POR ET BARTHES
Uma pegadinha ao estilo Carrie. E o pessoal ficou borradinho.terça-feira, 8 de outubro de 2013
Monotemático, monocórdico e desafinado
POR JORDI CASTAN
A teimosa insistência em aprovar esse engendro denominado LOT - e fazê-lo a qualquer custo e passando sobre tudo - está servindo para que cada dia um número maior de joinvilenses comecem a se fazer perguntas que não teriam sido formuladas se a LOT tivesse sido votada e aprovada quando o circo estava montado para isso.
A LOT não foi votada ainda porque sua tramitação não seguiu o processo legal correto. Apesar da insistência do poder público (e, sob este aspecto, não há diferença entre este governo e o anterior), em aprovar a LOT sem realizar as obrigatórias audiências públicas em cada bairro, é importante permitir que a sociedade conheça com detalhe o impacto que a LOT terá sobre a vida e o futuro de cada um de nós.
O discurso monocórdico e monotemático do prefeito já ficou cansativo. Se a Mercedes Benz decide preterir Joinville, por uma segunda vez em pouco mais de uma década, não tem nada a ver com a incompetência do poder publico em promover um debate democrático que permita aprovar a LOT. Há muitos outros motivos que pesam na escolha ou não de nossa cidade por parte dos investidores.
Tampouco se sustenta o discurso de que Joinville está parada pela não aprovação da LOT. Nos últimos três anos o volume de metros quadrados de área construída autorizados pela Seinfra tem se mantido estável, em vigorosos milhão de metros quadrados ao ano. Mas o poder público continua alheio à realidade e continua tentando vender a ideia que a não aprovação da LOT é a causa de todos os problemas que Joinville já tem hoje e pelos que ainda tem por vir.
É importante que se saiba que um grupo de associações de moradores já realizou três consultas públicas para debater a LOT. Em comum nas consultas realizadas e que contaram com a participação de quase 500 joinvilenses, as manifestações contrárias, há que destacar que por unanimidade, a implantação das Faixas Viárias, no modelo proposto pelo IPPUJ, hoje estão sendo solicitadas novas consultas públicas por outras associações de moradores, numa prova clara que o joinvilense quer saber mais sobre a LOT e sobre seus impactos e não acredita piamente na versão oficial que propõe um modelo de desenvolvimento anacrónico e predador.
Que a sociedade tome conhecimento e se mobilize para debater a LOT e o seu impacto e que expresse as suas dúvidas pertinentes sobre a versão oficial elaborada pelo IPPUJ é bom e mostra uma maior mobilização da sociedade.
O debate sobre a LOT deve ser ainda mais aprofundado, permitindo que, com uma linguagem clara, todos os cidadãos tenham acesso as informações precisas sobre o que mudará na sua rua e no seu bairro e como estas mudanças afetarão o seu futuro e o dos seus filhos. Sem se deixar levar por cantos de sereias, pelo discurso fácil da geração de emprego e do desenvolvimento da mítica Joinville do milhão de habitantes.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
A base está de Parabéns!
POR GABRIELA SCHIEWE
Realizei uma entrevista com o Presidente da Felej, Fernando Krelling, para o blog, aonde um dos questionamentos foi a falta de apoio ao esporte joinvilense e, principalmente, a base que é fundamental para a continuidade e prosperidade da categoria, aonde falou que estavam trabalhando com afinco e que Joinville estaria sendo representada nas competições, exclusivamente por atletas da base de Joinville.
É de suma importância que estes atletas sejam motivados e tenham o suporte necessário para que evoluam nas suas modalidades e o apoio do município, por meio da Felej é fundamental.
Parabéns aos atletas que estiveram representando Joinville de maneira honrada e com muito esmero e enfrentando desafios contra competidores mais experientes subiram ao pódio e trouxeram o título para nossa cidade.
Claro que este título não pode apagar outros problemas que o esporte vem enfrentando na cidade, como o total abandono do Ginásio Ivan Rodrigues, agora o Abel começou a ser reformado, com equipes de ponta terem que mandarem alguns jogos em cidades vizinhas pois não há local adequado na cidade e alguns outros que não irei me aprofundar neste post.
Tudo tem que ter um começo e, sendo este pela base do esporte, há de se vangloriar o trabalho e aplaudir este grande título conquistado.
Recusar Marx é recusar a busca pelo conhecimento
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Vários dos meus professores saíram. Outros, continuaram a dar aula, até mesmo para o novo curso do bloco. Tenho amigos que ainda estudam por lá, e tenho contato até hoje com aqueles professores que continuaram.
Fui obrigado a lembrar destes bons momentos após ler a carta do estudante da Univali que fez sucesso pela internet. Deu saudade de quando aqueles corredores eram ocupados por pessoas que sabiam reconhecer que o conhecimento era construído a partir de diferentes perspectivas.
Desconsiderando o preconceito, a desinformação, e o manifesto típico de um "cidadão de bem" que é "pressionado psicologicamente", o estudante faz duras críticas ao marxismo, após um de seus professores (eu não sei qual foi, mas é alta a chance de ser um ex-professor meu) pedir um trabalho acadêmico sobre Karl Marx. Ao recusar fazer o trabalho, o garoto está recusando a busca pelo conhecimento. O problema não está em discordar, de forma democrática. O problema é ignorar a importância de uma importante linha de construção cognitiva sobre o que é a sociedade.
Se fizesse o trabalho, ao menos saberia reconhecer que Marx foi um dos mais brilhantes estudiosos sobre o capital: sua origem, importância e também seus modos de aplicabilidade na sociedade. Além disso, saberia reconhecer, no mínimo, que a contraposição feita por este autor, no desenvolver da Revolução Industrial, fez o próprio capitalismo se reprogramar, e até se aperfeiçoar, para sempre fugir das "garras" estatais e ser esta potência que é hoje, principalmente após o neoliberalismo (usurpando-se do Estado, se for preciso).
Mas não. Ao recusar Marx, ele caiu na armadilha de sempre: colocar a "liberdade" e a "democracia" como situações inexistentes em governos ditos "socialistas" e dignas de governos "de direita".
É necessário um parênteses. Marx não foi o responsável pelas "atrocidades" de Stalin. Marx não governou a URSS, Coreia do Norte, ou até mesmo Cuba. O contexto histórico e a intenção de Marx foram outros, só para começar. Se o estudante tivesse estudado e feito o trabalho, não confundiria as coisas.
Voltando, o capitalismo foi o responsável pelo colonialismo na África, por duas guerras mundiais, pelo assassinato de Constituições de países latinoamericanos através de ditaduras, dentre outras situações, e tudo em prol de uma "liberdade" e uma "democracia". É este mesmo sistema responsável por poucos terem bilhões, e muitos terem fome. A desigualdade social é algo presente em todos os países: democráticos, liberais, de esquerda, de direita, etc...
Por fim, é triste olhar e saber que a busca pelo conhecimento, para muitos, virou apenas um "agregado de compatibilidades". Ou seja, se faz parte da minha linha, eu agrego. Se não faz parte, eu nem quero saber. Talvez este seja o problema da geração que já nasceu dentro do neoliberalismo (a qual eu me incluo): tomar a parte pelo todo, ser individualista, e achar que todos os problemas da sociedade irão ser resolvidos dando oportunidade de trabalho para quem necessita.
Já que estamos falando de Marx, é aí que os problemas começam...
PS: fica aqui também a crítica ao modelo universitário brasileiro que, cada vez mais, segue "tendências de mercado" e extirpa cursos onde o debate e a construção de diferentes correntes de pensamento são a base de tudo. O mesmo corredor que abrigou e construiu alteridade em seus alunos, hoje acomoda preconceituosos e a falta de abertura para o diferente.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Vingança, ódio, cadeia, capital
POR FELIPE SILVEIRA
Ficar sabendo, por qualquer meio, de crimes com alto nível de violência e/ou morte também me choca, me dá raiva, causa tristeza, ódio, repulsa e desejo de vingança. Mas esse sou eu, e não o Estado. E sentir isso também não me dá o direito de exigir do Estado que execute essa vingança. Se me desse eu também não iria querer, por razões óbvias.
O problema é que, em nome desse desejo de vingança, estimulado principalmente pela mídia, o Estado comete, diariamente, crimes tão ou mais chocantes quanto esse que pipocam nos jornais todos os dias. A motivação real, no entanto, é outra.
A ideia é afastar do centro tudo aquilo que é pobre, sujo, feio e preto (sim, nossa sociedade é racista). Afastar o máximo possível, e deixar lá para apodrecer.
Quer dizer. Antes era para apodrecer, mas já acharam uma forma de ganhar dinheiro com a cadeia. Negócio bilionário mundo afora e crescente por aqui. Capitalismo de alta performance. Menos escola, mais cadeia. Negócio em franca expansão. Em plena privatização.
Capitalismo que gera miséria. Miséria que gera violência. Vale ressaltar: miséria, e não pobreza.
Estado omisso. Com a população, claro, e não com o patrão. O poder econômico, que determina as políticas geradoras de miséria para os 99% e de riqueza para o 1%, que é o próprio poder econômico.
Poder econômico que pauta a mídia. A mídia e o desejo de vingança. O ódio. A miséria. A violência. A polícia que espanca, forja, rouba e mata. Todo dia.
Esse debate, há um ano, estava quente em Joinville. Mas um juiz só não faz verão. Principalmente quando se há tanta coisa pra fazer. Questionar o nosso ódio e desejo de vingança, pra começar. Ao mesmo tempo, a mídia. Entender a loucura que é o capitalismo, com urgência. Lutar contra ele. Humanizar a polícia. Entender o Estado. Dar com os dois pés até ele aprender.
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