quarta-feira, 6 de março de 2013

A culpa não é do BBB



POR FERNANDA M. POMPERMAIER 

Quantas vezes ouvimos por aí que brasileiro, de uma forma geral, não se interessa por política, apenas por futebol, novela, carnaval ou big brother? 

Inúmeras vezes. 

Confesso que também já pensei o mesmo. Mas minha percepção mudou e vou dizer por quê. 
Em todos os países do mundo existem programas e eventos desse tipo para que as pessoas fujam um pouco do dia-a-dia, muitas vezes cansativo e corrido e consigam desestressar vendo algo que não exija muito raciocínio. É óbvio que cada um desestressa do seu jeito, tem os que lêem romances, assistem filmes, acampam, tocam algum instrumento, jogam no computador,   enfim... esses recursos/atividades são necessárias para se ter qualidade de vida. Eu não vejo muita diferença entre relaxar lendo livros pouco complexos, como Paulo Coelho, 50 tons de cinza, auto-ajuda ou alguns best-seller na lista da veja, e assistir novela, (ou o BBB). Tudo a mesma coisa, trama simples, fácil de acompanhar, relaxante. 
Confesso que novela não consigo assistir, me irrita, parece que me chama de estúpida o tempo inteiro mostrando aquelas madames super enfeitadas, aquela mesa de café da manhã recheada, aqueles dramas bobinhos, uish... Mas acompanhei algumas minisséries como A Presença de Anita e Hilda Furacão. Big Brother também já acompanhei uma vez, o 9, torci pro Max. Fica um pouco chato quando as pessoas são muito superficiais, vazias,.. mas se tem gente interessante, barraco, é programão.

O Carnaval, o samba e a bossa-nova deveriam ser motivo de orgulho para todos nós. O carnaval é um evento conhecido mundialmente, o samba um ritmo diretamente relacionado com o Brasil, alegre, com um movimento de dança específico e super difícil de ensinar, algo como o tango na Argentina, nossa marca. 
Eu sinto uma pequena vergonha alheia quando vejo as mulheres semi-nuas (ou nuas) sambando cheias de penas, uma coisa meio indígena, meio exótica, vende uma imagem sexual demais, na minha opinião, mas a festa em si é ótima, as fantasias, os carros alegóricos, a diversão, maravilhoso.

Aqui na Suécia tem uma competição muito famosa que se chama Melodifestivalen (http://www.svt.se/melodifestivalen/), tipo aquele programa "Ídolos", super audiência, todo mundo assiste, torce, vota e comenta no trabalho. Nela é selecionado um representante que compete no Eurovision, competição que reúne representantes de vários países da Europa. Tem  muita música boa, ano passado a final foi super emocionante e ganhou uma sueca chamada Loreen com a música Euphorria. Esse é o vídeo da apresentação dela na final, foi muito emocionante: http://www.youtube.com/watch?v=Pfo-8z86x80. Futebol também é campeão de audiência, aliás os suecos acompanham muitos esportes. BBB tem no mundo inteiro, por aqui costuma passar de madrugada, acho que não deve ter audiência alta, mas sempre tem quem gosta. 

Por isso eu penso que essas campanhas, principalmente no facebook contra o BBB, o carnaval ou similares são estúpidas, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra. As pessoas podem assistir o BBB todos os dias e serem super cidadãs. 

A Suécia tem nível quase 0 de corrupção. Tem seus programas "alienantes", mas quando as pessoas estão trabalhando são sérias e focadas. Assim também na política. Quando se trata de  questões que envolvem o coletivo, decisões importantes, as pessoas são extremamente sérias, objetivas e responsáveis. Nosso problema com a política é cultural, nos acompanha desde a colonização e tenho esperança que esteja mudando. Mas não é culpa do BBB.

terça-feira, 5 de março de 2013

Humor afrodescendente


A tonadilha do flautista

POR JORDI CASTAN


Há músicas e músicas. A boa música é eterna, não cansa, não fica repetitiva. Podemos nos deliciar com ela por dias a fio. Mas há outras que rapidamente cansam. São essas que ficam de moda com facilidade e que em pouco tempo saturam, enjoam.

A música deste governo já esta tocando faz um tempo e está começando a ficar repetitiva. Fica tão repetitiva que mais parece mantra que música. Planejar a Joinville dos próximos 30 anos é um discurso bonito. Tenho conhecidos que até acreditam que, por trás do discurso, há conteúdo e que o tempo vai mostrar.

As notas que compõem a melodia são:  necessidade de aprovar a LOT, para evitar que Joinville pare. A importância de receber multinacionais para fazer crescer a economia. E os investimentos em duplicações e elevados para resolver o problema da mobilidade. Todas elas, pautas iminentemente de interesse empresarial e, mais concretamente, dos maiores da cidade. Para poder dar um ritmo mais popular, a melhoria da saúde é o estribilho.

Sobre a LOT já tem se falado e escrito muito. Os dois lados estão bem em evidência. Há os desenvolvimentistas (a todo custo e a qualquer preço). E há a sociedade, que quer entender melhor, conhecer mais e que defende a preservação da qualidade de vida. O modelo econômico baseado na atração de grandes indústrias, principalmente multinacionais, tem o seu encanto e atrai com facilidade o interesse dos políticos, ainda mais quando se inclui a festa de inauguração de uma nova unidade industrial.

Mas é um modelo econômico concentrador de renda e, na maioria dos casos, a riqueza aqui gerada não fica na região. Há ainda o discurso da geração de emprego e esquecem os políticos de novo que o maior gerador de emprego no mundo são as PMEs (pequenas e medias empresas), que na Itália respondem por 69% de todos os empregos formais, no Japão por 74% e no Brasil, a pesar da pouca atenção do governo, as PMEs representam 60%. Duplicações e elevados foram a bandeira do candidato derrotado e agora são apresentadas como a solução para os problemas de mobilidade urbana. Equivale a dizer que para resolver o problema do excesso de peso a solução é continuar comendo as mesmas calorias ou mais e passar a usar um cinto vários números maior.

Se a tonadilha do flautista não fosse tão estridente e as pessoas começassem a procurar o conteúdo por trás do discurso, seria possível identificar que não há uma proposta de cidade para os próximos 30 anos, menos ainda para os próximos 50. A maioria de cidades desenvolvidas ou que querem assim ser consideradas estão propondo modelos e cenários para o futuro. Cidades sustentáveis, com qualidade de vida, focadas nas pessoas, que priorizam modelos econômicos inclusivos e justos. Cidades eficientes, que desenvolvem a mobilidade para reduzir o uso do veiculo individual e priorizam o transporte coletivo de qualidade e multimodal.

Aqui a sensação é que estamos olhando em outra direção, seguindo um modelo que já mostrou que não dá certo. A maioria não ousa ou não alcança a questionar, prefere acreditar que estamos no caminho certo. A pergunta que poderíamos nos fazer é quais são as cidades que despontam como referência, no mundo, para os próximos 30 ou 50 anos? Que tem a nos oferecer como modelo e inspiração? Quais as cidades que poderiam nos servir para fazer com elas benchmarking? Porque no momento atual é mais importante fazer as perguntas certas em lugar de querer ter as respostas corretas. O maior risco que correríamos seria que surgissem alternativas, que pudessem questionar e por em evidencia as certezas em que se baseiam as propostas do governo atual. 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Por que não em Joinville?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Não sou e nem quero ser urbanista. Mas sou um cara que gosta de cidades e que tem algumas ideias a respeito. Sempre do ponto de vista do usuário, claro. A minha visão sobre mobilidade nas urbes é a mais óbvia possível: primeiro as pessoas, depois as bicicletas, os transportes sobre trilhos, os transportes coletivos sobre rodas e, finalmente, os carros. Nem mais.

É o que tenho visto nos lugares da Europa que vou visitando com o tempo. As melhores cidades são aquelas em que eu não preciso de carro. Cidades com enormes espaços para os pedestres. Mas não estou a falar de calçadõezinhos mixurucas como fazem nas cidades brasileiras. São espaços pedonais a sério, amplos, onde as pessoas caminham, fazem compras ou apenas sentam numa esplanada para tomar um café.


E em quase todas as cidades d
as quais mais gosto há um ponto em comum: o metrô de superfície, aquilo que aí no Brasil chamam VLT - Veículo Leve sobre Trilhos. É o transporte civilizado por excelência. No entanto, sempre que toquei no assunto, aqui no blog ou no jornal A Notícia, as pessoas arranjaram as mais esfarrapadas desculpas para não discutir o assunto.

- É caro.
- Não se adequa a Joinville.
- É coisa para o futuro.


Ou seja, é a lenga-lenga do imobilismo provinciano, de gente que nunca pôs o traseiro num veículo desses e que sequer viu o sistema a funcionar. E o pior: é gente que faz o jogo do poder público, que assim se vê livre da obrigação de pôr o assunto na agenda. Afinal, instalar um sistema de metrô de superfície é algo complexo e vai para além dos períodos de quatro anos das urnas.


Aliás, esse é o maior câncer das administrações municipais do Brasil. Não há visões de longo prazo. Porque o prazo mais distendido é sempre de quatro anos. Tudo o que demande mais tempo do que as urnas é logo posto de lado. Porque n0 Brasil governar é trabalhar para a reeleição.


Mas como sou um sujeito insistente, hoje vou fazer uma espécie de reportagem fotográfica a mostrar os lugares onde vi que a coisa funciona, sempre com o tal VLT a fazer interface com outras formas de transporte.

AMSTERDAM - Para começar, a foto mostra uma realidade mais ampla: não apenas o VLT, mas interfaces com vários sistemas transporte (tendo em consideração as especificidades locais), sempre de forma a facilitar a vida das pessoas.



ALMADA (LISBOA) - É a minha cidade. Faz o interface com o trem, ônibus e o barco no rio Tejo (da minha casa ao barco gasto cinco minutos). O projeto começou há uns 25 anos. E faz apenas cinco anos que entrou em funcionamento. A prova de que leva tempo implantar um projeto assim.



BOURDEAUX - Numa zona dedicada aos pedestres, a única interferência é a dos trilhos do metrô de superfície, que aparece lá ao fundo. Se olhar ali à direita vai ver um táxi-bicicleta para tours pela zonas pedonais da cidade. Tirei a foto em preto e branco (Bourdeaux pede fotos nesse tom), mas é recente.





BUDAPESTE - Os húngaros vivem um processo de modernização das suas estruturas, mas ainda mantêm estes veículos do período soviético. O sistema ainda tem carências, mas a base para trabalhar está feita. Também há os veículos novos, mas mostro este antigo porque parece mais charmoso.




LISBOA - O elétrico (é o nome do bondinho) é um antigo sistema usado nas ruas mais estreitas das colinas de Lisboa. Mas essas linhas antigas - onde o bonde concorre com os carros - acabaram por se tornar um ícone da cidade e foram mantidas. A Carreira 28, essa da foto, é viagem obrigatória para qualquer turista.






OSLO - Apesar de ser capital de um país, Oslo é uma cidade pequena, como pouco mais de 600 mil habitantes na sua área urbana (no total são mais de 1 milhão). Mas você pode contar com um eficiente sistema de metrô de superfície e de subway. E atenção à promessa de cumprimento de tempo: 5 minutos.




SEVILHA - É uma das cidades mais interessantes da Espanha - em especial no verão - e a as autoridades têm investido no VLT como forma de melhorar a mobilidade local. Posso estar enganado, mas parece que as obras foram rápidas por lá.




RABAT – Uma contribuição do Jordi Castan, que apresenta a solução em Rabat, capital do Marrocos. Nunca estive na cidade, mas se até na África as autoridades acordaram para a solução, difícil entender que no Brasil ainda achem que é coisa do outro mundo.


sábado, 2 de março de 2013

JEC: ou vai ou racha!

POR GABRIELA SCHIEWE

JEC - Hoje tem Tricolor na Arena e todos os caminhos...bom vocês já sabem né, dia de sol, JEC na Arena, bingo! Jogo lotado.

O jogo realizar-se-á às 16 horas contra o Guarani. O Joinville está em 6º e o Guarani em 9º, mas do 3º ao 6º as coisas estão bem emboladas e, se o Tricolor resolver que vai jogar alguma coisa hoje e os seus adversários amarelarem, temos boas chances.

A verdade é que chega a ser ridículo estar aqui falando do JEC, no Campeonato Catarinense, em 6º lugar.

Bom o técnico mudou um bando para esse jogo, depois da vergonheira contra o Juventus. Também, trocar jogador não é problema, já que a diretoria não para de contratar. Sem comentários.

Até agora o Joinville não engrenou, joga 1 bem, outro mal, estoura crise, o culpado é o Lima, ele fica afastado, o time ganha, pronto solucionado. Aí a maionese desenda de novo, opa não era o Lima. Fato é que desse jeito nos resta rezar e esperar que os milagres ocorram, pois a Série B o bicho pega e daí que "a jiripoca vai piá".

Boa sorte hoje, sábado dos milagres!

KRONA -  Olha não quero cantar vitória antes da hora, mas me parece que 2013 começou diferente para o nosso futsal.

Não é apenas o fato de ter vencido o primeiro título disputado, até por que o ano passado começou vencendo a Superliga, no entanto foi um campeonato sofrido, que jogou mal, mas levou. Já este ano não, começou leve, as coisas fluindo, entrosamento aparecendo e não atabalhoado como sempre era de costume.

Agora já tem mais um desafio, vamos ver se as minhas impressões estão, de fatos, de acordo com a realidade. Espero que sim.

BASQUETE - É molhados, o basquete está pagando o preço, quer dizer, dinheiro foi a palavra que definiu tudo para o nosso time que tanto tem nos alegrado.

A falta de investimento para manter a equipe de ponta e competitiva que estávamos acostumado está diretamente ligada aos resultados que vem se apresentando, infelizmente.

Viver só de milagre não é possível. O time é abaixo do que estavamos acostumados e precisamos ajudar e torcer para que não percamos mais um esporte que tanto reverencia a nossa cidade.

Perda do patrocinador é um grande problema e tomara que a cidade, através de seus empresários abracem essa idéia e junto com a diretoria formem uma grande equipe novamente.

Joinville, a não ser por raras exceções, tem deixado a desejar e muito no esporte, principalmente no que diz respeito ao setor público.

Lamentável!