quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O genial Diogo Mainardi


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

O pessoal que não vai ao futebol com Diogo Mainardi ficou ouriçado esta semana com o baile que ele tomou da empresária Luiza Trajano, num programa da GloboNews. Um dia tinha que acontecer, porque há algumas coisas sobre Mainardi que qualquer pessoa com dois dedinhos de testa percebe logo: ele se limita a repetir clichês da direita raivosa. Se os fatos não correspondem ao que ele diz, então danem-se os fatos.

É fácil odiar Mainardi. Porque é ele próprio a usar o ódio – contra tudo o que cheire a esquerda – como forma de expressão. Mas o episódio com a empresária não vai passar de foguetório da esquerda. Nada muda. Primeira razão: é preciso andar muito distraído para não perceber que Mainardi só diz disparates. Segunda razão: não dá para ficar elegendo a empresária como “ídola” da esquerda, porque ela está longe disso.

Diogo Mainardi é a referência para a direita mais masoquista, gente conservadora que gosta de se autoflagelar. Veja bem: o cara vai morar fora do país (tem gente por aí dizendo que foi para escapar a processos e dívidas) e lá do seu exílio passa a vida a falar mal do Brasil e dos brasileiros. E é reincidente, porque fez a mesma coisa anos atrás. Os leitores e seguidores do colunista só podem ser pessoas que gostam de apanhar.

Só estou a comentar o assunto porque tem a ver com uma questão pessoal. Não raras vezes há pessoas a questionar – no privado ou mesmo em público – a minha presença no blog ou na imprensa em Joinville. Dizem que quem está de fora não pode dar palpite. E são as mesmas pessoas que acham legal repetir da ladainha de um cara que não passa de um cão de guarda da direita botocuda.

Há uma diferença. É que, mesmo estando fora, eu gosto do Brasil e dos brasileiros, ao contrário de Diogo Mainardi. E, claro, defendo ideias de esquerda. O pessoal que vive com o cérebro em ponto morto tem dificuldade em conviver com isso. Ah... sei que a esta hora já tem gente achando que é muita pretensão ficar aqui me comparando ao genial Diogo Mainardi. Ok... mas pelo menos eu posso voltar ao Brasil quando quiser.

Até semana que vem.



terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Um fiasco

POR FABIANA A. VIEIRA

Estou acompanhando pela imprensa e pelas manifestações de alguns amigos o andamento do concurso público realizado pela Câmara de Vereadores de Joinville no último domingo. E o que li até agora foi uma série de fiascos.

Primeiro, a informação de que o número de vagas destinadas para pessoas com deficiência física não preenche o estipulado em lei – fato que levou o Comde a pedir  o cancelamento da prova dias antes, mas o pedido foi indeferido. Não é de hoje que a Câmara parece estar um pouco alheia às pessoas com deficiência física. Esses dias mesmo os vereadores aprovaram o rebaixamento das calçadas, lembram? Teve até vereador que subiu na mureta de proteção do plenário, e quase saiu na pancadaria com o presidente do Conselho. Vale sempre lembrar que o rebaixamento das calçadas prejudica a locomoção de todos os pedestres, mas em especial os cadeirantes e as pessoas com deficiência física e/ou visual.

Ok, de certo modo eu até acho que a responsabilidade para delimitar o número de vagas aos deficientes num concurso não compete à Câmara, e sim ao Ibam, responsável pela realização da prova, mas alguém deve ter olhado esse contrato e conferido que o número não estava correto. Certo? Depois do pedido de cancelamento, teve uma decisão na Justiça determinando que ninguém fosse nomeado até que a ação movida fosse julgada. Ou seja, já começou estressante.

Segundo, pela denúncia de plágio a outro concurso realizado em 2009, pelo Cespe, aqui da UNB. Parece que o problema foi na prova para os cargos de jornalista e relações públicas. Mais de 20 questões foram retiradas de outra prova, quando o contrato exigia ineditismo. Agora o caso está sendo investigado pelo Ministério Público e comprometeu, inclusive, a divulgação do gabarito na segunda-feira.

Daí o pessoal começa a levantar suspeita sobre a forma de contratação com o Ibam, pois não houve licitação para a realização da prova. Pelo que li na imprensa, o presidente da Câmara não quis falar sobre o assunto. Mas deveria. Deveria dizer por que não houve licitação. Se isso é legal, que diga. Se houve erro, que assuma. Se não houve, esclareça.

Mas fiasco, fiasco mesmo foi o post que deixaram para a Simone Schramm no perfil do Facebook. Ali uma suposta apoiadora do PMDB pede publicamente para que a secretária da SDR interceda junto ao presidente da Câmara, João Carlos, uma vaga para sua filha, já que – como ela diz “o resultado do concurso tem cartas marcadas”. Ou seja, a corrupção é feia, mas se conseguir um carguinho, a gente finge que não vê.

Em tempo. Nos dias de hoje, onde há um apelo geral pela transparência, pelo combate à corrupção, pela moralidade na política, é preciso zelar por um fato como esse na maior cidade de Santa Catarina. A realização de um concurso público deve ser algo sério. Que não gere qualquer tipo de dúvida e totalmente transparente. Envolve o sentimento de milhares de pessoas (neste caso, sete mil candidatos) que se prepararam para a prova e que talvez tenham perdido uma bela manhã de domingo.

É lamentável, mas o fiasco foi grande!

PAPEL HIGIÊNICO ONLINE


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Mais concorrência é melhor?

POR JORDI CASTAN

Há uma contradição evidente quando as leis do mercado encontram a maquina pública. Elas deixam de funcionar ou são deformadas ao extremo. E quem perde sempre é o contribuinte.

Em Joinville durante décadas houve uma única empresa que prestava serviços funerários, a Ravache. Uma cidade moderna com quase 400.000 habitantes na época precisava de um novo serviço, mais moderno e, principalmente, que permitisse ao usuário escolher. Com quatro empresas haveria concorrência e acabaria o monopólio. A teoria é uma coisa e a pratica é outra bem diferente.

Na época, as capelas mortuárias da Rua Borba Gato envergonhavam a qualquer joinvilense. Hoje a realidade não é diferente. O seu estado de abandono, precariedade e sujeira continuam envergonhando-nos. As atuais capelas foram construídas pelo município, sim, você já entendeu, foi você quem pagou a conta. E apesar de que há quatro empresas prestando serviços e que estas empresas deveriam ter construído novas capelas e deveriam mantê-las em perfeitas condições. Não é isso o que se vê. Essa parte do contrato ficou pendente e ninguém "lembrou" de cobrar o seu cumprimento.

As empresas são culpadas? Em parte são. Mas o maior culpado é o serviço público, que deveria fiscalizar, defender os interesses dos cidadãos e fazer cumprir o que esta nos contratos. Agora se fala de abrir uma nova licitação e permitir que o número de empresas passe das atuais quatro para seis. Porque Joinville precisa e merece. Vocês acham que alguém está preocupado com o joinvilense? Que oferecer um serviço de qualidade a preços moderados será um dos objetivos da nova licitação? Com certeza que não. Nunca foi e continuará não sendo. O contribuinte que continue pagando a conta.

Falando de contas, a conta de energia publica, a COSIP,  permite que todos os anos sobrem uns bons trocados e as administrações municipais se promovam com o dinheiro do contribuinte. Poderíamos instalar lâmpadas de leds, sinaleiros poderiam usar também esta tecnologia e o consumo de luz seria menor. Inclusive placas fotovoltaicas permitiriam zerar o custo de boa parte da iluminação pública. A quem interessa? Ao administrador publico não parece que este tema o preocupe, não é ele quem paga a conta. Somos todos. Não há nenhum movimento para reduzir o consumo, nenhuma iniciativa para baixar a conta da COSIP e mais dinheiro que sai do bolso do cidadão para engrossar o sempre guloso desperdício público.


Agora a moda é falar de necessidade de prever mais empresas de ônibus, imaginando estultamente que mais empresas quer dizer melhor serviço ou tarifas mais baixas, como se de uma padaria ou de uma lanchonete se tratasse. Imagino o sofrido usuário do transporte coletivo de Joinville esperando um ônibus no horário de pico e em lugar de pegar o primeiro que passasse pelo ponto, ficasse esperando o seguinte, acreditando que o próximo teria ar condicionado, assentos livres e maior conforto. Poderia esperar durante horas. Se ainda esperasse aquele que tivesse a menor tarifa as variáveis aumentariam e contribuiriam para o caos. Como funcionaria a integração entre companhias que praticassem preços diferenciados? 

A experiência já deveria ter mostrado, ao joinvilense, que nunca o serviço público e os prestadores de serviços priorizam o atendimento ao usuário, o seu conforto ou preços menores. A inesgotável capacidade dos nossos “Cândidos” locais para acreditar no inacreditável leva gente, supostamente inteligente, a defender estultices com entusiasmo adolescente. Mais empresas participando da licitação só quer dizer que a pizza do transporte publico será dividida em mais fatias, mas o preço das passagens será o mesmo. É verdade que os lucros das empresas mais competitivas será maior e que haverá um risco real de cartelização, como é comum neste tipo de situações. Mas acreditar que mais empresas são garantia de melhor serviço, tarifas mais baixas e vantagens para o usuário é a mesma coisa que acreditar em fadas, duendes e em jantares de graça. O surpreendente é que haja ainda tanta gente que acredite nessas coisas.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Desprezível...

POR ET BARTHES
Esta semana, o José António Baço manda um filme de Portugal. Se você não entender o "sotaque", pelo menos entende o que é desprezível.