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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Arte da Mentira Política

POR JORDI CASTAN

Na reta final da campanha eleitoral, quando os ânimos estão exacerbados ao extremo e quando a eleição está polarizada entre dois candidatos que tem visões de país e valores diferentes, achei oportuno resgatar um texto publicado em julho de 2010 no jornal A Notícia.

Não lembro de uma campanha de mais baixo nível que a atual. É verdade que a candidata a reeleição ou o ventríloquo que a controla já avisaram que "fariam o diabo" confesso que não esperava tanto. E esse é um erro de avaliação grave, da minha parte, deveria ter imaginado, mas teria ficado curto.

O desespero dos que correm o risco de ser apeados do poder é evidente e os leva a radicalizar isso nunca é bom. Perder o poder é um castigo muito forte para quem durante 12 anos tem tido dificuldade em separar o público do privado. Voltar a ser cidadãos normais pode representar um duro golpe para algumas figuras que sempre têm vivido pendurados nas tetas do dinheiro público.

Igualmente é dura a situação dos que, faz já doze anos, não têm acesso ao Governo Federal. Os ânimos estão acirrados demais, ambos lados radicalizam e na reta final da campanha lembro da cena de um filme de Marx, os irmãos Marx, não o Karl que tantos admiradores tem neste blog. "Mais madeira que é a guerra" é o grito de ordem. Hora de colocar toda a lenha no fogo e de seguir fazendo o diabo.




O Brasil já perdeu o resultado será um país rachado ao meio, entre nós e eles, entre norte e sul, entre ricos e pobres, entre vermelho e azul.

'As pessoas nunca mentem tanto quanto depois de uma caçada, durante uma guerra ou antes de uma eleição.' (Otto Von Bismarck)

A arte da Mentira Política


Recentes estudos comprovam o que todos já estamos carecas de saber. Todos mentimos, a diferencia reside na quantidade de vezes e no tamanho das mentiras. Mark Twain escreveu que “ Ninguém poderia viver com alguém que falasse sempre a verdade.” E é hoje que a sua afirmação se mostra profética.

Especialistas fazem questão de diferenciar as pequenas mentiras, aquelas chamadas caridosas, como por exemplo quando alguém próximo nos pergunta: você acha que engordei? Ou os contadores de historias, Quando todos sabemos que tudo não passa de um exagero ou de uma fabulação, neste grupo é fácil encontrar pescadores e namoradores. Que não podem ser colocadas no mesmo nível que aquelas proferidas pelos mitômanos profissionais, aqueles que tem como objetivo enganar, burlar e se aproveitar da boa fé dos outros.

Neste quesito ninguém consegue um refinamento maior que os nossos políticos. Inclusive já em 1600 o escritor britânico Jonathan Swift escreveu o seu tratado da Arte da Mentira Política, livro de leitura obrigatória em curso de graduação e doutorado, que mostra com todo luxo de detalhes a refinada técnica que deve ser desenvolvida para poder mentir com profissionalismo.

A arte da mentira, requer alem da teoria, a pratica. Só a pratica diária leva a perfeição. Entre as dicas que devem ser seguidas a risca pelos mitômanos profissionais, destacam a de não estabelecer prazos curtos para as promessas que façam, porque podem ser verificados pelos eleitores. Por isto não é recomendável dar datas exatas para inauguração de Parques, praças, PAs (Pronto Atendimentos), ou para asfaltamento de ruas e construção de binários. Sempre é necessário deixar a porta aberta para o imponderável, como desapropriações ou chuvas.

Outro tema que merece ampla discussão é se o povo, tem ou não direito a saber a verdade, a opinião geral é que o povo formado por gente ignara e pouco preparada, deve ser enganado sistematicamente, que não pode e não deve, pelo seu próprio bem, ser confrontado com a verdade.

É verdade, contudo, que frente as mentiras contumazes dos políticos profissionais, o povo responde com as suas. Numa ingênua forma de resposta e equiparação, comentando e fofocando, que fulano engordou no governo, que comprou casa na praia, ou que uma vizinha assegura que a mulher fez uma plástica, paga por um empreiteiro. Tem quem assegura que aquela ex-miss, teria sido a sua amante. Mentiras tolas, que o povo usa para, tentar se equiparar aos verdadeiros gênios do dissimulo e da truanice.