quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Anatomia de um desastre

POR CLÓVIS GRUNER
Na última sexta (28), José António Baço, meu colega de blog, publicou texto onde, sob o título “10 razões para o fracasso de Bolsonaro”, defende que a candidatura do deputado fascista está, como o título sugere, “condenada ao fracasso”. E vaticina: “Perdendo ou ganhando, o fato é que o candidato nada tem a oferecer ao país. Não tem uma proposta. Não tem um programa. Não tem uma orientação”.

Tudo isso é verdade. Mas se concordo com Baço no varejo, discordo dele no atacado: independente do resultado das urnas, Bolsonaro é o grande vitorioso dessas eleições, e por diferentes razões. Uma mais imediata: mesmo que não se eleja presidente, sua candidatura mobiliza votos suficientes para garantir bancadas parlamentares numerosas e fortes o bastante para barganharem, com os governos, cargos e retrocessos.

Além disso, levaremos anos para reconquistar o mínimo de civilidade, se é que conseguiremos, no debate público, depois que naturalizamos excrescências até há pouco tratadas como exceção. O estrago que uma campanha movida à  fake news, disseminação do ódio contra minorias, intolerância à democracia, às liberdades individuais e aos direitos humanos os mais elementares causa, não pode nem mesmo ser mensurado no curto prazo.

Bolsonaro é, de fato, um fenômeno: na história política recente, apenas Eduardo Cunha rivaliza com ele quando se trata de comparar políticos que, oriundos do chamado “baixo clero”, ascenderam tão rapidamente a posições de prestígio. Mas, diferente do antigo aliado, Bolsonaro disciplinou a sede com que foi ao pote e sobreviveu ao tsunami que, em graus variados, atingiu parte do “alto clero” nos últimos dois ou três anos.

Foi isso, e não sua suposta honestidade (e quem o diz não sou só eu, mas o próprio, em entrevista ao Jornal Nacional), que o manteve longe das manchetes policiais. Por outro lado, ele foi hábil o suficiente para se descolar rapidamente tanto de seu passado próximo ao PT – ele pertenceu à base de sustentação dos governos Lula e Dilma –, quanto de sua aliança e de seu partido, o PSL, com o governo Temer.

Há muitas, inúmeras razões, para temer Bolsonaro. Democratas à esquerda e à direita, têm alertado para os constantes ataques do candidato às minorias, seu desprezo às liberdades individuais e aos direitos humanos, e do quanto isso, entre outras coisas, compromete a imagem do país entre as nações desenvolvidas. Mas boa parte de seu eleitorado parece disposto a votar nele, não apesar, mas justamente por isso.

Como na Venezuela – Talvez porque se sintam desconfortáveis em viver em um país onde, como em sociedades de democracia mais estável, mulheres, negros e LGBTs têm seus direitos os mais básicos garantidos – por exemplo, o de perceberem salários iguais ou de não serem agredidos e assassinados em função de sua etnia e orientação sexual. É possível que vejam em Bolsonaro a possibilidade de voltarmos a algum estágio anterior, mais próximo da sociedade do século XIX, época em que, acreditam, a família tradicional brasileira não era ameaçada pelas minorias.

Mas Bolsonaro não representa apenas um atraso civilizacional, nos costumes e liberdades. Um passeio por suas declarações e de alguns de seus principais assessores, como o candidato à vice, o general Mourão, e o pretenso futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, além de uma leitura atenta de seu programa de governo, sinalizam mais claramente que o retrocesso será muito mais amplo. E nem seus eleitores mais devotos escapam dele.

O general Mourão, por exemplo, já falou em “autogolpe” e em “Constituição sem constituinte”, redigida, de acordo com ele, por um grupo de “notáveis” e submetida depois ao crivo de um referendo popular, sem a interferência da oposição. Uma proposta semelhante ao processo que culminou, na Venezuela chavista, com a promulgação da Constituição bolivariana que vigora por lá atualmente.

Em entrevista recente, o próprio Bolsonaro afirmou não reconhecer outro resultado que não a sua vitória, e já defendeu também a ampliação de 11 para 21 o número de ministros no STF, para que possa nomear a maioria dos juízes durante seu mandato. Não sei se os comentaristas anônimos sabem, mas foi o que fizeram os generais brasileiros e também Hugo Chávez, na Venezuela, e por uma razão: controlar o judiciário é um dos princípios elementares de qualquer ditadura, à direita e à esquerda.

Mas talvez você seja daqueles que acredita na existência de ditaduras do bem, as de direita. E não se importa com porões clandestinos funcionando, quem sabe para eliminar de vez os tais 30 mil que a ditadura brasileira deixou de matar, desde que o Estado seja eficiente e o mercado, livre. Bom, nesse caso, sugiro revisitar urgentemente o histórico de votações de Bolsonaro em seus pouco produtivos 30 anos como deputado federal.

Ele pode ter mudado, é verdade. Mas temo que não para melhor. Mourão já vociferou contra o 13º, essa “jabuticaba” paga aos trabalhadores brasileiros – ele não parece incomodado com os cerca de 5 bilhões gastos anualmente em pensões a filhas solteiras de militares. Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista e defende a criação da carteira de trabalho verde-amarela, que não garante os direitos da tradicional carteira azul, e que costuma vender como solução ao desemprego.

Uma singular noção de eficiência – Sabemos no bolso de quem tais medidas impactarão mais drasticamente: nos mesmos que pagarão mais com a alíquota única do Imposto de Renda. A proposta de Paulo Guedes e Bolsonaro, de um percentual único de 20%, favorece quem tem renda maior e pagará menos imposto, e obriga os de baixa renda a desembolsar mais. Traduzindo: ganham os mais ricos, perdem os mais pobres. E há o retorno da CPMF; Guedes o defende, Bolsonaro diz que não. Mas como se trata de um mentiroso contumaz, não há porque acreditar nele.

Tem mais? Tem. Bolsonaro é contra o Bolsa Família; acha que a “molecada” tem “tara pelo ensino superior”, e por isso quer limitar o acesso dos menos favorecidos às universidades públicas extinguindo as cotas; defende o ensino à distância desde a alfabetização; e aposta na disciplina espartana do ensino militarizado, alheio ao fato de que qualidade em educação depende principalmente de investimentos que, entre outras coisas, valorizem os professores, suas carreiras e seus salários.

A única novidade do programa de Bolsonaro naquilo que ele afirma ser especialista, a segurança, é garantir que o cidadão comum, sem nenhum tipo de preparo ou treinamento, seja responsável direto pela sua proteção e do seu lar. Afinal, para que política pública se o “cidadão de bem” está disposto a morrer defendendo ele mesmo as fronteiras do lar e, de quebra, armar o bandido, só pelo prazer de portar e exibir um segundo falo?

Antes de levar um “cala a boca” e ser obrigado a cancelar suas aparições públicas, Paulo Guedes, cuja carreira era obscura até encontrar um beócio para chamar de seu, defendeu zerar o déficit público em um ano vendendo todas as estatais e todos os terrenos do governo federal – a proposta está no programa de governo de Bolsonaro. A expectativa, afirma, é conseguir arrecadar até 1 trilhão de reais aos cofres públicos.

Não sei dizer se por “todos os terrenos” devemos entender também os que incluem prédios públicos, e se Bolsonaro pretende transferir a estrutura governamental para imóveis alugados. Mas economistas sérios já alertaram para o fato de que a participação do governo nas estatais passa longe do trilhão – gira em torno de 140 bilhões. Além disso, não é possível privatizar todas as estatais em apenas um ano – vender empresas públicas não é como ir à feira no final de semana.

Anti-petistas, o grosso do eleitorado de Bolsonaro, costumam acusar quem votou em Dilma Rousseff na última eleição, de sabermos o que estávamos a fazer e que, por isso, não há motivos para reclamação. Na devida proporção, eles têm alguma razão. Mas devolvo a provocação: o desastre social, político e econômico de um governo Bolsonaro está devidamente anunciado. E demasiadamente explicado para desautorizar dizer depois: “eu não sabia”.

36 comentários:

  1. O Bolsonaro será um desastre, segundo a opinião dos grandes profetas Baço e Clovis.

    O interessante é que esses dois jegues não comentam absolutamente nada sobre tudo o que já foi desvendado sobre a quadrilha do PT, sobre o despreparo da Dilma e sobre os crimes do seu líder supremo Lula. Especialmente agora, com a recente delação do Palocci e do envolvimento do Haddad na Lava Jato.

    Pacheco e Clo, dois tapados.

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    1. Olha o Lula, o carro do sonho e a pipoca bem quentinha. Já entendi. E sobre o texto, algum comentário?

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    2. Meuuuu, chorei de rir com a sua resposta!!! Texto excelente!

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  2. "Anatomia de um desastre"...

    Clovis, porque você não desenvolve um texto com esse mesmo título, para as recentes declarações do Zé Dirceu? Declarações estas que citam a tomada de poder (não pelas vias democráticas, ou seja, GOLPE!), extermínio das investigações do MP, regulamentação da imprensa (leia-se, CENSURA!), da expropriação dos bens da elite e demais medidas FASCISTAS?

    Quem ainda defende o PT:

    IGNORANTES
    INGÊNUOS
    MAU CARACTERES


    Imagino que este post não será publicado, como tantos outros que não foram, mas o que importa é que vc leia.


    HGW XX/7







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    1. Olha o Lula, o carro do sonho e a pipoca quentinha que estão passando! Agora fala do texto. Algum comentário?

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    2. Sim, tenho:

      "Bolsonaro, fascista, bla, bla, bla,... e, claro, carro do sonho e pipoca quentinha."


      HGW XX/7

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    3. 09:07, uma dica, para poupar seu tempo futuramente: quando eu não quero publicar comentários anônimos, eu simplesmente não os leio. Aliás, tolinho, é para não os ler que eu não os publico.

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    4. Ah, loca! KKKKKKK

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  3. Ainda bem que na rede tudo fica registrado. Daqui a algum tempo irão perguntar: “sabe o presidente que você chamou de facista? Pois é...”

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    1. “Sabe o presidente que você chamou de fascista? Pois é... ele é fascista”.

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  4. Pessoal, vamos marcar mais uma manifestação #EleNão pra próxima sexta. Vamos todos, feministas e feministos, gritar mais forte ainda...

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  5. É bom lembrar o professor de história que, uma vez que o PT volte ao poder, o povo estará referendando a organização criminosa que pilhou o país nos últimos quinze anos.

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    1. PT, Lula, carro do sonho e pipoca quentinha. Se tiver algo a dizer sobre o texto, fique à vontade.

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    2. https://franciscoprado.com.br/batendo-palmas-pra-maluco-dancar-entre-esquerdoidos-e-bolsominions/pernalonga-de-batom/

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  6. Clóvis fake news não consegue escrever uma linha sem mentir.
    E depois não entendem pq a população tem NOJO da esquerda.

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    1. Mentira? Você podia me apontar, no texto, onde eu menti. Se você provar que é mentira, apago o que está escrito.

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    2. Imposto de renda
      Bolsonaro defendeu a proposta de seu principal assessor econômico, Paulo Guedes, que isenta do Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos. Pela proposta, para quem ganha acima disso, será cobrada uma alíquota única de 20%.

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    3. Bolsonaro tirou a proposta da manga em entrevista à Joven Pan, no dia 24/9, para tentar remediar o estrago da declaração de Paulo Guedes, que anunciou no dia 18/9, em reunião com empresários reunidos pela GPS Investimentos: alíquota única de 20%; retorno da CPMF e fim da contribuição patronal para a previdência.

      Como diria Álvaro Dias: tente outra vez.

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    4. O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, propôs nesta terça-feira (14) aumentar o benefício do Bolsa Família com recursos provenientes de auditorias que excluam pessoas que não tenham direito ao benefício e que continuam recebendo o repasse.

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    5. O vice de Bolsonaro já admitiu, mais de uma vez, que é contra o Bolsa Família e quer diminuir o valor do beneficio:

      https://www.valor.com.br/politica/5713051/vice-de-bolsonaro-general-mourao-admite-reduzir-bolsa-familia

      O próprio Bolsonaro afirmou que o programa criou uma “geração de preguiçosos”, mas voltou atrás agora que é candidato, por razões mais ou menos óbvias:

      https://aosfatos.org/noticias/entre-ampliar-ou-cortar-bolsa-familia-bolsonaro-muda-de-opiniao-em-apenas-dois-dias/

      É verdade que no Programa de Governo (se é que se pode chamar aquilo de Programa de Governo), fala-se em criar um Programa de Renda Mínima para todos as famílias brasileiras (oi?!).

      Mas quando foi informado disso pelo jornal “O Globo”, o candidato disparou em suas conta no Twitter: “Meu Deus! Kkkkkkkk! É inacreditável!”. Não sei se você entendeu o “kkkkkkk”, mas isso quer dizer que Bolsonaro desconhece o próprio Programa de Governo (passe o exagero):

      https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/bolsonaro-ironiza-proposta-que-consta-em-seu-proprio-plano-de-governo/

      De qualquer modo, não custa lembrar que em 1989 Collor dizia em campanha que o PT, se ganhasse, confiscaria a poupança de toda a população. E a gente sabe o que aconteceu depois.

      Bom, tente outra vez. Parece que você gosta de passar vergonha. Eu estou gostando. Se eu fosse uma pessoa melhor, me sentiria mal em humilhar publicamente um bolsominion. Mas eu não sou uma pessoa melhor.

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    6. Humilhar Clovis? Sério?... Hahahahahaha...

      Petista que defende criminoso não tem condição de humilhar ninguém!

      Petista que critica juiz e ignora delação de amigo do criminoso, não tem condição de humilhar ninguém!

      Petista é "Idiota Útil"... ele só consegue... é se humilhar!


      HGW XX/7

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    7. Porra, Clóvis. Não humilha. Ou o cara não volta mais e aí a gente fica sem diversão...

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    8. https://franciscoprado.com.br/batendo-palmas-pra-maluco-dancar-entre-esquerdoidos-e-bolsominions/pernalonga-de-batom/

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    9. JAIR BOLSONARO, 63 (PSL)

      Imposto de Renda
      Unificar alíquota de IR das empresas em 15%; fixar alíquota máxima para pessoa física em 20%, mantendo as alíquotas mais baixas (de 7,5% a 15%); isentar o IR de contribuintes com renda de até cinco salários mínimos.

      https://www.google.com.br/amp/s/www1.folha.uol.com.br/amp/mercado/2018/10/candidatos-que-lideram-disputa-querem-rever-regras-do-imposto-de-renda.shtml

      Esquerdopata

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    10. Já na mensagem sobre o principal programa social dos governos petistas, o Bolsa Família, a campanha voltou a enfatizar a necessidade de investigar supostos desvios de recursos, sem prejuízo para os beneficiados. “As fraudes no Bolsa-Família são comuns. São milhões que deixam de chegar à que realmente precisa (sic)”, ressaltou o texto. “A destinação correta resultará num grande impacto financeiro positivo e de ajuda para quem realmente precisa.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

      Ahhh meu deus!! Uma proposta para acabar com fraude. Entendo que um petista não entenda uma proposta que não envolva corrupção e roubalheira.

      Grande abraço para o Debi e o Lóide. E parabéns pelo grande sucesso do blog. Qua qua qua

      Vai votar em quem mesmo Debi?

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    11. 00:40, a matéria é de ontem, dia 04 de outubro. Nem ele, nem Paulo Guedes, defendiam isso no final de setembro. Como já lhe disse - ou a outro anônimo, que vocês são todos covardes, como seu candidato, que fugiu do debate ontem. Vou colar aqui:

      "Bolsonaro tirou a proposta da manga em entrevista à Joven Pan, no dia 24/9, para tentar remediar o estrago da declaração de Paulo Guedes, que anunciou no dia 18/9, em reunião com empresários reunidos pela GPS Investimentos: alíquota única de 20%; retorno da CPMF e fim da contribuição patronal para a previdência."

      É óbvio que um candidato, além de covarde, mentiroso, vai desdizer o que disse, porque sabe que pode contar com trouxas feito você pra acreditar nas mentiras que ele conta.

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    12. 00:53, como não tem como saber se você é o mesmo dos comentários anteriores já que são covardes como o seu candidato, que fugiu ontem do debate, só vou colar aqui o que já comentei ontem:

      - o vice Mourão sobre o Bolsa Família:
      https://www.valor.com.br/politica/5713051/vice-de-bolsonaro-general-mourao-admite-reduzir-bolsa-familia

      - seu candidato sobre o Bolsa Família:
      https://aosfatos.org/noticias/entre-ampliar-ou-cortar-bolsa-familia-bolsonaro-muda-de-opiniao-em-apenas-dois-dias/

      - seu candidato, mais uma vez: "Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." Abaixo, o link para a matéria:
      https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/08/1913378-na-festa-do-peao-bolsonaro-critica-bolsa-familia-e-legislacao-ambiental.shtml

      - aqui tem maiores detalhes sobre a concepção que seu flatulento candidato tem sobre "acabar com a fraude" no Bolsa Família:
      https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/bolsonaro-defendeu-esterilizacao-de-pobres-para-combater-miseria-e-crime.shtml

      Quer mais? É sempre um prazer desmascarar um fascista e seus seguidores. Pena que eu não tenho como saber quem são meus interlocutores porque vocês, como seu candidato, são uns covardes. Só espero que vocês não sofram, como ele, de flatulência seletiva.

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    13. Um esquerdista petista que gasta tempo num blogzinho somente pra ser zoado (ou alguém viu algum leitor por aqui?) chamando alguém de trouxa. E pra variar choramingando por comentarios anonimos. É sempre essa choradeira. Irônico. Abraço Lóide. Não falou seu voto (eu já sabia).

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    14. Meu voto? Boulos.
      Leitores? Nesse texto, quase mil. Mas no meio sempre tem alguns trouxas, porque nada é perfeito.

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    15. Boulos, Clovis? Boa
      Baço vote no Boulos também!
      Demais esquerdistas daqui, sigam essa sugestão!

      Provem ao Brasil que Boulos não é um “0% à esquerda”!

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    16. Sim, Boulos. Eleição não é uma loteria, e você vota em um programa (quando ele existe) e um candidato, com os quais tem mais afinidade.

      Por exemplo: vocês votam em um programa (passe o exagero) que vai transformar o Brasil em uma Venezuela de direita, e em um candidato que tem como referência um militar que torturava e estuprava mulheres na frente de seus filhos pequenos.

      Sinceramente, eu prefiro votar no zero à esquerda.

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  7. O problema é que a alienação dos que votam no Bolsonaro é impressionante. Pelo simples fato de ser anti-pt (o que é um direito e aqui não cabe isso discutir), estão cega e odiosamente em quem promete acabar com tudo que aí existe (esse "quem" está muito bem descrito acima pelo Clóvis). Questiono então porque não procurar alternativas mais coerentes e amenas e que também são anti-pt? E elas existem no mercado político. Difícil, impossível entender.

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  8. Os anônimos ficam nessa coisa de Lula, PT, Dilma apenas para tentar fazer de conta que há alguma racionalidade na coisa. Mas a verdade, sabemos todos, é que eles são louquinhos por um fascismo.

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  9. Boa tarde professor Clóvis, sou militar do Exército e estou incrivelmente entristecido com o panorama destas eleições. Concordo plenamente com seu texto, inclusive fiquei impressionado que algo que o senhor citou é exatamente o que conversei com um amigo nesta segunda-feira (01/10/2018). Como disse, sou militar do Exército e sirvo atualmente em Boa Vista-RR, e aqui fiz amizade com alguns venezuelanos, e com um deles (Enfermeiro), conversei sobre nossas eleições e perguntei o que ele achava; surpreendentemente ele disse: "...tenho prestado atenção ao que está acontecendo, e te digo que o candidato Bolsonaro tem um estilo de discurso e propostas muito similar ao que o Chavez fez na Venezuela.". Ele passou a elencar uma série de promessas e ações do Chavez que são iguais ao que Bolsonaro defende; entre elas colocar uma série de ministros militares, prometer acabar com a corrupção, modificações na constituição, etc. Sabemos que as mudanças de Chavez levaram à centralização do poder todo nele, e a democracia definhou. Até entendo o desejo das pessoas (segurança, honestidade), no Brasil, mas acreditar que todos desejos possam ser realizados assim, por conta de uma figura política como o Bolsonaro; não consigo aceitar. As pessoas não sabem o que é viver em um ambiente militarizado, o quão desprovido de sensibilidade a caserna é; ou talvez eu esteja errado. É provável que eu esteja errado. Enquanto uns poucos almejam maior autonomia, liberdade e democracia, parece que um grande número de pessoas prefere a servidão voluntária; abrir mão da liberdade e diversidade em favor da segurança de ter alguém, como a figura simbólica de um deus ou pai, uma autoridade superior, que lhes garanta segurança; que não os faça pensar muito, decidir, etc. Um grande abraço Clóvis (Se lembrar de mim, ou imaginar quem eu seja, por favor não cite meu nome).

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    1. Quero crer que uma parte, pequena, do eleitorado de Bolsonaro vota nele por algum tipo de indignação dispersa e difusa contra "tudo o que está aí".

      Mas, como você, não acredito que seja nisso que acreditem a maioria de seus eleitores, que dispõem de informação suficiente para saberem os riscos da escolha política que fizeram.

      Não é a primeira vez que digo que o único candidato capaz de transformar o Brasil em uma enorme Venezuela é Bolsonaro. Acho ótimo que essa mesma informação venha de alguém que tem um ponto de vista privilegiado, como militar.

      Uma pena que, nesse ambiente contaminado por comentaristas anônimos com a estatura moral e intelectual como os que costumam frequentar o blog, desconfio que não fará muita diferença.

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