quinta-feira, 14 de março de 2013

A paulocoelhização da vida


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Se eu quisesse escrever um livro para ganhar dinheiro, não teria dúvidas: seria um livro de auto-ajuda. Por quê? Ora, porque há por aí um monte de gente que baba na gravata e anda louquinha para acreditar em qualquer besteira que se escreva. Há uma espécie de
paulocoelhização da vida. 

O que isso significa? Ora, muitas pessoas acreditam que os problemas mais complexos podem ser resolvidos apenas com frases feitas. É só ler esta que roda aí pelas redes sociais:
- Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo.

Viu como é fácil? É só desejar. Ok… mas faz anos que eu desejo o fim do conflito do Darfur, uma vacina para a AIDS, uma melhor distribuição de renda no planeta e, claro, acertar na loteria do Euromilhões. E o que acontece? Nada. Parece que o universo conspira ao contrário. Mas…
-    As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.
Ah… como não percebi isso antes?

As prateleiras das livrarias estão infestadas dessas inutilidades que são os livros de auto-ajuda. E quanto mais flagelam a inteligência, maiores chances têm de se tornar bost-sellers. A fórmula dos textos é simples, simplória mesmo: é só usar uma linguagem bobinha, otimista e prometer soluções quase mágicas para obter riqueza, saúde, amor, felicidade ou até bom sexo.
- Uma vez feita a escolha é preciso seguir adiante e confiar no seu
próprio coração.

Os livros de auto-ajuda são escritos para os bovinos da classe média-mediana, pessoas aparentemente educadas que na verdade não passam de analfabetos funcionais. Os textos são alienantes e falam de um mundo sem dissenso, sem política e, claro, sem sinal de
inteligência. É um mundo de aluados, com mais ou menos dinheiro, para os quais os problemas do mundo se resolvem com pensamento positivo. Se eu desejar muito, eu consigo.
- Escuta o teu coração. Ele conhece todas as coisas. Pois onde ele
estiver é onde está o teu tesouro.

O segredo do sucesso desse tipo de obra (e aqui "obra" vem do verbo "obrar") é não exigir muito do leitor. Tudo deve ser feito sem qualquer esforço, a começar pela leitura do livro, que precisa ser rápida, fácil e sem qualquer coisa que cheire a complexidade. O que esses livros pedem? Para ter uma atitude mais positiva em relação à vida. Manter a mente focada apenas nas coisas boas. Enfim, a típica lenga-lenga para dormitar pangarés.
- Todos os dias deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um "sim" ou um "não" pode mudar toda a nossa existência.

É o que vivo a repetir. A única maneira de ficar rico com os livros de auto-ajuda é escrever um. E acreditar que há tolos suficientes para fazerem dele um bost-seller.

P.S. – As citações deste texto foram tiradas da internet e, ao que parece, são de autoria do escritor Paulo Coelho. Não tenho certeza: já tentei ler o cara, mas não aguentei.

The Walking Dog


quarta-feira, 13 de março de 2013

Eikabílio




A maionese desandou!

Parece que o JEC está meio fora do prumo. As coisas não andam caminhando bem e não é de agora e, ao que tudo indica, os problemas internos estão chegando a nós.

O desequilíbrio do time, sua inconstância em campo, pelo que se ve e, agora, mais claro, é que não é de graça.

O clima está pesado e se a diretoria  não proceder da forma que deve e pra ontem, vai cada vez ficar mais difícil.

O meu post de quarta passada reflete apenas que a diretoria do Joinville não está sabendo administrar o clube como deve, vez que as novas camisetas ficaram bem feinha e fugiram completamente da referência do Tricolor.

Comandar um time de futebol não é coisa simples e tem que ter muita humildade para assumir as dificuldades e pedir ajuda quando não está se dando conta para que o objetivo maior, qual seja o próprio JEC não seja prejudicado.

O Joinville não consegue manter uma regularidade, primeiro o culpado foi o Lima, depois o preparador físico. A verdade é que estão buscando culpados enquanto que deveriam buscar a solução.

Molhados, vocês já devem ter ouvido falar em "foco", pois é, evidente que foi uma ironia minha, pois esta palavra tem sido destaque em todas as frentes mas, se não tiver foco, ninguém chega. E, o que venho notando, é que falta Foco para o JEC, o time sequer conseguiu traçar qual o seu foco para agora, mês que vem, para o ano.

Estão perdendo o ponto da maionese e se ficar mexendo para todos os lados, ela vai desandar e aí, vocês sabem né, só jogando fora e começando do zero.

NO CHUVEIRINHO - E nesse fim de semana começa o ano para a F1, com o GP da Austrália. Todo mundo de zumbi para acompanhar o brasileiro Felipe Massa, ou não??? Ai gente, vamos dar uma força, acho que precisamos apoiar o que é nosso. Boa sorte Massa!

Joinville, volto já

POR FABIANA A. VIEIRA


Parece que foi ontem, mas já faz tanto tempo. Mais precisamente 28 anos. Cheguei em Joinville em 1985. Tanta coisa mudou, tanta coisa é como era.

Nesse aniversário de Joinville, dediquei bastante tempo para uma reflexão sobre a cidade, de quando cheguei até agora. Muita coisa progrediu, a cidade cresceu, se desenvolveu. Teve filhos lindos, destaques mundiais, trabalhadores anônimos. De tudo um pouco.

Por isso Joinville é apaixonante. Quem chega aqui e acompanha sua história, seu perfil, participa da sua construção, acaba adotando a cidade como sua. E ela acolhe bem. É uma cidade de muitas oportunidades.

Esse aniversário de Joinville foi especial para mim. Talvez porque eu esteja partindo. Daí dá uma nostalgia. Lembrei de uma cidade repleta de casinhas de madeira estilo colonial, pois quando cheguei aqui, era assim. Nas minhas lembranças, está a casinha dos meus avós, no bairro Floresta. As ruas principais eram de paralelepípedos. As pessoas andavam muito de bicicleta, numa cidade em que todos se conheciam. Nesses 28 anos a cidade cresceu e eu cresci junto. Vi ela ficar moderna, ganhar universidades, indústrias, shoppings, avenidas, adotar novos filhos de outros lugares. Joinville se desenvolveu, mas essa característica continua forte. Mesmo com seus mais de 500 mil habitantes, a cidade mantém um elo, onde fácil, fácil você sabe identificar quem é quem aqui. Não só pelo sotaque, mas pelas histórias, pelas amizades, pelas famílias. Pelas opiniões.

Vou sentir saudade disso, sobretudo porque estou partindo para uma cidade com características bem diferentes. Brasília me parece uma cidade bem encantadora, mas sem esse DNA. Aparentemente não há esse elo. Esse reconhecimento entre seus pares. Pelo menos, não comigo, claro. Uma cidade que foi construída com um propósito diferente de qualquer outra cidade.

De qualquer forma vou conhecer outro lugar, novos espaços, outras rotinas. Quero relatar tudo aqui. Quero falar com os joinvilenses que estão por lá também, e são muitos. Acho que esse comparativo, essas histórias, podem ser bem interessante para você, que me lê aqui. Vamos trocar experiências entre essa cidade que amamos tanto e uma cidade que será novidade para mim e para muitos que me acompanham no Chuva. Brasília, aí vou eu. Joinville, volto já.