Hoje proponho um teste à sua capacidade de encarar dilemas e vou usar um caso
que está a dividir opiniões aqui em Portugal. E sem mais delongas, vamos logo à apresentação dos fatos.
A coisa aconteceu na cidade alentejana de Beja. No início do ano, um cão
pittbull matou uma criança de 18 meses. O cão pertence à família e o avô disse
que a criança entrou na cozinha com a luz desligada e, ao tropeçar, caiu sobre
o cão, provocando a agressão do animal. A família não apresentou qualquer queixa
às autoridades.
Mesmo assim a polícia decidiu intervir e, segundo a lei, nesse tipo
de situação o pittbull deveria ser abatido. As autoridades pegaram o bicho e
levaram para um canil, onde ficaria até o momento do abate. Só que nesse
ínterim os defensores dos direitos dos animais entraram em campo para impedir o
abate do pittbull, que atende pelo nome de Zico.
O pessoal lançou uma petição online, que hoje tem mais de 60 mil apoiantes, e surgiram páginas de apoio ao cão no Facebook. Além
de evitar o abate, também é pedido um tratamento digno para o aminal: “Sabemos que até ao final do processo, provavelmente o Zico não poderá
sair do canil. No entanto, vamos tentar que ele possa pelo menos ser passeado e
conviver com pessoas e animais (dentro do canil)”, diz a autora de uma página no Facebook.
Mas o que me levou a escrever este
texto foi o fato de ter lido os comentários lá no Facebook. A discussão está
acesa entre os que querem o abate e os que pretendem salvar o cão. Os
argumentos são quase sempre os mesmos, mas tem muita gente a dar o seu pitaco.
O QUE VOCÊ ACHA? Você é a favor ou contra o extermínio do
animal? Sendo de uma raça considerada perigosa, talvez essa fosse a solução
mais sensata. Mas também devemos considerar o argumento de que não há cães
violentos, apenas donos irresponsáveis. E isso permitiria poupar a vida do
animal para reeducá-lo.