Você já conhece esta frase. Já ouviu em algum
lugar. Nos últimos dias cansou de ver políticos a repeti-la como mantra. E cá
está este jornalista a utilizar a frase novamente, que saco!
Ulysses Guimarães, famoso político brasileiro que sumiu do mapa sem que o tenham encontrado até hoje, tem um livro publicado com este título (1991). Talvez ele não tenha mudado, e alguém o mudou por conta e risco em um acidente aéreo em 1992. Políticos costumam utilizar tais frases de efeito para seduzir o eleitor. Fazer com que pensemos que a mudança que eles bradam é a mesma que nós queremos e desejamos. Pura ilusão nossa.
Ulysses Guimarães, famoso político brasileiro que sumiu do mapa sem que o tenham encontrado até hoje, tem um livro publicado com este título (1991). Talvez ele não tenha mudado, e alguém o mudou por conta e risco em um acidente aéreo em 1992. Políticos costumam utilizar tais frases de efeito para seduzir o eleitor. Fazer com que pensemos que a mudança que eles bradam é a mesma que nós queremos e desejamos. Pura ilusão nossa.
Vejamos a eleição municipal de 2012 em Joinville
(SC). A mudança para algo diferente, novo, era o mote. Mas os candidatos, os
mesmos de sempre. O atual Prefeito se elegeu com o discurso da gestão, da qual
ele era o grande conhecedor. Pura quimera. Ele também já era figura conhecidíssima,
nãos dos pleitos eleitorais, mas de bastidores. Para não deixar no poder quem
nunca quiseram, o uso da “mudança” foi maciço. Deu certo. Mudamos? Que nada,
fomos mudados para votar no que a elite local desejava. Olhem a cidade e a
gestão... paramos ou até regredimos.
Mais um case? Vamos para algo novo, a eleição das
mesas diretoras do Senado e Câmara dos Deputados. Notem que fomos nós,
brasileiros, que elegemos e reelegemos os ocupantes daquelas confortáveis
cadeiras, gabinetes com altos privilégios. No Senado, o ex-governador
catarinense Luiz Henrique, ex-pupilo de Ulysses, utilizou a frase
famosa do seu eterno líder ao tentar apear Renan Calheiros da presidência. O
que mudaria? Apenas os nomes, pois a prática é a mesma, afinal, ambos e grande
parte daquela casa não muda faz tempo. Lá estão a manipular os destinos da nação
em nome dos Estados.
Eduardo Cunha, veterano na Câmara dos Deputados,
também fez uso da máxima ao propor a independência daquele poder. Derrotou o
candidato de Dilma, o candidato de Aécio e PSDB, com sobras. Agora manda prá
valer, e é o terceiro na linha sucessória do país. Mudou alguma coisa cara
pálida? Alguma prática vai mudar? Os grandes temas nacionais que sonhamos ver
valendo serão efetivamente votados? Ou mudamos, ou seremos mudados. Pois é. Eles
continuam mudando tudo para nada mudar, e nós apenas a observar.
O Congresso Nacional saiu muito mais conservador
das últimas eleições. A mudança para a qual milhões foram às ruas em 2013 vai
ficar para mais alguns anos à frente. Duvidam? A não ser que ocorram terremotos
nas ruas, anotem: serão enterradas a união civil de pessoas do mesmo sexo, a
regulação da mídia eletrônica, o imposto sobre fortunas, a reforma política com
financiamento público de campanhas, e qualquer outro projeto progressista.
E
que se cuidem os trabalhadores e trabalhadoras, pois ficarão mais 20 anos nas
gavetas do Congresso temas como a redução da jornada de trabalho. E direitos
trabalhistas, estes sim, poderão ser “flexibilizados”.
Ulysses Guimarães tem mais uma frase importante
que compartilho aqui. “Quando as elites políticas pensam apenas na
sobrevivência do poder oligárquico, colocam em risco a soberania nacional. A
governabilidade está no social. A fome, a miséria, a ignorância, a doença
inassistida são ingovernáveis. O estado de direito, consectário da igualdade,
não pode conviver com o estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis
é a sociedade que não acaba com a miséria.”
Ainda não superamos a miséria e as desigualdades
sociais, e continuamos a nos superar na miséria intelectual, e na participação política.
Os movimentos sociais estão preguiçosos, longe das lutas e das ruas. Não
entenderam o seu papel nos governos petistas, e estão inertes. Não reagem,
perdem a luta midiática. Os partidos são meros balcões de negócios. E assim
perdemos todos.
Olhem para os cenários políticos em todos os níveis. Vejam o
que temos como lideranças para escolher nos próximos pleitos. Queremos que algo
mude, de fato? Se sim, mudemos nossa ação, analisando e participando ativamente.
Se não, deixemos que nos mudem para o último lugar na história.
Acredito no Eduardo Cunha. O deputado está longe de ser santificado, mas já mostrou interesse nas reformas políticas e econômicas, que o PT não quer. Luiz Henrique também daria mais vigor as mudanças no senado, ao contrário de Renan Calheiros, cujo o PT só apoiou porque o senador tem o rabo preso com a sigla, e vice-versa. Bandidos protegendo bandido. Além do mais, se Renan cair, como provavelmente vai acontecer no andamento do Lava-jato, o PT toma o seu lugar na casa.
ResponderExcluirQualquer político que se oponha aos interesses partidários do PT, esse câncer da política brasileira, é bem-vindo.
O santo Eduardo Cunha quer uma reforma política que mantenha as doações de empresas para políticos, coisa que o PT não quer (pelo menos alguns), por isso barra a votação, por outro lado o PMDB quer aprovar logo a reforma para não perder poder político, no caso da criação de novos partidos. Sobre ficha suja, o Eduardo Cunha é quase tão sujo quanto o joinvilense Balde sujo. Tem 22 processos em andamento no STF. Ou seja se cercasse Brasília e prendesse todo mundo pelas acusações que existem, ninguém saía de lá. A palavra santo chega a ser bizarra.
ExcluirPelo menos já sabemos a qual partido o anônimo é filiado...
ExcluirSalvador, aqui é outro que vos escreve. Caí por acaso aqui, mas fica uma observação: não é porque o indivíduo acima é contrário ao PT que é obrigatoriamente ligado ao PSDB, como ficou clara na sua insinuação.
ExcluirAté porque ambos os partidos são farinha do mesmo saco - como o PMDB também o é. Só querem ficar no governo e perpetuar seu poder o máximo de tempo possível. O poder pelo poder.
Outro Anônimo, o poder corrompe a todos, basta o tempo e o perfil de cada um ou de cada grupo. Todos são do mesmo saco, está no texto.
ExcluirEm outras palavras você quer dizer que se a merda continua, mantêm-se as moscas.
ResponderExcluirSobre o atual prefeito de Joinville, não creio que seja pior do que o antecessor. Afinal, é muita incompetência deter a máquina e não conseguir se reeleger. Vamos ver no vai dar o gestor atual, ainda temos mais dois anos.
Como você sabe que Luiz Henrique não mudaria o senado? Ele mantém uma oposição velada à quem comanda o executivo. Precisamos urgentemente de oposição, não de alguém que defenda os interesses de quem o defende e que mude a regra para o seu próprio benefício quando excluiu a oposição na mesa do senado. O legislativo se curva aos interesses do executivo, que democracia é essa?
Eduardo cunha mal começou e já agiliza as reformas políticas e econômicas que deveriam ser feitas há muito tempo, quando Lula e Dilma tinham a faca e o queijo na mão.
O congresso está mais conservador? Ótimo! Até então estava mais “progressista” mas não vimos mudanças na saúde, educação e segurança, pelo contrário, esses pilares pioraram nos últimos governos, e o pior, foram manipulados para que parte da população achasse que estava mil maravilhas. Viu como as coisas mudam?
Quer algo que mude de fato? Na próxima eleição vote no candidato com propostas mais liberais. Aí você vai ver as coisas mudarem para melhor. Na década de 80 os Chicago-Boys visitaram nosso vizinho dos Andes, hoje o Chile é exemplo de gestão política e econômica. Entra governo de direita, entra governo de esquerda, mas ninguém mexe nos pilares macroeconômicos daquele país. Quando os demais latinos-americanos entenderem o que a Esquerda fez por eles, será tarde demais.
Eduardo.Jlle
Comparar alhos com bugalhos não ajuda a entender os cenários... Os liberais são tão bons que sua política quebrou a Europa inteira, os EUA tentam até hoje sair do buraco.
ExcluirPIB dos EUA cresceu 2,4% no último ano.
Excluirhttp://oglobo.globo.com/economia/pib-dos-eua-cresce-24-em-2014-melhor-resultado-em-quatro-anos-15196850
Nosso PIB provavelmente sofreu retração em 2014, de acordo com estes:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2015/01/15/internas_economia,466457/economia-tem-leve-recuperacao-em-novembro-mas-mantem-resultados-ruins.shtml
http://www.cartacapital.com.br/economia/fmi-preve-brasil-com-crescimento-de-apenas-0-3-em-2015-3405.html
Acho que os EUA já estão bem mais perto de sair do buraco que nós, não?!
Não misturei alhos com bugalhos. Repito: A esquerda destruiu a América Latina.
ExcluirEduardo. Jlle
Esse negócio de comparar crescimento entre países é de uma estupidez manipulatória total.......o Brasil é um país continental com 220 milhões de habitantes....com desigualdades regionais absurdas e atrasos de investimentos estruturais provocados pela lógica liberal de outrora. Esse maniqueísmo esquerda direita do Eduardo.Jlle é próprio dos que rejeitam, por incompetência mesmo, a inteligência e não compreendem a profundidade do brilhante texto do Salvador.
ExcluirSó uma palavra ao amigo Salvador: PERFEITO.
ResponderExcluirForte abraço Indianara Jacomini!
ExcluirSalvador, já chegamos ao fundo do poço, escutamos dia após dia justificarem a bandalheira citando democracia... a justiça é lenta ou engavetadora... o congresso é composto por cumplices e o povo não sabe votar, NÃOOO !!! simples , tem saída ? não tem !!! quando houver a ruptura de instituições talvez ocorram mudanças, ou seja precisamos de uma primavera brasileira ... algo assim ... du grego
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