Por JORDI CASTAN
Sem surpresas. A campanha que a ACIJ capitaneou em prol de
candidatos que defendessem os interesses de Joinville foi de uma estultice
supina. Metade por pura desídia, e a outra por entender que a força da ACIJ nestes temas é equivalente a do Papa Francisco assomado ao seu balcão na
Praça de São Pedro, conclamando palestinos e israelenses a buscar a paz, ou
instando Putin a que cesse com suas agressões contra as ex- repúblicas soviéticas,
ou a reduzir as guerras e a violência em
prol da paz mundial. O Papa faz o seu papel sabendo que nada mudará. A ACIJ fez
o dela, e depois convidou aos eleitos para ocupar espaço na mídia e emplacar a
imagem do tigre de papel que a entidade empresarial é em temas político-partidários.
O resultado das eleições estava previsto: brancos e nulos
aumentaram, em Santa Catarina 30%; em Joinville 35%, bem maior que os 28% de votos perdidos na
eleição passada. É bom lembrar que a mais alta de história. Depois ainda batem
no peito dizendo que somos um povo politizado. Candidatos de fora levaram mais votos que nas
eleições anteriores, 19% frente aos 15% da eleição anterior, quando é preciso
que se diga que a entidade se empenhou mais em defender o voto por
Joinville. Assim se juntamos os votos brancos e nulos, os votos em candidatos
de fora, e o excesso de candidatos sem expressão e sem possibilidades de ser
eleitos, temos um quadro bastante claro de porque o resultado desta eleição foi
um suicídio anunciado. A quem interessa? Essa é a primeira pergunta. Quem se
beneficia? É a segunda.
Sobre as eleições presidenciais e o resultado do primeiro
turno, ficou provado que não há nenhuma relação entre o resultado das urnas e o
mapa do Bolsa Família. Que os estados em que há um maior numero de beneficiários
do bolsa família sejam aqueles em que Dilma tenha tido melhores resultados, é
pura casualidade. Todos aqueles que insistem em ver no Bolsa Família uma poderosa
ferramenta para manter milhões de brasileiros dependentes de um beneficio
público que não prevê a redução do numero de beneficiários, tampouco estimula
sua inserção no mercado de trabalho e que estoura foguetes cada vez que aumenta
o numero de beneficiados, estão errados. Não há nenhuma relação entre uma coisa
e outra. Mesmo que os resultados das eleições insistam em querer mostrar que
há. Por isso se alguém identificar alguma relação entre uma coisa e outra, deve
ser porque os mapas dos resultados eleitorais foram elaborados por algum instituto aparelhado para distorcer
dados e informações e levar os eleitores a conclusões erradas.