sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Frágil versus ágil

POR ET BARTHES

Sabe aqueles produtos que você compra e a caixa tem a inscrição “frágil”? Mas talvez o conceito de fragilidade possa levantar algumas dúvidas, como podemos ver nesta entrega de um monitor. E o dono do aparelho estava em casa. Mas, aqui entre nós, talvez em vez de “frágil” o entregador tenha lido apenas “ágil”. E ágil ele foi, sem qualquer dúvida.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Não tem jeito


Por JORDI CASTAN

Cada vez a vontade de desistir é maior. Se não fosse pelo apoio constante dos leitores que enviam e-mails, telefonam ou contribuem com seus comentários, confesso que já teria desistido mais de uma vez. Não porque esteja fatigado de escrever sobre como esta administração municipal é ruim. Fadiga não é algo capaz de me desmotivar. As criticas, ameaças e chiliques menos ainda. O motivo mesmo é acreditar que não há esperança, que estamos vivendo um quadriênio perdido. E que estes quatro anos são um retrocesso e que nos levarão outros tantos para voltar ao patamar anterior que, bem analisado, tampouco era grande coisa. Mas entre ficar parado quatro anos e regredir há uma sensível diferença.

Dois exemplos para mostrar o nível de incompetência que assola a cidade. O primeiro é a historia da ponte que faria a ligação entre a Rua Aubé  e a Rua Plácido Olimpio de Oliveira. Joinville receberia R$ 3.000.000 através de uma emenda parlamentar, dinheiro a fundo perdido que, acrescentado aos R$ 1.200.000 de contrapartida. permitiria construir uma ponte que é importante para a cidade. Vamos perder os R$ 3 milhões, porque o prazo esgotou neste final de ano. Uma pendenga judicial com dois terrenos não permitiu que a obra fosse iniciada. A Prefeitura já trabalha com duas alternativas: a primeira contratar um empréstimo com o Badesc, que teremos que pagar entre todos e que incluirá juros; a segunda opção será executar a ponte com recursos próprios. De uma forma simples e clara perdemos R$ 3.000.000 e a ponte ficou cada vez mais distante de se concretizar.

O outro exemplo é o do esgoto. É a única obra que esta administração está executando digna deste nome. Ninguém deveria questionar a sua importância. A obra toda está sendo custeada com o sobrepreço que pagamos todos na nossa água e no nosso esgoto. Aqueles valores escandalosos que pagávamos antes para a Casan - e que eram drenados para manter a estrutura da empresa em Florianópolis e permitiam equacionar a tarifa de água dos municípios deficitários - foram mantidos quando da municipalização. E permitiram que se constituísse um caixa significativo para executar as obras necessárias e pudéssemos incorporar, na Companhia Águas de Joinville, os mesmos vícios da antiga operadora do sistema. Tanto os altos salários como as perdas significativas da água tratada escancaram uma ineficiência que já foi bem menor. 

O mais curioso no tema do esgoto são as informações desencontradas com que o governo nos brinda. Durante a campanha, o promessômetro registrou a promessa de concluir a gestão com 70% do saneamento básico instalado. Quando a esmola é demais, o santo deveria desconfiar. Mas depois os percentuais foram mudando para coisa de 52% em abril deste ano, agora já se fala de 32%, mas ainda mantendo a esperança que possa ser de 38%. Quando a administração de uma empresa pública de importância transcendental para Joinville, baseia suas previsões na esperança, mais que na técnica é bom se preocupar. Porque é provável que os cálculos e previsões estejam mais baseados no chute e no achismo que em qualquer estudo técnico. Por isto aumenta a sensação que há muita incompetência e pouco conhecimento. A possibilidade que isto possa vir a endireitar, nos poucos meses que faltam, é cada vez menor.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Vocação esportiva e a Arena Joinville

POR FELIPE SILVEIRA

Foi anunciada nessa semana a possível ampliação da Arena Joinville. Essa que foi a grande obra eleitoreira de Tebaldi, pode ser um belo reforço na campanha de reeleição de Carlito. E, sem querer misturar as coisas (cada área e projeto tem a sua verba), fico indignado com a felicidade que dá nesse povo cada vez que se fala nesse estádio.

Fico indignado porque não vejo ninguém brigando por uma pista de atletismo adequada, por mais projetos esportivos junto à comunidade, por uma piscina olímpica ou por mais estrutura para os nossos atletas. Não quero também criticar o trabalho da Felej, pois considero um trabalho bem feito e que, na medida do possível, tem atuado em todas as áreas do esporte. Ressalto que essa é uma visão de fora, superficial. Enfim, quero apenas dizer que a cidade tem potencial para ser uma potência esportiva do país, que tem vocação para o esporte, mas que para isso também precisa contar com o apoio das pessoas que atualmente se contentam com a ampliação da Arena Joinville.

Joinville é uma cidade com vocação para o esporte e 2011 foi um ano que, apesar de alguns resultados ruins, mostra a força esportiva da cidade. Quais cidades no Brasil podem se orgulhar de ter um time na forte série B do campeonato brasileiro, um time de basquete no campeonato nacional, um time de futebol americano disputando o nacional, um time de futsal campeão da taça Brasil, uma promessa olímpica como a Tamiris de Liz e outros tantos atletas que são referências nacionais e estaduais em diversas modalidades, como o caratê, a natação e outras tantas. E, claro, isso é apenas uma visão superficial da coisa, de quem nem é muito ligado em esportes.

Muitas vezes não reconhecemos a qualidade da cidade neste âmbito, mas é inegável a grandeza esportiva de Joinville. Preferimos reclamar de resultados ruins, como as quedas do JEC, a má campanha da Krona, principalmente neste ano, o fechamento do time de vôlei da Tigre. Claro que há coisas ruins, mas o esporte é cheio de altos e baixos mesmo, e a consistência e a insistência são fatores determinantes. O time de basquete de Joinville, por exemplo, deu um susto na cidade este ano. Parecia que ia fechar, e quando chegou o início do NBB, parecia que não iria pra frente. Hoje, no entanto, está sendo formado um time forte, bem treinado pelo José Neto e com reforços importantes. O futsal da Krona é outro exemplo. Depois de uma campanha muito ruim na Liga, com um bom time, poderia ter abandonado o barco, mas pelo que se vê está montando uma seleção para ganhar tudo em 2012. Se vai ganhar alguma coisa, são outros quinhentos.

Em qual das duas imagens está a nossa maior riqueza esportiva?

Virei um porco capitalista


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Yo no creo en estalinistas, pero que los hay los hay.

Ontem rolou um pequeno debate nos comentários do Chuva Ácida sobre a Coreia do Norte (depois a coisa se prolongou no Twitter). Um dos intervenientes recomendava a leitura de um blog de solidariedade à nação asiática, até pouco tempo liderada com mão-de-ferro pelo generalíssimo Kim Jong Il.

Para começar, tive uma dúvida. Em vez de solidariedade com a Coreia do Norte, não seria mais adequado uma solidariedade com o povo coreano? Tenho a convicção de que as duas coisas são muito diferentes. Porque apoiar o povo talvez seja rejeitar o apoio aos homens responsáveis por um dos sistemas mais fechados e atrasados do planeta.

Fui dar uma olhada no blog. Não aprendi grande coisa sobre o país, que chora convulsivamente a perda do Querido Líder (vejam o vídeo mais abaixo). Mas descobri coisas sobre mim que nem imaginava. Para começar, sei agora que integro “a maioria dos jornalistas e ‘analistas’ propagandistas da ordem capitalista”. Ok... segundo o blog passei de dinossauro socialista a porco capitalista. Ops!

O blog tem uma teoria. Existe uma insidiosa conspiração do Ocidente para denegrir a imagem da Coreia do Norte. Parece que aquilo é um paraíso, mas a mídia norte-americana anda a manchar o nome do país. “Qualquer notícia que fale em ‘crise econômica’ e ‘fome’ na Coreia Popular nos dias de hoje é mera propaganda capitalista, não merecendo sequer ser levada em consideração”, diz o texto do blog. Não levar o interlocutor em consideração? Eis um bom argumento.

O fato é que algumas pessoas analisam a questão através de filtros um pouco fora de tempo. Socialismo versus capitalismo. Propaganda ianque versus a realidade coreana. Imperialismo versus governo “popular”. Acontece que sou uma pessoa simples e prefiro simplificar. A minha medida é mais fácil de entender: são as toneladas de alimentos que o Ocidente (e os aliados asiáticos) tem enviado para Pyongyang a fim de evitar catástrofes humanitárias como a fome. Ou será invenção da ONU?

Descobri também que tenho cometido outro erro. Sempre achei que aquilo era um sistema sem eleições e com ditadores hereditários (parece que agora vamos ter um governo tricéfalo formado pelo exército, Kim Jong-Un e o seu tio). Mas o site mostra que estou enganado, porque sou raso e superficial.

“A transição aparentemente hereditária da liderança na Coreia Popular recebe os mais odiosos ataques da imprensa burguesa mundial, que fala em 'ditadura monárquica comunista' norte-coreana. Poderíamos concordar com tal linha de argumentação se adotássemos um método de analise raso e superficial”, diz o texto. Ah... entendi.

Esse pessoal rejeita também as insinuações de que o choro histérico dos norte-coreanos seja uma farsa. E diz que os caras realmente gostavam de Kim Jong Il. Ok... talvez fosse melhor analisar os mecanismos de marketing pessoal e de culto à personalidade tão queridos pelos ditadores, em especial o Querido Líder. Aliás, qualquer consultor de imagem pode dizer que o falecido tinha o carisma de uma lata de ervilhas.

Em resumo. Até sou capaz de entender que em pleno século 21 uma pessoa não goste da democracia e esteja disposta a apoiar um sistema feito por cleptocratas (onde foi que Kim Jung-Un estudou?), notadamente autoritário e que obriga o povo a viver no atraso. É uma questão de opção política e eu respeito por dever democrático.
Mas não é por ser de esquerda que vou acreditar nos estalinismos. Nunca acreditei e não será agora. Aliás, nem venham dizer que aquilo é socialismo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pimenta nos olhos dos outros...

POR ET BARTHES

As imagens já são do mês passado, mas mesmo assim vale a pena recordar o tratamento que a polícia deu aos manifestantes na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Os protestantes, que instalaram 25 barracas no campus, não mostraram qualquer resistência à ação da polícia. Mas mesmo assim o tratamento foi o que se vê no filme: os policiais atacaram com gás pimenta sem dó nem piedade. É claro que houve uma onda de indignação por todo o país.