segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Em época de eleições...

POR JORDI CASTAN
Quando os políticos começam seus discursos em época de eleições é bom ligar o detetor de ironia, cinismo e sarcasmo. Porque é importante saber distinguir entre eles, identificar os bons políticos dos mercadores de ilusões, vendedores de ar quente, engambeladores de iludidos. Isso é especialmente útil quando inicia a temporada de caça ao eleitor.

Ironia: Modo de exprimir-se que consiste em dizer o contrário daquilo que se está pensando ou sentindo. Ou por pudor em relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem.

Cinismo: Hist. Filos.  Doutrina e modo de vida dos seguidores dos filósofos socráticos Antístenes de Atenas (444-356 a.C.) e Diógenes de Sínope (413-323 a.C.), fundadores da Escola Cínica, que pregavam a volta à vida em estrita conformidade com a natureza e, por isso, se opunham radicalmente aos valores, aos usos e às regras sociais vigentes. [Cf. socratismo.]- P. ext. Impudência, desvergonha, desfaçatez, descaramento.

Sarcasmo: Zombaria, Manifestação intencional, malévola, irônica ou maliciosa, por meio do riso, de palavras, atitudes ou gestos, com que se procura levar ao ridículo ou expor ao desdém ou menosprezo uma pessoa, instituição, coisa, etc., e até os sentimentos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Raquel "The Flash" Dodge


Donald Trump e a guerra suja contra a imprensa

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Nesta quinta-feira, mais de 300 jornais dos EUA estão a publicar editoriais em defesa da liberdade de imprensa. A iniciativa é uma resposta direta ao presidente Donald Trump, que tem insistido na ideia de tratar a comunicação social norte-americana como inimiga do povo. Sempre que surge uma notícia negativa - e não têm sido poucas - o atual inquilino da Casa Branca acusa a imprensa de produzir “fake news” (mesmo com todas as evidências em contrário).

A insistência nesse discurso já seria suficientemente ruim, mas o presidente tem conseguido convencer muitos dos seus eleitores. E há consequências. Um dos exemplos mais recentes envolveu o correspondente da CNN em Washington, Jim Acosta, que foi hostilizado por uma multidão de partidários de Donald Trump, antes de um discurso do presidente, em Tampa, na Carolina do Sul.  “A CNN é uma merda” ou “Foda-se a imprensa” foram algumas das expressões.

A iniciativa dos editoriais partiu do “The Boston Globe” e conta, entre outros, com a adesão do “The New York Times”, “The Denver Post”, “The Philadelphia Inquirer” ou “The Chicago Sun-Times”. A intenção é alertar para os riscos dessa guerra suja aberta por Donald Trump, porque rotular a imprensa inimiga do povo é uma tática considerada perigosa. E anti-americana. Pesquisas indicam que o número de norte-americanos favoráveis ao direito presidencial de encerrar órgãos de imprensa está a crescer, em especial entre os eleitores republicanos.

“A grandeza dos Estados Unidos depende do papel de uma imprensa livre para falar a verdade para os poderosos”, escreveu o “Globe”. A campanha também saiu às redes sociais, com a hashtag #EnemyOfNone (inimigos de ninguém). A adesão foi expressiva, mas nem todos os órgãos de comunicação embarcaram na ideia. The Wall Street Journal”, por exemplo, ficou fora da campanha, usando o argumento de que Trump tem direito à sua liberdade de expressão. 

É a dança da chuva.