segunda-feira, 8 de maio de 2017

A maior cidade do estado também tem os maiores problemas

POR JORDI CASTAN
Joinville vive dividida entre o seu sonho de ser grande e sua necessidade de ser melhor. Fez a pior escolha e renunciou a ser melhor, para seguir crescendo com a mesma lógica que utilizam as células cancerígenas. O resultado é o título de maior cidade do Estado. Ora, Santa Catarina é o único estado em que a capital não tem a maior população.

Ser a maior só garante que os problemas que Joinville sejam também os maiores. Os indicadores são perversos e mostram o quanto a cidade é penalizada por essa ânsia de crescer. Um crescimento sem planejamento e sem recursos. Podemos acrescentar ainda: sem ideias, sem visão e sem outro modelo que não seja o de continuar crescendo. Há, no imaginário dos dirigentes locais, a ideia consolidada que é possível seguir crescendo indefinidamente.

É um conceito que já tem sido abandonado pela maioria de cidades modernas e avançadas, que entendem que não é possível crescer sem que se estabeleçam parâmetros e indicadores de qualidade para a população. O modelo das cidades grandes é o que se baseia ainda no princípio de economia linear, aquela que precisa de recursos infinitos num mundo finito.
As cidades inteligentes estão orientadas no modelo da economia circular. Cidades pensadas para ser sustentáveis. Para ser mais econômicas e eficientes. Para oferecer mais qualidade de vida aos seus habitantes.

Os pedestres ganham mais espaço e o espaço público é planejado para permitir que haja uma menor necessidade de deslocamentos de um extremo ao outro da cidade. O transporte individual é desestimulado e é cada vez maior o número de cidades que fecham as áreas centrais aos veículos individuais. Nos próximos 10 anos, já haverá cidades que não permitirão o acesso aos carros.


Ainda há tempo para reagir, mas a mudança exigiria um esforço enorme do poder público, que parece aceitar bovinamente a sua incapacidade para fazer e fazer bem feito. Se isso não fosse suficientemente grave, ainda por cima o joinvilense tem desistido de acreditar que outra Joinville é possível. E aceita a inépcia como modelo de gestão e o tamanho como modelo de cidade.

Joinville cresce muito e continua crescendo mal. As obras públicas são mal planejadas e pior executadas. A quantidade de imóveis públicos abandonados ou em péssimo estado de manutenção é a melhor prova do descaso com que é tratada a coisa pública.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Nón faltava dinheirro, faltava xestón. Agorra é um marravilha...

POR BARON VON EHCSZTEIN
Esse pessoal da Chufa Ácida precisa de um surra de cinta. Todo dia tem alguém falando do nossa querrida prefeito. A Xordi Castan põe foto parra disser que a Boulevard Cachoeirra esdá apodrecendo. Depois tem aquela vermelhinha do Raquel Migliorrini, que fica apontando a dedo parra tudo que tem o mão do prefeiturra. Ontem foi aquela moça nova, a Fahya Curry, que teve o despautérrio de juntar a prefeito e fraldas parra idosos na mesmo texto. Nón pode ser assim, suas cretinos.

Freunde, esdou preocupado com a nossa querrida prefeito. Faz tempo que nón vejo ele e tem pessoas jurrando que ele dessaparreceu. Tem até xente imaxinando um coissa mais grave: que todo o administraçón do prefeiturra sumiu. Todo mundo. Porque o citade parece esdar abandonada. Ninguém mais aparrece. Mas deve ser mais um brilhante esdradégia da nossa querrida prefeito. Keine Antwort ist auch eine Antwort. A silêncio também fala. Eu concordo. As xestores xeniais fassem muito e falam pouco.

Tem umas xarropes falando que a nossa querrida prefeito esdá trabalhando no surdina parra ser governador da Estado. Gemein Gerücht ist selten erlogen. O povón diz que as boatos têm uma pouquinho de verdade. Sou contra. A nossa querrida prefeita esdá a fasser o melhor gestón do histórria do citade e tem que ficar aqui. Nón pode? Entón tem que mudar o lei, porque porque nós nón querremos mudar de prefeito. Tem que ficar até 2030, parra terminar a sua marravilhoso projeto futurrista.

Também tem xente dissendo que a nossa querrida prefeito está fazendo máxica e tirrando coelhos do cartola parra pagar os contas do prefeiturra. É mentirra. Nón faltava dinheirro, faltava xestón. Agorra tudo esdá funcionando no perfeiçón no nosso citade. Nón tem mais burraco nos ruas, as transportes são bons, a trânsito circula bem, o saúde funciona bem, as parques dos crianças nón têm mato. É por isso que a nossa querida prefeito deu esse sumidinha. Nach getaner Arbeit ist gut ruhn. Trabalho feito, descanso merrecido.

E fica uma avisso: nón acreditem no que essas cretinos da Chufa Ácida dizem, porque essa gente é meio forra do casinha (e nón pagam a ipeteú). Alle Tassen im Schrank. 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Entre o "não fazer" e o "fazer perfeito" está uma cidade abandonada


POR RAQUEL MIGLIORINI
A Secretaria de Administração da Prefeitura de Joinville é um caso a ser estudado por uma equipe multidisciplinar. O prefeito do vilarejo germânico se orgulha de nunca ter sido envolvido em escândalos e atribui ao "bom funcionamento" da secretaria em questão.

Muito bem. Ao abrir o Jornal A Notícia no dia 02/05, me deparo com a manchete “Abrigo Animal está ameaçado por falta de álvará de localização e pode não renovar convênio” ao lado da foto de dois lindos cãezinhos de lá. O convênio entre a prefeitura e o Abrigo ocorre desde 2006.

Em 2013, na primeira gestão de Udo Döhler, todos os convênios foram refeitos porque a secretaria disse que tudo o que havia sido feito até então estava errado e os novos funcionários, e somente eles, sabiam como fazer certo. Fico imaginando os demais servidores da pasta, como não se sentiram. Acontece que nem em 2013 , e nem nunca, o Abrigo Animal teve alvará de localização, simplesmente porque está em área irregular. O convênio é renovado anualmente e foram necessários 4 anos para que pessoas tão competentes percebessem isso? E o que farão com centenas de cães e gatos, caso resolvam levar à termo a decisão da não-renovação? A atual gestão se interessa em manter esse convênio? A questão não é somente burocrática e tem que ser resolvida. 

Numa outra situação, podemos questionar porque o elevador do Mirante, com menos de dois anos de uso, está quebrado e assim permanece. Uma secretaria competente teria feito a licitação para a manutenção do equipamento antes da inauguração, como foi solicitado. Mas, por excesso de zelo, vamos chamar assim, com os termos de referência apresentados, esse processo não aconteceu. Não somos tão bons gestores como o prefeito e mesmo assim sabemos que um aparelho parado e sem manutenção se deteriora muito mais rápido. E lá se vai nosso dinheirinho...

Nessa mesma linha temos a manutenção do Parque Morro do Finder, já mostrado aqui. O investimento feito para a revitalização da Unidade de Conservação do Bairro Bom Retiro/Iririú foi perdido pelo total abandono do local. O mirante do Finder está em processo de licitação desde 2014. Essa eficiência é demorada mesmo.

O texto do Jordi Castan, publicado no dia 1º de Maio, aqui no blog, mostra outros lugares sem manutenção e abandonados. Nem o centro da cidade escapa da deterioração. Estamos entregues a uma administração que não se envolve em escândalos não pela lisura dos processos, mas simplesmente por não fazer a máquina andar.

Tudo isso me fez lembrar da imagem dos lápis e da analogia que ela traz para essa administração: você pode ser um lápis bem bonito e bem apontado, e parecer melhor perto dos lápis gastos e sem ponta. Só vale lembrar que o lápis bonito nunca foi usado, ou nunca colocou a mão na massa.
 

terça-feira, 2 de maio de 2017

Governo precisa de marido e Temer sabe fazer ovos mexidos

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Imagine que você acordou hoje numa onda de masoquismo e deseja se autoinfligir algum sofrimento. Então recomendo uma olhada na entrevista – vamos chamar assim – de Michel Temer ao apresentador Ratinho, do SBT. Porque são 30 minutos de fazer sangrar os ouvidos: um entrevistador que não sabe entrevistar, um entrevistado tão entusiasmante quanto uma fratura exposta.

É difícil chamar Ratinho (Mouse, como escreveu Simon Romero, do “NY Times”) de entrevistador. O cara está ali no papel de levantador. Como um jogador de vôlei, limita-se a levantar a bola para Michel Temer bater. Mas Temer não bate... ou bate mal. É o retrato do atual governo: impopular, mas propenso a piorar as coisas. Ao fazer de Ratinho o seu garoto propaganda, acrescenta o toque cafona que faltava.

Não admira, portanto, que o ponto alto da entrevista tenha sido mais uma escorregadela de Temer no tema do marido e da  mulher. Ratinho levantou a bola: “Uma dona de casa, ela não pode gastar se o marido dela ganha R$ 5 mil, ela não pode gastar mais que cinco, senão ela vai quebrar o marido”. E Temer responde, de bate-pronto: “Governos precisam passar a ter marido porque daí não vai quebrar”. Dois “machos” numa conversa de café.

O atual presidente parece mesmo obcecado com a relação marido e mulher na gestão do orçamento familiar. O macho provedor, a fêmea do lar. E fala como se o governo fosse a extensão dessa sua concepção moralista. Mas quando fala em “marido”, no que estaria ele a pensar? Sou capaz de apostar que pensa na imposição da austeridade e da desregulamentação. Ops! Mas é exatamente a receita neoliberal do FMI.

Será que o namoro está a recomeçar? Parece que sim. Os responsáveis pelo fundo monetário receberam com sorrisos a promessa de mudanças estruturais, como a reforma da Previdência, afirmando que assim o Brasil sai da recessão e volta a crescer lá pelo ano 2020. Só tem um probleminha: é que o FMI mente muito para as “esposas”. Primeiro diz que a austeridade é legal para arrumar a casa, depois diz que aumenta a desigualdade.

O que fica da tal entrevista? Fora essa escorregadela, o resto é uma enorme chatice. A não ser que alguém ache importante saber que lá em casa Michel Temer sabe fazer ovos mexidos. Parece que as suas qualidades de “chef” são diretamente proporcionais às qualidades como presidente. Ah... e também há quem se divirta com a falta de intimidade do entrevistador com a língua portuguesa. Fora isso, só o tédio.

É a dança da chuva.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Vamos trabalhar?

POR JORDI CASTAN
Não passa dia sem que a assessoria da Prefeitura se gabe do horário em que o prefeito começa o seu expediente na Prefeitura. Não esta claro qual o motivo de dormir tão pouco, nem se esta falta de sono é resultado da idade ou se a insônia é por causa de ver a cidade parada e regredindo. A segunda alternativa implicaria um mínimo de responsabilidade e de preocupação e, principalmente, evidenciaria que o prefeito teria consciência do desastrado da sua gestão. Aqueles que o conhecem melhor insistem em que está convencido que a sua gestão é perfeita e não haveria quem a pudesse melhorar. Mas esta perda de contato com a realidade, em psicologia tem um nome bem definido.

Para facilitar a vida do prefeito e ajudar a melhorar a cidade, tomei a iniciativa de fotografar uma parte de Joinville, a obra que na gestão do prefeito Tebaldi se chamou pomposamente de Boulevard Cachoeira. Menos de 15 anos depois, o Boulevard está abandonado, sem manutenção e a péssima qualidade da obra feita está sendo corroída pela ferrugem e pela inépcia das gestões municipais que a sucederam.







Como o prefeito parece não enxergar nem o que tem na frente do seu escritório, estamos dando a nossa contribuição e mostrando o que precisa ser feito. Olhando para estas imagens é mais fácil entender por que a cidade está como está. Se nem o que esta na frente da própria Prefeitura é arrumado e mantido, aquilo que esteja mais longe não deve nem existir aos olhos desta "des-gestão".








De brinde acrescentamos as imagens na frente a Câmara de Vereadores, para mostrar que no quesito inépcia é uma constante na gestão de Joinville, nenhuma moção de nenhum vereador solicitando que seja recuperada a calçada frente a sede do legislativo. Tampouco nenhuma moção e muito menos denuncia para alertar para o risco que correm os pedestres que se atrevam a circular pelas margens do Cachoeira.