segunda-feira, 14 de maio de 2012

Os políticos e os encantadores de serpentes


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Faz algum tempo, estava a acompanhar a produção de um filme publicitário aqui em Portugal e um operador de câmara, um paulista, disse que estava prontinho para passar uns meses no Brasil.

-       - Férias?
-      -  Não. Vou trabalhar na campanha eleitoral.
-     -  E compensa deixar o trabalho aqui?
-      -  Claro, lá os caras precisam fazer filmes e a grana rola solta entre a politicalhada. É a hora certa para ganhar dinheiro.
-      -  Para qual candidato vais trabalhar?
-      - Ainda não sei. Só sei que o cara tem muito dinheiro e está disposto a pagar.
-       - E o partido?
-       - Também não sei. E não importa. Desde que seja o partido da grana...

Parece brincadeira, mas a coisa é mesmo assim. Porque o emprego de marqueteiro ou publicitário em época de eleições no patropi é uma teta que parece não secar. Dá para muita gente mamar à grande e à francesa. Os políticos correm atrás dos caras como moscas à procura do mel, em especial os políticos acanalhados, que precisam branquear a imagem.

O candidato é um sacana que só quer se dar bem? Sem problemas. É um daqueles políticos que só lembram do povão na hora das eleições? Sem dramas. Tudo tem solução. Muitos políticos acreditam que os marqueteiros têm poderes do além: conseguem fazer o feio parecer bonito, o canalha parecer decente ou o aproveitador parecer sério.

Há uma explicação: os políticos brasileiros ainda não saíram do paleolítico e por isso acreditam nos poderes sobrenaturais dessa espécie de pajés que são os marqueteiros e publicitários. E muitos deles preferem a pajelança do show off em vez de trabalharem sério. Ooops! Trabalhar sério? Tem político que não sabe o que é ser sério e menos ainda o que é trabalho.

Nesta época, quando estamos às vésperas das eleições locais, já começa a haver uma autêntica corrida dos políticos para encontrar o publicitário ou marqueteiro que, como o os encantadores de serpentes, tenham a técnica sobre-humana de hipnotizar os eleitores e dar-lhes a vitória nas urnas.

Ou seja, os caras esperam ser eleitos apenas porque contrataram o sujeito que domina os raios e os trovões do marketing político. O fato é que os políticos não sabem – e nem querem saber – para que serve um publicitário ou marqueteiro. O que fascina é a técnica de encantamento. A frase perfeita, o filme mirabolante, a idéia genial ou a estratégica infalível.

O problema é que os marqueteiros não entendem muita coisa de ciências políticas, de antropologia ou sociologia. A maioria deles acha que vender um candidato é como vender um par de sapatos. Ou seja, os caras trabalham apenas na aparência, na superfície. Mas há produtos que, por mais que a embalagem seja bonita, ainda vão continuar a cheirar mal.

Mas, no final, o que se tem é uma equação interessante: de um lado estão os políticos, do outro estão os marqueteiros... e no meio está o dinheiro. Muito dinheiro.

Afinal, todo homem tem o seu preço. E alguns até fazem em prestações.

domingo, 13 de maio de 2012

Os perigos de coçar?







Pois é, deputado Clarikennedy. Até parece que temos alguma preferência pelo senhor, mas não é o caso. Na verdade, somos apenas pessoas bem educadas que não gostam de deixar perguntas sem resposta. E o senhor perguntou, no Facebook: “você sabe o que eu estou fazendo?”.
Não, senhor deputado. Não fazemos a mais pálida ideia. Mas deve ser uma coisa boa, porque 55 pessoas curtiram. Se dermos uma olhada para a sua posição (com a mão a apontar para as partes pudentas) vamos nos esforçar para tentar adivinhar (ou "advinhar", como o senhor escreve no seu português impecável). Veja lá se a gente acerta:
1.    O senhor contratou a Monica Lewinsky como estagiária.
2.   O senhor está a imitar um âncora de televisão, daqueles que apresentam o telejornal sem calças.
3.    Está num casting para publicidade do viagra.
4.    As suas cuecas são novas.
5.    Está a tentar discutir a velha questão: “o tamanho é importante?”
6.    Mas apostamos nesta: está a alertar para os perigos de certas pessoas passarem a vida a coçar o saco.
Acertamos?



Você é mãe o suficiente?

POR ET BARTHES
E já que estamos em clima de Dia das Mães, vamos trazer a polêmica que está a agitar os Estados Unidos: a capa da revista Time. O que tem de estranho? É que ela mostra uma mãe a amamentar o filho de cerca de oito anos. Teve gente que não gostou nadinha do que viu na foto. A reportagem fala das seguidoras das teorias de um médico que defende a amamentação até idades mais avançadas. E você, o que acha? A imagem é chocante ou provoca indiferença? A reportagem é em inglês, mas as imagens permitem uma conclusão.





É hoje o aniversário do José António Baço




E todos os membros do coletivo Chuva Ácida aproveitamos para felicita-lo. Seria injusto não compartir também esta data com todos os leitores  do blog.

sábado, 12 de maio de 2012

Não voto no Tebaldi nem se o adversário for Satanás

POR FELIPE SILVEIRA

Eu não votaria em Marco Tebaldi (PSDB) nem que ele estivesse no segundo turno com o próprio Satanás e a humanidade dependesse deste meu voto. Não vejo muita diferença entre esses dois, exceto pelo fato de que todo mundo sabe que Satã é o cara malvado. 


Já o Teba ainda consegue enganar um monte de trouxa por aí. E é justamente isso que não dá para entender. Como as pessoas ainda pensam em votar num homem que tem quatro ou cinco processos aguardando julgamento no STF (ou seja, ele já foi condenado na primeira instância, pelo menos)? Como as pessoas pensam em um homem fez o asfalto mais cretino já visto nessa cidade? Como podem pensar em votar em quem fez aquela Arena toda cheia de infiltração? Como as pessoas criticam quem votou no Lula "por ele ser burro" e pensam em votar em uma pessoa com a "capacidade de articulação" de Marco Tebaldi?


Sério, alguém aqui já viu um discurso dele? É horrível! Eu consigo admirar a capacidade de discursar de alguns políticos cretinos, como o LHS, mas nem isso o Teba tem. Como podem pensar em votar em alguém que fica tão à vontade nesse jogo de poder?
Enfim, Satã, você já sabe. Se tiver concorrendo com Marco Tebaldi para qualquer coisa, já tem um voto.




                   Felipe Silveira é estudante de jornalismo e um dos criadores do Chuva Ácida