quinta-feira, 22 de março de 2012

Falta cidade para tanta SDR!

POR GUILHERME GASSENFERTH 

Vocês já ouviram falar de cidades como São Lourenço do Oeste, Seara, Quilombo, Palmitos, Maravilha,Taió, Ituporanga, Itapiranga, Dionísio Cerqueira e Ibirama? Algumas delas tenho certeza que já sim e de algumas outras creio que não. Agora vou apertá-los mais um pouco: sabem dizer em que região do Estado estes municípios se encontram? Podem dar apenas uma característica de cada uma destas cidades?

Eu vou ajudá-los: todas elas são sedes de Secretarias de Desenvolvimento Regional, as SDRs. Sim, em cada uma há uma secretaria de Estado, com direito a Secretário, sede, funcionários públicos, orçamento e tudo o mais que as SDRs tem direito. Algum motivo há de haver. Presumo: ou há população expressiva, ou economia importante, ou distância geográfica de outras regionais. Vamos analisar?

1. Todas estas cidades tem população menor que 22.300 habitantes. Isto significa que qualquer um dos cinco bairros mais populosos de Joinville (Aventureiro, Paranaguamirim, Costa e Silva, Jardim Iririú e Iririú) possui, cada um, mais habitantes que qualquer das cidades supracitadas. A maior cidade dentre estas 10 é Ituporanga, com 22.255 habitantes (a 53º em população em SC). Então, descartamos a ideia de população.

2. Nenhuma delas está entre as 36 maiores cidades em economia no Estado (são 36 as SDRs). O maior PIB dentre estas cidades é o de Seara, com R$ 578,9 milhões, em 2009, o que a deixa na 37ª colocação entre os PIBs municipais de SC. Somados, os PIBs destes municípios chegam a R$ 3,7 bilhões, 28% do PIB de Joinville. Economia importante não parece ser o caso.

3. Só resta distância geográfica de outras SDRs. Será? São Lourenço do Oeste é a cidade mais distante de outra SDR (excluindo-se as 10 analisadas). São 108km por estrada até Chapecó ou 110km a São Miguel do Oeste. Mas São Lourenço do Oeste está na divisa com o PR e não pode ser considerada um centro regional. A segunda cidade mais distante, Itapiranga, está a 69km de São Miguel do Oeste. Há absurdos como Ituporanga, a 27,5km de Rio do Sul, ou Ibirama, a 33,3 km da mesma cidade. Então, não estamos falando de distâncias geográficas.

Deste modo, a menos que algum iluminado leitor conheça outra alternativa, parece-me que a razão de cidades como estas 10 que citei receberem uma SDR é só uma: politicagem. Faltava espaço para nomear cargos de confiança no Governo do Estado e Luiz Henrique teve a ombridade e generosidade de distribuir mais cargos para seus amiguinhos em novas SDRs.

Sou amplamente favorável à descentralização e saúdo o Senador LHS em sua luta pelo novo Pacto Federativo e pela implantação do conceito de descentralização administrativa. Excetuando-se aspectos político partidários, para que se descentralizou? Para se diminuir a responsabilidade de Florianópolis ser centro decisório de obras e reivindicações que ocorrem a centenas de quilômetros dali; para levar desenvolvimento a regiões com menor IDH no Estado; para possibilitar aos municípios e cidades da região mais participação e transparência na aplicação dos recursos.

As regiões de menor IDH do Estado concentram-se no Meio Oeste, na região de Curitibanos e Caçador (por isso que entendo que transferir a capital de SC para Curitibanos não seria de todo má ideia, mas isso é papo pra outro post). Ali, deve se pensar em fortalecer as SDRs.

Minhas sugestões de sede para as SDRs são: São Miguel do Oeste e Maravilha (extremo-oeste), Xanxerê (oeste), Joaçaba, Caçador e Curitibanos (meio-oeste), Lages (Planalto Sul), Major Vieira ou Papanduva (Planalto Norte), Rio do Sul (Alto Vale do Itajaí), Guaramirim ou Araquari (Nordeste), Timbó (Médio Vale do Itajaí), Navegantes ou Camboriú (Litoral Norte), Palhoça (Grande Florianópolis), Braço do Norte ou Urussanga (Sul), Araranguá (Extremo-Sul).

São 15 regionais nesta proposta, respeitando critérios geográficos; instalando mais SDRs onde há mais municípios que precisam de desenvolvimento (extremo-oeste e meio-oeste); e utilizando-se de municípios menores (com exceção de Lages e Rio do Sul por questões rodoviárias) para levar mais desenvolvimento.

Menos regionais significa menos secretários, menos cargos de confiança, menos funcionários fazendo a mesma coisa – há diferença entre 36 serventes de cafezinho e 15 serventes de cafezinho, num exemplo banal, menos aluguel, menos telefone, menos tudo. E mais eficiência com o dinheiro que nós pagamos.

LISTA DAS SDRs (clique sobre o mapa no início do texto para ampliá-lo):

01ª São Miguel do Oeste19ª Laguna
02ª Maravilha20ª Tubarão
03ª São Lourenço do Oeste21ª Criciúma
04ª Chapecó22ª Araranguá
05ª Xanxerê23ª Joinville
06ª Concórdia24ª Jaraguá do Sul
07ª Joaçaba25ª Mafra
08ª Campos Novos26ª Canoinhas
09ª Videira27ª Lages
10ª Caçador28ª São Joaquim
11ª Curitibanos29ª Palmitos
12ª Rio do Sul30ª Dionísio Cerqueira
13ª Ituporanga31ª Itapiranga
14ª Ibirama32ª Quilombo
15ª Blumenau33ª Seara
16ª Brusque34ª Taió
17ª Itajaí35ª Timbó
18ª Grande Florianópolis36ª Braço do Norte

quarta-feira, 21 de março de 2012

A gestação de um bebê em 90 segundos

POR ET BARTHES
Um jovem casal decidiu fazer um filme da gestação da filha. E para isso usou uma técnica conhecida como “stop motion”. O resultado é um “pequeno projeto de nove meses” em apenas 90 segundos. E no final o casal apresenta ao mundo a pequena Amelie Amaya, personagem central do filme, que já nasceu celebridade. O vídeo tem quase 6 milhões de visualizações.



Cão Tarado


Uma obra de arte da nossa engenharia


POR JORDI CASTAN

Para ir de um lado ao outro do Cachoeira, agora é só passar por uma obra de arte.

Finalmente ficou concluída a passarela que une, de forma permanente, uma e outra margem do Rio Cachoeira. A ligação entre dois ícones da nossa arquitetura local, o Centreventos e a Câmara de Vereadores, é completada com uma obra de arte da nossa engenharia. Nem poderia ser diferente. Ambas as construções mereciam uma passarela que rivalizasse em elegância e criatividade com dois dos principais marcos arquitetônicos de Joinville.

Finalmente temos uma obra planejada, projetada e executada nesta gestão que nos provoca uma vontade irresistível de gritar: “Agora sim!”. Depois de tanta obra menor, até com inauguração de sinaleiros ou de praças com o pomposo título de parques, finalmente temos um novo referencial urbano. Aliás, uma obra que teria merecido ser premiada num concurso internacional de ideias, que reúne em poucos metros toda a elegância, arrojo e leveza que a engenharia local é capaz de colocar numa única obra.

A passarela rivaliza com algumas das pontes de pedestres mais famosas do mundo. A beleza da Puente de la Mujer, projetada por Santiago Calatrava para unir as duas margens de Puerto Madero, em Buenos Aires, ou a passarela que une as margens do Rio Clyde, em Glasgow, no Reino Unido. Para ser um pouco bairrista, a nossa passarela tampouco pode ser comparada em beleza com a construída em Can Gili, Granollers, na Espanha. Nenhuma delas, para citar apenas algumas das centenas de passarelas que devem ter servido de inspiração aos nossos profissionais locais, chega perto da nossa passarela.

É bom que finalmente tenhamos abandonado a mediocridade que parecia enquistada em Joinville e fôssemos em busca de novos desafios. E vamos acreditar que podemos, agora sim, nos comparar com o que há de melhor no mundo da engenharia, da arquitetura, do design em todo o mundo. Quem poderia não se emocionar com a beleza de uma obra como esta? Como alguém poderia ficar insensível a tanta criatividade, a um uso tão comedido dos recursos públicos? Como alguém poderia deixar de elogiar a qualidade, o profissionalismo, a lisura e a transparência com que são tratadas as obras públicas? É hora de acreditar que sim, que as coisas aqui em Joinville agora são feitas de forma diferente do que se fazia antes.

Milhares de turistas virão a Joinville exclusivamente para visitar esta nova jóia da arquitetura continental. Centenas de estudantes de engenharia de todo o país olharão impressionados para a leveza da passarela e desejarão ser capazes de desenvolver os complexos cálculos matemáticos que conseguiram reunir, numa única peça, a elegância, os materiais adequados e o conhecimento técnico que culminaram nesta obra prima. E poderemos estar de novo orgulhosos de nossa cidade.

terça-feira, 20 de março de 2012

Corredores de ônibus ou de babacas?

POR ET BARTHES

Na última sexta-feira, dia 16, os leitores puderam ler aqui no blog um texto que falava sobre os problemas que os motoristas folgados causam ao trânsito de Joinville. No fim de semana, rolou pelas redes sociais um vídeo que demonstra o oportunismo, irresponsabilidade e individualismo de muitos condutores de veículos em Joinville. Instalada na Avenida Albano Schulz (Beira-Rio), entre a Rua Dona Francisca e a Rua Princesa Izabel, uma câmera grava a imprudência dos motoristas que trafegam pela faixa exclusiva de ônibus e – naquele trecho – caminhões. Confira especialmente o trecho compreendido entre 1’55’’ e 2’10’’, além das estatísticas ao fim do vídeo.