quarta-feira, 11 de abril de 2012
Corrida desigual
POR JORDI CASTAN
Vereadores candidatos à reeleição partem em desigualdade em relação aos outros.
Começaram os preparativos prévios ao tiro inicial de uma corrida de obstáculos que será concluída em outubro, com a eleição municipal.
Começaram os preparativos prévios ao tiro inicial de uma corrida de obstáculos que será concluída em outubro, com a eleição municipal.
É uma corrida injusta e desigual, porque
enquanto uns correm a peito aberto, sem muitos recursos e dependendo das
contribuições voluntárias, outros partem com vantagem, protegidos por uma
legislação injusta que facilita a recondução dos atuais vereadores. Arroupados
por quase uma vintena de assessores, que mantêm contato permanente com os
eleitores - com veículo e combustível sem limite para visitar as bases, com uma
infinita conta de telefone, computador à disposição e tudo custeado com
recursos públicos - a campanha pela reeleição de um vereador é uma tarefa mais fácil, quando comparada com aqueles que, para poderem contar com uma estrutura
semelhante, devem contar com recursos próprios significativos ou com recursos
contabilizados pela campanha.
Não será raro que, mesmo tendo aumentado o seu salário
acima da inflação e contra a vontade da maioria da população, muitos dos
atuais legisladores sejam reconduzidos ao cargo. Tampouco será surpresa
que alguns dos vereadores contem com recursos significativos para enfrentar a
corrida eleitoral. Recursos, vale dizer, vitaminados pela aprovação de leis que o ministério
público considera não atenderem ao princípio da impessoalidade. A
pessoalidade neste caso poderia ser identificada facilmente se o financiamento
da campanha cumprisse todos os requisitos de transparência que a lei exige. Isso permitiria identificar os financiadores de cada campanha.
Uma alternativa para que esta corrida tão
desigual permita o emparelhamento de todos os concorrentes com as mesmas
chances, só poderia acontecer se houvesse uma mobilização a favor da não
renovação de nenhum dos atuais vereadores. Uma iniciativa que estimulasse a
chegada ao legislativo de uma nova geração de cidadãos que, sem experiência política
prévia, chegaria ao poder desprovida das mazelas e vícios que enquistam a política
local.
A utópica alternativa, pode não garantir um
legislativo melhor, mas sem dúvida proporcionaria a oportunidade de um novo
legislativo. Uma oportunidade única para não renovar algumas das práticas que
em alguns casos afrontam o eleitor, que se sente traído, além de envergonharem os joinvilenses e provocarem o repúdio da sociedade.
terça-feira, 10 de abril de 2012
A corrida foi por água abaixo
POR ET BARTHES
Quem conhece as tradições de Oxford e Cambridge certamente vai lembrar das famosas corridas de barcos a remo pelo rio Tâmisa. Neste ano foi realizado o 158º confronto entre as duas universidades e, como sempre, a televisão estatal BBC transmitiu ao vivo. Só que houve uma surpresa que fez interromper as remadas…
Por uma campanha eleitoral mais profissional
POR CHARLES HENRIQUE
Com a notícia de que o competente jornalista Marco Aurélio Braga (meu ex-companheiro de rádio MAIS FM) assumiu a assessoria de imprensa da pré-campanha de Udo Dohler para a prefeitura, resolvi trazer para o Chuva Ácida um tema que estava longe de ser debatido por aqui até poucos anos atrás: a profissionalização das campanhas eleitorais, despindo-se de todos os ranços politiqueiros que compõem a corrida aos cargos eletivos.
Uma campanha eleitoral se faz muito além das relações sociais e partidárias de cada candidato, pois envolve setores estratégicos importantes para o sucesso do candidato, como por exemplo a assessoria de imprensa, conteúdo programático, pesquisas de opinião, construção da imagem do político, etc. Profissionais da comunicação social deveriam ser os mais requisitados neste momento, juntamente com Cientistas Políticos e bons administradores (para o cuidado financeiro da campanha).
Infelizmente, a campanha eleitoral aqui em Joinville poucas vezes apresentou este nível de qualidade profissional nos bastidores. As campanhas que realizam uma pesquisa de opinião pública são raras, e sempre agem no chutômetro, na vontade pessoal do candidato ou ainda, nos números quantitativos de uma pesquisa de intenção de voto rasa e sem nenhuma intenção qualitativa. Só para citar um exemplo do amadorismo.
O que fica de mais grave nessa história toda, é que o trabalho em uma campanha geralmente esteve condicionado a um cargo (caso o candidato em questão vença), dando um ar de amadorismo a todo o processo. Ao invés do candidato preferir uma campanha séria e que pudesse leva-lo à vitória, utilizou-se, no caso das campanhas aqui da cidade, da maquina pública antes mesmo de chegar lá, corrompendo todo o sistema eleitoral, e inutilizando os poucos profissionais que aceitam o trabalho em alguma eleição.
É claro que uma campanha eleitoral representa o que mais há de maquiagem no meio político, pois provoca a inserção de máscaras e fantasias na cabeça do eleitor. Não podemos esquecer que o nível de qualidade da transmissão das propostas de cada candidato está condicionada à profissionalização desta etapa na escolha de nossos representantes e nem garantir que não haja um interesse partidário travestido de profissionalismo. Entretanto, se já há uma falta de compromisso com a qualidade antes da posse no cargo (ao utilizar da campanha como teste para os possíveis assessores e apadrinhados), imaginem quando estes chegarem de fato a seus mandatos...
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