POR JORDI CASTAN
O resultado das eleições é um Brasil dividido. Quem apostou
no ódio, no "nós contra eles", ricos contra pobres, brancos contra pretos, norte
contra sul, ou nós contra as “zelites” de olhos azuis ganhou. Hoje há que fazer
a leitura das urnas. Quem ganhou em que estados? Como votaram os municípios? Qual o perfil do eleitor? Tenho certeza que
aqui mesmo no Chuva Ácida não faltaram posts e comentários a se aprofundar no
tema.
Teve quem defendeu a sandice do voto em branco: a mensagem é que, com brancos, nulos e abstenções somando mais do 27%, o eleitor se omitiu mesmo e foi a abstenção, junto com o voto em
branco, o que serviu para eleger Dilma. Os que defenderam o voto crítico, inventaram
mais uma bizarrice e também contribuíram para eleger Dilma. O resultado é que a
maioria do eleitorado não votou na candidata que ganhou. Quem acredita que se
abstendo, votando em branco ou dando um voto crítico deu algum recado, pode
ficar com as suas sutilezas. Porque este pessoal não entende de sutilezas.
Os próximos capítulos desta história estão ainda por ser
escritos. Fala-se de impeachment, e já houve no Brasil presidente “impichado” por
muito menos. Mas aqueles eram outros tempos. Hoje o nível de tolerância - ou deveríamos
dizer de conivência do eleitor com a corrupção, a roubalheira e a falta de ética - é muito menos estrito.
Minhas felicitações aos que desde este espaço manifestaram
seu apoio a candidatura do PT. Lamento profundamente o resultado. Vivo numa
cidade e num Estado que majoritariamente votou no candidato que não venceu. Aliás, a mesma Santa Catarina que elegeu Raimundo Colombo no primeiro turno votou em
peso em Aécio, que não era o candidato do governador. Em Joinville, enquanto o
prefeito Udo Dohler declarava abertamente o voto em Dilma, a candidata do
prefeito levou um pau bonito de ver. Sinto-me de alma lavada. No segundo turno
apoiei o candidato que venceu em Joinville e em Santa Catarina.