quarta-feira, 20 de março de 2013

O governo vai virar igreja e a igreja virar governo

POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Menores de 18 anos, atenção, contém palavrões.

Eu fico emputecida com as declarações homofóbicas e preconceituosas que tem aparecido. Incrível. Olha a controvérsia, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias no Brasil. Não precisa contextualizar porque todos sabemos do que se trata: do nojento Marco Feliciano e seus comparsas, incluindo os retrógrados Bolsonaro e Silas Malafaia.

E que não venham religiosos defender porque o cara é pastor e por isso merece adoração inquestionável. Foda-se que ele é pastor, ele pode ser pastor, padre, macumbeiro, o que ele quiser, na vida PARTICULAR. As religiões que as pessoas seguem não interessam a ninguém, exceto quando suas crenças religiosas influenciam nas decisões  de uma comissão que justamente tem o objetivo de defender minorias. Minorias essas atacadas com o ódio e a ignorância desses mesmos senhores em declarações nos seus perfis nas redes sociais.

Eu não tenho nada contra pessoas religiosas que tem bom senso, respeitam o diferente e pregam o amor. A essas todo o meu respeito. Meu problema é com essa gente que acha que todos devem pensar como eles e não conseguem enxergar o mundo cheio de diversidade em que vivemos. Meu problema é com gente que deveria reconhecer o estado/governo com um espaço para todos. O estado como responsável por garantir direitos iguais à TODOS os cidadãos, sejam eles heterossexuais, homossexuais, transsexuais, religiosos ou não.

O estado brasileiro é laico, ou pelo menos deveria ser. Na prática não é, se fosse, casamento homoafetivo seria legalizado, aborto também, e não haveria crucifixos em repartições públicas. Não importa se a maioria é católica, não importa a religião da maioria, eu como atéia, ou budista, ou muçulmana, quero ser respeitada no meu direito de não ter nenhuma religião aparecendo na escola pública que minha filha frequenta ou no fórum da cidade. Religião é uma opção pessoal, guarde para si. Existem espaços apropriados para expressões religiosas: igrejas, templos, mesquitas, lá os pastores podem dizer o que pensam estando entre os seus. Não tragam isso para a esfera pública porque aí teremos um problema.

É como disse o Charles Henrique no texto "Não basta apenas deixar de ser machista", é preciso pelo menos falar sobre o assunto. Não basta não concordar com o preconceito desses homens, é preciso combatê-los, questionar, argumentar, protestar. Eles são representantes de um grupo que ainda acha que homossexualidade é doença, que casamento homoafetivo foge do objetivo de Deus de procriar. Como se precisássemos tanto assim de mais gente no mundo. A bancada evangélica está forte no Brasil e tentando promover retrocessos gigantescos nos minúsculos avanços que tínhamos. (Vê-se reportagem no Estadão). Eles lutam forte por isso e nós devemos também lutar. (Aliás, estou orgulhosa com os protestos que acontecem no Brasil todo. Decepcionada com os colegas que votaram no nojento, mas esperançosa pelo povo que foi às ruas de verdade.)

Agora, me diz, como alguém pode ser contra o casamento homossexual? Quem é que está casando? Não é a favor do casamento gay, simples, não case com um gay. Que que a vida sexual do cara tem a ver com você? E essa pessoa tem que passar a vida toda ao lado do outro, dividindo sofrimentos e alegrias, para no final não poder ser acompanhante do parceiro no hospital porque a lei não garantiu seus direitos? Isso é justo? Não é.

Não podemos julgar alguns países muçulmanos que permitem que a religião influencie no governo, nós fazemos o mesmo.

Em tempos, o casamento homoafetivo é legalizado na Suécia há 12 anos e a lei do aborto livre existe desde 1975. A Suécia é um dos países menos religiosos do mundo, mais de 60% da população se auto-denomina ateu ou agnóstica. Um país com nível de pobreza e corrupção zero. Com uma administração pública eficiente, na qual vereadores não tem salário, e políticos não tem benefícios. Com fortes programas sociais, altos impostos: quanto mais ganha mais paga, forma de garantir a igualdade. Excelente educação e sistema de saúde gratuita e igual para todos. Algumas coisas a ensinar ao nosso país religioso.

O que você LEU nesse texto:

- Que declarações homofóbicas me deixam emputecida,
- Que o estado é laico e religião não pode influenciar importantes tomadas de decisões,
- Que é preciso protestar,
- Que sou à favor da união homoafetiva,
- Que devemos tomar como exemplo países mais avançados em direitos humanos,

O que você NÃO LEU nesse texto:

- Que eu odeio todos os religiosos,
- Que deputados não devem ter religião,
- Que todas as pessoas deveriam ser gays e casarem entre si,
- Que todas as mulheres devem fazer aborto,
- Que o mundo está perdido e nada mais tem jeito,
- Que a Suécia é melhor que o Brasil.

21 comentários:

  1. Ótimo texto!Parabéns!!

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  2. só digo uma coisa...TODOS tem q ter RESPEITO...seja o pensamento ou o lado q tem...para q possamos ter uma sociedade ORGANIZADA..IGUALITARIA...e sem CONFLITOS...Du Von Wolff

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  3. Muito, muito, muito bom!
    Parabéns Fernanda!
    Respeito a todos, mas já fazia um tempinho que nao rolava um texto tão bom por aqui.

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  4. Muito, muito, muito bom!
    Parabéns Fernanda!
    Respeito a todos, mas já fazia um tempinho que nao rolava um texto tão bom por aqui.

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  5. Fernanda,

    Texto perfeito, concordo com cada palavra.

    Abraços

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  6. Boa tática a do resumão no final. Elimana uns 90% dos possíveis comentários idiotas.

    Parabéns.

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  7. Adormecida a militância aqui em Joinville sofre da síndrome da passividade, um conformismo tão exacerbado que inquieta.

    Será que consciência é artigo barato desses que a gente põe quando é conveniente, ou quando invade nosso entorno.

    Enquanto em várias capitais das terras de Cabral a mobilização do Fora Feliciano levou centenas de gentes às ruas, no domingo em Joinville , éramos tres, somente tres entidades presentes.

    E viva Marco Feliciano!

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  8. Toda luta tem dois lados da moeda.
    O que não deve ter é radicalismo dos dois lados como tem acontecido, tanto do lado evangélico quanto do lado homoafetivo.
    A meu ver, o estado de fato deve ser laico e os gays não podem e não devem ser discriminados, mas deve-se respeitar também a liberdade de credo, os gays podem e devem ter o direito ao casamento civil, pois são companheiros de uma vida inteira. Casamento religioso, como o nome diz, é religioso e cada um tem sua liberdade de credo e religião e a igreja deve continuar sendo livre para casar ou não, aceitar ou não em suas sedes o casamento homoafetivo. Quanto a adoção de menores por casais homoafetivos eu sou extremamente contra, podem me chamar de radical, fanático, mas esta é a minha posição. A criança não pode ser condicionada num ambiente onde falta a presença de uma mãe ou um pai, como se já não bastassem os filhos de pais separados e solteiros que, querendo ou não, não experimentarão a experiência rica e acolhedora de uma família completa. Falo isso por mim, pois meus pais são separados e com certeza tenho marcas devido a isto e não conheço nenhum indíviduo que é filho de pais separados/solteiros que diga que não teve a vida afetada em nada por isso, pois teve.
    Vou além, sabemos que biologicamente cria-se um laço afetivo muito forte entre mãe e filho e que a falta deste também traz sofrimento ao índíviduo. Em suma, sou contra a adoção e não acredito estar discriminando nenhum homoafetivo por isso, pois não existem provas científicas de que o homoafetivo nasce homoafetivo, ou seja, é uma escolha do indíviduo/sucessão de fatores/influência do meio e também por isso que é de grande importância a criança nascer num ambiente "neutro", ou da "maioria", para quando a mesma puder estar apta a escolher, faça a escolha sem tantas interferências. Cabe sim ao conselho tutelar trabalhar forte para que os filhos de heteros com tendências homoafetivas sejam tratados de forma normal na escola e em casa. Outra coisa, existe uma supervalorização da minoria homoafetiva em detrimento as outras minorias, como os deficientes físicos e mentais, onde muitos sofrem mais e muitas vezes calados. Não podemos discrminar/esquecer das outras minorias.
    Andy

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  9. Andy, vc eh extremamente preconceituoso e esta sim discriminando.

    A igreja nao precisa casar homossexuais, eh pelo direito civil que lutamos.

    Eu trabalhei e estudei a vida inteira criancas e te digo com certeza absoluta que a presença da mae, do pai, dos avos, irmãos, ou qquer outro personagem nao significa NADA num lar sem amor.

    O que constrói um ser humano decente, com alta auto-estima, que sente empatia e respeito pelos outros é ser educado por adultos que tbem o respeitem. Conheci criancas que cresceram em lares com duas maes ou dois pais e foram das criancas mais bem resolvidas que ja vi. Em compensação muitas famílias "tradicionais" nos envergonham.

    Alias, vc ja foi ao lar Abdon Batista? Vc prefere que as criancas fiquem lá durante toda a vida? Ou que elas talvez durmam na rua, embaixo das marquises? Alias, elas tbem podem continuar morando no lar desfuncional em que estavam muitas vezes com violência e drogas porque o vinculo biológico com a mae eh mais importante, nao eh? Ah, me poupe, neh!
    Com tanto casal homossexual com condições de dar um lar de verdade, cheio de amor, atenção, estrutura. Que vai contribuir com a sociedade com um ser humano que respeita as diferenças, vem me falar de ambiente neutro ou maioria. Pra que? Pra criar mais preconceituosos que acham que homossexualidade eh uma sucessao de fatores.
    You make me sick.

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  10. O que faz a figura de pai ou mãe não é a orientação sexual da pessoa, ou seja, uma criança cria a identidade de pai ou mãe identificando-se com pessoas que assumam esse papel, sejam elas quem forem: tios, avós, ou qualquer outra pessoa. O que importa na realidade é dedicação e amor.

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  11. Não li todo o texto, talvez por preguiça talvez por aversão ao tipo simplório de linguagem, mas acho que não perdi muito. Não sou simpatizante do tal deputado nem de suas idéias mas ele não preside uma comissão das minorias. Preside a comissão de direitos humanos, direitos de todos. Não concordar com opinioes não é discriminar. Minorias tópicas fazem mais barulho que a maioria dispersa. Por que achar que discriminar o aborto, concordar com o casamento gay etc deve ser colocado no mesmo balaio: cada coisa em seu lugar.
    silvio cunha

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    1. Há um abismo entre não concordar com opiniões - eu não concordo com a sua, por exemplo - e discriminação. O que o deputado e pastor pratica é discriminação. A não ser que você, de verdade, considere uma das afirmações dele sobre os negros, por exemplo - "(...) os africanos são amaldiçoados. (...) A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!" - seja, simplesmente, não concordar com opiniões.

      A comissão para a qual este senhor foi eleito presidente se chama "Comissão de Direitos Humanos e Minorias". Vou repetir: "Comissão de Direitos Humanos e MINORIAS".

      E quem não reconhece o direitos das minorias, que devem ter os mesmos de todos, não deveria presidi-la. Simples assim.

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  12. Eu não sei o que é pior: se felicianos, malafaias, bolsonaros liderando a manada, ou se é a manada anônima que os defende nos twitters, facebooks, youtubes... é tanta falta de noção nos comentários que é assustador. é tanta confusão no pensamento dessa gente que mistura conceitos bíblicos, falta de convivência com homossexuais, um moralismo avesso, ideias equivocadas sobre o que é ser homem ou mulher que me deixa atordoado. (A última que li defendia a ideia de ser homossexual é escolha, porque ninguém pergunta a uma grávida se o bebê é gay, mas sempre se é menino ou menina) Porém, uma coisa é certa: esse povo não vai conseguir mais impor sua estreiteza sem resistência. Para cada uivo neo-medieval dos inquisidores haverá gritos maiores dos que privam pela liberdade, pelo bom senso, pela igualdade irrestrita de direitos. Parabéns Fernanda, seu texto entra na voz coletiva dos que ainda vislumbram um mundo movido por um sistema ético que realmente preze a justiça. Seguimos ...

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  13. Andy, vamos por partes, como diria Jack:

    1-) Nunca vi, ouvi e li algum homossexual reivindicar o direito ao casamento religioso. Aliás, todos os que eu conheço reivindicam, tão somente, igualdade de direitos civis - ou, em outras palavras, perante o Estado.

    2-) Não existe isso de laço afetivo biológico entre mãe e filho. Fosse assim, não existiriam mães que abandoman ou matam seus filhos em diferentes espécies animais, inclusive a humana. Há uma forte dependência biológica, na melhor das hipóteses, que pode ou não gerar uma relação de afeto. Mas esta última é, sempre, produto de interações que são sociais.

    3-)A própria noção de afeição materna é cultural e histórica. A família, tal como nós a conhecemos, é relativamente jovem historicamente - seu aparecimento remonta, mais ou menos, ao século XVIII. Ou seja, não há modelo de família natural, nem sempre vivemos desse jeito e não estamos condenados e viver do mesmo modo indeterminadamente.

    4-) Aliás, mesmo a família nuclear (que alguns chamam de "burguesa") passou por transformações bastante significativas: hoje, por exemplo, passei o dia inteiro cuidando do meu filho - levei-o ao ballet pela manhã, voltei para casa com ele, fiz o almoço, arrumei-o, levei-o e o busquei na escola e agora à noite o coloca na cama. Pai solteiro ou separado? Não, minha mulher passou o dia fora, estudando e trabalhando. O que quero dizer com isso é que mesmo as configurações de uma família que se pode chamar tradicional, como a minha, mudou significativamente nos últimos anos. A adoção homoparental é apenas mais uma destas mudanças.

    5-) E a Fernanda já disse o suficiente sobre o último tópico que eu gostaria de tratar: você realmente acredita que o melhor para uma criança é que ela cresça abandonada a ser criada por um casal homossexual. Tenho dois amigos que estão juntos há dez anos, tem uma vida emocional, profissional e econômica sólidas, e estão pensando seriamente em adotar uma criança, a quem, se tudo der certo, não faltará nada, principalmente afeto e dignidade. A pautar-se por seu juízo de valor, é preferível a este por enquanto desejado filho adotivo de dois homens, que ele cresça exatamente onde e como está, faltando-lhe tudo e quase tudo, principalmente afeto e dignidade.

    6-) Aliás, há dois problemas lógicos na argumentação dos que são contrários à adoção homoparental porque faltaria à criança a figura paterna ou materna, a depender do casal que a adota. Primeiro, se há crianças órfãs, em sua maioria elas o foram justamente por casais heterossexuais que, por razões as mais diversas, optaram pelo abandono. Segundo, órfãs, elas continuam a viver "condicionadas" em um ambiente onde lhes faltam justamente, independente do sexo e da orientação sexual, a presença dos pais.

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    1. Como é bom ler palavras escritas com propriedade e sabedoria como as de Clóvis e Fernanda. Ah, Fernanda, sua linguagem foi de protesto, mas em nenhum momento, simplória. Parabéns pelo blog e pelo texto!

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  14. Arrebentou no texto Fernanda. Um dos melhores textos que li por aqui.

    TW

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  15. considerações :

    1 - esqueçam as religiões, que vão a M.... ; a união homo-afetiva tem que ser regulamentada pelo estado e ponto.

    2 - Não sou católico pelo simples fato desta instituição ter me excluído, afinal de contas sou separado... e também porque não gosto desta igreja papal ! minha educação foi católica , mas a igreja não me quer mais , olhem minha cara de preocupado :) !

    3 - O que é "menos pior" , "rezarmos" para a igreja católica recuperar o prestígio como este papa argentino , ou assistir as igrejas pentecostais crescerem ?

    Acredito que a CNBB perdeu muito com esta escolha de papa , se fosse brasileiro a igreja católica no Brasil iria recuperar seu prestígio. Agora com este argentino , mesmo parecendo (marketing) humilde , não alterará o rumo da igreja no Brasil.

    João

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  16. Estou muito Feliz com a Eleição de Marco Feliciano ,e afirmo que não o defendo por ele ser Pastor ,mas qualquer um que está em concordância com o pensamento de Deus,pode ser macumbeiro ,Padre ,O Papa ,Budista ,etc(que seja contra o casamento gay,o aborto e adoção de crianças por homossexuais).Sou contra o Aborto pelo fato de tentarem tirar o direito de uma vida que não pediu pra nascer e que ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém independente de quem seja ,apenas Deus tem esse poder e direito ,pois ele é o dono da vida!.Sou contra a união homossexual pelo fato de ser abominação aos olhos de Deus e ,que homossexuais adotem crianças(Aí e que sou mais contra ainda 100%).Que Deus envie Missinários a esse País (Suécia)que falta temor a Deus.
    VAAAAAAAI MARCO FELICIANO : TEOCENTRISMO SIM E ANTROPOCENTRISMO NAÕ !!!.ativistas fora !shôoooo !
    Deus abençoe todos vocês afavores e contras ,principalmente você que escreveu esse texto ,não que eu concorde com você (longe de mim tal coisa ),mas por ser ignorante em relação ao conhecimento da palavra de Deus.É preciso relembrar que Pastores como MArco Feliciano e Silas Malafaia não defendem seus próprios pénsamentos ,mas o Pensamento de Deus ,o qual é maior que todo e qualquer pensamento !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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