POR ET BARTHES
A moça é uma apresentadora de telejornal. E enquanto está a trabalhar, a filha interrompe a cena e entra para entregar o telefone. É como se estivesse em casa...sábado, 24 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Será?
É difícil acreditar. Uma pessoa que está obrigada a dar exemplo de civismo iria fazer algo como ocupar a vaga para deficientes? Mas está no Facebook.
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Emerson beijoqueiro
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Adaptação da marca da década de 80, com as cores do arco-íris, símbolo da luta LGBT , que circulou pela internet |
POR FELIPE SILVEIRA
O beijo - selinho é um tipo de beijo - de Emerson Sheik no seu amigo após a vitória sobre o Coritiba, no domingo passado, incomodou muita gente e agradou muita gente. Afinal, homofóbicos são maioria nesse país. Uma horda de homofóbicos corinthianos passou mal por causa da atitude de um dos principais jogadores do time e herói do título da Libertadores 2012. Apesar disso foram representados por apenas cinco tolos que foram ao Centro de Treinamento para “protestar”. Já o resto de homofóbicos torcedores de outros times comemorou o motivo de risadas e de chacota para cima do timão. E não é preciso explicar aqui o quão idiota é fazer chacota por isso.
Eu, como corinthiano, comemoro mais essa vitória do timão. Ou melhor, de um jogador do timão. Desde que comecei a questionar e desafiar minha própria homofobia, há alguns anos, torço para que o primeiro gay assumido do futebol brasileiro seja do Corinthians, e que o time encampe uma campanha anti-homofobia. Não é o caso de Emerson, e isso parece claro, mas o passo que ele deu à reflexão foi muito importante.
Talvez o meu maior orgulho como corinthiano seja a Democracia Corinthiana, que ocorreu na década de 80, quando o time que contava com Sócrates, Vladimir e Casagrande deram um grande exemplo e uma grande esperança ao país, que ainda vivia sob uma ditadura civil-militar. O time do povo instaurou uma democracia interna e mostrou ao país que a democracia era possível.
O ato político (pode ter sido de brincadeira, mas tem uma dimensão política gigantesca) de Emerson Sheik me fez lembrar da Democracia Corinthiana. Torço para que esse seja mais um exemplo de um jogador do Corinthians para o país. A diferença, desta vez, é que a ação política não dá esperança ao povo oprimido por uma ditadura mas sim tem a intenção de fazer o próprio povo pensar sobre sua opressão ao próximo.
P.S.: O primeiro jogador de futebol profissional gay e assumido é o americano Robbie Rogers. Assim que assumiu a orientação sexual Rogers decidiu se aposentar, pela impossibilidade de continuar a atuar em um universo tão machista. Leia mais sobre o assunto aqui. Semanas depois, no entanto, Rogers voltou a treinar, mas disse que não voltaria ao antigo clube. Saiba mais.
Outro P.S.: O jogador Richarlysson, uma das maiores vítimas da homofobia nesse país, nunca assumiu ser gay. Quando questionado, ele negou e fez questão de apresentar a namorada. Estou poupando vocês de encherem a caixa de comentários com isso.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
É pedir demais?
POR FERNANDA M. POMPERMAIER
As questões de gênero se apresentam de diversas formas e é preciso estar atento para reconhecer, refletir e mudar atitudes se realmente desejamos uma sociedade igualitária.
É preciso estar em contato com os grupos minoritários e discriminados para compreender suas lutas, modificar o discurso e aprender o respeito.
Para tanto alguns conceitos precisam ser levados em consideração.
1. A identidade de gênero:
A identidade de gênero se refere à forma como o indivíduo reconhece-se a si mesmo. Existem os cisgêneros - pessoas que se identificam com seu sexo biológico e o seu "definido" papel social (se é que pode-se dizer assim). E transgêneros: pessoas que se identificam com o sexo oposto ao seu sexo biológico. Não tem ligação direta com a homossexualidade. Depende é da forma como a pessoa vê a si mesma e como se apresenta ao mundo. Não tem bem a ver com orientação sexual, próximo tema.
2. A orientação sexual: é a quem o desejo sexual da pessoa se orienta. Esse pode ser bissexual, heterossexual ou homossexual.
Pessoas transsexuais se vestem e se apresentam da forma como querem que o mundo as veja. Se está vestida de mulher, é respeitoso referir-se à pessoa como mulher, e assim por diante: a transsexual.
Se o desejo sexual de um homem se dirige à outro homem e eles se reconhecem no mundo como homens, não existe nenhum motivo para achar que eles sejam mulheres ou algo parecido. 2 homens que se amam são apenas 2 homens que se amam, nada além disso. Essa é a única explicação que toda a sociedade, inclusive crianças, precisam receber.
Informação é o caminho para o fim do preconceito. E infelizmente o preconceito ainda é muito grande.
A violência contra transexuais é gigantesca no Brasil e suas vidas são extremamente influenciadas por esses preconceitos. Tanto que a grande maioria dos transsexuais se prostitue, não os resta muito além dessa opção profissional. E é por isso que sou à favor da regulamentação da profissão de prostituta(o) no Brasil. Para que fazer de conta que esse grupo não existe quando o mesmo movimenta uma economia conhecida mundialmente. Que se garantem direitos trabalhistas básicos à esse grupo de trabalhadoras(es).
A foto que ilustra o post é forte. Michelle, de apenas 22 anos, assassinada enquanto fazia programa na Paraíba dia 16 de agosto deste ano. Morta pelo preconceito. Como ela inúmeras sofrem com violência todos os dias.
Eu fico imaginando o que se passa na cabeça dos seus inquisidores. Pessoas que se dizem defensoras da moral e dos bons costumes, que repudiam qualquer comportamento diferente dos seus. Baseiam seus julgamentos no ódio, na ignorância e no preconceito. Pessoas que não contratam homossexuais, que não contratam travestis, que não os desejam na sua vizinhança ou na sua igreja. Como podem se dizer religiosos se, segundo a bíblia, Jesus mesmo acolheu a prostituta e repetiu que devemos amar à todos acima de tudo. Que amor é esse que tem cor de pele, orientação sexual ou profissão, específicos para serem exigidos. Isso não é amor, é hipocrisia, é burrice.
Imagine o absurdo do meu texto, vir aqui falar de respeito para transsexuais quando no texto do Felipe da semana passada, muitos leitores comentaram desrespeitando uma mulher pelo seu estilo musical, suas roupas ou sua maneira de dançar. Estamos longe da civilização.
Respeitar:
Apesar das roupas,
apesar do número de parceiros sexuais,
apesar da forma de dançar,
apesar da orientação sexual,
apesar da identificação de gênero,
apesar da profissão, (nesse caso as prostitutas).
É pedir demais?
Gay na Rússia vai ter que ser muito macho!
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Atletas russas se beijando quando receberam medalhe de ouro no Mundial de Atletismo em Moscou |
POR GABRIELA SCHIEWE
No final da semana passada, mais precisamente na quinta-feira, a atleta russa Yelena Isinbayeva, em entrevista coletiva no Mundial de Atletismo, que ocorreu em Moscou prestou declarações em apoio a Lei Anti-Gay russa que proíbe a propagação de relações sexuais não-tradicionais e impõe multas a quem promover passeatas de orgulho gay.
No dia seguinte, diante da proporção que suas declarações tomaram de forma negativa, a atleta tentou se retratar, com justificativa pífia de não dominar a língua inglesa e ter sido mal interpretada e que apenas quis dizer que os atletas, nos Jogos de Inverno que ocorrerão no começo do ano que vem, devem respeitar as leis do país que se encontram.
O Ministro dos Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, também se pronunciou, visto que já correm boatos de boicote aos Jogos de Sochi, como segue:
"Queremos proteger nossa geração mais jovem, que ainda não está fisicamente formada. É uma lei que protege os direitos das crianças, e não tem a intenção de impedir ninguém de fazer nada na sua vida privada."
No meu entendimento as declarações do Ministro Russo foram mais ofensivas e discriminatórias que a própria lei, pois quando diz que a lei é para proteger a formação das crianças e que ninguém é impedido de fazer o que bem entende dentro de quatro paredes ele está relegando os homessexuais ao limbo, devem se contentar com o ostracismo, ficarem escondidos já que a sua preferência sexual poderá atingir até a constituição física de crianças.
Quer dizer então que uma pessoa gay faz mal a formação do ser humano??????
Gay não é gente igual a gente????????
Começo a pensar que Marcos Feliciano tem razão e ser homessexual se trata de uma doença e, contagiosa, pelo que vejo.
Faz alguns meses, escrevi a respeito aqui no blog, essa questão de atletas homossexuais serem discriminados, assim como eram até pouco tempo os negros. Não que estes não sejam mais, no entanto como hoje atletas de grandes expressão são negros a aceitação já é bem mais positiva.
Aí eu pergunto, aonde está o respeito ao ser humano, da sua liberdade de escolha? Ninguém é obrigado a gostar de negros, gays, judeus, mas respeitar as opções sexuais, religiosas e as etnias que, nesta caso não se trata de opção mas do estado natural da pessoa, caso ela não seja um Michael Jackson.
O jogador Sheik postou uma foto dando uma "bitoquinha" em outro homem em apoio a todos atletas homossexuais.
A sua atitude foi louvável, no entanto todos sabem da orientação sexual do Sheik e por isso foi aplaudido, agora quero ver aplaudir um atleta assumidamente homossexual e apoiarem irrestritamente e mais, que esse atleta continue com salários, patrocínios e destaque como tinha até então.
Que venha Sochi 2014 com toda a sua machesa robustecida nos gays que, espero, invadam a gélida Rússia.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
O menos mal não é o melhor
POR JORDI CASTAN
Em tempo de poucas
opções, ganha corpo a ideia de que escolher o menos ruim é a melhor opção. É um
erro supor que o menos ruim seja o melhor. O menos ruim continua sendo uma péssima
escolha.
Vivemos esta situação
na eleição municipal passada, aqui em Joinville, frente a uma coligação que foi
denominada de KCT por congregar, num mesmo grupo, o candidato Kennedy Nunes,
com o apoio prefeito Carlito Merss e pelo ex-prefeito Marco Tebaldi.
Esse engendro político reunia antigos inimigos declarados e, nesse momento, tinha um único objetivo: a volta ao poder, no caso do Tebaldi, a chegada ao poder, no caso do Kennedy, ou simplesmente a permanência nele, no caso do Carlito. É evidente que os maiores interessados, além dos próprios lideres do processo, foram os assessores, cabos eleitorais e apaniguados que corriam um serio risco de perder os cargos e teriam que voltar a trabalhar, alguns provavelmente por primeira vez na vida.
Esse engendro político reunia antigos inimigos declarados e, nesse momento, tinha um único objetivo: a volta ao poder, no caso do Tebaldi, a chegada ao poder, no caso do Kennedy, ou simplesmente a permanência nele, no caso do Carlito. É evidente que os maiores interessados, além dos próprios lideres do processo, foram os assessores, cabos eleitorais e apaniguados que corriam um serio risco de perder os cargos e teriam que voltar a trabalhar, alguns provavelmente por primeira vez na vida.
Frente a esta
coligação estava a candidatura liderada pelo candidato Udo Dohler, que se apresentava como
a menos ruim. Pouca gente que o conhecesse e tivesse acompanhado a sua vida
pública fora da empresa tinha a certeza que era a melhor opção para Joinville.
Mas representava a opção menos ruim. Eu mesmo votei nele no segundo turno. Se
por um lado tinha a certeza, hoje confirmada, de que o seu governo não seria
brilhante, por outro sabia que tinha - e tem - experiência administrativa e não deveria
cometer erros crassos, inaceitáveis para um administrador público.
Joinville enfrentou
naquele momento uma situação que corremos o risco de viver de novo em 2014,
tanto no nível estadual, como no nível nacional, o dilema de ter que escolher o
menos ruim, porque não há no horizonte nenhuma opção viável que possa ser
considerada boa ou que seja claramente melhor.
E teremos que, de
novo, fazer escolhas, sabendo que nenhum resultado será bom. Há os que
defendem que não se deve praticar o voto útil. Que votar no menos ruim continua sendo uma péssima opção. Anular o voto ou exercer o voto de protesto é
uma alternativa, inócua, mas que ganha corpo, entre uma parcela do eleitorado
frente a falta de outras opções. O eleitor enfrentará, cada vez com maior frequência, o desafio de ter que escolher entre péssimas opções. E terá que fazer a sua
escolha.
Pessoalmente, tenho
cada vez menos certeza que votar no menos ruim seja uma boa opção, mas não
consigo identificar uma alternativa melhor. Convivo diariamente com o resultado
da minha escolha e fico dividido entre acreditar que fiz o melhor possível ou
que contribuiu para ter em Joinville um mal menor e a duvida me martela cada
dia. Qual será a melhor opção? Qual é a escolha correta? Alguém autoritário,
que sabe ler um balanço e que ouve, mas não escuta. Ou alguém que paquera a
demagogia sem experiência administrativa, mas que está mais sensível a outras
parcelas da sociedade? Difícil escolha.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
O JEC precisa da politicagem para sobreviver?
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
O Joinville Esporte Clube sabe muito bem como a política é prejudicial. A torcida sabe mais ainda. Após as seguidas crises provocadas pelo rebaixamento em 2004, o então prefeito Marco Tebaldi, na ânsia de "ajudar", virou presidente do Conselho, começou a contratar técnicos em seu gabinete e participar de forma ativa nas dinâmicas do clube. O resultado foi uma queda maior ainda. O time ficou sem divisão e com o nome manchado após tentativas de comprar vagas em uma competição nacional.
Agora, mais recentemente, o presidente do JEC, Nereu Martinelli, envolve o prefeito Udo Dohler em negociações com a Caixa Econômica Federal para trazer um patrocínio da estatal ao clube, visando sanar as dívidas e ter dinheiro em caixa para contratar mais jogadores. Acontece que, para receber o patrocínio, a Caixa precisa receber a conta dos funcionários de algum órgão público. Por isso o prefeito foi chamado. A politicagem novamente ronda a Rua Inácio Bastos.
A manobra recentemente virou manchete nacional, através da ESPN Brasil, que corretamente questiona a dependência de nossos clubes para patrocínios de estatais (não é atitude exclusiva do JEC). Além do mais, é sabido que a família Martinelli é uma grande doadora da campanha de Udo, e faz pressão no prefeito para que ele participe das negociações, dando o aval fundamental para que o JEC receba o valor da Caixa. É o clássico problema das doações privadas para campanhas eleitorais: o apoio aparece, ao mesmo passo que espera uma retribuição depois da eleição.
O fato é que o JEC é muito maior que isso tudo. O clube está em uma cidade que tem torcedores fanáticos, parque industrial poderoso, e uma economia dinâmica, pouco vista no Brasil. Parece piada saber que depende de migalhas que a Caixa Econômica faz para se promover em cima de prefeituras e governos Brasil afora, lucrando com as contas de funcionários públicos, em uma vinculação no mínimo imoral. Achar que esta manobra política é solução para o clube é recair no mesmo erro de anos atrás, o que coloca em xeque a grande ascendência que o Joinville Esporte Clube conquistou após uma gestão séria assumir, dando fim a uma sequência que quase o fez chegar ao fundo do poço.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Recalque e ódio de classe batem e voltam em forma de vidas frustradas e ridículas
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Fala na cara, quero ver! |
FELIPE SILVEIRA
Olá, virgens, frígidos, frustrados, recalcados e hipócritas que habitam essas bandas chamada internet.
Não, não estou falando de você, caro leitor que não usa o facebook para chamar mulher de puta ou lixo, como vi hoje nos comentários (no facebook) da matéria do Notícias do Dia sobre o show da cantora Anitta em Joinville na noite de quinta-feira (15). Estou falando do tipo abundante de imbecil que faz isso.
É inacreditável ver coisas como essa hoje em dia, mas esse inacreditável está cada vez mais comum. E não é só na internet. Nas rodas de conversa por aí é comum ouvir coisas como “dança igual uma puta” ao se referir a funkeira sensação de 2013.
A explicação que eu mais gosto pra esse tipo de comportamento atende pela alcunha de inveja. Assim que começa o show das poderosas já dá pra ver lá no canto obscuro o bonde das invejosas - e dos invejosos.
Mas a gente também sabe que uma explicação só é muito pouco para qualquer coisa. Tem coisa aí, e essa coisa se chama ódio de classe.
Esse ódio é a gasolina que abastece o coraçãozinho desse povo recalcado e frustrado que é doido pra ter um rebolation e um bronzeado à Anitta, mas que, como não pode, taca pedra em quem tem qualquer tipo de destaque.
E incomoda mais quando esse destaque vem do funk, do rap, da poesia da periferia. Incomoda quando vem do pobre, nesse país de Cacos Antibes (personagem que gosto porque o entendo como uma crítica à imbecilidade da classe média).
E, nesse momento, cabe uma ressalva. A própria Anitta, apesar da adorável simplicidade, é uma figura controversa dentro da própria cultura do funk. Há críticas a respeito da glamourização que a artista leva ao funk (mais como peça da engrenagem do que cérebro por trás dela). No entanto, aposto que os babacas comentaristas de facebook passam longe dessa discussão. O raciocínio deles é que “se é funkeira, é puta”.
Eu, particularmente, não gosto de funk carioca (há exceções). Nunca curti a melodia e acho uma bizarrice que gostem das letras do MC Catra e outros do mesmo naipe. No entanto, minha crítica é para quem ouve Catra e o vê como sensacional enquanto chama a menina lá de vagabunda. É o machismo borbulhando nessas almas, pra dizer o mínimo.
E no passinho do volante vamos voltando à Idade Média. Já estamos pertinho, mas agora tem internet.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
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