarmos nosso potencial e criarmos infraestrutura, o turista volta com a família pra conhecer a cidade outro dia. O turismo, se bem aproveitado, gera um ciclo virtuoso. E todos ganham.

Em sendo assim, e tendo a Prefeitura tido a coragem de iniciar este processo (também porque não lhe restavam muitas saídas), não ofende perguntar: por que não vão na mesma onda Centreventos Cau Hansen (e equipamentos anexos) e Arena Joinville? E o que dizer de ampliar a rede de saneamento básico com parceria público-privada? E mais um hospital na Zona Sul? Eu incluiria a BR-280 e o Aeroporto de Joinville, mas aí a alçada não é nossa.

E você, concorda que passa pela iniciativa privada a solução de muitos de nossos problemas?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Noel Rosa e o candidato a prefeito

POR ET BARTHES
Noel Rosa foi um exímio artista, um dos maiores da história da música brasileira. Em sua curta vida (morreu em 1937, aos 26 anos), compôs várias dezenas de sambas, alguns até hoje cantarolados e batucados Brasil afora. O leitor Christian Duarte Maia publicou em seu Facebook uma canção de Noel Rosa que chama muito a atenção pela contemporaneidade com o cenário político joinvilense, em especial pela similaridade com a situação de um candidato a prefeito cujo nome não diremos. Seria o cantor um vidente? Cantou Noel, lá no início do século passado:

"No tribunal da minha consciência,
O teu crime não tem apelação,
DEBALDE tu alegas inocência,
Mas não terás minha absolvição..."

Percebam como o cantor pronuncia a palavra destacada acima.