quarta-feira, 29 de julho de 2015
Lei 340: a solução tanto para o município quanto ao morador
Na segunda-feira, o blogger
Jordi Castan publicou um artigo no qual questionava os interesses do projeto de Lei Complementar
nº 41/2014, de autoria do vereador Manoel Bento. O vereador se dispôs a responder algumas das questões postas e enviou um texto a defender o seu ponto de vista, que
publicamos a seguir.
POR GABINETE DO
VEREADOR MANOEL BENTO
O Projeto de Lei
Complementar nº 41/2014, de autoria do vereador Manoel Bento, propõe algumas
mudanças na Lei nº 340/2011 que preveem única e exclusivamente beneficiar o
cidadão que precisa regularizar seu imóvel construído até novembro de 2011,
quanto o município, que terá mais uma fonte de recursos para aplicar em
diversos setores, como saúde, educação e infraestrutura. A equação é simples e
transparente: se olharmos o passado, veremos que muitos imóveis foram
construídos sem a fiscalização adequada por parte da Prefeitura. Assim foram
surgindo casas, condomínios e outros prédios desrespeitando leis existentes,
tais como recuos de rios, espaçamento entre terrenos, altura física, entre
outros. Entram nesta conta até edifícios públicos, tendo como estimativa baixa
de 30% a 40% de imóveis gerais em situação irregular na maior cidade do estado.
O que fazer nesta
situação? Há dois caminhos: o primeiro e mais óbvio é demolir o que está
irregular. Como esta opção parece ser um tanto quanto radical, tendo em vista o
fato de que prédios públicos, comércios e indústrias desapareceriam, por
exemplo, há ainda um segundo caminho, que é criar um mecanismo de regularização
conforme o erro cometido. O projeto de lei atualmente está sendo discutido na
comissão de Urbanismo da Câmara e leva em conta diversos fatores, valores e
metragens, onde para chegar a um denominador comum houve co-participação da
Seinfra e engenheiros da cidade. Há ainda uma intenção de elevar o valor da
multa pela infração, tomando como base o metro quadrado adicional irregular,
mas é preciso consenso entre todos os vereadores envolvidos nesta discussão.
Entenda O PLC 41/2014
- Quem construiu até
novembro de 2011 poderá protocolar a regularização do seu imóvel desde que
comprove pelo banco de imagens Simgeo ou pelo Google Maps com a data da imagem
do satélite;
- O prazo para solicitar
era dezembro de 2014. Com a nova proposta este prazo será esticado para mais
cinco anos. O contribuinte fica livre para regularizar quando tiver condições
respeitando este período;
- Proposta de
regularização de imóveis localizados sem servidões, que antes eram apenas
caminhos particulares;
Saiba Mais
- Desde sua criação, a
Lei nº 340/2011 já resultou em 1.317 requerimentos de licença para
regularização;
- A referida Lei
resultou em 881 Termos de Ajustamento de Conduta finalizados, contabilizando
mais de R$3,5 milhões de arrecadação aos cofres municipais.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Fascismo, ódio, demência, atraso...
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há alguns anos, quando a economia mundial
definhava, como resultado da lógica de cassino dos mercados, o Brasil se
mantinha firme. Parecia mesmo ser o lumiar de uma nova forma de sociedade,
capaz de crescer e, ao mesmo tempo, investir no social. Muita gente viu aí uma
alternativa à lógica neoliberal, que nos últimos anos foi uma praga a corroer a dignidade das pessoas mundo afora.
Mas nos tempos mais recentes isso se inverteu. Se
antes acreditava-se no Brasil como potencial impulsionador de uma nova forma
de relações sociais, hoje o país parece caminhar para o olho do furacão. Do ponto de
vista econômico, a receita do Governo Federal, que implica na a
redução das despesas e diminuição dos investimentos, é a mesma que levou outros
países para o abismo.
Temos o exemplo dos países sob intervenção da
Troika (Grécia como expoente), onde o ideário neoliberal só produziu
desemprego, miséria e desagregação social. Havia a crença de que cortar
investimentos públicos e subir impostos seria a fórmula para equilibrar a economia. Falhou.
E com uma situação curiosa: aplica-se veneno para curar um doente e quando não
funciona aumenta-se a dose de veneno.
CRISE MUNDIAL - Há uma crise no Brasil, mas ela é contornável. No entanto, a economia tem sido parca em boas notícias. O risco é haver uma nova crise mundial, em especial se
for generalizada e mais profunda. O mundo ainda nem se recuperou da crise do subprime e surge no horizonte o fantasma de uma nova hecatombe: a
bolha chinesa pode estourar e arrastar o mundo para um novo desastre.
É fato que o Brasil está mais resistente às crises
internacionais. Quem não se lembra da tragédia de anos atrás, quando o FMI davas cartas em Brasília? Se a economia internacional espirrava,
o Brasil apanhava uma pneumonia. Tempos difíceis. Mas os especialistas
anunciam que se houver um problema com a economia chinesa, vai sobrar farofa
para todos os ventiladores. Não subestimemos.
CRISE POLÍTICA - O Brasil tem um problema adicional. A
crise política iniciada com os movimentos de contestação ao atual governo, em
2013, retira estabilidade. Foi nesse momento que se acendeu o rastilho para uma crise política antipatriótica e
suicida. Mas a instabilidade criada pela ânsia golpista dos que não aceitam os
resultados das urnas vai para além da política. O tiro no pé gangrena a economia.
Nem é preciso lembrar o ridículo do “apesar da
crise”, repetido à exaustão pela imprensa quando tem que dar boas notícias.
Virou piada para pessoas com pelo menos dois dedinhos de testa. Mas é um ato político sério. Há quem
queira o caos a tudo custo, mesmo que esse custo seja pôr o futuro do país em causa. Os exemplos da insanidade são muitos e incompreensíveis à luz da civilização e da democracia.
Exemplos? Gente que apoia Eduardo Cunha, sobre o qual
pesa uma vasta lista de acusações, desde que ele atue no sentido de derrubar
Dilma Rousseff. Ou gente que dá guarida às ideias entreguistas do tucano José
Serra, que quer oferecer o petróleo nacional a companhias estrangeiras. É loucura. Há mais exemplos, mas interessa apenas mostrar que o Brasil mergulhou numa
espiral fascista e que pode estar a entrar um beco sem saída.
Fascismo, ódio, demência e atraso nada têm a oferecer a não ser o caos. E, claro, servem apenas para enfraquecer o país num momento em que ele precisa ser forte.
É a dança da chuva.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
O inferno são os... vereadores. Certo, Manoel Bento?
Diz-se que o inferno esta cheio de boas intenções. Se fizermos
caso do refrão, a nossa Câmara de Vereadores está cada dia mais parecida com o inferno
de Dante. Não passa dia sem que os nossos vereadores surjam com algum novo projeto
coalhado de boas intenções. Pena que na maioria das vezes as boas intenções
tragam junto interesses menos bem intencionados.
O vereador Manoel Bento (PT) ressuscitou a Lei Cardosinho, famosa por permitir a regularização das construções irregulares. É uma anistia
que tinha como objetivo beneficiar os bem intencionados que, por
desconhecimento, houvessem cometido alguma irregularidade. Mas que acabou se
convertendo num prêmio à esperteza e, em alguns casos, à malandragem dos que a sabendas burlaram a lei.
A proposta do vereador Bento é ainda mais ousada que a anterior e incorpora algumas novidades. A mais interessante delas é a possibilidade de
regularização de prédios construídos em desacordo com a LC 312/2010, que é a
Lei de Uso e Ocupação do Solo e rege as construções de Joinville. Somente os
imóveis construídos até agosto de 2011 são passíveis de se enquadrar nessa lei.
O pior nem é a proposta de emenda em si, embora seja
praticamente impossível não identificar no texto uma boa lista de segundas
intenções. A pior é o valor a ser cobrado para poder regularizar. O vereador
Bento, tomado pela bondade e generosidade que lhe é peculiar, colocou na primeira
minuta que para prédios acima de 8.000 metros quadrados, por exemplo, o valor a
ser cobrado seria de apenas 10,10 UPMs (aproximadamente R$2.500,00). O valor
chamou a atenção pelo irrisório e o próprio vereador entendeu que deveria ser aumentado. Ele tentou. Não deu. Paciência.
Não é preciso ser muito observador para enxergar que a regularização de prédios acima de 8.000 metros quadrados por este pífio valor deve
ter outra motivação que não a bondade do vereador. Aliás, prédios acima de 8.000
metros quadrados nem deveriam ser contemplados numa lei destas características.
São prédios construídos com projeto arquitetônico, assinados por engenheiros e
arquitetos que, por formação, têm obrigação de conhecer a legislação e de
cumpri-la. Não há, nesse caso, como alegar desconhecimento da legislação, Ou será
que há?
Uma vez evidenciado o ridículo do valor proposto na proposta
original e feitas as correções ao valor, continua ficando claro que há um evidente
interesse do legislador em facilitar a vida de alguns construtores que andaram
fazendo algo fora das leis. Será que o papel do vereador não deveria ser o de
fazer cumprir as leis que ele mesmo votou e aprovou? O vereador Bento é experiente
e conhece bem a LC 312/2010. Afinal, ele próprio a aprovou no seu anterior mandato na Câmara
de Vereadores. Estranho que agora apresente um projeto mais permissivo que
tem como objetivo claro de legitimar as ilegalidades cometidas contra as leis em
vigor.
O projeto ainda não foi aprovado. Está tramitando na
Comissão de Urbanismo, mas é quase unânime entre engenheiros e arquitetos que
esta lei tem a finalidade de tornar lícito algo ilícito. Partindo dessa lógica,
de que adiantam as leis? Descumpre-se e mais para a frente algum vereador sugere
uma forma de corrigir o erro feito conscientemente.
Neste caso seria bom que o vereador Manoel Bento, que transita com tanta facilidade nos temas que envolvem urbanismo, zoneamento e uso e ocupação do solo, respondesse aos eleitores quais os interesses que estão em jogo? A quem interessa essa lei? Quem serão os beneficiados? Não deve haver muitos prédios com mais de 8.000 metros quadrados que precisem ser regularizados. Ou será que há? E, se houver, quem estava fazendo a fiscalização e não percebeu? Ou, ainda, o que Joinville ganha com esse projeto de lei?
Neste caso seria bom que o vereador Manoel Bento, que transita com tanta facilidade nos temas que envolvem urbanismo, zoneamento e uso e ocupação do solo, respondesse aos eleitores quais os interesses que estão em jogo? A quem interessa essa lei? Quem serão os beneficiados? Não deve haver muitos prédios com mais de 8.000 metros quadrados que precisem ser regularizados. Ou será que há? E, se houver, quem estava fazendo a fiscalização e não percebeu? Ou, ainda, o que Joinville ganha com esse projeto de lei?
Seria bom ficar de olho na tramitação deste projeto e nos
interesses a que realmente busca atender e a quem vai beneficiar. O inferno esta cheio de boas intenções. Mas a nossa Câmara de Vereadores o
supera. Afinal, como diz Dante, "ó, vós que entrais, abandonai toda a esperança..."
sábado, 25 de julho de 2015
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