sexta-feira, 22 de março de 2013

Dias muito loucos – Udo corta lanche, James quer proibir cerveja na rua e Acij vende camiseta pra juntar um dinheirinho pro São José

POR FELIPE SILVEIRA

Vivemos tempos muito loucos mesmo. É o tal de dois mil e crazy. Pra você ver como a situação não tá fácil pra ninguém, olha como tá difícil para os empresários da Acij (Associação Empresarial de Joinville).

Reconhecidos por eles mesmos e por alguns historiadores safados como os bastiões da pujante e ordeira Joinville, nossos adorados empresários (afinal, eles dão um monte de emprego pro povo por bondade!) ficaram, de repente, mais ou menos depois de Udo Döhler se tornar prefeito, preocupados com a saúde do povo. De repente perceberam que o nosso hospital municipal, o São José, vive superlotado e tem problemas de infra-estrutura, o que gera desconforto e atendimento precário para a população. Devem ter achado um absurdo.

Mas, como a situação não tá fácil pra ninguém e não dá pra botar a mão no bolso assim pra investir em melhorias no hospital, nossos valorosos empresários tiveram uma brilhante ideia: vender camisetas.

Fico pensando em como não pensaram nisso antes. Esta brilhante ideia que sustenta diretórios acadêmicos, escoteiros e associações atléticas e de moradores há anos pode, claro, salvar a saúde pública municipal. Você que está aí sentado, por favor, levante e aplauda esta louvável ação de pé.

Mas, por favor, não desconfie de politicagem. Não ache que a ação tenha a ver com o fato de um colega empresário ser prefeito e precisar dar uma ajeitada no Zequinha. Não me venha com insinuações de que isso jamais seria feito no ano passado, quando o Carlito (PT) era prefeito. É óbvio que aconteceria, mas faltou a ideia.

Mais aplausos.

A última – Disse que a venda de camisetas era a penúltima porque depois disso rolou mais uma evidência desses tempos doidos. Udo, The German, anunciou ontem que os servidores que trabalham seis horas não têm direito a intervalo. Dizem que tá na lei. Eu digo que o bom senso pegou a BR e se mandou.

A antepenúltima – Essa vem da Câmara. O vereador James Schroeder (PDT) entrou na vibe do conservadorismo, que eu chamo carinhosamente de Onda Udo, e teve a brilhante ideia de proibir o consumo de bebida alcoólica nas ruas da cidade. E se você não vê um atentado à liberdade aí, meu amigo, você tem um problema.

Levante e aplauda.

quinta-feira, 21 de março de 2013

É contigo, Malafaia

POR ET BARTHES
Sem comentários.


A sua cidade é moderna? Faça o teste


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Hoje proponho um teste aos leitores. É uma forma de tentar saber o quanto a sua cidade (qualquer cidade, em qualquer país) está no caminho da modernidade. Ou seja, se é feita a pensar nas pessoas. Como é óbvio, o teste tem os seus limites, uma vez que não é feito com bases científicas aferidas por um instituto qualquer. Mas permite um rápido diagnóstico. E, no final, pode conferir os resultados (que são baseados na minha opinião, claro).

1. O planejamento em termos de mobilidade urbana é feito a pensar nas pessoas. Ou seja, o cidadão tem prioridade em relação aos carros.
(   ) SIM (   ) NÃO

2. Há um grande leque de opções destinadas ao lazer da população, como parques, praças, jardins ou áreas verdes com boas infraestruturas etc.
(   ) SIM (   ) NÃO

3. O transporte público é de qualidade e tem opções intermodais (mais de um tipo de veículo), oferecendo interfaces para o usuário.
(   ) SIM (   ) NÃO

4. A mídia é independente, informativa, educativa. Não existem os tais canetas ou bocas de aluguel.
(   ) SIM (   ) NÃO

5. Os turistas têm coisas relevantes para ver, como museus, monumentos, espaços culturais. O calendário de eventos é atraente para o visitante e as opções de lazer são suficientes para reter o turista por mais que dois dias.
(   ) SIM (   ) NÃO

6. Os serviços públicos são capazes de atender as necessidades da população, mesmo levando em consideração as dificuldades econômicas por que passam as cidades.
(   ) SIM (   ) NÃO

7. Tem uma vida cultural efervescente e movimentos de vanguarda que vão transformando o espaço público num lugar que aponta para o futuro.
(   ) SIM (   ) NÃO

8. A economia da cidade dá prioridade às indústrias modernas e ecológicas, como as ligadas às tecnologias da informação e à sociedade do conhecimento.
(   ) SIM (   ) NÃO

9. A ecologia é uma preocupação. O lixo é separado, as ruas estão bem cuidadas, as áreas verdes são estão preservadas, os rios são pontos de atração para os moradores.
(   ) SIM (   ) NÃO

10. Há a uma preocupação com a inclusão digital, com o acesso das camadas mais pobres às tecnologias da informação (zonas públicas de internet wi-fi, por exemplo).
(   ) SIM (   ) NÃO

11. Desde o jardim de infância à universidade, o sistema de educação atende às necessidades da cidade, tanto do ponto de vista econômico quanto cultural.
(   ) SIM (   ) NÃO

12. O patrimônio público, como escolas, museus, bibliotecas ou arquivos, está em bom estado de conservação.
(   ) SIM (   ) NÃO

13. Os formadores de opinião são pessoas estudiosas, bem informadas (e formadas) e que inspiram respeito.
(   ) SIM (   ) NÃO

14. Os políticos são, na maioria, pessoas interessadas em defender o bem comum e em quem o cidadão pode confiar.
(   ) SIM (   ) NÃO

15. A tolerância política é uma norma. A liberdade de expressão é total e ninguém corre o risco de ser discriminado por uma posição qualquer.
(   ) SIM (   ) NÃO


RESULTADOS
- 10 a 15 respostas SIM: você mora numa cidade onde até pessoas do tal primeiro mundo gostariam de viver. Legal.
- 5 a 9 respostas SIM: a sua cidade tem problemas, mas há uma base interessante que permite consertar o que está mal.
- 1 a 4 respostas SIM: Você precisa ter uma conversa com o seu título de eleitor.
- 0 (zero) respostas SIM: Oooops!


P.S. Se fez todo o teste, aproveite para contar a sua experiência nos comentários.

quarta-feira, 20 de março de 2013

O governo vai virar igreja e a igreja virar governo

POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Menores de 18 anos, atenção, contém palavrões.

Eu fico emputecida com as declarações homofóbicas e preconceituosas que tem aparecido. Incrível. Olha a controvérsia, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias no Brasil. Não precisa contextualizar porque todos sabemos do que se trata: do nojento Marco Feliciano e seus comparsas, incluindo os retrógrados Bolsonaro e Silas Malafaia.

E que não venham religiosos defender porque o cara é pastor e por isso merece adoração inquestionável. Foda-se que ele é pastor, ele pode ser pastor, padre, macumbeiro, o que ele quiser, na vida PARTICULAR. As religiões que as pessoas seguem não interessam a ninguém, exceto quando suas crenças religiosas influenciam nas decisões  de uma comissão que justamente tem o objetivo de defender minorias. Minorias essas atacadas com o ódio e a ignorância desses mesmos senhores em declarações nos seus perfis nas redes sociais.

Eu não tenho nada contra pessoas religiosas que tem bom senso, respeitam o diferente e pregam o amor. A essas todo o meu respeito. Meu problema é com essa gente que acha que todos devem pensar como eles e não conseguem enxergar o mundo cheio de diversidade em que vivemos. Meu problema é com gente que deveria reconhecer o estado/governo com um espaço para todos. O estado como responsável por garantir direitos iguais à TODOS os cidadãos, sejam eles heterossexuais, homossexuais, transsexuais, religiosos ou não.

O estado brasileiro é laico, ou pelo menos deveria ser. Na prática não é, se fosse, casamento homoafetivo seria legalizado, aborto também, e não haveria crucifixos em repartições públicas. Não importa se a maioria é católica, não importa a religião da maioria, eu como atéia, ou budista, ou muçulmana, quero ser respeitada no meu direito de não ter nenhuma religião aparecendo na escola pública que minha filha frequenta ou no fórum da cidade. Religião é uma opção pessoal, guarde para si. Existem espaços apropriados para expressões religiosas: igrejas, templos, mesquitas, lá os pastores podem dizer o que pensam estando entre os seus. Não tragam isso para a esfera pública porque aí teremos um problema.

É como disse o Charles Henrique no texto "Não basta apenas deixar de ser machista", é preciso pelo menos falar sobre o assunto. Não basta não concordar com o preconceito desses homens, é preciso combatê-los, questionar, argumentar, protestar. Eles são representantes de um grupo que ainda acha que homossexualidade é doença, que casamento homoafetivo foge do objetivo de Deus de procriar. Como se precisássemos tanto assim de mais gente no mundo. A bancada evangélica está forte no Brasil e tentando promover retrocessos gigantescos nos minúsculos avanços que tínhamos. (Vê-se reportagem no Estadão). Eles lutam forte por isso e nós devemos também lutar. (Aliás, estou orgulhosa com os protestos que acontecem no Brasil todo. Decepcionada com os colegas que votaram no nojento, mas esperançosa pelo povo que foi às ruas de verdade.)

Agora, me diz, como alguém pode ser contra o casamento homossexual? Quem é que está casando? Não é a favor do casamento gay, simples, não case com um gay. Que que a vida sexual do cara tem a ver com você? E essa pessoa tem que passar a vida toda ao lado do outro, dividindo sofrimentos e alegrias, para no final não poder ser acompanhante do parceiro no hospital porque a lei não garantiu seus direitos? Isso é justo? Não é.

Não podemos julgar alguns países muçulmanos que permitem que a religião influencie no governo, nós fazemos o mesmo.

Em tempos, o casamento homoafetivo é legalizado na Suécia há 12 anos e a lei do aborto livre existe desde 1975. A Suécia é um dos países menos religiosos do mundo, mais de 60% da população se auto-denomina ateu ou agnóstica. Um país com nível de pobreza e corrupção zero. Com uma administração pública eficiente, na qual vereadores não tem salário, e políticos não tem benefícios. Com fortes programas sociais, altos impostos: quanto mais ganha mais paga, forma de garantir a igualdade. Excelente educação e sistema de saúde gratuita e igual para todos. Algumas coisas a ensinar ao nosso país religioso.

O que você LEU nesse texto:

- Que declarações homofóbicas me deixam emputecida,
- Que o estado é laico e religião não pode influenciar importantes tomadas de decisões,
- Que é preciso protestar,
- Que sou à favor da união homoafetiva,
- Que devemos tomar como exemplo países mais avançados em direitos humanos,

O que você NÃO LEU nesse texto:

- Que eu odeio todos os religiosos,
- Que deputados não devem ter religião,
- Que todas as pessoas deveriam ser gays e casarem entre si,
- Que todas as mulheres devem fazer aborto,
- Que o mundo está perdido e nada mais tem jeito,
- Que a Suécia é melhor que o Brasil.

Briga de egos!

Olá, caros molhados! Já ando de saco cheio de falar para pessoas que não são do meu quilate, que preciso ficar a todo instante olhando para baixo, pessoinhas que não chegam aos meus pés, claro.

Da até pra rir de tão nojentinho esse papo, não é? Pois é, assim tem sido as relações técnico - jogador. Quem pode mais? Quem tem mais poder? Quem manda mais? Quem consegue diminuir o outro?

Tá, mas só um momentinho. O técnico é contratado para aplicar táticas de jogo e o jogador para executá-las. Simples assim e ponto final, caramba.

A diretoria dos clubes também, vou te contar, tem lá um time com jogadores de nível X+ e contratam um técnico X-. O que vai ocorrer... nada de produtivo. Óbvio, pois esse técnico jamais terá voz de comando com aquele jogador que já se encontra em nível bem acima do dele.

Gente, não precisa ser o gênio da lâmpada para chegar a esta conclusão. Dorival Junior é bonzinho, mas é muito pouco para "Flamengo" e o maior problema é que ele já se acha técnico master. Deu no que deu.

Outro é o Ney Franco, que até pouco tempo treinava a gurizada da seleção aí acha que já é o bam bam bam, vai treinar o São Paulo e quer cantar de galo. Não é à toa que o Tricolor paulista anda nessa m...

JEC. Bom vocês acompanharam todo o blablablá. E, evidente, sobrou para o técnico.

No entanto, várias vezes já vimos jogadores que se acham a última coca cola do deserto se ferrarem na mão de técnicos que são e não apenas se acham master.

E de quem é a culpa nessa briga de egos???? Tá, existe diretoria pra quê? Pra bonito? Ela está lá para isso, identificar o nível de seus jogadores e lhes oferecer um técnico capaz com comando de voz perante esses atletas. Do contrário a maionese vai desandar.

A grande verdade é que essa briga de egos sempre existirá. Nem jogador e nem técnico sabem se colocar nos seus devidos lugarzinhos e controlar o ego que, na maioria das vezes, é muito maior do que a sua qualidade técnica, em ambos os casos. E tampouco existem diretorias profissionais nos seus cargos e agem de forma amadora e que só prejudica o clube.

Novamente voltei ao assunto, aquele que falei no post do marketing, falta profissionalização no esporte como um todo, não só no futebol.

A nós, torcedores, só resta rezar... e muito!