POR JORDI CASTAN
Fui em 2015 e voltei de novo (aqui). E voltarei à rua todas as vezes que
seja preciso. Não se mudam as coisas desde o sofá. Há que agir, assumir riscos
e se manifestar. Coisas que o brasileiro evita fazer. O brasileiro,
e o sambaquiano ainda mais, historicamente evita se expor. É esta omissão a que
tem permitido chegar ao ponto ao que temos chegado. E não vou me referir só ao
Brasil, porque nem Santa Catarina e muito menos Joinville são ilhas de excelência, no momento em que o país faz água por todos os lados.
Omitir-se é deixar que outros ocupem os espaços
que são de todos. Ainda não entendi por que havia tanto patrulhamento nas redes
sociais, com qualquer um que se manifestasse a favor de manifestar-se no dia
13. Ou será que, sim, entendi? Será que há uma parcela da sociedade que se
considera dona da rua? Que não gosta que outros possam se manifestar?
Eu fui. Vi gente de todas as classes sociais, famílias inteiras,
em muitos casos até três gerações se manifestando. Externando a sua revolta
contra a crise moral é ética que assola o Brasil. Ninguém distribuiu sanduíches
de mortadela. A maioria dos cartazes tinham sido feitos de forma espontânea,
sem muitos recursos e com uma boa dose de criatividade e de humor. O brasileiro
da classe média estava lá. Aliás, essa classe média não era o grande resultado do
governo que aí estaá? Não foi o governo quem tirou milhões da pobreza? Como essa gente desagradecida é quem justamente agora esta questionando o governo e o partido que conseguiu estes logros?
Vão dizer que quem estava lá eram os derrotados? É oportuno lembrar que a presidente não conseguiu que a maioria dos brasileiros a votassem: 21,10% não votaram, 1,71% votaram em branco e 4,63 anularam o voto. E um país em que votar é obrigatório. O total de votos no outro candidato, os nulos, os brancos e as abstenções somaram mais de 75%. A essa maioria silenciosa, devem ainda se somar os descontentes com o Governo, se acreditamos nas pesquisas que mostram que menos de 10% aprova o governo da presidente. Não é surpresa que numa cidade em que a presidente não ganhou, mais de 30.000 joinvilenses estivessem ontem na praça da bandeira.
Vão dizer que quem estava lá eram os derrotados? É oportuno lembrar que a presidente não conseguiu que a maioria dos brasileiros a votassem: 21,10% não votaram, 1,71% votaram em branco e 4,63 anularam o voto. E um país em que votar é obrigatório. O total de votos no outro candidato, os nulos, os brancos e as abstenções somaram mais de 75%. A essa maioria silenciosa, devem ainda se somar os descontentes com o Governo, se acreditamos nas pesquisas que mostram que menos de 10% aprova o governo da presidente. Não é surpresa que numa cidade em que a presidente não ganhou, mais de 30.000 joinvilenses estivessem ontem na praça da bandeira.
E agora? Pois provavelmente nada. Como antes. Este é um
movimento que não tem líderes, nem uma pauta única. Em comum unicamente a
revolta contra a corrupção, contra o governo federal e o PT. O número de participantes
em Joinville e nas centenas de outras cidades e capitais aumentou muito com
relação à março de 2015. Pelos dados divulgados até hoje, mais de 50%, números que
não podem ser ignorados. O governo pode fazer de conta que não é nada, como fez
no passado. Seria bom pensar melhor antes de ignorar de novo. O risco é que políticos
oportunistas se aproveitem deste momento e dessa maioria desencantada da
política e dos políticos tradicionais.
Falando dos oportunistas houve poucos, mas houve e não foram bem recebidos, em São Paulo concretamente, foram convidados a retirar-se.
Falando dos oportunistas houve poucos, mas houve e não foram bem recebidos, em São Paulo concretamente, foram convidados a retirar-se.