quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Mentiras e verdades na rede - um problema nosso

Capa da Forbes com Lula mais falsa que nota de
três reais, como mostra o site E-farsas.
POR FELIPE SILVEIRA

A revista Piauí traz, na sua mais recente edição, uma reportagem sobre o jornalismo e a eleição de Trump à presidência dos Estados Unidos. A repórter Daniela Pinheiro acompanhou o trabalho de jornalistas antes e depois da apuração, trazendo algumas reflexões sobre o consumo de informação neste tempo de pós-verdade. As opiniões diferem, mas parece consenso que a desinformação, seja ela baseada no desconhecimento inocente ou no deliberado espalhamento de notícias falsas, nos coloca um dos principais problemas do nosso tempo.

Além disso, um desafio maior ainda é enfrentar o desinteresse pelas notícias e, em parte consequentemente, pelo conhecimento. Em um trecho da reportagem, Pinheiro narra o encontro com Chris Kelly, colunista de um jornal da região do Cinturão da Ferrugem, uma das responsáveis pela virada de Trump, que diz: “A grande imprensa diz que falhou porque perdeu o contato com o eleitor de lugares como Scranton, por exemplo. Nós sabemos quem é nosso leitor que votou no Trump e escrevemos para ele. Mas esse não é o ponto. O que importa é que esses eleitores não estão nem aí para o que a imprensa escreve.”

Assuntos restritos pelas bolhas das redes sociais, notícias falsas, desinteresse, jornalismo mal feito na mídia tradicional e na alternativa, seja pelos interesses envolvidos ou pela falta de recursos. Estes são problemas novos e outros nem tanto que nossa geração tem que lidar.

Vivemos um tempo de adaptação. Temos problemas que nem sabemos que temos ainda, mas que, ao passo que são descobertos, que incomodam, começam a ser pensados em busca de soluções. Um exemplo disso é a iniciativa do Facebook de combater a mentira na internet. A eleição de Trump fez perceber o tamanho da encrenca e a responsabilidade da empresa, que anunciou medidas para combater a mentira na internet. Um botão para denunciar notícias falsas pode ser incorporado à rede social. Mas isto também pode acarretar novos problemas, como o efeito manada de denúncia. Outro problema é o facebook se tornar o juiz do que é verdade e do que é mentira na internet, como aponta este texto.

As soluções serão encontradas coletivamente, mas podemos começar a resolver o problema de algumas maneiras. A primeira é dividir boas informações, checadas, bem apuradas e que busquem alguma isenção ou que tenham transparência sobre seus interesses. Também vale dividir a maneira de checar isso com quem não sabe, como seus parentes mais velhos e menos ligados à internet. Outra maneira é agir politicamente para que se cumpram e se melhorem as leis sobre rádio e TV no Brasil, pluralizando a comunicação e coibindo as práticas ruins, como os programas sanguinários e nada informativos. Por último, acredito que vale trabalhar a comunicação na escola, formando cidadãos mais preparados para lidar com a informação e que consequentemente cobrem melhorias nesta área.

2 comentários:

  1. Essa história já tem no mínimo, 200 e pouco anos. O velho sonho de Kant, de tirar o homem de sua menoridade.

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  2. O pinguço da foto é bolionário em nome de amigos...

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