POR JORDI CASTAN
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Sim, eu fui. Estive na Praça da Bandeira e fiz o que achei que devia fazer, protestei pacificamente contra este desgoverno que aí está. Externei o meu descontentamento contra a presidente, seu governo, a corrupção institucionalizada e me encontrei com uma Praça da Bandeira cheia de joinvilenses que, como eu, exerceram o seu direito de protestar.
O que eu encontrei lá? Encontrei outros joinvilenses que, como eu, de uma forma espontânea, decidiram sair de casa para se manifestar. Encontrei
uma Joinville plural, de todas as idades e de todos os setores. Gente que trabalha
para fazer esta cidade prosperar. Havia gente de todas as classes sociais, os
que chegaram a pé, em bicicleta, em coletivo. Gente de todas as cores, de todos
os tamanhos e de todos os bairros da cidade. Encontrei gente que estava lá com
cartazes feitos a mão.
As cores que predominaram eram as da bandeira, Amarelo, azul e verde, também havia branco. Ninguém de vermelho. Ninguém com bandeira de nenhum partido. Foi um ato político, mas foi apartidário. Tinha lado a lado, monarquistas, defensores de minorias e representantes de associações de moradores, dos diversos coletivos e entidades que formam o tecido social desta cidade.
As cores que predominaram eram as da bandeira, Amarelo, azul e verde, também havia branco. Ninguém de vermelho. Ninguém com bandeira de nenhum partido. Foi um ato político, mas foi apartidário. Tinha lado a lado, monarquistas, defensores de minorias e representantes de associações de moradores, dos diversos coletivos e entidades que formam o tecido social desta cidade.
O que não encontrei lá? Não tinha sanduíche de mortadela,
nem ônibus fretado, tampouco achei ninguém distribuindo R$ 35,00 para participar do
evento. Não distribuíam camisetas. Não tinha cartazes feitos em gráfica, nada
que parecesse muito organizado. Cada um estava na praça expressando sua
opinião. Não vi nenhuma violência. Nem foi possível identificar nenhum guineano
ou algum militante de aluguel. Não escutei nenhum slogan ofensivo, nada que
fosse incompatível com o estado de direito que ainda temos no Brasil.
Chamar o ex-presidente de cachaceiro não poderia ser considerado ofensa, ele próprio nunca tem ocultado sua predileção pela bebida nacional. E pedir que o dinheiro público roubado seja devolvido aos cofres públicos, tampouco é algo que possa ser considerado ofensivo, mas eu sou, claramente, mais liberal e permissivo que a maioria dos que dedicaram os últimos dias a um patrulhamento ostensivo para tentar desestimular as pessoas a se manifestar e esta gente tem uma sensibilidade muito mais aguçada quando se trata dos seus lideres, a sensação é como se só eles tivessem o monopólio das ruas e a exclusividade da ofensa.
Esquecem eles que as ruas são o espaço público por excelência, o espaço de todos. E o direito de ir à rua e manifestar-se livremente é um princípio democrático inquestionável. Ainda estou tentando entender por que estranho motivo essa gente fez tanto esforço para evitar que o brasileiro fosse à praça?
Chamar o ex-presidente de cachaceiro não poderia ser considerado ofensa, ele próprio nunca tem ocultado sua predileção pela bebida nacional. E pedir que o dinheiro público roubado seja devolvido aos cofres públicos, tampouco é algo que possa ser considerado ofensivo, mas eu sou, claramente, mais liberal e permissivo que a maioria dos que dedicaram os últimos dias a um patrulhamento ostensivo para tentar desestimular as pessoas a se manifestar e esta gente tem uma sensibilidade muito mais aguçada quando se trata dos seus lideres, a sensação é como se só eles tivessem o monopólio das ruas e a exclusividade da ofensa.
Esquecem eles que as ruas são o espaço público por excelência, o espaço de todos. E o direito de ir à rua e manifestar-se livremente é um princípio democrático inquestionável. Ainda estou tentando entender por que estranho motivo essa gente fez tanto esforço para evitar que o brasileiro fosse à praça?
É bom lembrar que o brasileiro aprendeu que podia “impichar”
um presidente e tirá-lo do poder na prática. Muitos dos que hoje estão no
governo já foram “caras pintadas” e foram às ruas e pedir o “impeachment” do
presidente Collor e disso não faz tanto tempo assim.