POR ET BARTHES
Mayara Petruso disse que para melhorar as coisas era só afogar um nordestino. Deu com os burros n'água...sexta-feira, 18 de maio de 2012
Não voto em Kennedy porque mistura política e religião
POR GUSTAVO CASTRO
Eu não voto em Kennedy Nunes. Ele surgiu como um fenômeno de interatividade no Twitter. Enquanto outros políticos usavam a ferramenta para que os assessores a atualizassem, o político-pastor-jornalista respondia aos seus seguidores, mostrava o seu “trabalho”, os locais que visitava. Enfim, mostrava sua agenda.
Com isso conseguiu muitos votos nas eleições para deputado estadual em 2010, inclusive o meu, que fui iludido pelo discurso falacioso de Kennedy. Por sorte, a lição foi aprendida e o meu erro não será mais repetido.
O pré-candidato a prefeito disse há pouco tempo que se sentia como o JEC: líder. Mas parece não perceber que a eventual liderança em algumas pesquisas diz mais sobre a quantidade de eleições que disputa - e o conhecimento gerado por elas - do que eleitores de fato. Se for candidato, a decepção nas urnas será grande.
Kennedy usa o salário pago por nós, eleitores, para fazer proselitismo religioso num país onde o Estado é laico. Além de ir a diversos cultos quando recebia dinheiro das diárias da ALESC. E, para finalizar, o uso religioso de um cargo público: instituiu o Dia do Nascituro, claramente fazendo proselitismo com seus fiéis e claramente se posicionando contra o aborto.
Não votem em políticos que claramente tem projetos de poder, como é o caso do Clarikennedy. E, por favor, não votem no pastor da sua igreja, nem em qualquer candidato com vínculo religioso. Vocês ajudarão a melhorar a democracia. E no caso de Kennedy, com todo respeito aos evangélicos, mas esse em questão parece ser daqueles que f**** de dia e vão ao culto à noite.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
O dedo médio do governador...
Dizem que o ato
falho – expressão associada a Freud – é um erro numa ação física, causado pelo
inconsciente. E teve gente que, de olho nessa teoria, aproveitou o gesto feito pelo governador Raimundo
Colombo com o dedo médio (“the finger”) para afirmar que era uma mensagem aos professores. A imagem desmente, claro. Mas que parece... isso parece.
Como será o futuro de Joinville?
POR GUILHERME GASSENFERTH
Segundo reportagem veiculada na edição número 1.001 da Revista Exame,
a região Norte-Nordeste de Santa Catarina será a que mais vai crescer no Brasil
até 2025. Parece uma ótima notícia. Será mesmo?
É claro que é bom saber que vivemos em uma região
economicamente promissora. Mas será que a região está estruturada para isso?
Temos condições de suportar este crescimento sem perder a qualidade de vida?
Joinville e região possuem pessoas qualificadas profissionalmente para os
milhares de empregos que ainda se abrirão? Há universidades e cursos
suficientes (em número e qualidade) para essas pessoas? Nossas cidades estão
preparadas para receber o novo contingente de moradores que certamente aumentarão
nossas estatísticas populacionais? Conseguiremos manter uma das maiores áreas de mata atlântica primária do Brasil?
Do ponto de vista da infraestrutura, é inútil dizer que o
estado atual das coisas é muito aquém do que é razoável para uma região rica
como a nossa. A BR-101 é nossa principal via de comunicação com as outras
cidades. Com as dezenas de grandes empresas a instalarem-se em Araquari, Garuva
e Barra Velha, a BR-101 continuará dando conta da demanda? Sobre a BR-280, sem
comentários.
Nosso aeroporto está ganhando seu ILS, mas como bem já disse o
Charles Henrique aqui neste blog, que adianta estrutura se as empresas aéreas
não colaboram com mais voos e em melhores horários? Nós temos condomínios,
prédios e imóveis para nossos novos moradores? Não. As avenidas de Joinville
(dá pra contar nos dedos de uma mão) suportarão o crescimento? Já estão
saturadas, como poderão absorver mais carros?
Na questão da saúde, embora eu concorde que a manutenção de
nossos hospitais e sua adequação para estarem funcionando a pleno vapor é
prioridade, mas será que não cabe um hospital (estadual!) na Zona Sul? É
preciso pensar em construir já para que quando Joinville esteja maior não
precise correr atrás do prejuízo. Nossa saúde está muito mal e os medicamentos
que prescrevemos já não fazem efeito.
E a cultura? Joinville tem só um teatro pra menos de 500
pessoas. É vergonhoso. E mesmo quando o novo teatro que a prefeitura anunciou
estiver pronto, continuará a ser vergonhoso. Cinema só filmes comerciais. Os
museus só estão atrativos para traças. Uma cidade como esta, riquíssima, ter
apenas dois teatros, poucos cinemas e museus caindo aos pedaços. Nem Ionesco
poderia ser tão trágico.
Será que nossas faculdades, universidades e cursos técnicos
estão dando resposta ao que a sociedade e o mercado necessitam? À primeira,
certamente não. Já falamos aqui sobre a deficiência de cursos na área de
humanas. Felizmente, começam rumores (confirmados pelo diretor da UFSC
Joinville) de que em breve iniciam estudos para a implantação de cursos de
humanas no campus local. Antes tarde do que nunca!
Preocupa-me também a nossa condição insular. Sim, eu sei que
geograficamente não somos uma ilha. Mas nossas cidades são como tal: não se
relacionam, não pensam em conjunto, não planejam umas com as outras. Que
adianta Joinville buscar atender suas necessidades e planejar um novo hospital pensando
só em seus moradores e depois estar superlotado porque não se pensaram nas
cidades vizinhas que também farão uso? A questão do transporte coletivo também
é vergonhosa. Joinville precisa pensar na integração regional, é uma questão premente!
Diante deste quadro, só uma palavra me vem à mente:
planejamento. Joinville e cidades da região têm que planejar como querem estar
daqui a 10, 30, 50, 100 anos. E começar a por em prática as estratégias das
quais lançarão mão para chegarem ao futuro como desejam. Planejamento regionalizado, integrado, responsável,
apartidário, efetivo, criativo.
Mas dentre todas as carências de nossa cidade, uma destaca-se
na multidão: a ausência de cabeça. Nossas lideranças (de todos os aspectos)
precisam usar a massa cinzenta para pensarem como tirar Joinville desta crise
fiscal e fazer a região tornar-se não só a que mais cresce no Brasil, mas
principalmente a que será a melhor do Brasil para todos! Com criatividade,
inovação e trabalho, Joinville será de fato a melhor cidade para se viver no
país!
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