terça-feira, 27 de março de 2012
Tô cansado dessa choradeira “volta Tebaldi”
POR CHARLES HENRIQUE
Faz muito tempo que não falo de política partidária por aqui. Foi de propósito. O cenário nos últimos meses vem me enojando muito. Algo que compõe isso tudo é a choradeira dos tucanos e simpatizantes, anti-PT e anti-Carlito (estes dois últimos são grupos totalmente distintos) para que o ex-Prefeito, ex-Secretário de Educação e meio Deputado Federal Marco Tebaldi seja candidato pelo PSDB nas eleições 2012. O coro “volta Tebaldi” é comparável ao esquecimento da população brasileira na hora de apertar os botões da urna eletrônica.
Tebaldi, que saiu queimado da Secretaria de Educação, foi recebido com um pétit-comité que não existiria em nenhum lugar de Santa Catarina. Só em Joinville mesmo. Com essa festinha veio o bombardeio nas redes sociais de um “volta Tebaldi”, “quero Tebaldi de volta” e até uma declaração de amor: “Tebaldi, não sei viver sem você”... e este discurso foi impregnado nas entrelinhas de alguns radialistas e apresentadores de TV. Claro, são todos amigos que querem voltar para o lado de lá do balcão.
Mas pedir para o ex-Prefeito voltar, além de representar o retrocesso da volta de um grupo político que há anos estava no poder (e que perdeu espaço após o fim dos 8 anos de LHS no Governo Estadual), é pedir para Flotflux voltar, juntamente com o Boulevard Cachoeira, abertura da Rua do Príncipe, o paver nas praças, a TLL anual, a tarifa de varredura, Secretário da Saúde preso, a venda da conta-corrente do funcionalismo público e todos os demais escândalos e incompetências que a sua gestão teve de 2002 a 2008. Está certo que tivemos ganhos como a municipalização do serviço de água e esgoto, e mais certo ainda que a gestão Carlito é um grande cabo eleitoral da oposição, mas o PSDB seria muito mais digno se lançasse uma proposta nova para a cidade, juntamente com um nome diferente.
Tô cansado da memória curta e da choradeira desse povo que quer voltar mais do que o próprio Tebaldi. Mais cansado ainda dos nomes que surgem como pré-candidatos, vazios e sem propostas. Nós já temos uma representação fraca em Brasília, e, sendo assim, não seria melhor pedir um “volta Tebaldi para Brasília?”. Tem uns que pedem um “volta Tebaldi para Erechim”, mas, não é o meu caso. Talvez as praças (ou frigideiras em dia de verão) da Rua do Bera (projetadas na gestão Tebaldi) sirvam para o show beneficente em prol da compra das passagem de volta do Deputado para os pampas. Ta aí a dica para os petistas que adoram aquele marco do urbanismo local.
PS. Meu dedo tá coçando pra apertar o branco em Outubro. Tenho esperança de não realizar tal ato.
segunda-feira, 26 de março de 2012
As palmeiras e o chilique dos marmanjos
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
É uma tristeza ver marmanjo tendo chilique. Mas na
semana passada houve uns barbados que fliparam e pareciam adolescentes
histéricas por causa das obras na Rua das Palmeiras. O berreiro era tão alto
que fiquei com a sensação de que uma bomba atônita estava a cair sobre o centro
de Joinville.
Li, aqui mesmo no “Twitting in the Rain”, do Chuva Ácida, um exemplo interessante:
“O Carlito está destruindo a Rua das Palmeiras. Enorme buraco feito com
retroescavadeira vai derrubar tudo”. Fujam para as montanhas, joinvilenses! Dá
para imaginar a cena. O prefeito alucinado, a dirigir uma máquina escavadora de
toneladas e a mandar abaixo tudo o que aparecia pela frente.
Pensei que fosse apenas um faniquito, mas depois
percebi que a coisa fazia sentido. Afinal, Carlito é torcedor do Corinthians e
estava apenas a antecipar o jogo de ontem no Pacaembu. O objetivo era derrubar
o Palmeiras. E parece que o treino resultou, porque ontem o Palmeiras caiu. Viram? O Palmeiras e as palmeiras. Uma confusão compreensível.
Mas deixemos o futebol e voltemos à Rua das Palmeiras. Não
vou entrar em questões técnicas porque essa não é a minha praia. Ou melhor, não
é a minha alameda. Não sei o que se pretende com as obras (vejam o P.S.), mas era preciso fazer alguma coisa. Os cartões postais da cidade não
devem servir apenas para as fotografias. É essencial serem vividos.
LINHAS QUE NÃO CONVIDAM A ENTRAR - Quando
estive de férias em Joinville, no mês passado, levei uns amigos para conhecer a
Rua das Palmeiras (na verdade, foram eles a insistir) e a impressão que eles levaram não foi das
melhores. O lugar acabou por se tornar numa espécie de gueto. Aliás, o projeto
– que tem quase três décadas – pode ter ficado bonito no papel ou numa maquete,
mas na prática nunca funcionou. O lugar não é fluído, inclusivo.
Qualquer leigo como eu – que nada entende de paisagismo, urbanismo, arquitetura e
essas coisas – percebe que a praça parece uma pista de obstáculos, quando
deveria parecer um corredor. Que o traçado é estanque e não convida o visitante
a entrar. Que as linhas criam zonas de contenção. E ainda reclamam que o
pessoal da droga tenha feito da alameda um ponto de encontro.
Vou repetir. Não sei se a alameda vai ficar melhor com
as obras, mas pior não pode ficar. Aliás, fico com uma certeza: a maioria dos
críticos não deve pôr os pés na Rua das Palmeiras há muito tempo. Porque se
tivessem dado uma única caminhadinha pelo local não se sentiriam tão à vontade
para tanto estrilho.
Ah... antes de acabar, imagino que esta hora haja
gente a pensar que estou a fazer a defesa de Carlito Merss. Nada disso. Estou a
fazer o ataque aos caras – viúvas do antigo senhor do feudo – que não medem os
decibéis da própria histeria. É importante saber: quando se exagera na causa, a coisa fica inverosímil e as pessoas deixam de acreditar.
E por falar nisso, o berreiro da semana passada não
lembra o mesmo de tempos atrás, quando iniciaram as obras na JK? Era a desgraça
do paisagismo, o apocalipse do urbanismo, a falência do planejamento. Mas no
fim ficou mais bonito e funcional. Ou vai discordar?
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