Geddel Vieira Lima é o personagem da vez. Mas mais do que a notícia da sua prisão, foi o seu choro ao saber que continuaria preso a encher as manchetes. O juiz da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal negou o pleito da defesa, que pedia a troca da prisão pelo uso de tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar.
Não tenhamos dúvidas. As lágrimas de Geddel Vieira de Lima são verdadeiras. É certo que o político tentou fazer parecer que o motivo é a própria honra (chegou mesmo a evocar o próprio filho, para criar alguma empatia), mas a coisa é mais simples: caiu a ficha. O problema aqui é o choque de realidade. É ver o sol aos quadrados.
O ex-ministro, personagem com décadas de trânsito nas estruturas do poder, “cresceu” habituado à ideia de impunidade dos poderosos. Há uma geração de políticos brasileiros que à décadas opera por essa lógica. Os apelidos Caju, Botafogo, Missa, Mineirinho, Primo, Justiça ou Babel, por exemplo, não são obra do acaso.
O sentimento de impunidade continua a existir, claro. Mas há um problema: o que antes era uma certeza hoje tornou-se aleatório. Antes os caras andavam pelos corredores do poder com enorme à vontade, mas hoje muitos têm que pisar miudinho, não vá o diabo tecer as suas tramas. Foi o que aconteceu a Geddel, um alvo dessa randomização das prisões.
Mas o que se pretende aqui não é julgar o homem. Isso é trabalho da Justiça. A ideia passa por mostrar dois momentos na vida de Geddel Vieira Lima. O primeiro na pose de moralista anticorrupção e outro a encher a telinha de lágrimas, no momento em que cai a ficha. Enfim, é um caso em que fica apropriado dizer: nada como um dia atrás do outro.
É a dança da chuva.
O Geddel não era aquele ministro da Dilma?
ResponderExcluirDo Lula...
ExcluirHoje é o Geddel, amanhã o Lula, depois o Temer, Aécio, Dilma...
ResponderExcluirEduardo, Jlle