quarta-feira, 17 de junho de 2015

Um resumo do governo Udo

POR GABRIEL TAMBOSI NETO

Vamos ao resumão dos dois anos e seis meses do governo Udo Dohler (PMDB).
Trânsito continua caótico. Santos Dumont sem duplicação de verdade e tirando vidas quase semanalmente. Prorrogação da permissão das empresas do transporte coletivo sem realizar a licitação. Todos os anos tem realizado aumentos da tarifa do transporte, assim como o IPTU.
Não resolveram a demanda reprimida no setor de saúde conforme se comprometeu. Milhares de joinvilenses continuam esperando consultas, procedimentos e cirurgias. Tem dado continuidade no processo de privatização do SUS via organizações sociais. Mulher se acorrenta na frente do HSJ e PMJ para ser atendida. Noticiado que teto da sala cirúrgica cai enquanto acontecia operação. Falta de medicamentos constantemente nos postos de saúde. Alguns postos de saúde foram fechados e agora as pessoas tem que se deslocar para outros bairros.
Ainda não implantou a quantidade das escolas em tempo integral que prometeu. Milhares de crianças fora dos Centro de Educação Infantil. Desde o início do governo, alguns Ceis e escolas foram interditados ou ainda hoje estão com problemas sem nenhuma solução. Em um ato autoritário, afastou a fiscal Lia de Abreu da Vigilância Sanitária, fragilizando o setor.
Desvalorização da categoria dos servidores públicos municipais. Atraso nos salários. Parcelamento/atraso da contribuição previdenciária da PMJ. Fez muito pouco dos 300 quilômetros de asfalto que prometeu. A cidade ficou quase aeis meses com milhares de lâmpadas queimadas. Praças e ruas em geral as escuras, aumentando a insegurança dos cidadãos.
Estacionamento Rotativo cerca de 3 anos sem contrato. Banheiros da Rodoviária (interditado), PA norte fechado alguns meses, redução da verba para a cultura, asfalto na Estação Ferroviária colocado ilegalmente, rodoviária sem luz e com banheiros químicos, rebaixamento total do meio fio (contra política nacional e internacional de mobilidade e acessibilidade), reforma administrativa retrograda (extinção da Fundema - uma das mais antigas fundações ou primeira do país...era modelo para outras cidades.
Obs: a empresa Dohler foi multada pela primeira vez depois de colorir rio Cachoeira de vermelho) e por aí vai!

Lógico que tem coisas boas que aconteceram. Mas, cá entre nós, para quem era tido como o prefeito supercompetente e que prepararia Joinville do futuro, acho que governo Udo Dohler (PMDB) está muito fraco.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ideias que se espalham como um câncer



Não há nenhuma dúvida de que Joinville tem escolhido ser a maior. A maior cidade do estado, a maior economia, o maior colégio eleitoral, o maior consumo de energia. Enfim, a maior em tudo, mas sem perceber que "ser a maior" quer dizer também ter mais problemas, maiores problemas e mais complexos.  Enquanto o futuro da cidade for traçado pela mesma lógica que segue uma célula cancerígena, a de crescer indefinidamente, sem medida e sem controle, o resultado é previsível. E não é bom.

Surpreende uma cidade que teve a oportunidade de elaborar um planejamento estratégico - em que escolheu ser uma cidade na que se realizariam sonhos - tenha abandonado esta visão para ser uma cidade em que se materializam pesadelos. O desafio por uma cidade sustentável, moderna, inovadora, culta, eficiente e com qualidade foi abandonado em algum lugar do passado recente, para escolher o caminho do crescimento metastástico.

Os índices de saneamento básico, de segurança, de mobilidade ou de qualidade de vida em vez de melhorar têm piorado. O pior é que também os indicadores econômicos têm perdido fôlego, algo que só os nossos dirigentes e os partidários do lucro a qualquer custo não enxergam. Joinville segue apostando num modelo ultrapassado. O resultado é uma participação menor no bolo do ICMS, redução do emprego, aumento da violência urbana e uma cidade que esta cada dia mais ao léu.

O modelo de "quanto maior melhor" é obsoleto e condena a sociedade a viver em cidades com problemas insolúveis de mobilidade, de infraestrutura. Converte o sonho de morar em cidades modernas num autêntico inferno. As pessoas se amontoam em espaços cada vez menores, se reduz o tamanho dos lotes urbanos, se reduzem os índices de ventilação, de insolação, se aumentam os de densidade, se reduzem as áreas verdes, árvores e calçadas cedem espaço ao carro e o resultado é cada vez pior.

Não há nenhuma proposta para limitar o tamanho da cidade. Para melhorar a qualidade de vida dos joinvilenses, para atrair outro perfil de empresas, para potencializar outro tipo de negócios. O modelo segue sendo o de prolongar ao máximo o modelo atual, mesmo que exaurido, permitir que ganhe uma sobrevida, ainda que para isso precisemos comprometer o futuro das novas gerações.

Mas, afinal, a quem importa o futuro? O que interessa é o lucro fácil e imediato. E Joinville segue com este crescimento metastático, sob o olhar cúmplice de todos os que vampirizam a sociedade e dela se beneficiam.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Precisamos falar sobre Cristofobia

POR EMANUELLE CARVALHO

Precisamos falar sobre esse mal que assola nossa sociedade. Essa doença que tem consumido nossos jovens, que tem matado nossas crianças, perseguido nossos idosos.
Desde a partida de Jesus, Nero vem perseguindo cristãos por toda Roma. Não, espere, Nero não é mais o imperador.
Agora falando sério, a não ser que você ainda esteja vivendo o Império Romano numa espécie de RPG em tempo integral, ou em algum país teocrata sinto lhe informar mas você não sobre cristofobia. Aliás, se você vive no ocidente, especialmente no Brasil, você tem muitos privilégios em ser cristão.

Vamos ser didáticos e citar alguns exemplos:

- Sua prece é aceita por todos como """"""""""""universal""""""""""""""
- Mesmo que exclua uma série de outras religiões, especialmente as politeístas.
- Nas festas da escola do seu filho, a maioria das pessoas, incluindo a professora, a diretora e os orientadores irão falar sobre deus, referindo-se ao seu deus e não a Maomé, Oshun, Buda ou Zeus.
- Ninguém acha que você comete atrocidades porque é cristão.
- Seus valores, que não são necessariamente os valores de uma maioria,  estão acalacrados na sociedade.
- Você detém televisões que falam do SEU DEUS.
- Na câmara dos vereadores de sua cidade e na câmara dos deputados você pode encontrar facilmente parlamentares alinhados com as suas convicções, e que inclusive militam contra as convicções de outras religiões.
- Nas novelas, filmes, e telejornais as expressões das sua religião são facilmente identificadas. Todo santo dia.
- Suas marchas, paradas e eventos são transmitidos pela televisão e ninguém acha ruim.
- Você tem feriados para comemorar sua fé.
- Você tem mais de um feriado para comemorar sua fé.

Eu poderia passar o dia todo aqui, citando casos da vida cotidiana e tentando convencer vocês dos privilégios mas eu sei que privilegiados tem muita dificuldade em admitir suas benesses. Então vamos tentar abordar os motivos pelos quais você NÃO SOFRE CRISTOFOBIA neste país:

- Você não tem direitos negados porque é cristão.
- No seu trabalho, você não precisa se esconder e fingir que não é cristão por medo de ser demitido. Inclusive as pessoas amam seus valores!
- As pessoas não associam você ao HIV/Aids.
- Ninguém monta barraquinha nas suas festas porque você é público alvo.
- Você não precisa entrar na justiça pra que seu parceiro ou parceira seja reconhecido como pai/mãe da criança que vocês adotaram.
- Você não sente medo de apanhar na rua porque é cristão.
- Ninguém te mata neste país porque você está na rua e de repente deu pinta de que é cristão.
- Se você é adolescente, não corre o risco de ser expulso de casa porque é cristão.
- As pessoas não tem nojo de quem você em virtude da sua religião.

A lista é longa e o tempo é curto. Então, amigo, pense bem antes de falar bobagens. Você não é oprimido porque pontualmente alguém ofendeu a sua fé mas você é um ignorante quando acredita em unicórnios e cristofobia.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Lendas...

POR MÁRIO MANCINI


Do alto dos seus 164 anos, Joinville é recheada de lendas e dogmas. A mais recente é de que é bem administrada. É só esperarmos 2030 para entendermos, pois estamos no governo do “estamos verificando”,  “estaremos providenciando”, “assim que liberarem a verba”, “já estamos elaborando o projeto”, tudo no futuro, nada no presente.

Sendo assim, passam anos e nada é realizado para mudar este quadro, há mais de 20 anos esperamos um destino útil para a antiga prefeitura, a navegabilidade do Rio Cachoeira, as mais recentes são a reforma da praça do “espelho d’água”, a licitação do transporte coletivo, o estacionamento rotativo, o aluguel de bicicleta, são apenas algumas (as mais famosas) que estão no “limbo”, entrando para a lista das lendas urbanas.

Já os dogmas (um ponto fundamental e indiscutível) estão ligados à mobilidade urbana, como a ojeriza a elevados, a insistência em binários, a repulsa aos VLT e VLP, aliás, gostam de copiar Curitiba em alguns pontos, menos nos que interessam.

Isto se torna possível devido à passividade administrativa, há anos não temos um prefeito que, bem ou mal, esmurre a mesa exigindo que medida “A” seja realizada, certa vez escutei em uma reunião com um prefeito que “democracia demais atrapalha”, que isto estava resolvido, que seria assim e pronto, ledo engano, nada foi feito, ficando “tudo como dantes no quartel de Abrantes”.

Fica-nos claro que Joinville passa por uma crise administrativa, onde uns fingem que mandam e outros fingem que obedecem, como já escrevi a administração do faz para ver como fica, se der certo deu, se não deixa assim mesmo, ou seja, não há planejamento, pois se há não chega a etapa do feedback.


Portanto lendas, parlendas, dogmas e afins, só existem por má administração, por falta de comprometimento politico, incompetência, etc., e claro a conivência da população, que aceita tudo e continua a eleger com o coração e não com a razão. Simples assim.