terça-feira, 21 de agosto de 2012

Leitores do Chuva Ácida são mais informados

Encerrou hoje a enquete que perguntava que eleitores já tinham definido seu voto para prefeito.

Ao tudo 273 leitores votaram.

72,73 % dos leitores que responderam já decidiram em quem votar e 27,27 % ainda estão indecisos.

72,73% - sim
27,27% - não

Eleitor bem informado decide antes.

A nova enquete quer saber se a propaganda eleitoral gratuita ajuda a definir o seu voto. 

TSE - Lei da ficha Limpa

ET BARTHES
Em período de eleições, o Chuva Ácida está a veicular os filmes da campanha Vote Limpo, criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (o filme mostrado hoje tem outro título porque o original do TSE não tem som).



O ruim, o mau e o efeito Tiririca

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O que explica o fato de candidatos tão desprovidos de atributos quanto Marco Tebaldi e Kennedy Nunes se manterem com certa folga à frente nas pesquisas para a prefeitura? Parece óbvio. É só tentar adivinhar o perfil dos seus eleitores. Não tenho qualquer pesquisa qualitativa em mãos, mas imagino que seja uma massa onde predominam eleitores pouco informados, pouco politizados e pouco participantes em ações cívicas. E, no caso de Tebaldi, com péssima memória. Ou não?

Ok... admito que alguém possa questionar o estereótipo. Mas vamos aos fatos. Não parece haver aí projetos de governo, apenas projetos de poder. O resultado é que esse tipo de proposta não atrai pessoas com convicções firmadas em idéias políticas bem desenhadas. Ou melhor, não há política com “p” maiúsculo. É gente que vai no oba-oba: ou torce pelo “time” do candidato ou tem interesses nos projetos de poder.

Vamos teorizar um pouquinho? A situação traz à tona um pequeno diferendo que tenho com o pessoal das esquerdas. É que ao contrário deles sempre fui contra o voto obrigatório. Acho que desqualifica a democracia (aliás, se sou obrigado a votar a coisa não é muito democrática). Sem a obrigatoriedade, acorre às urnas apenas quem se preocupa em decidir sobre questões de cidadania. O cidadão que não se interessa por “coisas da política” pode ficar em casa tranquilo a ver televisão.

A maior preocupação: o voto é coisa séria demais mais para ser deixado nas mãos de quem não quer votar. E o voto facultativo valoriza o livre arbítrio: se o cara acha que é uma chatice sair de casa para votar, então não devia ser obrigado a ir às urnas. Numa democracia representativa os absenteístas também devem estar representados. É uma evidência. Aliás, a expressão “índice de abstenção” também é estruturante para a democracia.

Podia ficar aqui a tentar dissecar a tese, mas basta a convicção de que isso faria subir o quociente de inteligência dos processos eleitorais. E isso resultaria em melhor democracia. Com o voto facultativo, algumas das distorções da política brasileira, como a eleição de muitos espertalhões e oportunistas, poderiam ser corrigidas. Pode ser uma forma de barrar o “efeito Tiririca”. Vocês, leitor e leitora, não vivem a pedir mais qualificação entre os eleitos? Eis...


Um dos argumentos em favor do voto obrigatório é que ele serve como fator de educação política. Nada a ver. O que educa é o exercício da cidadania. Um eleitor que passa quatro anos totalmente alheado da vida política da sua cidade provavelmente prefere não ir votar. Afinal, são pessoas que encaram o voto como um dever e não como um direito. E acabam por se tornar presas fáceis para discursos fáceis.

Se uma pessoa vota porque é obrigada, estamos à frente de uma distorção da lógica da democracia. E não tenho dúvidas de que, num sistema de voto facultativo, sujeitos como Marco Tebaldi e Kennedy Nunes, que pouco têm a oferecer à cidade, ficariam com a margem de manobra reduzida. E Joinville poderia estar a salvo do vexame de ter que ficar entre o ruim e o mau, como as pesquisas indicam até ao momento.

De qualquer forma, vale salientar aqui uma ressalva: o nome do jogo é democracia. 
Posso achar que os candidatos nada têm a oferecer para o bem da cidade. Mas respeito a decisão do povo, porque ela é soberana. O que não me impede de insistir na ideia. Já parece ser tempo de tentar melhorar as regras do jogo. E o voto facultativo pode ser um bom começo.


P.S.: Na Europa, o voto é facultativo na expressiva maioria dos países. E a democracia não ruiu. Apesar de que mesmo assim tem muita gente que vai votar como quem vota num time de futebol.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ereção ou estado natural?

POR ET BARTHES
Momento interessante das Olimpíadas. O norte-americano Henrik Rummel ganhou uma medalha de bronze. Mas na plateia tinha uma pessoa com uma câmara interessada em outro tema. E filmou e publicou as imagens do que entendeu ser uma ereção do atleta. Mas logo veio alguém na defesa e disse que aquilo era o estado natural do sujeito.




P.S.: Como o vídeo oficial foi retirado do ar e alguns leitores reclamaram, eis as imagens.

Mentiras e estatísticas

POR JORDI CASTAN

É de Benjamim Disraeli a expressão: “existem três tipos de mentiras: mentiras, mentiras sujas e estatísticas". Veio na hora quando tomei conhecimento dos dados divulgados pelo IPPUJ e a SEINFRA sobre o estado atual e futuro das ciclovias e ciclofaixas em Joinville.

Os dados informam que há em Joinville 101 quilômetros e 440 metros entre ciclovias e ciclofaixas. O quadro anexo permite acompanhar os dados. Não é objetivo deste post questionar as informações divulgadas oficialmente pelo órgão responsável do governo municipal. Mas gostaria de destacar dois pontos.

O primeiro é que a lista relaciona todas as ciclovias e ciclofaixas existentes, algumas delas com mais de 30 anos de idade e a maioria das ciclovias com mais de 15 anos. Não estou insinuando que haja um intento de creditar-se obras que não são desta gestão, elas são inclusive anteriores à própria existência do IPPUJ. Mas é bom ficar claro que a tabela anexa não especifica o ano de implantação de cada uma delas e pode induzir a conclusões erradas.


Total de Ciclofaixas e  Ciclovias em Joinville SC

O segundo ponto é que nos mais de 28 anos que percorro praticamente duas vezes por dia - as ruas Albano Schmidt e Helmuth Fallgater - não tenho percebido que haja uma ciclovia e sim uma ciclofaixa. Entendo que ciclovia, ciclofaixa e tráfego compartilhado são soluções diferentes e não deveriam ser confundidas.

Uma ciclovia (ou pista ciclável) é um espaço destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas. Há vários tipos de ciclovia, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis:

tráfego compartilhado: não há nenhuma delimitação entre as faixas para automóveis ou bicicletas, a faixa é somente alargada de forma a permitir o trânsito de ambos os veículos.

ciclofaixa:é uma faixa das vias de tráfego, geralmente no mesmo sentido de direção dos automóveis e na maioria das vezes ao lado direito em mão única. Normalmente, nestas circunstâncias, a circulação de bicicletas é integrada ao trânsito de veículos, havendo somente uma faixa ou um separador físico, como blocos de concreto, entre si.

ciclovia: é segregada fisicamente do tráfego automóvel. Podem ser unidireccionais (um só sentido) ou bidireccionais (dois sentidos) e são regra geral adjacentes a vias de circulação automóvel ou em corredores verdes independentes da rede viária*.

Melhor nem entrar no mérito da qualidade da malha que formam estes 101 quilômetros, se estão ou não dentro do que estabelece a legislação, se a sua largura é adequada ou  se a segurança que oferecem as ciclofaixas para os ciclistas é adequada. Tampouco tentar entender se há ou não uma política coerente de mobilidade para ciclistas. Pelo contrário, os dados apresentados projetam que está consolidada a perda de qualidade do modelo atual, pois prevê uma redução no percentual de ciclovias (melhores e mais seguras, quando corretamente projetadas e executadas) atualmente em questionáveis 15,39 % para 9,09% num futuro indefinido e incerto.

Ciclofaixas e Ciclovias projetadas

Voltando aos dados divulgados pelo governo municipal, chama a atenção a inclusão de um segundo gráfico também anexo em que se incluem as ciclovias e ciclofaixas projetadas. Os números apresentados nesta segunda tabela projetam 211 quilômetros de ciclovias para o futuro que, somados aos atuais 101 quilômetros, preveem um total de 313 quilômetros. 

Não há nenhum cronograma, nenhuma informação que permita identificar as fontes de recursos e a diferença entre a fantasia, a quimera e a realidade. É comum, especialmente no período próximo ao final do mandato, apresentar informações, dados e projetos com o objetivo de informar o que foi realizado e o que poderá ser executado no futuro. A conclusão é que os dados apresentados nem informam com clareza o que foi executado nesta gestão, nem conseguem diferenciar o que são projetos contratados e previstos para os próximos meses, do que são só ideias e sonhos. Mais que sonhos, quimeras.



* Fonte Wikipedia