sábado, 26 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Pelo fim da violência contra as mulheres
Maria Elisa Máximo
Pois é, pessoal: eu não "arriei"! Estou aqui, cheia de vontade de escrever, mas com pouquíssimo tempo. O ano está acabando, mas as coisas a fazer não diminuem. Pelo contrário, parece que elas se multiplicam, obrigando-me a estabelecer prioridades. Mas, vamos lá. Prometi que iria escrever hoje, sexta-feira, sem saber ao certo sobre o quê. Afinal, o blog anda sintonizado numa temática sobre a qual eu não desejo comentar. Até mesmo porque tenho estado bem por fora dos últimos acontecimentos locais, tomando conhecimento apenas do básico. Talvez, Joinville não esteja tão interessante. Os mesmos nomes, os mesmos grupos, as mesmas velhas disputas. Não me surpreendeu o escândalo das diárias; onde o Kennedy Nunes esteve ou deixou de estar é a última coisa que me preocupa; não tenho opinião sobre o aumento do número de vereadores (mesmo tendendo a ser a favor); as alterações no zoneamento me tocam, mas não creio que sejam capazes de me mobilizar. Sobre o Parque da Cidade ainda quero comentar, fazendo um contraponto ao post do Charles. Mas fica pra outra hora.
Ando mais
interessada nas coisas que transcendem a nossa "bolha". De Belo Monte a Occupy Wall Street, o mundo ferve de questões importantes e que deveriam nos mobilizar mais. Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra as Mulheres. E eu, como a única mulher a escrever neste blog, não poderia deixar passar em branco. Fiquei o dia todo aguardando pra ver se algum de meus colegas se adiantariam pra falar do assunto. Infelizmente isso não aconteceu, porque teria sido ainda mais significativo se um homem tivesse tido esta lembrança. Ao contrário, acabamos por naturalizar o sexismo: enquanto os homens falam de política, economia, etc, as mulheres falam de ... mulheres. Não, não me entendam mal. Não se trata de uma crítica aos meus colegas, longe de mim. Trata-se, sim, de uma tentativa de chamar atenção para algo que me incomoda bastante: os homens ainda não se sensibilizaram, de um modo geral, para as lutas que tocam especialmente as mulheres. Se eu estiver errada, por favor, me digam.
O "Dia" foi instituído há 3o anos, pela ONU, e, é claro, tem como objetivo conscientizar as pessoas para o problema que mulheres do mundo inteiro vivenciam cotidianamente. Este ano, a REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano) lançou a campanha Quem ama, abraça! e convidou uma série de artistas para apoiar a causa, através de um clipe que será veiculado entre hoje e 10 de dezembro nas principais emissoras de TV abertas do país. O clipe é bacana, a mensagem é importante e os artistas, muitos deles, são "biscoito fino".
Ando mais

O "Dia" foi instituído há 3o anos, pela ONU, e, é claro, tem como objetivo conscientizar as pessoas para o problema que mulheres do mundo inteiro vivenciam cotidianamente. Este ano, a REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano) lançou a campanha Quem ama, abraça! e convidou uma série de artistas para apoiar a causa, através de um clipe que será veiculado entre hoje e 10 de dezembro nas principais emissoras de TV abertas do país. O clipe é bacana, a mensagem é importante e os artistas, muitos deles, são "biscoito fino".
Estima-se que
A Lei Maria da Penha, criada há 5 anos, representa um avanço importante. Mas ainda há muito o que avançar nesse sentido e qualquer campanha bem intencionada merece ser difundida. Portanto, assistam, busquem entender e compartilhem.
P.S: Anônimo, agradeço a gentil observação. O nome da lei já foi corrigido ;-)
"uma em cada cinco mulheres seja vítima de estupro ou de tentativa de estupro. Mulheres com idade entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência sexual e doméstica do que de serem vítimas de câncer, acidentes de carro ou malária. De acordo com dados oficiais, no Brasil, 48% dos homens já agrediram uma mulher, e 14% destes, acreditam que agiram bem" (Primeira Edição, 25/11/2011).Sem falar do humor que, na minha opinião, é um espaço de expressão da violência contra as mulheres difícil de ser minado. Nos programas humorísticos na TV, sobretudo em canais abertos, são comuns as expressões de machismo, misogenia, sexismo, de rebaixamento da mulher à condição de "objeto" e de violência simbólica. Vide o caso do Rafinha Bastos e da sua declaração sobre o estupro. E ainda tem gente que acha engraçado, que o humor se justifica por si só.
A Lei Maria da Penha, criada há 5 anos, representa um avanço importante. Mas ainda há muito o que avançar nesse sentido e qualquer campanha bem intencionada merece ser difundida. Portanto, assistam, busquem entender e compartilhem.
P.S: Anônimo, agradeço a gentil observação. O nome da lei já foi corrigido ;-)
Caiu na tempestade é peixe
POR ET BARTHES
A natureza tem coisas muito estranhas. Na região de Skokomish Valley Road, em Seattle, nos EUA, uma tempestade que alagou a estrada. E os salmões tentam fazer a travessia. Se os outros conseguem, o que está no foco do filme parece ter dificuldades.
A natureza tem coisas muito estranhas. Na região de Skokomish Valley Road, em Seattle, nos EUA, uma tempestade que alagou a estrada. E os salmões tentam fazer a travessia. Se os outros conseguem, o que está no foco do filme parece ter dificuldades.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Estranho, muito estranho
Por
JORDI CASTAN
Somos responsáveis pelo que fazemos e
também pelo que deixamos de fazer. Omissão e ação são, muitas vezes, faces da
mesma moeda. É a nossa omissão generalizada e sistemática que dá liberdade aos
legisladores para descumprirem sua função principal: fiscalizar as ações do
executivo e legislar sobre as coisas públicas e de interesse do coletivo.
Dar destino nas “sobras” do orçamento
ou fazer alterações pontuais de zoneamento parece a prioridade neste momento.
Erro duplo. Primeiro, por classificar como sobra o recurso financeiro que
deveria ser de destinação coletiva. Segundo, por tratar de tema de
exclusividade do executivo municipal.
Os nossos vereadores deveriam, por obrigação
constitucional, fiscalizar a administração da coisa pública. Não parece
que estejam se esmerando muito. Saber pela imprensa que o repasse obrigatório
da empresa operadora do Cartão Joinville está 18 meses atrasado indica pouca
perícia. Quem responsabiliza, fiscal e administrativamente, a empresa
controladora do contrato? Evidencia, também, pouca fiscalização do responsável
eleito e remunerado para executar esta função e que, preocupado com outros
interesses – eu diria menores –, não o tem feito com a frequência e diligência
que os eleitores esperam.
Os nossos vereadores parecem pouco
interessados em tomar conhecimento do que possa haver por trás das pressões,
cada vez menos sutis, para aprovar mudanças pontuais de zoneamento. Ou para
aumentar, de forma continuada, o perímetro urbano com pouca ou nenhuma base
técnica e social ou através de eufemismos e subterfúgios, como no caso das ARTs
(Areas Rurais de Transição). A pergunta é: transição em direção a quê?
Some-se ainda a posição firme, quase
insolente, de figuras destacadas da nossa sociedade, manifestando-se
publicamente pela aprovação, a toque de caixa, da Lei de Ordenamento
Territorial, ainda este ano, sem um amplo e necessário debate democrático. É
uma atitude que deveria no mínimo deixar o eleitor com uma pulga atrás da
orelha.
Curiosa também é a realização de novas
audiências públicas sobre temas que foram rechaçados pela maioria da
população nas plenárias. A manifestação contrária da sociedade aos interesses
pontuais de alguns legisladores foi olimpicamente desconsiderada. Os mesmos
que, estranhamente, convocaram novas audiências públicas para debater uma e
outra vez o mesmo tema, com a esperança de poder aprovar o que a sociedade
insiste em não querer. Os casos da Rua Aquidaban e da Estrada do Oeste são os
mais recentes. E as novas convocações de audiência devem levantar mais dúvidas
que certezas.
Surpreende ainda que o mesmo legislativo que
aprova as leis ignore o seu cumprimento. O que dizer do silêncio constrangedor
ao receber, fora do prazo, o projeto de Lei de Ordenamento Territorial,
encaminhado pelo próprio prefeito municipal? É bom lembrar que a lei 318/10 do
macrozoneamento foi publicada no jornal do Município no dia 22 de outubro de
2010 e estabelecia um prazo de 1 ano para que a LOT fosse encaminhada ao
legislativo. Prazo que não foi cumprido, sem que fosse dada qualquer
justificativa.
Tente o munícipe entregar requerimento ou
solicitação fora do prazo ou pagar imposto depois da data e compare o
tratamento recebido de qualquer um dos três poderes. O executivo não deveria
deixar de cumprir prazos legais. E o legislativo não deveria ignorar atrasos
nos prazos legais estabelecidos pelas leis que o município aprova e sanciona,
sob risco de perder ainda mais a credibilidade.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
É preciso esclarecer, deputado Clarikennedy
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
É ilegal um deputado receber diárias de R$ 670 pelo tempo que está na própria cidade? Claro que não. Mas mesmo sendo legal, os deputados correm o risco de ouvir, de muitos eleitores, a acusação de estarem a legislar em causa própria, oferecendo a si mesmos polpudas diárias (apesar de eles acharem que é pouco).
Mas há outra pergunta que todos os eleitores podem estar a fazer: é moral? Parece que no plano da moralidade os deputados precisam dar explicações aos seus eleitores. E, pelo que podemos ler nos comentários aqui no Chuva Ácida, o caso que está a provocar reações negativas no eleitorado.
O fato é que há um clima de dúvida. No caso de Joinville, seria bom que os deputados representantes da cidade fizessem esclarecimentos cabais – e detalhados –, para que não pairem incertezas. É bom para a democracia e é um direito do eleitor. Ontem o deputado Clarikennedy Nunes escreveu no Twitter que o “procedimento de prestação de contas e controle de tráfego exigem que a cidade origem das viagens seja colocada no roteiro”. O deputado Darci de Matos explicou o mesmo.
Vamos tentar entender. Mas antes de começar deixo um aviso. As linhas que seguem não pretendem por em dúvida a honra de qualquer político. Mas há questões que merecem ser esclarecidas, por uma questão de transparência. Do ponto de vista moral (nunca legal), o que o eleitor pode pensar do caso do deputado Clarikennedy Nunes, pré-candidato a prefeito de Joinville, que recebeu R$ 3.350 de diárias no período de uma semana?
Segundo os documentos apresentados por Charles Henrique, aqui no Chuva Ácida, o deputado teria recebido cinco diárias entre os dias 22 e 28 de setembro por estar em São Bento do Sul, Joinville, Abelardo Luz, Itajaí e Pomerode (os fac-similes estão no texto de ontem). E hoje surgiu a explicação do “ponto inicial” das viagens.
Quem acompanha o deputado Clarikennedy Nunes pelo Twitter sabe que ele é profuso e gosta de informar aos seus seguidores onde está a cada momento, no Brasil ou no exterior. Uma rápida pesquisa nos twitts desse período mostra onde ele esteve nesses dias. Enfatizo – com o objetivo de evitar mal-entendidos – que é uma visão limitada pelo que o Twitter permite saber. O deputado pode ter outras atividades que não registrou na rede social.
Dia 22 - Falou na AL em Florianópolis. Foi para São Bento do Sul entregar um ônibus à APAE local. E rumou a Joinville, onde à noite foi ver uma competição do Bom Jesus.
Dia 23 - Permaneceu em Joinville. Pela manhã teve uma reunião com uma equipe técnica - a que chama GT2012 - para definir o futuro governo de Joinville (com ele de prefeito, claro). Mais tarde teve uma reunião com o pessoal de uma igreja. E à noite foi para uma filiação no PPS. Não é possível perceber se realizou trabalho como deputado, mas pode ter acontecido.
Dia 24, 25 e parte do dia 26 - Passou por Curitiba, Foz do Iguaçu e participou de um evento religioso em Marechal Cândido Rondon. Também anunciou uma ida a Rolândia, no Norte do Paraná. No dia 26, visitou uma fábrica e voltou a Joinville para, segundo escreveu no Twitter, para dar um seminário de Comunicação e Liderança. Os dois primeiros dias foram um fim-de-semana, que é livre e certamente não remunerado. E no dia 26 também não deu para perceber se teve alguma ação enquanto deputado.
Dia 27 - Tudo indica que ainda em Joinville. Teve uma reunião com o futuro secretário da SDR JOI. Também postou um twitt a reclamar que o jornal AN deu a notícia mas não revelou o autor de outdoors contra mais vereadores. Não fica claro, mas é possível que tenha tido alguma ação como deputado.
Dia 28 - Diz que teve um dia puxado na região de Abelardo Luz (540 quilômetros de Florianópolis e 450 quilômetros de Joinville). Ah... escreveu que estava tentando chegar a tempo para a reunião do PSD em Joinville, onde parece ter permanecido.
Como podem ver, Clarikennedy Nunes teve dias cheios. Mas, pelo que se viu no Twitter (e, repito, isso não permite ver o todo) nem sempre ficou caracterizado que estava a trabalhar nas funções de deputado. Ah... o leitor mais atento deve ter percebido que não há referências a Itajaí e Pomerode, que seriam cidades de origem a duas diárias. Sem problema.
Talvez seja apenas o abastecimento do carro. Também é provável que ele tenha esquecido de fazer o registro das idas a essas duas cidades nas redes sociais. Aliás, até me preocupei em procurar alguma notícia na internet e não encontrei respostas. Ou talvez ele tenha participado de acontecimentos sem interesse jornalístico, o que é perfeitamente possível.
Repito. Não estou a por em causa a honorabilidade de ninguém. Mas enquanto os políticos não clarificarem a situação, os eleitores podem cair na tentação de fazer julgamentos errados. Aliás, confesso, entender onde estão os pontos de partida é complicado.
Mas de uma coisa não devemos ter dúvidas: a coisa é legal. Só que do ponto de vista moral dá o que pensar.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Deputados joinvilenses ganham diárias para “visitar” Joinville
POR CHARLES HENRIQUE
Como diria Galvão Bueno, haja coração amigo! Pode ler o título deste post novamente se quiser. É tudo procedente, bizarro, e acontece diante de nossos olhos. Graças a um leitor assíduo de nosso blog e muito atento aos bastidores políticos (ele poderia muito bem seguir a linha do jornalismo investigativo), fiquei sabendo dessa prática na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
Ao pesquisar as diárias que Darci de Matos, Clarikennedy Nunes e Nilson Gonçalves receberam neste ano de 2011, me surpreendi com as várias diárias para “visitas” a Joinville. Mas, tem um detalhe: é sabido e certo que eles moram em Joinville e tem aqui o domicílio eleitoral. Como classificar esta atitude? No mínimo é um mau uso do dinheiro público. E o outro detalhe: R$ 670,00 para cada diária!! Presume-se, portanto, que o deputado estadual sai de sua casa, toma café, almoça, janta e dorme num hotel de Joinville e o cidadão desembolsa esse valor todo. Não nos esqueçamos que cada um tem uma verba de gabinete gigantesca, carro com motorista, auxílios para deslocamento entre sua cidade de moradia e Florianópolis para acompanhamento das sessões, e várias outras mordomias que o título de deputado estadual impõe. E ainda tem deputado estadual que é demagogo ao ponto de defender a redução no número de vereadores.
Os documentos oficiais da Assembleia provam tudo. Quero ver a desculpa deles agora. Não sou contra o auxílio para viagens, elas devem acontecer. Mas só para um lanche e um almoço. Ponto. Esse valor todo para uma diária é um absurdo, caro demais. E olha que nem pesquisei sobre as diárias de nossos Senadores e Deputado Federal aqui da região de Joinville.
Abaixo seguem os prints dos documentos, e aí, cada um que tire sua conclusão. Inclusive os que acham que os integrantes do Chuva Ácida só “batem” sem fundamento e com parcialidade. E ah! Como eu gostaria de ter acesso ao obscuro mundo do Judiciário, o menos transparente dos três poderes. Quem sabe um dia, Charles... quem sabe um dia...
Obs: esses prints são de relatórios referentes a algumas semanas de setembro/2011 e ainda há muita coisa para se pesquisar nas diárias de nossos deputados estaduais.
Atualização: alguns leitores não estão conseguindo visualizar as imagens. Aqui vão os links diretos dos documentos, agradecendo desde já pelo toque:
http://www.brimg.info/uploads/4/ad7509bd80.png
http://www.brimg.info/uploads/4/12bf980e00.png
http://www.brimg.info/uploads/3/8566f1dd69.png
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Atualização 2: A rádio MAIS FM, veículo para o qual trabalho (e dei a informação em primeira mão) já ouviu a versão dos deputados. Mais informações em breve aqui pelo blog ou também na 103,1FM.
Atualização 3: O deputado Darci me ligou pessoalmente agora há pouco (perto das 15hrs) e me garantiu que ele não pega diárias para Joinville, e a cidade de Joinville aparece no relatório por efeito administrativo e ser o seu "ponto inicial" da viagem.
Atualização 4: a Rádio MAIS FM vai publicar amanhã os áudios com as respostas dos deputados. Comentarei resposta por resposta. 7h15 na MAIS FM 103,1.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
McDonalds na mira da defesa dos animais
POR ET BARTHES
E sobrou para o McDonalds outra vez. A organização não-governamental Mercy For Animals fez gravações com câmara oculta na empresa Sparboe Eggs (Iowa, Minnesota e Colorado), fornecedora de ovos da multinacional do fast-food. O filme mostra a crueldade com que os animais são tratados pela empresa. Espaços exíguos, bicos queimados, animais mortos putrefatos nas gaiolas ou até mesmo homens a se divertirem com as aves. Em tempo, a direção do McDonalds já cancelou o contrato com esse fornecedor. As imagens são fortes.
E agora, o que dá pra fazer com 3,5%?
POR FELIPE SILVEIRA
Diz o vereador Bento (PT) que, cortando uma gordurinha aqui, outra ali, dá pra reduzir a verba repassada à Câmara para 3,5% do Orçamento. No próximo, esse percentual será de 4,5. e nesse ano foi de 6%. Mais do que dizer isso, a bancada petista, a governista, propôs uma emenda na Lei Orgânica do Município para que realmente ocorra uma redução do gasto público no próximo ano. Sabendo disso, comecei a me perguntar:
Cadê todo esse povo que é contra o aumento do número de vereadores por causa do gasto público?
Ah, eles (vocês, talvez) não sabiam... entendi.
Então... cadê a imprensa, os colunistas... meu Deus! ONDE ESTÃO OS RADIALISTAS???
Onde está o manifesto da Acij, CDL, Ajorpeme, Acomac??? Onde estão os outdoors??? E os candidatos à próxima eleição... nada?
Enfim, cadê todo mundo que é tão radicalmente contra mais vereadores? Que acha que o mundo vai acabar com mais cadeiras no legislativo? Cadê o tão falado 90% da população contrária ao aumento do gasto que não tá engajada nessa causa?
Apesar de tantas perguntas, o que mais me deixa curioso mesmo é como os vereadores contra mais colegas vão reagir. Só vi uma manifestação, pelo jornal, e era negativa (não lembro qual era). O edil questionava se fazia sentido querer reduzir a verba e aumentar o número de colegas?
Sim, o próprio Bento me falou (numa entrevista) que a ideia da proposta é tentar aumentar as vagas na Câmara, mas que o objetivo era reduzir a verba seja qual for o número de vereadores.
Mas eu, e vocês, não temos nada a ver com isso. O que importa é a redução do gasto, né? Não é o desejo do povo, a vontade da maioria? Se é possível reduzir pra 3,5%, então vamos batalhar pra isso acontecer. Afinal, não é isso que importa?
Em tempo: não sou contra o aumento do número de vereadores. Nem a favor. Muito pelo contrário. Na verdade, ainda não decidi. Quando as entidades se posicionaram contra, eu me posicionei a favor, porque ali tinha alguma coisa errada. Hoje, sinceramente, tanto faz. Questiono muito mais a qualidade do que a quantidade. E, nesse quesito, tá feio o negócio.
sábado, 19 de novembro de 2011
Gostar de Joinville não basta

POR UPIARA BOSCHI
Passei dois anos e três meses em Joinville. Olhando assim, parece pouco. Mas durante esse período, pareceu interminável. Joinville não é uma cidade fácil de entender, de decifrar. Até porque ela não parece se esforçar para isso.
Antes de escrever esse texto, perguntei a uma amiga paulistana que passou um dia em Joinville recentemente, quais foram suas impressões sobre a cidade. A primeira palavra que veio à cabeça dela foi "inóspita". Levei um susto, por achar forte demais o termo. E é, como ela mesmo reconheceu.
A amiga não queria dizer que foi mal recebida. Ela achou a cidade vazia, com enormes terrenos desocupados em regiões que lhe pareceram centrais - e eram. Achou que o aeroporto era o menor que tinha visto e que o trânsito, embora não fosse um grande problema, oferecia poucas opções de rotas. Poucas pessoas que conheço são tão paulistanas quanto ela e, certamente, a metrópole é seu parâmetro.
Tinha um pouco de São Paulo na cabeça, mas muito, certamente, de Florianópolis - a cidade que considero minha - quando cheguei na rodoviária de Joinville no fim de 2007, para ficar por uma quantidade de tempo impossível de prever. Que acabaram sendo os tais dois anos e três meses. Não achei Joinville inóspita, mas tive certeza de que ela não gostou de mim. Levou um bom tempo para que conseguíssemos conviver e descobrir afinidades. Na época, a frase que eu mais ouvia quando reclamava da vida joinvilense, especialmente a noturna, era "agora está bom, há cinco anos era pior".
Quando minha amiga paulistana falava de suas breves impressões sobre a cidade, minha vontade era repetir essa mesma frase. Acabei me vendo no papel inverso ao de quando fazia minhas queixas. De repente, era eu o complacente a contextualizar os problemas de Joinville.
Talvez esse seja um dos grandes problemas da cidade. Há sempre quem a defenda, inclusive seus problemas. Ao finalmente ultrapassar a barreira dos 500 mil habitantes, Joinville se vê diante dos problemas que sua dimensão proporciona e dos presentes no cômodo autorretrato que boa parte de suas habitantes enxerga. Nessa mistura, os problemas reais viram polêmicas murchas. A cidade deve ou não ter elevados, o que fazer com as árvores da avenida, quantos vereadores são necessários, etc.
No momento de transição que vive, Joinville precisava descobrir a cidade que é e a que quer ser. E dar às picuinhas entre certos grupos e rivalidades políticas a pequena importância que elas merecem ter no cotidiano de uma cidade desse porte. Ou então vai seguir sendo a mais populosa e mais rica do Estado, mas que não consegue sair de seu imobilismo. Se Joinville avança, leva junto Santa Catarina - este Estado que, na prática, não tem Capital.
E olha que esta opinião, como dizem os bocas alugadas das rádios locais diante de qualquer crítica à cidade, "é coisa de quem não gosta de Joinville".
Upiara Boschi é jornalista, trabalha no Diário Catarinense e passou 2 anos e 3 meses em Joinville, no A Notícia, entre 2007 e 2010.
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