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terça-feira, 18 de março de 2014

O samba do reaça doido


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Você pode não gostar da esquerda. Pode não gostar do comunismo. Pode não gostar do socialismo. Pode não gostar da social-democracia. Pode não gostar da própria democracia. Pode não gostar do grito do Tarzan. Mas só uma pessoa com mingau no lugar de cérebro é capaz de cair nessa lorota do golpe comunista. É coisa de gente com parafusos a menos.
Mas o pior de tudo nem é essa credulidade tosca. O verdadeiro delírio é achar que uma ditadura militar pode ser a solução para alguma coisa, em especial para um problema que nem existe. Só os esquizofrênicos perseguem inimigos imaginários. E, dizem os manuais, a esquizofrenia faz ter alucinações, depressões ou discursos paranóicos.
Há quem se dedique a estudar a esquizofrenia social. O fenômeno teria origem nas camadas mais abastadas e o poder de espalhar a doideira por todo o tecido social. Antes esse contágio ficava num âmbito restrito, mas o surgimento das redes sociais facilitou a disseminação do discurso esquizofrênico. Quem lê os comentários aqui no blog, por exemplo, sabe do que estou a falar.
Um dos problemas da esquizofrenia social é que subjaz um instinto de violência e um desejo de autoritarismo. Só isso pode explicar que ainda haja pessoas capazes de defender uma ditadura. Até podia gastar o meu latim e tentar analisar por um viés mais filosófico, tipo a relação “mestre-escravo” de Nietzsche, mas os esquizofrênicos só ouvem o que querem. Então, vai no popular.
A letra do samba do reaça doido tem uma métrica manjada. O cara anda deprimido porque não gosta de Dilma, de Lula e nem do PT. Mas como não consegue apear o partido do poder através do voto, então apela para a ideia do golpe militar. Se é preciso estropiar o país para tirar essa gente do governo, então dane-se o país. O preço é acabar com a democracia? Dane-se a democracia.
A esquizofrenia social também faz delirar. E os tipos começam a ver comunistas por todos os lados. Aliás, o truque de culpar os golpistas comunistas (mesmo quando eles não existam) é recorrente. Qualquer pessoa que tenha passado mais de cinco minutos nos bancos escolares sabe, por exemplo, que Hitler usou esse artifício para chegar ao poder e para justificar a guerra. É só para gente insana.
Em resumo. Não é de uma intervenção militar que o país precisa. O que precisamos é de um divã para tratar esses esquizofrênicos sociais.