sexta-feira, 9 de março de 2012

SWOT no aniversário de Joinville


POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA
Hoje, no aniversário de Joinville, os integrantes do Chuva Ácida vão fazer uma análise SWOT da cidade. É um exercício muito comum no marketing e na gestão empresarial com o objetivo de avaliar uma marca ou produto. O termo SWOT vem do inglês e é um acrônimo de strengths (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). 

quinta-feira, 8 de março de 2012

Charge

A tortura que nunca acaba


POR ET BARTHES

Um dos maiores crimes que se pode cometer contra a cultura e a civilização é ocultar ou distorcer a história. Por isso, todas as iniciativas que venham em sentido contrário são bem-vindas. É o caso desta Campanha pela Memória e pela Verdade, da OAB/RJ, que tem apoio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O que se pretende é a abertura dos arquivos da ditadura militar.
Os personagens reais são interpretados por atores conhecidos de todos nós.  A tagline do filme diz tudo: será que essa tortura nunca vai acabar?


Minha casa, minha arrozeira

POR JORDI CASTAN

Minha casa, minha vida... sem ônibus, sem lazer, sem escolas.



No bairro Boehmverwald, uma plantação de arroz foi transformada no maior projeto do programa MCMV (Minha Casa Minha Vida) do Estado. O conjunto Trentino será formado por 496 apartamentos, no Trentino 1, e outros 288, no Trentino 2. O projeto prevê que 784 famílias se beneficiem do programa do Governo Federal. Numa conta rápida, estamos falando de mais de 3.000 pessoas morando no que até poucos dias atrás era uma arrozeira. Algum problema? Aparentemente não. Agora com os apartamentos praticamente prontos - só faltando marcar a data para o foguetório, os discursos e a politicagem - é que começam as cobranças.

O bairro Boehmerwald carece da infraestrutura adequada para receber, de uma só vez, uma demanda tão grande e pontual. A oferta de vagas nas escolas próximas ao conjunto Trentino deverá ser reforçada e novas vagas criadas. A saúde deverá também prever o crescimento da demanda que estes novos moradores do bairro, com toda razão, vão exigir. Até as linhas de ônibus precisarão aumentar suas frequências para atender a uma demanda que inicialmente não estava prevista.


DOIS ANOS DE ATRASO - O poder público, mesmo tendo conhecimento há mais de dois anos, de que esta nova demanda se produziria na região, não se preparou, não agiu preventivamente. Agora começará a pressão - sobre as mesmas autoridades que deram o aval à construção de um pombal numa arrozeira - para que as novas necessidades sejam atendidas de forma rápida.

O curioso é que o planejamento urbano serve - ou melhor dizendo, deveria servir - para evitar que se coloque o carro na frente dos bois. Autorizar projetos habitacionais em áreas anteriormente destinadas à agricultura, e que careciam da infraestrutura adequada para atender este tipo de empreendimentos, significa que agora, depois dos apartamentos entregues aos seus proprietários, será preciso fazer o que deveria ter sido feito antes. Simples assim. 

É um caso isolado? Nada disso. No bairro Vila Nova, outro empreendimento semelhante do Minha Casa Minha Vida, também implantado numa antiga arrozeira, receberá aproximadamente 600 novas famílias, que representarão mais de 2.000 novos moradores. Gente que passará a exigir novos espaços de lazer, vagas nas escolas próximas, mais médicos, mais remédios nos PAs do bairro e mais e melhores ônibus. Tudo isso sem falar nas demandas de educação, saúde, lazer e mobilidade, por citar só algumas.

E assim cresce esta Joinville que não planeja, que avança sobre a sua área rural, que paga o preço da improvisação e da falta de planejamento e que aumenta, de forma mascarada, o seu perímetro urbano, convertendo arrozeiras e campos de cultivo em futuros focos de problemas. 


P.S.
Não tenho e nada poderia ter contra o programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece una oportunidade de moradia digna para milhares de brasileiros. Porém, continuo firme na minha cruzada contra a ausência de planejamento.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Charge

Nossa... assim eu engasgo de rir

POR ET BARTHES

Mesmo sem entender alemão, é possível dar umas boas gargalhadas com essa paródia que os caras fizeram com o "Ai se eu te pego" do Teló. Já no começo, o espirro do homem é "nossa". E a paródia atinge um momento muito divertido na hora em que eles confundem o português com o espanhol. É um dos vídeos mais vistos no Youtube, com quase 800 mil visualizações. Estranho, mas para relaxar.



A educação de Santa Catarina pede socorro!

POR GUILHERME GASSENFERTH

Carlos Gouvêa* tem 16 anos e é surdo. Ele sonha em ser designer e é um aluno aplicado, tanto que aos 16 já está no 3º ano do Ensino Médio. Mas ocorre que infelizmente ele não está frequentando a escola porque o Governo do Estado de Santa Catarina não provê atendimento à sua necessidade mais básica e garantida por lei: os professores não falam sua língua. Não há intérpretes da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Para Carlos, não faz sentido deslocar-se todos os dias até a escola Celso Ramos sem que possa entender o que está sendo comunicado. Ele quer estudar, mas o Estado não quer vê-lo em sala de aula.

A Lei prevê intérpretes onde houver surdos, mas o Estado de Santa Catarina não está respeitando isto. Pessoalmente, eu telefonei para a GERED nesta terça-feira e perguntei sobre esta situação. A funcionária diz que não há profissionais capacitados. Será mesmo assim? Por questões óbvias não divulgarei o nome, mas há uma profissional capacitada, habilitada, que já foi intérprete no Estado e não está em sala de aula, não está ganhando salário desde o fim de 2011 e não foi chamada até agora porque “não há vagas”. Falta orçamento ou vergonha na cara?

Carlos não ficou surdo no fim de 2011. Ele é e sempre foi surdo. E a GERED já sabia, em 2011 e em qualquer outro ano, que deve contratar intérpretes de LIBRAS todo início de ano. Por que não se preparou para isto no fim do ano passado? Por que não reservou orçamento? Por que não treinou mais professores para serem bilíngues e poderem ensinar em Libras e em português ao mesmo tempo? Faltou planejamento ou vontade?

Mas Carlos não é o único estudante que sofre com a incompetência e inércia da Secretaria de Educação de Santa Catarina, comandada até semana passada pelo pré-candidato a prefeito de Joinville, Marco Tebaldi, e atualmente por Eduardo Deschamps.

Outras situações fazem a educação de Santa Catarina clamar por socorro e fazem nosso belo Estado passar vergonha nacional.

Em 2012, os estudantes da rede estadual de ensino não receberão uniformes. O motivo alegado por Tebaldi é que o dinheiro que até então ia para os uniformes servirá para pagar as despesas das conquistas dos professores após a greve de 2011. Parece querer colocar a sociedade contra os professores, que são os menores culpados de tudo. Muito bem, Sr. Tebaldi. Sugiro que aproveitem e cortem também os livros!

Em Joinville, o Estado tem enfrentado fechamentos de escolas por problemas de estrutura, em ações promovidas pela Vigilância Sanitária. As Escolas Francisco Eberhardt, Maria Amin Ghanem e Plácido Olímpio de Oliveira ainda estão fechadas. Para os 1.900 estudantes destas escolas, não há uniformes, nem salas de aula e nem intérpretes, se houver alunos surdos. Como é que a Secretaria de Educação ia saber que as escolas precisavam de reformas? Foram só 14 escolas notificadas em 2011, dentre 43. E os problemas nem são tão graves assim! Banheiros sem portas, lâmpadas queimadas, telhado abaulado, infiltrações... e as goteiras nas salas de aula? Tudo bem, quase não chove em Joinville.

Já se sabe que sem educação, todos os indicadores sociais ou econômicos pioram. E SC, que poderia ser mais uma vez uma honrosa exceção nos maus índices socioeconômicos nacionais, destaca-se negativamente na educação. O governador Colombo dá tanta atenção ao professor que foi até Brasília defender que o Piso Nacional do Magistério fosse alterado... pra baixo! Enquanto o Governo Federal estipulou o piso no já vergonhoso valor de R$ 1.451, Colombo faz lobby pra que o valor baixe para subsaarianos R$ 1.264,15.

Mas há uma explicação. Como é que Santa Catarina vai poder bancar este exagerado salário aos professores, quando há 36 secretários regionais e seus respectivos cabideiros para sustentar, em cidades tão expressivas como Quilombo, Seara ou Palmitos?

Vocês conhecem a expressão “sentir vergonha alheia”? O engenheiro-sanitarista Marco Tebaldi administrou a Secretaria de Educação de SC até semana passada e agora surge como virtual pré-candidato a prefeito em Joinville. Preciso dizer algo?

Além de Carlos Gouvêa, os demais estudantes surdos e sem intérprete, os que ficaram sem uniformes, os que estão sem aulas e os professores que assistem à batalha de Colombo pela redução de seus salários agradecem imensamente a Marco Tebaldi e Raimundo Colombo pelos presentes que deram a Joinville neste dia 9 de março. Viva Joinville!

*Carlos Gouvêa é o nome fictício de um rapaz que eu conheço e está buscando alguma alternativa para levar adiante seu sonho de estudar e ir para a faculdade.

terça-feira, 6 de março de 2012

Charge

POR SANDRO SCHMIDT


Mercedes lança carro "invisível"

Há ideias tão boas que merecem publicidade grátis. É o caso da Mercedes, que está lançando a tecnologia F-CELL hydrogen fuel cell, que não produz emissões. O conceito da campanha de lançamento é que, pela sua tecnologia extremamente limpa, o carro fica invisível para o ambiente. E para mostrar o conceito, os criadores da campanha cobriram um carro com leds, de forma a ele parecer mesmo invisível. Mas, como diz o velho chavão, as imagens valem por mil palavras. Veja o resultado aqui.





O trote imbecil dos UniversiOtários

POR CHARLES HENRIQUE

Na semana passada os jornais e as redes sociais publicaram várias fotos de ruas e canteiros próximos ao Campus Universitário do Bom Retiro. Tudo seria normal se não fosse um detalhe: a grande sujeira acumulada após a noitada de trotes universitários. Garrafas, alimentos, roupas sujas e uma quantidade infindável de lixo apareceram como prova da imbecilidade do ser humano.

Antes de discutirmos mais sobre este ato, retirei algumas informações que constam na internet sobre o trote, a fim de introduzir o leitor ao tema:

A palavra "trote" possui correspondentes em vários idiomas, como trote (espanhol), trotto (italiano), trot(francês), trot (inglês) e trotten (alemão). Em todos estes idiomas, e também em português, o termo se refere a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, uma andadura que se situa entre o passo (mais lento) e o galope (mais rápido). Todavia, deve ser lembrado que o trote não é uma andadura normal e habitual do cavalo, mas algo que deve ser ensinado a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma, o calouro é encarado pelo veterano como algo (mais que um animal, mas menos que um ser humano) que deve ser domesticado pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias; em suma, o calouro deve "aprender a trotar". (Wikipédia)

“s.m. Andadura natural das cavalgaduras, entre o passo ordinário e o galope.
Prova, brincadeira a que, nas escolas e universidades, os veteranos submetem os calouros.
Zombaria, intriga, gracejos feitos por mascarados durante o carnaval, ou, em qualquer dia, por pessoa que, pelo telefone, se faz passar por outra, ou não diz seu nome.” (www.dicio.com.br)

O ato de trotar é o sentimento mais cruel do ser humano de se sentir superior ao outro, utilizando-se da humilhação para conseguir tal desejo. A alteridade não existe neste caso, dando lugar à opressão tão grave quanto foi a da ditadura militar. Com ameaças, provocações e violência (verbal ou física) o calouro sente-se na obrigação de participar, evitando assim o assédio moral que sofreria caso não participasse.


(foto do facebook de Jenifer Bonikoski Batista, em frente ao Campus Universitário)

Há iniciativas de trote solidário, onde os calouros participam de gincanas beneficentes. Esse é o modelo que poderia ser seguido, pois dá ao recém-chegado na Universidade a noção de que a busca pelo conhecimento trará benefícios sociais com a profissão que irá exercer . Entretanto, há quem defenda o trote violento, para “enturmar” as diferentes classes e também para dar um “choque de realidade” em quem pensa que está “abafando” só por ter entrado num ensino superior. Acontece que o praticante deste imbecil trote só quer descontar as suas aflições ou falta de visão naquele que está entrando, transferindo-as para o outro, livrando-se do sentimento de culpa. Cabem aos nossos legisladores a criação de uma lei que puna este tipo de agressão.

O respeito, o acolhimento e a saudável relação com os outros seres humanos estão cada vez mais raros hoje em dia, principalmente se analisarmos as novas gerações que assumem os bancos das universidades brasileiras (sejam elas públicas ou privadas) e praticam esta violência. Otários!