O vereador teria assim a oportunidade de esclarecer o seu
projeto e responder as perguntas que o post fazia e que seguem sem ser
respondidas. Se por uma parte concordamos que é necessário abrir exceções de
regularização para alguns imóveis, em especial residenciais unifamiliares, para
que a família possa regularizar e averbar o seu imóvel, garantindo uma gama de
outros serviços como vender, comprar, refinanciar, etc., por outra, discordamos
diametralmente. Essa não deve ser a regra. Uma das questões que o texto do
vereador Bento ficou devendo é sobre abrir exceções para a regularização de
prédios com 2, 3, 4, 5, 6 e até 8 mil metros quadrados.
Como citamos no post, para a construção de um empreendimento
desta envergadura, é necessário contar com os serviços técnicos de
profissionais, como arquiteto e engenheiro, e há ainda a fiscalização da
prefeitura. Não há como aceitar que construções destas características possam
ter sido construídas irregularmente. Os responsáveis não podem ser novamente
anistiados. É bom admitir o erro nestes casos, e ainda agir com firmeza.
Primeiro fiscalizando a própria fiscalização do executivo e verificando se não
houve omissão ou prevaricação. Não fazê-lo é fazer de palhaço quem constrói
corretamente, dentro das diretrizes municipais.
Ainda pior é que no projeto de lei permite-se a
regularização de imóveis irregulares com alvará de construção até novembro de
2011. Portanto, o vereador pretende conceder uma nova oportunidade de
regularização a obras construídas com posterioridade a LC 312, que estava em
vigor desde 2010. Ou seja, quando essa lei que já foi no seu momento uma forma
de legalizar os ilícitos anteriores já era conhecida e divulgada, ainda tinha obras sendo construídas ilegalmente. Injustificável essa proposta do vereador. Se empreendimentos de grande porte
foram construídos irregularmente, só pode ser porque houve má-fé ou erro
técnico.
Não cabe exceção na lei neste quesito. Nesses casos deve se
aplicar a lei com rigor. A impressão que fica é que enquanto tenhamos no
legislativo vereadores que pensem e ajam como o vereador Bento, Joinville será
uma cidade em que desrespeitar a lei compensa. A proposta parece, a meu ver,
uma tentativa de beneficiar a poucos, usando um discurso social que não tem
consistência.





