quinta-feira, 24 de maio de 2012

As promessas de campanha e os charlatães


POR JORDI CASTAN


A vida dos políticos é feita de promessas, a maioria sem cumprir. Aqui em Joinville as promessas por cumprir são mais e maiores que as cumpridas e elas formam parte da nossa história desde a época colonial, quando os primeiros colonizadores encontraram nestas terras uma realidade bem diferente da oferecida pelos marqueteiros da Companhia Colonizadora de Hamburgo.

Esta prática não é nova, mas ultimamente tem aumentado de forma vertiginosa. Por citar alguns exemplos recentes. Na "despoluição" do Cachoeira, primeiro foram os R$ 80 milhões que permitiriam a recuperação do rio. Depois o dinheiro nunca apareceu, o rio continuou sujo e ninguém mais lembrou dos milhões.


Na gestão Lula foi apresentado o projeto da construção de um pólder, como resultado da construção de um dique entre a ilha dos Espinheiros e o Morro do Amaral, a proposta que nos converteria na Holanda do Sul. Também caiu no esquecimento.


Depois a promessa foi a instalação do Flot-flux, uma das joias da coroa da gestão do prefeito e engenheiro sanitarista Marco Tebaldi. Foi até instalada uma unidade didática na própria praça Dario Salles. O resultado parecia mais com a feira de ciências do Bom Jesus que com uma alternativa concreta e viável. Até chegou a ser construída uma unidade, que hoje só serve para acumular detritos e lixo que o rio traz.


A construção de uma hidrovia entre São Francisco do Sul e Joinville permitiria oferecer uma nova alternativa de transporte para atender a crescente demanda das duas metrópoles do Norte do Estado. Nunca foi uma realidade econômica viável, apesar do investimento feito a fundo perdido para a dragagem e sinalização da hidrovia com recursos públicos.


Sem precisar remontar à época em que os sambaquianos ocupavam estas costas o projeto da Beira mangue. É outra promessa esquecida. O projeto do teleférico que permitiria o transporte rápido de passageiros entre o Bairro Boa Vista e o Centreventos, se une ao projeto de um túnel por baixo do morro do Boa Vista. Poderíamos citar dezenas de promessas nunca concretizadas e que caem no esquecimento rapidamente, não sem antes haver contribuído para a eleição de um ou outro charlatão.


As promessas da última campanha ainda estão frescas na mente da maioria dos eleitores e foram oportunamente registradas pela imprensa no chamado promessômetro. Uma coleção de promessas que devem repetir-se novamente nos próximos meses e que servirão para iludir um que outro incauto. O ideal seria que o eleitor fique mais esperto e deixe de acreditar nestes discursos e nestas promessas para boi dormir.



quarta-feira, 23 de maio de 2012

CÃO TARADO x VAMPIROCÃO


Propaganda antecipada?



Leitor do Chuva Ácida pede para mostrar e insiste que é propaganda eleitoral antecipada. Será? O prefeito é citado, mas não há indícios de que seja o autor da mensagem. De qualquer forma, ser for uma peça publicitária é mal feita. Usa um tipo de letra infantil, que passa a ideia de fragilidade e de improviso. Se for propaganda, melhor repensar.



Eu, cidadã, confio


 POR AMANDA WERNER
Em época de eleições todo o cuidado é pouco. O assédio vem de todos os lados. Como conseguir confiar em um candidato depois de tanta frustração política acumulada? Como qualificar o voto? Eis algumas atitudes que me inspiram confiança:

Confio naqueles que desde a tenra idade são sensíveis às causas sociais. Que atuaram na escola como representantes de classe, participaram do Diretório Acadêmico, ou com causas do seu bairro. Confio nas lideranças naturais. Bem mais do que nas fabricadas.

Confio nos que têm vocação para a política. Nos que têm dedicação apaixonada pela causa. E nos que têm senso de responsabilidade e proporção.

Confio nos que tomam partido. Nos que ao serem indagados sobre temas cabeludos, como aborto, pena de morte e eutanásia assumem a sua opinião. Mesmo que a opinião seja contrária à minha. Confio naqueles que não escorregam como sabão. Confio nos candidatos que não procuram agradar a todos, mantém-se firme em suas convicções, mesmo que isso signifique perder alguns votos.

Confio naquele que não faz crítica vazia. Naquele que propõe ideias para resolver a situação, e confio mais ainda naqueles que fazem acontecer.

Confio em quem não fica só a tecer elogios.

Confio em quem não é onipresente. Confio naquele que considera mais importante ficar com a família do que participar de várias feijoadas em um mesmo final de semana, ou marcar presença em cultos religiosos diversos, e confio mais ainda naquele que, como eu, acredita que ter trânsito livre de festas a enterros não é a melhor forma de fazer política.

Confio em quem faz, infinitamente mais, do que em quem fala que vai fazer se for eleito.

Confio no marketing pessoal obtido com realizações e não com o dinheiro.

Confio em quem pensa que se fazer algo pelos idosos é mais do que dançar com eles em bailes de terceira idade.

Confio no político de uma palavra só. Não naquele que tem uma palavra no atacado e outra no varejo. Creio ser a votação secreta a madrinha da corrupção. Confio nos que não defendem os interesses públicos com palavras, e os próprios, com o voto.

Confio nos humildes, e que não costumam se autoproclamar virtuosos.

Nunca voto em alguém que está no poder por mais de dois mandatos. Pois acredito que as raízes criadas pelo poder são as mais difíceis de extirpar.

Pesquiso o comportamento pregresso e valores do candidato.

Confio no candidato que não financia a mídia.

Lembro, que a legislação, tão somente, permite a propaganda eleitoral a partir do dia 06 de julho do ano da eleição.  Entrevistas de rádio ou televisão são permitidas pela lei, mesmo as anteriores à esta data. Nessas entrevistas, os candidatos podem falar de propostas, desde que não peçam votos. 

Reflito apenas,  se, quando ocorre superexposição, esta é por conta da significância das ações do candidato, ou, por causa do seu poder econômico.

Ainda, lembro que  a lei não permite propaganda eleitoral em outdoor. Contudo,  felicitações ao dia das mães, pais, ou ao dia do trabalhador são permitidas. Pois são consideradas  apenas marketing pessoal. Confio, como você poderia imaginar, no candidato que não se utiliza desse meio. 

É caro (e)leitor. O candidato que possui essas qualidades conseguiria facilmente me conquistar. É bem provável que o meu voto vá para alguém assim. Só desconfio de uma coisinha... desconfio que terei dificuldades para encontrar candidato na próxima eleição. Eu devo ser mesmo muito exigente.