POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Como não podia deixar de ser, vou falar do tema do dia: a cassação da
candidatura de Carlito Merss. Mas não vou comentar os fatos jurídicos, porque
isso é tarefa dos especialistas. A Justiça decidiu, está decidido. Agora é
esperar para ver se o recurso dos advogados de Carlito Merss consegue ou não
reverter a situação.
O meu tema é outro. É que houve uma festa de arromba
na casa grande. Os caras que não curtem a senzala foram efusivos na
demonstração de alegria pela cassação. O meu lado acadêmico fica tentado a
analisar a coisa do ponto de vista sociológico, antropológico ou o escambau.
Mas não vale a pena e vou no popular.
Por que o pessoal da casa grande ficou feliz? É
simples. A cassação equivale a uma condenação. E isso atira a todos para o
pântano. Eis uma evidência. A casa grande não se importa propriamente com a
limpeza. Pelo contrário. A alegria vem do fato de que, se todos parecem sujos,
nenhum partido pode se pronunciar como “dono da ética”. É como se estivessem a
dizer:
- Ei,
vocês que ficam aí posando de virgens imaculadas, agora mostram que são tão
putas como nós.
E fazem uma tremenda festa quando a putaria parece ser geral. É o que temos...
P.S. Antes que me acusem de estar a defender Carlito
Merss ou o PT, eu explico: tenho uma enorme simpatia pela senzala.