segunda-feira, 14 de maio de 2012

O mundo e o Código Florestal

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Na semana passada (re)publiquei aqui um texto que falava no olhar dos estrangeiros sobre a floresta amazônica. Dizia que a questão desperta interesse não apenas no Brasil, mas em todo os cantos do planeta. E a aprovação do novo Código Florestal fez surgir, nesta semana, uma petição mundial da Avaaz, organização que se define com o objetivo de “mobilizar pessoas de todos os países para construir uma ponte entre o mundo em que vivemos e o mundo que a maioria das pessoas querem”. 

Sob o título “Veta, Dilma: chegou a hora!”, a petição já tem mais de 1,3 milhão de assinaturas em todo o planeta. Diz o texto da organização:

O Congresso Brasileiro acabou de aprovar uma lei florestal catastrófica, que dá a madeireiros e fazendeiros rédea livre para cortar enormes áreas da Amazônia. Agora só a presidente Dilma pode evitar.

Felizmente, o tempo está do nosso lado – em poucas semanas Dilma vai ser responsável pela maior conferência ambiental do mundo e pessoas ligadas ao evento acreditam que ela não pode dar ao luxo de abri-lo como a líder que aprovou a destruição da floresta.

Ela está enfrentando crescente pressão doméstica, com 79% dos brasileiros a rejeitar esta nova lei. Agora, se nos juntarmos a eles podemos levantar a questão do aquecimento global e empurrar a presidente para dar uma machadada no projeto de lei, não na floresta.

Dilma pode tomar a decisão a qualquer momento. Vamos levá-la para vetar o projeto de lei já. Use o formulário para assinar a petição urgente para parar o massacre da serra elétrica na Amazônia e se você já o assinou - envie para outras pessoas”.

Se você concorda, pode assinar a petição em http://www.avaaz.org/en/veto_dilma_global/?cl=1800057009&v=14194

Ou na página em português:

Os políticos e os encantadores de serpentes


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Faz algum tempo, estava a acompanhar a produção de um filme publicitário aqui em Portugal e um operador de câmara, um paulista, disse que estava prontinho para passar uns meses no Brasil.

-       - Férias?
-      -  Não. Vou trabalhar na campanha eleitoral.
-     -  E compensa deixar o trabalho aqui?
-      -  Claro, lá os caras precisam fazer filmes e a grana rola solta entre a politicalhada. É a hora certa para ganhar dinheiro.
-      -  Para qual candidato vais trabalhar?
-      - Ainda não sei. Só sei que o cara tem muito dinheiro e está disposto a pagar.
-       - E o partido?
-       - Também não sei. E não importa. Desde que seja o partido da grana...

Parece brincadeira, mas a coisa é mesmo assim. Porque o emprego de marqueteiro ou publicitário em época de eleições no patropi é uma teta que parece não secar. Dá para muita gente mamar à grande e à francesa. Os políticos correm atrás dos caras como moscas à procura do mel, em especial os políticos acanalhados, que precisam branquear a imagem.

O candidato é um sacana que só quer se dar bem? Sem problemas. É um daqueles políticos que só lembram do povão na hora das eleições? Sem dramas. Tudo tem solução. Muitos políticos acreditam que os marqueteiros têm poderes do além: conseguem fazer o feio parecer bonito, o canalha parecer decente ou o aproveitador parecer sério.

Há uma explicação: os políticos brasileiros ainda não saíram do paleolítico e por isso acreditam nos poderes sobrenaturais dessa espécie de pajés que são os marqueteiros e publicitários. E muitos deles preferem a pajelança do show off em vez de trabalharem sério. Ooops! Trabalhar sério? Tem político que não sabe o que é ser sério e menos ainda o que é trabalho.

Nesta época, quando estamos às vésperas das eleições locais, já começa a haver uma autêntica corrida dos políticos para encontrar o publicitário ou marqueteiro que, como o os encantadores de serpentes, tenham a técnica sobre-humana de hipnotizar os eleitores e dar-lhes a vitória nas urnas.

Ou seja, os caras esperam ser eleitos apenas porque contrataram o sujeito que domina os raios e os trovões do marketing político. O fato é que os políticos não sabem – e nem querem saber – para que serve um publicitário ou marqueteiro. O que fascina é a técnica de encantamento. A frase perfeita, o filme mirabolante, a idéia genial ou a estratégica infalível.

O problema é que os marqueteiros não entendem muita coisa de ciências políticas, de antropologia ou sociologia. A maioria deles acha que vender um candidato é como vender um par de sapatos. Ou seja, os caras trabalham apenas na aparência, na superfície. Mas há produtos que, por mais que a embalagem seja bonita, ainda vão continuar a cheirar mal.

Mas, no final, o que se tem é uma equação interessante: de um lado estão os políticos, do outro estão os marqueteiros... e no meio está o dinheiro. Muito dinheiro.

Afinal, todo homem tem o seu preço. E alguns até fazem em prestações.

domingo, 13 de maio de 2012

Os perigos de coçar?







Pois é, deputado Clarikennedy. Até parece que temos alguma preferência pelo senhor, mas não é o caso. Na verdade, somos apenas pessoas bem educadas que não gostam de deixar perguntas sem resposta. E o senhor perguntou, no Facebook: “você sabe o que eu estou fazendo?”.
Não, senhor deputado. Não fazemos a mais pálida ideia. Mas deve ser uma coisa boa, porque 55 pessoas curtiram. Se dermos uma olhada para a sua posição (com a mão a apontar para as partes pudentas) vamos nos esforçar para tentar adivinhar (ou "advinhar", como o senhor escreve no seu português impecável). Veja lá se a gente acerta:
1.    O senhor contratou a Monica Lewinsky como estagiária.
2.   O senhor está a imitar um âncora de televisão, daqueles que apresentam o telejornal sem calças.
3.    Está num casting para publicidade do viagra.
4.    As suas cuecas são novas.
5.    Está a tentar discutir a velha questão: “o tamanho é importante?”
6.    Mas apostamos nesta: está a alertar para os perigos de certas pessoas passarem a vida a coçar o saco.
Acertamos?



Você é mãe o suficiente?

POR ET BARTHES
E já que estamos em clima de Dia das Mães, vamos trazer a polêmica que está a agitar os Estados Unidos: a capa da revista Time. O que tem de estranho? É que ela mostra uma mãe a amamentar o filho de cerca de oito anos. Teve gente que não gostou nadinha do que viu na foto. A reportagem fala das seguidoras das teorias de um médico que defende a amamentação até idades mais avançadas. E você, o que acha? A imagem é chocante ou provoca indiferença? A reportagem é em inglês, mas as imagens permitem uma conclusão.





É hoje o aniversário do José António Baço




E todos os membros do coletivo Chuva Ácida aproveitamos para felicita-lo. Seria injusto não compartir também esta data com todos os leitores  do blog.