POR CHARLES HENRIQUE
Com a notícia de que o competente jornalista Marco Aurélio Braga (meu ex-companheiro de rádio MAIS FM) assumiu a assessoria de imprensa da pré-campanha de Udo Dohler para a prefeitura, resolvi trazer para o Chuva Ácida um tema que estava longe de ser debatido por aqui até poucos anos atrás: a profissionalização das campanhas eleitorais, despindo-se de todos os ranços politiqueiros que compõem a corrida aos cargos eletivos.
Uma campanha eleitoral se faz muito além das relações sociais e partidárias de cada candidato, pois envolve setores estratégicos importantes para o sucesso do candidato, como por exemplo a assessoria de imprensa, conteúdo programático, pesquisas de opinião, construção da imagem do político, etc. Profissionais da comunicação social deveriam ser os mais requisitados neste momento, juntamente com Cientistas Políticos e bons administradores (para o cuidado financeiro da campanha).
Infelizmente, a campanha eleitoral aqui em Joinville poucas vezes apresentou este nível de qualidade profissional nos bastidores. As campanhas que realizam uma pesquisa de opinião pública são raras, e sempre agem no chutômetro, na vontade pessoal do candidato ou ainda, nos números quantitativos de uma pesquisa de intenção de voto rasa e sem nenhuma intenção qualitativa. Só para citar um exemplo do amadorismo.
O que fica de mais grave nessa história toda, é que o trabalho em uma campanha geralmente esteve condicionado a um cargo (caso o candidato em questão vença), dando um ar de amadorismo a todo o processo. Ao invés do candidato preferir uma campanha séria e que pudesse leva-lo à vitória, utilizou-se, no caso das campanhas aqui da cidade, da maquina pública antes mesmo de chegar lá, corrompendo todo o sistema eleitoral, e inutilizando os poucos profissionais que aceitam o trabalho em alguma eleição.
É claro que uma campanha eleitoral representa o que mais há de maquiagem no meio político, pois provoca a inserção de máscaras e fantasias na cabeça do eleitor. Não podemos esquecer que o nível de qualidade da transmissão das propostas de cada candidato está condicionada à profissionalização desta etapa na escolha de nossos representantes e nem garantir que não haja um interesse partidário travestido de profissionalismo. Entretanto, se já há uma falta de compromisso com a qualidade antes da posse no cargo (ao utilizar da campanha como teste para os possíveis assessores e apadrinhados), imaginem quando estes chegarem de fato a seus mandatos...