ET BARTHES
Para entrar no clima de carnaval, uma coleção de pegadinhas sexy. Todas muito bem produzidas e que tendem bons risos. Em especial as duas últimas.sábado, 9 de fevereiro de 2013
Cachoeira, Dirceu, Diniz, Calheiros... e o povo
POR VANDERSON V. SOARES
Nos últimos dois anos tenho reparado, frustradamente, a epopeia do poder judiciário que o Brasil tem protagonizado.
No ano passado, alguns ministros caíram. Todos
acusados de corrupção, pagamento de propina ou desvio de dinheiro público (Casa
Civil, Transportes, Agricultura, Turismo e Esportes). Todos foram retirados de seus
cargos ou pediram pra sair após o escândalo ter estourado, porém estão livres e felizes por
aí.
Ainda no ano passado, Carlinhos Cachoeira,
muito bem acompanhado de José Dirceu e Waldomiro Diniz é acusado de receber propina
para angariar fundos para a campanha política de um partido. Isso é caso antigo,
mas somente ano passado é que o caso ganhou vultuosidade. Respondeu por tudo em liberdade,
não disse nada com nada (literalmente) quanto em inquérito e continua feliz, vivendo
sua vida tranquilamente como bon vivant.
Cito aqui também o mensalão. “Quando na
história desse país” juízes indicados por um presidente condenam acusados de corrupção do
mesmo partido de quem os indicou ao cargo, por corrupção e desvio do dinheiro público?!
Isso enche a qualquer brasileiro de esperança, mas caímos por terra ao perceber que um dos
acusados é empossado como Deputado Federal alguns dias depois, sendo totalmente apoiado
por colegas e pela constituição.
E como cereja do bolo, temos o grandioso Renan
Calheiros sendo empossado como presidente do Senado. O dito cujo é acusado de
peculato, falsidade ideológica e utilização de documento falso. E, repito, foi empossado como
presidente do Senado Federal! Um legítimo representante do povo.
O que é mais chocante, indubitavelmente, é o
paradigma que está sendo criado e fortalecido no Brasil de que só entra na
política quem é ladrão, ímprobo, desonesto, quem não presta e, de fato, há uma generosa parcela de
políticos que atestam e comprovam isso. O fato que chamo a atenção é que o jovem de hoje,
aquele idealista, sedento por um mundo mais pleno e justo, cheio de anseios pela vida já
entra na idade adulta crendo piamente nisso.
A política brasileira, bem como o poder
judiciário, perde a passos largos a sua credibilidade diante do povo. Trancafia-se por
anos quem rouba um pão para alimentar a família, numa velocidade impressionante de
julgamento, enquanto crimes de grande afronta à população enrolam-se por anos até caminhar
para a prescrição.
Diante disso tudo, questiono também outro
aspecto: o que faz o povo brasileiro ser tão inerte diante dos mais variados escândalos
políticos? Muitos gritam em uníssono a questão cultural e, de fato, concordo com isso, mas
não tão somente isso. O brasileiro, em sua grande parcela populacional, é aquele cidadão que
acorda cedo pra trabalhar, pega um ou dois ônibus pra chegar ao trabalho, sai tarde da empresa,
não ganha suficientemente bem, chega em casa cansado, paga altas taxas de impostos e
tributos para receber do governo uma educação de baixa qualidade para os filhos, um sistema de
saúde falido que não atende a demanda, um sistema previdenciário que aumenta o tempo de
contribuição a cada ano, que é deficitário
devido a manobras improdutivas, por uma vida
que ele tem que procurar tudo no setor privado, se quer mesmo ser bem atendido.
É um povo que, agora entrando na questão
cultural, chega em casa e desliga-se do mundo para assistir novelas que pregam
desrespeito ao ser humano, incentivam a vida inconsequente, sem cultura, sem vontade de
correr atrás do que se quer. Sempre digo que um dia quero ser um desempregado de novela,
que tem empregada, carro do ano, filhos em escolas particulares, e todas as regalias da
classe média, mesmo sendo desempregado.
A cada dia que passa me convenço mais
firmemente que a educação será a única saída pro nosso Brasil. Não gosto e recrimino
quem fala mal do Brasil, mas me indigna ver esse gigante “deitado eternamente em berço
esplêndido”, assistindo a escândalos, desvios de dinheiro público, dívida interna, péssima
gestão administrativa, políticas sociais que a curto e médio prazo são ótimas, mas a longo apenas
aleijam o povo. Dante Alighieri diz, na Divina Comédia, que o pior inferno está reservado
para as pessoas indiferentes, àquelas que se omitem. Se isto for verdade, grande parcela do
Brasil está a meio caminho de lá, não fosse o
fato de que o brasileiro é condicionado a
isso. Ele aprende desde pequeno a não se meter na política, pois é perigoso, é jogo de chacais.
Não é muito agradável escutar que o nosso
sistema faz vítimas, mas faz! As pessoas precisam se preocupar com a própria
sobrevivência diária, quem dirá se preocupar com quem assume esse ou aquele cargo público. Pagamos
altíssimos salários e mordomias aos nossos políticos e é mais que justo que cobremos
trabalho e resultados, mas como cobrar se não sabemos como?!
É preciso uma mudança, uma grande mudança, que
só se dará através da educação e da cultura.
Vanderson V. Soares é empresario
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Beckham de cuecas
POR ET BARTHES
É publicidade. Apesar de a ideia não ser nova, a realização é boa e o público feminino parece apreciar. A direção é de Guy Ritchie.52 semanas de alegria da imprensa marrom
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Enquanto crescíamos nos índices de audiência, os "leitores-de-jornal-e-distribuidores-de-brindes" se assustaram e buscaram mudanças. Um deles até contratou jornalista para fazer reportagens e entradas ao vivo, mudando seu estilo de programa após 15 anos no ar. Um outro colocava no ar matérias de redes de notícias especializadas. Ou seja, era um projeto que combatia as entranhas marrons do radiojornalismo joinvilense. Na verdade, até o programa começar, tínhamos tudo em Joinville, menos um radiojornalismo de verdade.
Neste projeto, fazíamos parte de uma redação independente, que buscava a informação e produzia a notícia. Não nos utilizávamos dos colegas jornalistas das mídias impressas para ler as suas matérias sem dar a fonte, como muitos faziam e fazem até hoje. Após um ano do término, tudo voltou a como era antes. Nunca mais tivemos uma redação independente de radiojornalismo (a Joinville Cultural tentou, mas é uma rádio do governo...) e os integrantes da imprensa marrom voltaram a fazer o que sempre fizeram. Até chegaram a demitir os jornalistas que faziam a produção dos seus programas (claro, o "fator novo" havia deixado de existir).
Enquanto a classe empresarial e a publicidade local investirem milhões todos os anos nestes mesmos radialistas joinvilenses, os quais dizem fazer jornalismo, sempre ficaremos com um radiojornalismo chulo, fazendo de conta que temos uma CBN ou outra grande rede de notícias. É chato ter que ouvir os leitores de jornal sorteando brindes (e ainda tirando sarro dos ouvintes). Até quando?
Fico muito feliz de ter feito parte deste projeto. Aprendi muito e conheci pessoas fantásticas. Apesar de refletir rapidamente sobre a situação de nosso radiojornalismo, é também uma singela homenagem para meus ex-companheiros de trabalho, que devido ao profissionalismo e seriedade, se tornaram grandes amigos.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Eu sou politicamente correto, porra!
POR FELIPE SILVEIRA
Há uma grande confusão acerca da questão do politicamente correto hoje em dia. Nesse mundo – que tá todo errado – as pessoas reivindicam para si “o direito” de ter e praticar toda espécie de preconceito (racismo, machismo, homofobia, preconceito de classe...), mas ficam doidas quando veem alguém falar palavrão, revelar comportamentos sexuais diferentes do tradicional papai e mamãe e discutir abertamente a questão das drogas.
Um caso emblemático é o do técnico Oswaldo de Oliveira nesta semana. Campeão mundial com o Corinthians em 2000, o atual técnico do Botafogo é conhecido pela sua classe e elegância, um verdadeiro gentleman.
Nesta semana, a própria assessoria do clube divulgou um vídeo no qual Oswaldo faz o que todo treinador faz no vestiário. Oswaldo aparece soltando os cachorros, falando palavrões e mandando seus jogadores não aliviarem com os “putos”, palavra dele, dos jogadores do Fluminense. É inacreditável, mas no reino da hipocrisia isso virou polêmica.
Não é preciso estar habituado com o mundo do futebol para entender que isso é normal. O vestiário é o local para isso, para o esporro, para o grito. E o técnico botafoguense é um sujeito tão educado que se limita a fazer tudo isso lá dentro. Fora, no trato com a imprensa ou com os jogadores, Oswaldo é um exemplo.
Outro exemplo são os casos de ex-namorados que publicam fotos e vídeos de mulheres peladas ou praticando o ato sexual. O vagabundo mau-caráter, nesse caso, é o imbecil que publicou aquilo que era pra ser um segredo e uma intimidade do casal. Mas quanta gente você acha que vai tratar a questão dessa forma. Quem passa a ser considerada a “vagabunda” é a menina, cujo único erro foi confiar em um imbecil.
Aí você tenta fazer a defesa de alguns valores feministas, antirracistas e contra a homofobia e é bombardeado com o argumento mais cretino já criado: “O politicamente correto é muito chato, quer regra pra tudo, blá, blá, blá”.
E eu só digo uma coisa: vocês estão muito loucos. Uma das provas é a foto ao lado, publicada em uma página chamada "Sempre Amor" com a seguinte legenda: "Em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis estão colocando fogo nos ônibus, o que acham de colocarmos nas penitenciarias e retribuir o que estão fazendo com o povo trabalhador?"
Se isso é amor...
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