terça-feira, 10 de novembro de 2015

Joinville e a maldição do político "menos mau"





POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Quando se fala em eleições, em todos os níveis de governo, o fato é recorrente: os eleitores joinvilenses reclamam da falta de boas opções e acabam por votar no candidato menos mau. E quando se fala na eleição para prefeito de Joinville, aí então o caso atinge proporções desoladoras. Afinal, vale lembar que o menos mau ainda é mau.

A cidade tem perdido muitas coisas ao longo dos tempos. E talvez a mais preocupante seja a incapacidade de produzir políticos de qualidade. A política joinvilense tornou-se o palco para homenzinhos desprovidos de estatura ética, sem capacidade de liderança e com seríssimas debilidades intelectuais. E, por ironia, que se julgam grandes.

É a perda de um legado, porque Joinville já produziu lideranças. Mesmo que você não concordasse com as ideias de Pedro Ivo, Wittich Freitag ou Luiz Henrique, por exemplo, pelo menos sabia estar à frente de alguém com algum estatuto, uma pessoa capaz de levar um projeto político à frente (se bom ou mau projeto, não discuto).

Hoje, repito, só há homenzinhos. Não há mais políticos de referência. De modo geral, a política tornou-se sinônimo descredibilização. Mas em Joinville essa constatação assume proporções muito preocupantes. É só dar uma olhada para os representantes da cidade, em todos os níveis, para identificar essa debilidade.

Mas talvez o maior problema para os joinvilenses – porque interfere no dia a dia de todos – seja a falta de opções para a Prefeitura de Joinville. Udo Dohler parece ter perdido a chance de protagonizar um projeto vencedor, o que lhe permitiria aspirar a reeleição (se ainda tiver interesse nisso, claro).

Hoje poucos acreditam que Udo Dohler se reelegeria. Mas pode ser uma precipitação. Afinal, mesmo com a popularidade em níveis de maré baixa, está difícil surgir um concorrente forte. Pelo que se viu até agora, está difícil surgir um nome capaz de convencer os eleitores. E o pior: parece que a maldição de eleger o “menos mau” vai continuar a se abater sobre a cidade.


É a dança da chuva.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Lama!


O dilúvio e as 10 pragas em Joinville


POR JORDI CASTAN

Depois de mais de 40 dias de chuva, Joinville ganhou um dia sem chuva. Noé abriu uma janela na arca e soltou uma pomba. A chuva é a culpada de tudo. O problema é a chuva. Choveu demais... Assim fica fácil, até porque a chuva não pode se defender e nós não precisamos fazer nada. Ao fim das contas a culpa não é nossa, é da chuva. Teve até estúpido que, desde a sumidade da sua própria estupidez, culpou os colonizadores de terem escolhido o local errado e aindasugeriu que Joinville deveria ser em Barra Velha. Sem compreender que aí não seria mais Joinville.

Não vamos a discutir o quanto choveu. Tampouco vamos aqui a discorrer sobre a frequência das chuvas ou sobre a intensidade do El Niño, até porque tanto a chuva como o El Niño, são anteriores à Colônia Dona Francisca. Mas vamos discorrer aqui sobre as causas de que cada vez os estragos sejam maiores, os custos das obras para amenizar o impacto das enchentes sejam equivalentes aos das três principais pirâmides do Egito e o futuro que será com certeza ainda pior.

1.- A primeira praga foi a urbanização dos fundos de vale. Rios precisam de espaço para se espraiar em época de chuvas intensas. Os fundos de vale cumprem essa função. Absorvem mais água nos momentos de pico e aos poucos voltam ao seu volume normal. Ao urbanizar as áreas que permitiam que o rio alargasse, não resta outra saída para a água do que tentar recuperar os espaços que secularmente lhe pertenciam.

2.- A segunda praga a impermeabilização do solo urbano. Com menos áreas verdes e com mais áreas construídas, a água de chuva não infiltra a acaba chegando aos rios com maior velocidade e rapidez. O resultado é que se reduz o tempo e mais água chega ao sistema de drenagem, saturando-o e comprometendo a sua função.

3.- O aterramento das áreas de amortecimento das cheias. Quando um rio saía do seu leito natural, ocupava as áreas baixas na sua volta. Ao descer de novo o nível, as águas voltavam ao leito e os prejuízos eram menores ou inexistentes. Na medida em que se aterram as áreas que antes permitiam esse amortecimento - e sem a água ter para onde ir -, a cada nova chuva a água alcança cotas mas altas, provocando prejuízos onde não os tinha provocado. Assim a cada novo aterro teremos novas cotas de inundação. O que agrava mais e mais a situação.

4.- A quarta praga foi o aumento do perímetro urbano para áreas sabidamente alagáveis. De maneira irresponsável, planejadores, autoridades e legisladores têm autorizado o aumento do perímetro urbano e a correspondente urbanização de áreas sabidamente alagáveis. É sabido que o Jativoca, o Morro do Meio, o Cubatão alagavam com a menor chuva. Agora seguem alagando e causam prejuízos cada vez  maiores. Alguém ganhou muito dinheiro quando estas áreas foram urbanizadas e até agora ninguém foi responsabilizado.

5.- A ganância de políticos e especuladores que em troca de benefícios autorizaram loteamentos e a ocupação de áreas abaixo do nível da maré. Sem a cobiça de uns e a ganância de outros, esses loteamentos nunca teriam sido autorizados. Especial responsabilidade têm os órgãos de planejamento urbano, que não só não se posicionaram frontalmente contra o absurdo, mas calaram e contribuíram, com a sua omissão, para agravar o problema de centenas de imóveis localizados dentro da denominada “Mancha de Inundação” - aquelas áreas da cidade que pela sua cota de nível, não deveriam ser ocupadas.

6.- A construção de um prédio na margem do Cachoeira estrangula o rio. Um dos maiores absurdos é a construção, devidamente autorizada de um prédio, na margem do Rio Cachoeira, na frente de própria prefeitura... e os responsáveis fingem que não veem. Quem olha para o outro lado e que não tem a coragem que faz falta para implodir um prédio que nunca deveria ter sido construído. Em tempo: quem autorizou? Na gestão de que prefeito? Quem foi o secretário de obras?

7.- O avanço das construções sobre as margens dos rios. Esta praga tem dois componentes. O primeiro é o avanço das construções até as margens dos curso de água, impedindo completamente o espraiamento natural e cíclico dos rios, oprimindo-os e delimitando-os com muros, defensas e construções. Sem ter como espraiar e ocupar as áreas mais baixas os rios sobem de nível e ocupam áreas que antes não ocupavam.

8.- A destruição da mata ciliar. A mata ciliar protege rios, como os cílios protegem os olhos. Do mesmo modo a vegetação que cresce de maneira natural as margens protege os rios, evita o assoreamento, serve de área de expansão e espraiamento e ainda aumenta a área verde e serve de corredor  e refúgio para a fauna.

9.- A construção sobre os próprios rios e córregos, cobrindo os seus cursos, e em alguns casos construindo sobre eles. Não satisfeitos com a sétima praga, os joinvilenses ousaram ainda mais e construíram dentro dos rios. Colocaram prédios sobre o que ontem eram cursos de água. Chegaram a colocar estacas, construir muros e com isso estrangularam ainda mais o que já tinha sido estreitado. Sem acesso para manutenção e dragagem a cada nova chuva os rios de Joinville apresentam um problema maior.

10.- Converter rios e cursos de agua em lixões a céu aberto, que recebem de colchões a pneus, com isso reduzindo o volume de água e transbordamentos com maior facilidade. É possível encontrar de fogão a pneu, de colchão a carro roubado. Tudo cabe nos rios de Joinville, sem esquecer das bolsas de plástico, as garrafas pet e móveis velhos.

Mas há quem prefira dizer que o problema é a chuva, sem querer entender que o maior problema são as 10 pragas que sofre esta cidade desde a sua fundação. Hoje ainda poderíamos acrescentar outras duas. Os políticos corruptos e os gestores ineptos preferem culpar a chuva pela sua incompetência. Nem me surpreenderia que algum vereador mais assanhado não apresente um projeto de lei proibindo a chuva em Joinville em horários que coincidam com a maré alta.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Por onde andam, o que fizeram os nossos deputados estaduais? Você sabe?

POR SALVADOR NETO






"Deputados estaduais eleitos por Joinville respondem como vão representar a cidade - Saiba como Darci de Matos, Kennedy Nunes e Patrício Destro vão se posicionar sobre prioridades na cidade”. Esse era o título da matéria do jornal A Notícia no dia 7/102014 (clique e leiaaqui os posicionamentos). Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) assumiu o cargo após engenharia política do governador Raimundo Colombo (PSD) para recolocar peemedebistas na Assembleia Legislativa. Ele era o quarto suplente, e quando assumiu também se comprometeu com sua base eleitoral (assista aqui). Esses são hoje os deputados estaduais que deveriam estar trabalhando por você, eleitor da maior cidade de Santa Catarina. Você sabe o que eles estão fazendo por sua cidade até aqui?

Você os vê, por exemplo, batendo na mesa do governador Colombo para exigir que as obras do Estado em Joinville, como a famosa duplicação da avenida Santos Dumont, o elevado na mesma duplicada (só que não) avenida no cruzamento com a rua Tuiuti, o asfaltamento da estrada Rio do Morro na zona sul, a elevação e melhorias da rua Minas Gerais na zona leste,  aberturas das avenidas Max Colin e Almirante Jaceguay, e a grana preta prometida para pavimentação das ruas nos bairros e saúde (??), mais policiais militares e civis, entre outras obras e promessas que não acontecem nunca? Não. Publicamente então, jamais.

Escolas também esperam ação, grito, cobrança dos deputados
Você os vê reunindo a sociedade civil para organizar – de fato, não de mentirinha – para cobrar do governo estadual o que a cidade merece? Não. Os vê nas entidades sociais trazendo muitos recursos para a manutenção das mesmas, e também para obras importantes para a continuidade de atendimentos especiais como os deficientes físicos, visuais, intelectuais, downs, e tantas outras?

Diga assim, de primeira, qual o projeto de lei importante, relevante que Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes (PSD), Patricio Destro (PSB) e Dalmo Claro (PMDB) apresentaram, defendem ou aprovaram. Difícil não é mesmo?

Mas o que fazem os nobres deputados aparecerem? Ou é alguma eleição próxima (2016 está na porta), ou são as entidades da classe empresarial, ou a farra dos gastos com diárias, com viagens importantíssimas para a Europa, China, EUA que ninguém sabe qual benefício trouxe para Santa Catarina, e muito menos para Joinville, e também a mais recente farra descoberta com a alimentação dos nobres deputados catarinenses, entre os quais os nossos também se encontram utilizando o nosso dinheirinho suado, sofrido, que é recolhido regiamente aos cofres públicos, no caso, do estado.

Dizia o falecido senador, ex-governador Luiz Henrique da Silveira (criador de todos estes que aí estão), quando prefeito de Joinville, que a cidade era “a quinta roda da carroça”. Por isso precisaríamos eleger o governador – no caso ele, que foi eleito e reeleito – e muitos deputados.

A primeira parte conseguimos, a bancada grande não, e pior, sempre pouco efetiva nas conquistas e brigas pela cidade. Hoje, continuamos a ser a quinta roda da mesma carroça (talvez a sexta...), só que agora sob as rédeas do lageano Raimundo Colombo e sua turma. Entre os quais os nossos “representantes” Darci de Matos, Kennedy Nunes, Patricio Destro e Dalmo Claro.

Como do meu artigo anterior na sexta-feira passada no Chuva Ácida (leia aqui) quando lancei a ideia de não reeleger nenhum dos atuais vereadores na Câmara de Vereadores de Joinville para realizarmos a reforma política popular, que tal iniciarmos a fiscalizar e cobrar os nobres deputados estaduais que vivem à sombra, olhando de longe os graves problemas da cidade que os elegeu, sem esboçar indignação, força e cobrança ao Governo? Já chegaram à metade do mandato, e o que produziram? Pergunte a eles! Cobre, mande seu email, mandem em massa, mobilizem-se! Cidadania é isso.

Aqui seguem os links de suas páginas na Assembleia Legislativa de SC para sua pesquisa, e também os emails dos nobres. Faça a sua parte. Leia no início deste artigo, no link, o que eles disseram que fariam. Analisem. Eu faço a minha cobrando aqui publicamente mais ação efetiva, trabalho, conquistas de obras e recursos para a cidade que está virando um grande chão de fábrica, falido. Anotem e cobrem, encham as caixas deles, liguem:




Patricio Destro – email: não disponível no site da Alesc, pois o mesmo está licenciado...

Fiscalize, cobre, coloque a lista na porta da geladeira, exerça o seu poder.

É assim, nas teias do poder...