quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

MST cada vez mais necessário

POR FELIPE SILVEIRA

Há 30 anos, em Cascavel (Paraná), um grupo de camponeses decidiu criar o maior movimento social do mundo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Não, eles não sabiam que aquela organização de gente simples que apenas queria ter condições de trabalhar no campo seria o maior movimento do planeta. A ideia era lutar pela terra para poder produzir e viver, mas o movimento se tornou deste tamanho por ser uma das poucas alternativas lúcidas frente à marcha neoliberal da política nacional e internacional.

Trinta anos mais tarde, o MST se torna cada vez mais urgente e necessário, com seus princípios de igualdade e solidariedade. Acredito que podemos falar em distribuição e compartilhamento – da riqueza, do trabalho e do conhecimento.

É urgente porque o agronegócio faz cada vez mais mal ao mundo. Alimenta cada vez menos pessoas, e quando as alimenta as envenena junto, com seus tóxicos cada vez mais venenosos para espantar pragas, aumentar o tamanho e o lucro. O agronegócio gera cada vez mais desemprego, forçando ainda hoje o êxodo rural que incha as cidades, aumentando a miséria.

Sobre isso, acho importante frisar que o inchaço de Joinville a partir dos anos 60 se deu pelo esvaziamento do campo, onde a vida estava cada vez mais difícil para o agricultor. Nesse período, as hoje grandes empresas de Santa Catarina receberam muita grana (muita mesmo) do Estado para aumentar seus parques fabris. Os trabalhadores destas fábricas vieram, sobretudo, do campo, principalmente de SC e PR. Resumindo, o dinheiro que era pra ser usado em políticas públicas para benefício da população foi usado para o enriquecimento dos empresários amigos dos militares que estavam no poder.

O MST nasceu do aumento dessas dificuldades da vida no campo, já no final da ditadura civil-militar, e propôs um novo modelo de sociedade ao Brasil. Sua coragem e seus métodos são exemplares.

O MST é cada vez mais urgente, ainda mais com uma bancada ruralista que representa um (agro)negócio que registrou o superávit de US$ 82,91 bilhões em 2013, mas a luta pela reforma agrária popular é uma luta de todos nós que desejamos e precisamos de um país mais justo, igualitário, cujas diferenças sejam respeitadas, assim como os direitos de todos.

Esse texto é uma homenagem a todos os lutadores, trabalhadores e inocentes mortos nas lutas por um mundo melhor.

33 comentários:

  1. Quem realmente precisa de um pedaço de terra para tirar seu sustento não fica muito tempo no MST; mas não é pq consegue a terra muito cedo, e sim pela demora no processo. Acaba que os persistentes são aqueles aposentados, que conseguem se manter pelos longos anos na fila de espera (que conta com o volume de filiados para justificar algum avanço no processo dos cabeças, que pagam pra estar lá no topo). E depois de conseguir a terra, o que eles fazem? VENDEM!! Acorda! É só mais uma modalidade de investimento, que usa uma massa de pessoas necessitadas realmente, para poder dar lucro a alguns "espertões"; e ainda tem as empresas que depois vão fornecer (via edital?) os materiais para construção das casas, insumos agrícolas... tudo a preço de ouro e com muito atraso. Reforma agrária é mais uma balela, que serve pra iludir.

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  2. Viva aos ruralistas que produzem o superávit comercial ao Brasil que financia programas assistencialistas e perpetua os vigaristas no poder.

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  3. Não vou entrar no mérito da questão, mas sinceramente um texto sempre transmitir credibilidade para quem o lê, precisa trazer dados práticos, fontes, estatísticas, provas, etc. O que vejo neste texto são afirmações jogadas ao vento que servem apenas para um panfleto de guerrilha. Só uma dica... =D

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    1. Obrigado pela dica.

      Porém, esse texto é um texto de opinião mesmo. Pela minha visão de mundo, pelo conhecimento que tenho da história, tenho essa opinião. Isso aqui não é uma reportagem jornalística, é um artigo de opinião.

      Tem bastante informação aqui sobre o assunto: http://www.mst.org.br/
      Tem milhares de livros de história com bastante informação.
      Tem uma séria bem legal sobre "a questão agrária no Brasil", dividido em oito volumes. É bem barato. Tenho o link pra compra, se quiser.

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    2. Seu texte é de opiniao, entao deixe eu dar a minha: suas ideias sao risíveis.

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    3. Mesmo um texto de opinião precisa ter amparo para sustentar a opinião. Por exemplo: "Trinta anos mais tarde, o MST se torna cada vez mais urgente e necessário, com seus princípios de igualdade e solidariedade. Acredito que podemos falar em distribuição e compartilhamento – da riqueza, do trabalho e do conhecimento." Que princípios? Quais suas propostas principais? Objetivos alcançados até hoje? Outro exemplo: "É urgente porque o agronegócio faz cada vez mais mal ao mundo. Alimenta cada vez menos pessoas, e quando as alimenta as envenena junto, com seus tóxicos cada vez mais venenosos para espantar pragas, aumentar o tamanho e o lucro. O agronegócio gera cada vez mais desemprego, forçando ainda hoje o êxodo rural que incha as cidades, aumentando a miséria." Exemplifique, traga dados, seja didático com seu leitor. Você sobre muitos temas e não faz uma conexão clara entre eles. "Sobre isso, acho importante frisar que o inchaço de Joinville a partir dos anos 60 se deu pelo esvaziamento do campo, onde a vida estava cada vez mais difícil para o agricultor. Nesse período, as hoje grandes empresas de Santa Catarina receberam muita grana (muita mesmo) do Estado para aumentar seus parques fabris. Os trabalhadores destas fábricas vieram, sobretudo, do campo, principalmente de SC e PR. Resumindo, o dinheiro que era pra ser usado em políticas públicas para benefício da população foi usado para o enriquecimento dos empresários amigos dos militares que estavam no poder." Agora você já está falando de Joinville, não houve conexão nenhuma, contextualização nenhuma, enfim. Só acho que seu leitor precisa absorver sua opinião de forma esclarecedora e não é isso que acontece aqui. Outra coisa, o site do MST é uma fonte tendenciosa, livros de história teoricamente não traduzem e nem se posicionam a respeito de movimentos sociais e podem gerar interpretações distintas sobre os temas citados por você. O último link ficou faltando. =(

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    4. Não faltou. Eu apenas disse que se você quisesse eu poderia te passar. Meu e-mail é felipesilveira09@gmail.com.

      Quanto a ligação, ela é clara. A situação difícil no campo, que originou o MST, tem forte ligação com o êxodo rural, que por sua vez foi provocado pelo inchaço das cidades em decorrência da industrialização promovida pelo Estado.

      Sobre faltar informação, discordo. Os princípios estão ali: igualdade e solidariedade. No site do MST você encontra muito mais. Também encontra o resultado dos assentamentos (resultados).

      A questão é que cada autor faz escolhas quando escreve. Escolhi escrever um texto mais conceitual, e não cheio de dados. Espero que ele tenha provocado algum tipo de curiosidade por dados, que o leitor pode muito bem procurar por conta própria e tirar suas próprias conclusões.

      Abs

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  4. Vida longa ao MST até que a reforma agrária possa de fato ter resolvido a questão da distribuição de terras em nosso pais.
    Não esperem que o capital ou que os latifúndios possam equacionar esta questão,
    muito menos esperem que a velha mídia compre a luta dos sem-terras, visto que são os que alimentam os cofres da imprensa.
    renatopfizer@yahoo.com.br

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  5. MST bando de vigaristas? Reforma Agrária balela? Reaça, aproveita um pouco do seu escasso tempo e visita alguns assentamentos aqui de perto mesmo (Araquarí, Garuva), e aproveita para comprar dos seus produtos, inclusive sem agrotóxicos, muitos vendidos pelo Angeloni. Se não mudar nem um pouco de idéia sobre o tema, vai se catar.

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  6. Mudando um pouco de assunto... Parece que caiu a casa do PSOL com as manifestações no Rio de Janeiro, né Felipe?

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    1. Caiu? O que deu lá? Deslizamento de terra do Paes/Cabral/Dilma?

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    2. Um que acredita (ou finge acreditar, porque lhe interessa) no que disse o estagiário que conhece a vizinha que é amiga do primo que é irmão de um homem que disse ao advogado que defendeu um deputado ligado às milícias...

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  7. A Globo nunca mostrou os trabalhos do MST – Assentamentos, a universidade e o que produzem, ao contrário dão ao movimente status de baderneiros. Por outro lado, se limitam a mostrar a meia dúzia de “trabalhos” do criança esperança que na realidade, trata-se de um programa para abater milhões no imposto de renda dos marinhos.

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    1. http://g1.globo.com/videos/distrito-federal/dftv-2edicao/t/edicoes/v/sem-terra-montam-grande-acampamento-no-centro-de-brasilia/3141144/

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    2. Discordo, já vi algumas reportagens no globo rural, falando bem dos assentamentos, e tbm sobre alguns assentamentos foram feitos em locais impróprios para a agropecuária!
      Mas como o globo rural passa no domingo de manhã ou as 6 da manha durante a semana, as pessoas não assistem, mas adoram assistir ate mais tarde a porcaria do BBB!!
      Mas tbm não qro dizer q todos os manifestantes estão isentos da culpa, a aqueles que não querem nada com nada, e entra em conflito com a policia!

      Felipe Becker

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    3. Não é à toa que o Globo Rural passa às seis da manhã =D

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  8. Alguns amiguinhos (sim, são conhecidos) anônimos acham que eu vou aprovar comentários com xingamentos baixos. Desistam, crianças. Nossa política de moderação veta isso. Pode criticar e ironizar à vontade, mas sem xingamento baixo.

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  9. Tá aí ó, a massa de manobra incitada pelo PT!
    Espero que o PT vença as eleições de 2014, quero ver até onde esta merda toda vai.

    http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/02/12/sob-ameaca-de-invasao-do-mst-stf-suspende-sessao.htm

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    1. MPL, Black Blocks e agora o MST... O PT não aprende e isso é uma luz no fim de túnel.

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  10. Os meritocratas sempre vão achar sem-terras arruaceiros, sem-tetos vagabundos, o MPL um grupo terrorista, que os militares nos livraram do comunismo, e assim por diante. Apoiam o Feliciano, o Caiado e o Bolsonaro. E depois ainda vêm dizer que não existe direita e esquerda.

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    1. Nós gostamos dos Black Blocks.

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    2. Adota um então fio...

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    3. Talvez eu adote um fio mesmo. Mas ainda tá cedo.

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    4. ja escolhei o pai? O Neymar tá dando sopa.kkkkk

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    5. Tá querendo se candidatar? Teu tesão por mim é tanto assim que já tá querendo ter filho junto pra ver se apego?

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  11. Tinha um comentário quase decente aqui, mas que ao final chamou os militantes do MST de "vagabundos". Assim vai ser excluído, gente. São as regras.

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    1. Felipe, os militantes do MST são trabalhadores?

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    2. Felipe, acho que esse comentário é meu. Na verdade, eu coloquei o MST, MPL, estudantes desmiolados e aborrescentes revoltados, maconheiros, historiadores, “jornalistas”, “filósofos” e vagabundos no mesmo saco; o do exército apoiado pela esquerda.

      Antônio

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    3. "Felipe, os militantes do MST são trabalhadores?"
      Obviamente. Você conhece o MST ou só quer acreditar no clichê?


      Antonio, teu comentário nem sentido tem. Se quiser explicar, o espaço tá aberto. Antes disso, porém, friso que esse comentário é diferente daquele. Naquele se falava em "e outros vagabundos", chamando, consequentemente, os listados de vagabundos. Nesse está escrito "e vagabundo", ou seja, somando vagabundos à lista, mas diferenciando-os. São pequenos detalhes da língua que fazem a diferença.

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    4. Felipe, no texto do Baço "As cadeiras e a patologia da normalidade", há o seguinte trecho: "Onde vão os intelectuais, os músicos, os artistas, as vanguardas, os disruptores e outros vagabundos?". Tem o mesmo sentido do texto censurado por você. Se aplicarmos a regra do blog, o texto do Baço teria que ser censurado também. Minha intenção não é criar polêmica. Acho apenas que o Antônio não foi mal intencionado. Estes assuntos são espinhosos e qualquer palavra mal empregada, dando um significado diferente ao que se pretendia, leva a discussões desnecessárias. Será que você não foi rigoroso demais neste caso?

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  12. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/brasilia-entra-em-alerta-com-invasao-do-mst

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  13. O MST é mais um movimento que nasceu legitimamente buscando uma condição vida melhor para os agricultores e transformou-se numa espetacular ferramenta de manipulação política. O Brasil realmente não é um país sério.

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