Quantos negros já seguraram um microfone e quantos já seguraram uma câmera?
Quantos negros já seguraram um diploma e quantos já levaram algemas nos punhos?
Quantos negros já desfilaram na passarela e quantos já entraram em sacos do IML?
Quantos negros já andaram com carro do ano e quantos negros já andaram de camburão?
Quantos negros possuem mansões e quantos negros possuem barracos?
Quantos negros frequentam o centro e quantos negros frequentam a periferia?
Quantos negros têm na política e quantos negros têm atrás das celas?
Quantos negros são protagonistas e quantos são subalternos nas novelas?
Quantos negros carregam sombrinhas e guarda-sol para proteger apresentadores brancos e quantos negros são apresentadores?
Quantos negros aparecem em publicidades e quantos negros estampam as páginas policiais?
Quantos negros possuem propriedades e quantos negros fazem parte do MST e MTST?
Quantos negros são patrões e quantos negros são funcionários?
Quantos negros são médicos e quantos são garis?
Temos que analisar e combater tudo isso diariamente e ainda enfrentar o mantra dos brancos nos chamando de “vitimistas”, “vão trabalhar”, “meritocracia”.
Eles faltaram algumas aulas de História e perderam muitos assuntos sobre o período escravista e pós-escravista. Eles não admitem que as consequências desse terrível período duram até hoje.
Eles não lembram que o Brasil foi o último país a sair desse sistema assassino (1888) e, mesmo após sair, não ofereceu nenhuma estrutura para os negros sobreviverem. Sem direito a saúde, educação, moradia e trabalho o negro continuou à margem, sem direitos e sem voz.
Depois de anos lutando para ganhar o que nos foi negado, até mesmo os direitos básicos, temos que ouvir ainda que “o racismo acabou”.
Na verdade eles não sabem nem o que é racismo.
“O racismo é um sistema de sentidos material e histórico, não é subjetivo. É um modo de organização social em que uma ‘raça’ se sobrepõe a outra, se afirma como paradigma, se naturaliza como regra e oprime as demais. O racismo não é algo subjetivo, individual, que se manifesta entre pessoas. Ele está estruturado e inserido na sociedade, na forma como ela se organiza e se reproduz, no mercado de trabalho, na mídia, entre as vítimas da violência, entre o público do sistema carcerário, entre os pobres em todo o mundo, entre os proprietários e os não proprietários” (Fran Vasconcelos).
E o racismo se naturalizou no Brasil justamente porque ele é negado. As pessoas não assumem o racismo, assim como não assumem a homofobia e o machismo. Assim, fica tudo maquiado, mascarado, parecendo que o mundo é perfeito… Para eles, lógico. Mas quando resolvemos colocar o dedo na ferida, os opressores tentam, de todas as formas, transformar os oprimidos em opressores para manter o status quo e não perder seus privilégios.
Eu vejo racismo em tudo porque, infelizmente, ele ainda está em todos os lugares.
A segregação racial ainda existe e os únicos que fazem “vitimismo” são os próprios brancos que ficam desesperados quando se sentem ameaçados a perderem seus privilégios.
A decisão é única: fortalecer e propagar o Movimento Negro e todas as suas vertentes. Lutar contra o genocídio da população negra, conquistar mais representatividade na política, criar medidas para acabar com as injustiças sociais, incentivar a conquista do poder para o povo.
Vamos mudar essa realidade, com ou sem seu “mimimi” opressor. Vamos cobrar cada centavo da nossa “MERITOCRACIA” de 400 anos de trabalho forçado.
Jesus, Maria, José!
ResponderExcluiro hino do chuva acida
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=MqQq_ykY_j0
onde deposito meu centavo, felipe?
ResponderExcluirse com isso vc parar de falar merda, na boa, eu pago o centavo.
Não vamos nos calar. Pode chorar, gritar, espernear... Economize esse centavo e compre bons livros de História. Abraço.
ExcluirTá escuro aqui.
ResponderExcluirGraças a Oxalá.
ExcluirNossa! Quanta raiva! Quanta bobagem! Os negros merecem uma voz, uma defesa e o Brasil tem sim uma dívida histórica com eles. Agora, se dependermos dessas palavras que só transmitem ódio para mudar a situação dos negros, estamos perdidos.
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