quarta-feira, 21 de março de 2012

A gestação de um bebê em 90 segundos

POR ET BARTHES
Um jovem casal decidiu fazer um filme da gestação da filha. E para isso usou uma técnica conhecida como “stop motion”. O resultado é um “pequeno projeto de nove meses” em apenas 90 segundos. E no final o casal apresenta ao mundo a pequena Amelie Amaya, personagem central do filme, que já nasceu celebridade. O vídeo tem quase 6 milhões de visualizações.



Cão Tarado


Uma obra de arte da nossa engenharia


POR JORDI CASTAN

Para ir de um lado ao outro do Cachoeira, agora é só passar por uma obra de arte.

Finalmente ficou concluída a passarela que une, de forma permanente, uma e outra margem do Rio Cachoeira. A ligação entre dois ícones da nossa arquitetura local, o Centreventos e a Câmara de Vereadores, é completada com uma obra de arte da nossa engenharia. Nem poderia ser diferente. Ambas as construções mereciam uma passarela que rivalizasse em elegância e criatividade com dois dos principais marcos arquitetônicos de Joinville.

Finalmente temos uma obra planejada, projetada e executada nesta gestão que nos provoca uma vontade irresistível de gritar: “Agora sim!”. Depois de tanta obra menor, até com inauguração de sinaleiros ou de praças com o pomposo título de parques, finalmente temos um novo referencial urbano. Aliás, uma obra que teria merecido ser premiada num concurso internacional de ideias, que reúne em poucos metros toda a elegância, arrojo e leveza que a engenharia local é capaz de colocar numa única obra.

A passarela rivaliza com algumas das pontes de pedestres mais famosas do mundo. A beleza da Puente de la Mujer, projetada por Santiago Calatrava para unir as duas margens de Puerto Madero, em Buenos Aires, ou a passarela que une as margens do Rio Clyde, em Glasgow, no Reino Unido. Para ser um pouco bairrista, a nossa passarela tampouco pode ser comparada em beleza com a construída em Can Gili, Granollers, na Espanha. Nenhuma delas, para citar apenas algumas das centenas de passarelas que devem ter servido de inspiração aos nossos profissionais locais, chega perto da nossa passarela.

É bom que finalmente tenhamos abandonado a mediocridade que parecia enquistada em Joinville e fôssemos em busca de novos desafios. E vamos acreditar que podemos, agora sim, nos comparar com o que há de melhor no mundo da engenharia, da arquitetura, do design em todo o mundo. Quem poderia não se emocionar com a beleza de uma obra como esta? Como alguém poderia ficar insensível a tanta criatividade, a um uso tão comedido dos recursos públicos? Como alguém poderia deixar de elogiar a qualidade, o profissionalismo, a lisura e a transparência com que são tratadas as obras públicas? É hora de acreditar que sim, que as coisas aqui em Joinville agora são feitas de forma diferente do que se fazia antes.

Milhares de turistas virão a Joinville exclusivamente para visitar esta nova jóia da arquitetura continental. Centenas de estudantes de engenharia de todo o país olharão impressionados para a leveza da passarela e desejarão ser capazes de desenvolver os complexos cálculos matemáticos que conseguiram reunir, numa única peça, a elegância, os materiais adequados e o conhecimento técnico que culminaram nesta obra prima. E poderemos estar de novo orgulhosos de nossa cidade.

terça-feira, 20 de março de 2012

Corredores de ônibus ou de babacas?

POR ET BARTHES

Na última sexta-feira, dia 16, os leitores puderam ler aqui no blog um texto que falava sobre os problemas que os motoristas folgados causam ao trânsito de Joinville. No fim de semana, rolou pelas redes sociais um vídeo que demonstra o oportunismo, irresponsabilidade e individualismo de muitos condutores de veículos em Joinville. Instalada na Avenida Albano Schulz (Beira-Rio), entre a Rua Dona Francisca e a Rua Princesa Izabel, uma câmera grava a imprudência dos motoristas que trafegam pela faixa exclusiva de ônibus e – naquele trecho – caminhões. Confira especialmente o trecho compreendido entre 1’55’’ e 2’10’’, além das estatísticas ao fim do vídeo.


Por uma Universidade Federal de Joinville


POR CHARLES HENRIQUE

(In)Felizmente nesta semana não “quero apontar o dedo” para isto ou aquilo, algo comum no ofício da opinião. Quero apenas propor uma bandeira para a sociedade joinvilense: a luta por uma Universidade Federal de Joinville, autônoma, e que contemplasse todas as necessidades da região.

A Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) veio para nossa cidade um pouco depois da metade do século XX, com a esperança de ser um grande pólo de pesquisa em várias áreas do conhecimento. Hoje é reconhecida sim, mas focada nas ciências exatas. A promessa de que seria um grande centro do conhecimento ficou pelo caminho, e pela estrutura sucateada ali do Bom Retiro.

As Universidades e Faculdades privadas encontraram um grande nicho de mercado, principalmente pela ausência de um ensino público que contemplasse aqueles que não queriam ser engenheiros ou que não podiam pagar estadia em Florianópolis, Curitiba ou qualquer outra cidade que tivesse uma Universidade Federal. Esse crescimento, desde que mantenha a qualidade necessária, é sempre benéfico. Defendo o modelo público de ensino superior, mas antes o modelo privado do que nada...

Recentemente, acompanhamos a palhaçada da Universidade Federal de Santa Catarina em Joinville.  Terreno estranho em uma localização mais estranha ainda, juntamente com a subserviência dos políticos locais para as entidades empresariais, que ideologicamente impregnaram na mídia local que uma UFSC aqui, com cursos de engenharia, iria atender uma vocação da região. História para boi dormir. A compra do terreno foi feita em 2008, e os alunos atualmente estão tendo aula num prédio alugado na Rua Prudente de Moraes. Quatro anos se passaram, e a vergonha continua. Foi tudo feito de forma errada, e a população paga pela incompetência alheia: grandes gastos para construir a estrutura, e com cursos um curso só (escolhido sem a participação social, contrariando a Constituição da República Federativa do Brasil) que não vai contemplar a necessidade local. Engenharia Naval? Aeronáutica? Pois é, serve pra Joinville “em cheio”!

Enquanto isso, em paralelo, a região oeste de Santa Catarina, articulada com as regiões oeste do Rio Grande do Sul e do Paraná, montaram, em menos tempo que o processo da UFSC-de-um-curso-só, uma significativa estrutura. Desde 2010 a Universidade da Fronteira Sul já difunde o conhecimento nas cidades de Chapecó,  Cerro Largo, Erechim, Laranjeiras do Sul e Realeza. A UFSC foi a tutora do processo, mas a UFFS atua de forma autônoma, com cursos que atendem as necessidades da região na qual atua. Lá, ao contrário daqui, foi feito da forma mais correta possível. Políticos, entidades empresariais e  UFSC ouviram a população, que foi atendida plenamente. (acesse aqui o site da UFFS e veja a estrutura oferecida)

A cidade de Joinville está perdendo uma grande oportunidade (considerando a política de expansão do ensino superior público dos governos Lula e Dilma) de lutar por uma Universidade Federal de Joinville, que contemplasse as necessidades locais. Mas você, caro leitor, pode pensar que a UFSC irá expandir-se na cidade, depois de pronta lá na curva do arroz. A UDESC veio com este mesmo discurso. Vale a pena esperar, ou lutar desde já por algo “para o povo”? Imaginem um Hospital Universitário na cidade. Cursos de Pós-Graduação para a formação de nossos professores. E grupos de pesquisa avançados que procurem entender nossa fauna, clima e população? A UFSC-de-um-curso-só será assim? Ou será uma fabriqueta que atende os interesses de industriais da região?

Temos o exemplo aqui em Santa Catarina que é possível, se todos estiverem unidos em prol do povo (e com representantes com uma portinha aberta em Brasília). Temos dois Deputados Federais aqui da região, dois Senadores, três Deputados Estaduais, dezenove Vereadores e um Prefeito. E ah, mais de quinhentas e vinte mil pessoas ansiosas por mais oportunidades, e principalmente, por uma cidade melhor.

Quem apoia esta ideia?