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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Eu sou feminista



POR FERNANDA POMPERMAIER


Eu sou feminista.
Como uma mulher pode não ser feminista, eu não entendo. Como um homem inteligente pode não ser feminista? Eu também não entendo.
Acho que rola um estigma em torno da questão e a visão que muitas pessoas têm de uma feminista é aquela estereotipada de uma mulher exageradamente zangada que odeia homens, deixa crescer todos os pêlos do corpo, possivelmente lésbica e que luta pra que as mulheres "vençam os homens".

Se você ainda tem essa imagem, desconstrua, porque ela é equivocada.
Uma feminista quer direitos iguais. Ponto.
Nem superiores, nem inferiores. Iguais.
Pode ser uma mulher vaidosa como qualquer ser humano na terra.
Pode ser uma mãe de família, uma irmã, uma filha, uma esposa. Pode ser um homem, por que não?

É só querer salários iguais para cargos iguais, querer respeito às mulheres como profissionais, chefes, professoras, etc.  Querer dividir as tarefas domésticas e dividir as responsabilidades nos cuidados com os filhos. É só permitir que a mulher também decida e seja respeitada nessas decisões sem ter que ceder às decisões dos homens. Assim você também será feminista. 
Eu não vejo problema, num relacionamento entre iguais, que a mulher ganhe o mesmo ou mais que o marido. Como homem eu me sentiria realizado, mais dinheiro para toda a família!

É meio lógico que quem suje também limpe, que quem coma também cozinhe, que quem precise de roupa limpa e passada também o faça, não é? Ninguém deveria estar nessa posição privilegiada na qual os outros são obrigados a fazer por você.

Se homem gosta de sair com amigos para descontrair, por que não gostaria uma mulher de fazer o mesmo? Não é muito prazeroso ser privado das suas vontades.

Ninguém deseja que seu filho cresça numa sociedade que trata de formas diferentes homens e mulheres, brancos e negros, heterossexuais ou homossexuais, religiosos ou ateus, afinal quão infeliz viveriam nossos filhos se tivessem que esconder seus verdadeiros desejos?

Eu tenho uma filha e espero que, se ela decidir viver com outra mulher, que seja respeitada nessa decisão e não sofra preconceitos. Assim também na profissão que escolher. Esse é mais um motivo pelo qual me sinto feliz em estar na Suécia. O país está entre os líderes no mundo em igualdade de gêneros. Um exemplo é a licença maternidade que é de 18 meses e pode ser dividida ½ a ½ entre pai e mãe. Cada um deve pegar no mínimo três meses. Não é ótimo? Casamentos entre pessoas do mesmo sexo são legalizados. Esses são alguns exemplos das políticas igualitárias implantadas pela Suécia há muitos anos.  E essa também já foi uma sociedade machista, mas mudou.

Nós também podemos. Basta começar conosco. Desconstruindo mitos, questionando, reformulando pensamentos. Mudanças podem ser boas, a tradição muitas vezes é o discurso do conformado.  

Para quem quiser se aprofundar:
http://www.sweden.se/eng/Home/Society/Equality/Facts/Gender-equality-in-Sweden/

Fernanda Pompermaier é joinvilense, professora de educação infantil e mora na Suécia há quase 2 anos. Escreve o http://vivernasuecia.blogspot.com.br