POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
É comum dizer que a internet – em especial as redes sociais – é uma terra
sem lei. A lista de crimes praticados todos os dias é longa, mas o pulular de
situações torna impossível identificar e punir todos os casos. A calúnia, os
insultos e a difamação estão entre as práticas mais comuns e todos os dias
esbarramos com pessoas a fazer na esfera virtual o que não fariam na esfera
pública.
As redes sociais tornaram-se um autêntico faroeste verbal. E hoje uso um
exemplo pessoal para mostrar o comportamento nada cívico e civilizado das pessoas. Um amigo
publicou um post no Facebook a falar da aposentadoria da primeira-dama de
Goiás, Valéria Perillo, sobre a qual haveria algumas dúvidas. E logo no
primeiro comentário, sem que nada apontasse para isso, apareceu um tipo a falar
do ex-presidente Lula.
Ou seja, essa pessoa esqueceu totalmente a mulher do governador de Goiás.
E entrou de sola, chamando Lula de “bandido”. Fiz um comentário a dizer que isso
pode caracterizar crime, uma vez que quem faz esse tipo de acusação deve ter
provas. E a resposta veio na forma de apoio de um segundo tipo, que chamou Lula
de “safado” e ironizou a ideia de calúnia e difamação.
De propósito, escrevi que não iria "conversar" com este segundo sujeito,
porque ele tinha um “jeitão de corrupto”. O que aconteceu? O homem virou bicho.
Em tom ameaçador, disse que não admite esse tipo de tratamento. Não é hilário? O
cara pode falar o que lhe dá na real gana, mas quando lança os mesmos
argumentos contra ele, reage como uma virgem ofendida.
“Não sou moleque para ficar lendo besteira contra a minha pessoa”,
esbravejou o sujeito que minutos antes chamava Lula de safado. Ora, ora, ora.
Dói quando a ofensa é contra nós. Mas quem fala o que quer ouve o que não quer.
O problema é que as pessoas veem nas redes sociais um espaço onde podem
ofender, caluniar, difamar. É a lei do cão. Mas haverá um dia em que terão que responder por
isso na Justiça. Porque só assim o espaço virtual poderá tornar-se civilizado.