POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Durante
a Copa das Confederações, escrevi aqui que misturar os (legítimos) protestos nas
ruas com o futebol era um tiro no pé. Porque em tempos de globalização as
coisas estão interligadas e se um país passa a imagem errada para o exterior,
isso certamente terá repercussões negativas para a economia.
Hoje
volto ao assunto por duas razões. A primeira foi o fato de, naqueles dias,
ter havido críticas à minha posição sob o argumento de que eu estava a
ir contra os movimentos populares. É tolice, claro. E a segunda é que a
Embratur acaba de divulgar os resultados do primeiro semestre, que reproduzo
aqui, num texto distribuído à imprensa:
-
Os estrangeiros que visitaram o Brasil neste ano injetaram quase US$ 3,5
bilhões na economia brasileira em 2013. O valor equivale a R$ 7 bilhões pela
cotação média do dólar neste ano. O resultado foi divulgado, nessa terça-feira
(23), pelo Banco Central. O resultado é 9,6% maior do que no primeiro semestre
do ano passado.
E mais.
A Copa das Confederações teve influência nos resultados, na mesma medida em que
a Jornada Mundial da Juventude, a decorrer neste momento, também terá quando as
contas do ano forem fechadas. O fato é que, apesar de muitos não estarem
interessados em destacar o fato, o turismo é uma fonte de renda da qual nenhum
país pode abrir mão.
“Já
estávamos batendo o recorde se considerarmos os resultados até maio, mas, com
certeza, a Copa das Confederações contribuiu muito nesse caminho, não só pelos
dólares que entram nos dias de jogos, mas pela visibilidade que o país ganha”, anunciou o presidente da Embratur, Flávio Dino, na mensagem para a imprensa.
Repito o que disse no texto anterior.
A Copa do Mundo e os
Jogos Olímpicos permitem vender a imagem do país no mundo. E, num prazo mais
longo, essa mediatização poderia ter retornos ao nível do turismo, da atração
de investimentos empresariais e da consolidação da imagem do país no exterior. Isso sem falar que temos direitos televisivos, viagens,
ocupação dos hotéis, merchandising, publicidade.
É a
economia, estúpido.